Zenóbio Couto e a histórica foto dos 18 do Forte de Copacabana
Zenóbio Rodrigues do Couto nasceu em Alagoas no dia 1º de setembro de 1875. Essa informação foi colhida graças aos aniversários publicados nos jornais e a informação colhida por Etevaldo Amorim sobre a idade que tinha quando casou-se.
Foi o repórter Armando Pacheco, em A Noite Ilustrada de 28 de outubro de 1952, pág. 36, quem revelou a origem alagoana de Zenóbio Couto. Em alguns registros ele é citado como sendo natural do Rio de Janeiro.
São raras as informações sobre sua família em Alagoas. Sabe-se que era filho de Antônio Rodrigues do Couto e de Maria Rosa do Couto (Gutenberg de 24 de dezembro de 1909).
Sua irmã, Zelina Rodrigues do Couto, nascida em Araruama no Rio de Janeiro, foi a esposa de Joaquim Paulo Vieira Malta, irmão de Euclides Malta. Paulo Malta foi governador de Alagoas entre 1903 e 1905. Senador de 1907 a 1911. Faleceu em Maceió no dia 14 de setembro de 1913.
A relação de Paulo Malta com pessoas do Rio de Janeiro se deu quando foi Juiz de Direito em Saquarema.
Seu pai, Antônio Rodrigues do Couto, foi diretor do Asilo de Mendicidade de Maceió, de março de 1905 até 1910 (se afastou por problemas de saúde), e funcionário da Fazenda Estadual. Faleceu em 29 de agosto de 1928 no Rio de Janeiro, dias depois de sofrer grave acidente de trânsito.
Há registros de que Zenóbio teve formação em Farmácia. Recebeu boa educação, vestia-se bem e possuía as melhores relações políticas e sociais da época no Rio de Janeiro. Não se sabe quando foi morar na então capital federal.
Segundo pesquisa de Etevaldo Amorim, quando tinha 24 anos casou-se com a carioca de Araruama Zelina Couto em 25 de novembro de 1899, na casa de Manoel Antônio Machado da Cunha em Saquarema. Deste casamento nasceram Zadir de Souza Couto, Zedith e Zurbano.
Em segunda núpcias, Zenóbio casou-se com Haidée da Costa.
O jornal O Paiz de 21 de julho de 1912 registrou que entre os hóspedes da Pensão Nogueira do dia anterior estava Zenobio Couto. Provável indicação de um período de instabilidade conjugal.
A Gazeta de Notícias de 18 de maio de 1905 informou que no dia anterior havia sido sepultado o recém-nascido Zeno, filho de Zenobio Rodrigues do Couto, que faleceu quando tinha apenas dois meses de vida. O endereço da família era então Rua Correia de Oliveira, nº 4, Vila Isabel, Rio de Janeiro.
Aos 30 anos de idade, seu nome é citado no Almanak Laemmert do Rio de Janeiro como comerciante de Secos & Molhados situado no Boulevard 28 de Setembro, 106, também em Vila Isabel. Adquiriu este estabelecimento comercial a Avelino F. Torres em 29 de janeiro de 1905.
Em 28 de outubro de 1906 foi citado como um dos proprietários da Salinas N. S. Nazareth em Saquarema, Rio de Janeiro, inaugurada naquela data. Era uma sociedade com Fructuoso Alcanforado de Oliveira (O Fluminense de 3 de novembro de 1906).
Não se deu bem como comerciante e investidor e, para sustentar a família, enveredou pela fotografia.
Como nesta época o fotógrafo alagoano Augusto César Malta de Campos já era uma celebridade e como tinham relação de parentesco, é possível que este filho de Mata Grande tenha sido quem levou Zenóbio para a fotografia.
Augusto Malta era filho do escrivão Claudino Dias de Campos e Blandina Vieira Malta de Campos, irmã de Euclides Malta e Paulo Malta, este casado com a irmã de Zenóbio.
No jornal A Imprensa de 21 de julho de 1910, Zenóbio já tem seu nome citado como componente da comissão de fotógrafos dos jornais cariocas que foram impedidos de entrar no parque do Palácio do Catete para a cobertura de um evento. Foram aos jornais para protestar contra tal impedimento.
Em 24 de janeiro de 1911 seu nome estava na Gazeta de Notícias como sendo o representante da revista “Fon-Fon” no ato de inauguração de uma linha de tiro no Club Internacional de Regatas. “Esta revista tirou alguns grupos fotográficos durante a festividade”, cita a nota, informando ainda que foi Zenobio quem usou da palavra para agradecer o brinde.
Suas fotos eram publicadas nos principais periódicos do Rio de Janeiro, como O Malho, Para Todos! e Ilustração Brasileira.
Os 18 do Forte de Copacabana
No início da década de 1920, surgiu um amplo movimento político com base na classe média urbana, principalmente entre seus representantes distribuídos na baixa e média patente do Exército Brasileiro. Era o início do Tenentismo.
Suas principais reivindicações se conflitavam com poder oligárquico tradicional, que se sustentava principalmente a partir de São Paulo e Minas Gerais. Cobravam a instituição do voto secreto — fim do voto de cabresto — e a reforma na educação brasileira.
O centro irradiador destas insatisfações era o Clube Militar no Rio de Janeiro.
Com a eleição de Arthur Bernardes em 1º de março de 1922, surgiram as reações à sua posse — que ocorreu em novembro — com uma campanha exigindo a investigação de possíveis fraudes eleitorais. Os tenentes tinham apoiado Nilo Peçanha, candidato da Reação Republicana.
Foi nesse clima de turbulência política que ocorreu o episódio envolvendo o marechal Hermes da Fonseca nas eleições pernambucanas e a sua consequente prisão e afastamento da presidência do Clube Militar.
Essa detenção foi o estopim da revolta que mobilizou os efetivos da Vila Militar a partir da noite de 4 de julho de 1922.
O levante se espalhou para a Escola Militar do Realengo, no Forte do Vigia, situado no bairro do Leme, e para o Forte de Copacabana, onde tinha a participação do capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho do marechal Hermes da Fonseca, dos tenentes Siqueira Campos, Eduardo Gomes, Newton Prado e Mário Carpenter.
Os rebeldes do forte, que contavam com 301 militares, passaram a bombardear vários objetivos militares, entre eles o Quartel General e o Arsenal de Marinha, forçando a transferência do comando militar e do Ministério da Guerra.
Após alguns combates, as forças governistas conseguiram conter os focos da rebelião, com exceção do Forte de Copacabana.
Ainda no dia 5 de julho, percebendo que o movimento estava sendo derrotado, o capitão Euclides Hermes da Fonseca permitiu aos combatentes, que assim desejassem, que abandonassem o forte. Saíram cerca de 270 homens.
No dia 6, tentando negociar o fim da crise, Euclides deixou o forte e procurou o ministro da Guerra, Pandiá Calógeras, para estabelecer conversações. Foi preso por ordem de Epitácio Pessoa.
Como sabia que existia essa possibilidade, antes de partir para o encontro Euclides deixou instruções para o seu substituto no comando, tenente Siqueira Campos. Orientou que se ele não voltasse em duas horas, que bombardeassem a cidade. Já detido, Euclides, solicitou a Siqueira Campos que não executasse o bombardeio.
O presidente Epitácio Pessoa exigia a rendição incondicional. Siqueira Campos, que também tentava negociar, não gostou e rompeu os contatos. Foi então ordenado o cerco do Forte por terra, mar e ar. Siqueira Campos quis reagir e apresentou para os colegas a proposta de explodir o paiol de pólvora.
Eduardo Gomes não concordou e propôs a saída para a rua dos rebeldes para o combate corpo a corpo com as forças do governo, o que foi aceito. Aprovada a orientação, Siqueira Campos dividiu em 18 pedaços a bandeira nacional e entregou um a cada combatente, guardando consigo um dos pedaços com a intenção de entregá-lo a Euclides Hermes da Fonseca.
Munidos de fuzis e revólveres, o pelotão heroico iniciou sua marcha pela praia de Copacabana. No trajeto, o civil Otávio Correia juntou-se aos rebeldes e recebeu deles armamento e o pedaço da bandeira separado para Euclides.
Sob a liderança dos tenentes Siqueira Campos, Eduardo Gomes, Mário Carpenter e Newton Prado, o grupo enfrentou as tropas do 2º Batalhão do 3° Regimento de Infantaria durante aproximadamente uma hora e 15 minutos.
Morreram em combate Mário Carpenter, Newton Prado, José Pinto de Oliveira, Pedro Ferreira de Melo e o civil Otávio Correia. Foram feridos, entre outros, Siqueira Campos e Eduardo Gomes.
O episódio entrou para a história como “Os 18 do Forte”. Sobre o número de combatentes há estudos indicando que foram somente 11 ou 13 os combatentes.
A foto histórica
Carregando o seu pesado equipamento, uma máquina Contessa Netel 13×18, chapa de vidro, Zenóbio Couto o autor da foto histórica, estava em Botafogo quando soube dos combates e dirigiu-se para Copacabana. Na entrada do Túnel Novo foi impedido de passar pelas tropas governistas.
Neste mesmo dia, o cinegrafista Giuseppe Palaia e seu ajudante foram baleados gravemente quando tentavam chegar ao palco dos combates. O carro alugado foi destruído e o motorista morto num fogo cruzado entre fuzis e metralhadoras.
Movido pelo instinto profissional, que o estimulava a conseguir as fotos a qualquer custo, o intrépido fotógrafo escalou o Morro dos Telégrafos e conseguiu chegar à praia a tempo de ver o pelotão caminhando e empunhando suas armas.
Colocou a máquina para funcionar e aproximou-se dos combatentes. Seus movimentos, considerados suspeitos, irritaram um dos insurretos, que chegou a sacar o revólver e apontar em sua direção. Um dos combatentes intercedeu e impediu a ameaça, explicando que o fotógrafo estava trabalhando.
Quando chegaram no trecho próximo à esquina da Rua Hilário Gouveia, atual Rua Siqueira Campos, alguns segundos antes de serem atingidos pela fuzilaria das tropas governistas, o fotografo resolveu utilizar sua última chapa e foi nela que fixou a imagem que ficaria associada para sempre ao episódio.
Foi publicada em O Malho de 7 (ou 15) de julho de 1922. A edição da revista foi apreendida por ordem expressa do presidente Epitácio Pessoa. Raros exemplares escaparam da censura.
O fim trágico
A partir de 1927, Zenóbio começou a sofrer limitações no trabalho com o agravamento da asma crônica que o acompanhava há algum tempo. A indisposição provocada pela doença o levava a momentos de instabilidades psicológicas.
Com a vitória da chamada Revolução de 1930 em outubro daquele ano, os impressos da Editora Pimenta de Mello, como O Malho, passaram a sofrer perseguição. O Malho fechou e somente foi reaberto meses depois.
Um dos últimos grandes trabalhos de Zenóbio para O Malho foi a reportagem sobre os milagres atribuídos a mulher de nome Manoelina, moradora de Coqueiros no município mineiro de João Ribeiro, antigo Entre Rios e atual Entre Rios de Minas.
A “Taumaturga de Coqueiros”, como era mais conhecida, ficou famosa por supostamente realizar curas milagrosas. O local passou a ser procurado por milhares de pessoas em busca da água milagrosa e das bençãos de Manoelina Maria de Jesus.
O outro repórter de O Malho foi o jornalista De Mattos Pinto, que entrevistou vários dos supostos curados por milagres. Entre eles, o próprio Zenóbio, que também foi ao local em busca de solução para o mal que o atingia.
“O snr. Zenobio Couto, residente à rua da Carioca, n. 30, 1º andar, Distrito Federal, fotógrafo da Sociedade Anônima “O Malho”, foi meu companheiro de viagem. Sofre, segundo sua palavra, de bronquite asmática há quatro anos. Recebeu a benção de Manoelina e bebeu a água na minha presença. Agora, o snr. Zenobio Couto diz que se sente melhor. É uma opinião pessoal, aliás como todas as outras”, registrou o jornalista na reportagem publicada em 9 de julho de 1931.
Dias depois, Zenóbio levou seu laboratório da Rua da Carioca, nº 30, sobrado, no Centro do Rio de janeiro, para a Rua do Ouvidor, nº 87, 3º andar, no mesmo bairro.
Um dia após completar 56 anos, em setembro de 1931, foi demitido de O Malho em função da paralisação dos trabalhos da editora.
No dia 4 de setembro de 1931, diante do imenso sofrimento imposto pela doença e acabrunhado por ter sido demitido, convidou a esposa para um pacto de morte e preparou cianureto de potássio para os dois. Haidée conseguiu dissuadi-lo de tal gesto.
Na manhã seguinte, saiu para resolver algumas pendências no banco e depois foi para o laboratório onde se enforcou. Seu corpo sem vida foi encontrado pelo cunhado, Lafaiete Morgado, perto do meio-dia.
Coragem e Bravura
Alípio Monteiro, numa reportagem sobre sua morte publicada no dia 3 de julho de 1963 no Correio da Manhã, descreveu Zenóbio como um janota: “Trajava com apuro. Sua pobreza era limpa. Usava piteira de coco, gravatinha borboleta e a clássica corrente cruzando o abdome, de bolso a bolso do colete. Era calmo e meditativo…”.
Segundo o comentário de outro colega jornalista no Correio da Manhã de 6 de setembro de 1931, o traço principal de sua personalidade “era a bravura”. Enfrentava os riscos com naturalidade e dizia: “Só morrerei, quando chegar meu dia…”
“Jamais considerou o risco uma dificuldade para a execução de um serviço. Calmo, absolutamente calmo, sereno como um invulnerável, lá ia Zenóbio empunhando sua máquina fotográfica, disposto a captar naquela famosa objetiva os lances mais sensacionais do fato. Brigas, conflitos, tiroteios, batidas policiais nos antros mais perigosos, tinham no velho Zenóbio o fotógrafo inteligente e ágil, que sabia colher os aspectos mais interessantes, como um profundo conhecedor do paladar do público”.
Seu arrojo em situações de risco já tinha sido demonstrado bem antes da rebelião de 1922. Zenóbio fez história em sua profissão, em novembro de 1910, ao penetrar corajosamente nos redutos das tropas revoltadas do episódio que ficou conhecido como A Revolta da Chibata.
Herança
Com a sua morte, surgiram duas polêmicas envolvendo o seu nome: que não teria sido ele o autor da famosa foto dos 18 combatentes e que teria vendido o negativo desta mesma foto para outros jornais.
A filha de Epitácio Pessoa, Laurita Pessoa Raja Gabaglia, foi mais além e, em um livro de memória sobre seu pai, afirmou que a foto não passava de uma montagem.
O também fotógrafo Arnaldo Vieira, em depoimento para a revista O Cruzeiro, testemunhou que o autor da foto foi mesmo Zenóbio. Narrou que ele e seu pai, Joaquim Vieira, foram designados para a cobertura do episódio de 5 de julho de 1922 para a Revista da Semana:
“Estive com Zenóbio Couto na praia de Copacabana, onde ele fez a memorável fotografia que quase custou sua vida. Era um homem de meia-idade, senhor de respeitável senso de responsabilidade e trabalhava em “O Malho”. Furou o bloqueio da barreira dos soldados legalistas, no túnel, e seguiu pela Avenida Atlântica, de máquina em punho”.
“Tentou vários flagrantes — prosseguiu Arnaldo Vieira —, sem resultados, e, no último, o tenente Newton Prado, salvo engano, atirou contra ele. Jogou-se na areia, porém a foto estava batida. Nós, os outros fotógrafos, ficamos limitados a fazer fotos da tropa legalista e movimentos de rua”.
João Anastácio, o paraibano “Capitão Tempestade”, um dos sobreviventes do episódio, em entrevista para o Diário da Noite de 26 de abril de 1944, revelou que Zenóbio “bateu duas chapas” e que na primeira ele e o cabo Reis apareciam à frente do grupo. “O cabo Reis quase fuzilou o fotógrafo. Mas eu impedi. Vi logo que ele estava trabalhando e não podia fazer mal à gente”, descreveu a cena o cabo de 1922.
Com a apreensão da revista que publicou a foto, a polícia tentou também se apossar do negativo e invadiu a casa de Zenóbio por diversas vezes, sem conseguir seu intento.
Segundo Zadir de Souza Couto, seu filho e também fotógrafo, em certa época espalharam que Zenóbio teria vendido cópias da famosa foto dos 18 de Copacabana para outros jornais. Zadir negou e afirmou que na verdade havia uma revista estrangeira que propusera pagar 40 contos pelos negativos de vidro, o que não foi aceito.
Foi esse mesmo raro negativo que voltou a ser disputado, após a sua morte, por seu filho e herdeiro e por sua companheira Haydée. Zadir cobrava a localização, dentre outros objetos de valor, dos equipamentos fotográficos e dos negativos, principalmente os de 1922.
No início de setembro de 1931, Haydée entregou os negativos ao jornal A Noite, para que este periódico os repassasse ao Museu Histórico, alegando que tinha sido um pedido do finado. Cobrou como contrapartida que fosse erguida uma lápide em sua sepultura.
Zelina de Souza Campos, sua primeira companheira, concordou com o destino dado aos negativos.
Em novembro de 1957, o então vereador e jornalista Magalhães Júnior apresentou à Câmara Municipal do Rio de Janeiro um Projeto de Lei criando cinco prêmios para os fotógrafos da capital federal: o “Prêmio Marc Ferrez” para a melhor fotografia de tipos cariocas; “Prêmio Malta”, para a melhor fotografia de aspectos urbanos; “Prêmio Zenóbio Couto” para a melhor fotografia de acontecimentos sensacionais e de interesse histórico; “Prêmio Antônio Vieira, para a melhor fotografia que ilustre reportagem de atualidades em revistas ou jornal; e “Prêmio Kafuri”, para a melhor fotografia de aspectos da cidade, com perspectiva aérea.
Zenóbio Couto e sua famosa foto até hoje são referências de um jornalismo arrojado e corajoso. Alguns colegas de profissão afirmavam que ele foi o primeiro repórter fotográfico brasileiro.
Interessantes esses alagoanos! A primeira reportagem do alagoano Pedro Motta Lima publicada no Rio de Janeiro, foi sobre o levante do Forte de Copacabana, que passa à História como Os Dezoito do Forte. Além dos dois profissionais da imprensa, outro oficial participante do Levante do Forte, o Capitão Euclides Hermes da Fonseca é sobrinho neto do alagoano Marechal Deodoro da Fonseca, e bisneto da alagoana Dona Rosa da Fonseca.
Thank you for the in depth research. He was my husbands great grandfather and we have been looking for information about him and the family.
(Obrigado pela pesquisa aprofundada. Ele era o bisavô de meu marido e procuramos informações sobre ele e a família).