Professor Adriano Augusto de Araújo Jorge e sua “Guerra Holandesa”
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Adriano Augusto de Araújo Jorge nasceu em Maceió no dia 25 de maio de 1846. Era filho do desembargador Silvério Fernandes de Araújo Jorge e de Maria Victória Nascimento Pontes Araújo Jorge.
Seu pai, que concluiu o curso de Direito em 1840, foi deputado geral e governou Alagoas entre 27 de julho e 2 de outubro de 1868. O desembargador Silvério Fernandes de Araújo Jorge nasceu em 20 de junho de 1817, em Alagoas, atual Marechal Deodoro, e faleceu em 9 de julho de 1893, em Recife. Era filho único de Antônio Fernandes Jorge de Oliveira e de Maria Teresa de Abreu Araújo.
Sua mãe, Maria Victória Nascimento Pontes Araújo Jorge, nasceu em 20 de junho de 1821 e faleceu em 31 de outubro de 1909. Era filha de Manoel do Nascimento Pontes e de Adriana Maria de Pontes.
Entre os irmãos de Adriano Jorge, esta pesquisa encontrou: Manoel Fernandes de Araújo Jorge (1841-1905), Silvério Fernandes de Araújo Jorge Filho, Afrânio Augusto de Araújo Jorge, Rodrigo Adolpho de Araújo Jorge, Josephina Olympia de Araújo Jorge (+1º de maio de 1869) e Agostinho de Araújo Jorge.
Sabe-se muito pouco sobre as escolas frequentadas por Adriano Jorge. A peregrinação do pai por vários cargos em províncias diferentes dificulta a localização dos colégios onde estudou e se cursou o nível superior. Há unicamente o registro de sua passagem, também como estudante, pelo Liceu Alagoano.
Foi nessa mesma instituição que se tornou catedrático em Inglês após concurso realizado em 3 de novembro de 1870. Derrotou o único concorrente, o afamado professor Domingos Bento do Moeda e Silva.
A partir de 1873 e até 1880, o professor Adriano Jorge surge nos jornais como o delegado literário de Maceió, responsável pela fiscalização da instrução pública em cada freguesia.
Em várias fontes, o ilustre professor é também citado como diretor ou proprietário de algumas instituições de ensino, entre elas os Colégios São José e Sete de Setembro. Esta pesquisa identificou que o Colégio São José pertenceu a José Francisco Soares e estava estabelecido na Rua do Macena, nº 51. José Francisco Soares foi nomeado, em 1879, diretor dos Correios de Maceió e em seguida transferido para o mesmo cargo em São Paulo.
O Sete de Setembro era de José Estevão de Araujo Silva. Existiu até 1885. Em 2 de setembro de 1884, seu proprietário foi nomeado escriturário calculista do consulado de Jaraguá.
Um Colégio Adriano ou Colégio do professor Adriano existiu na década de 1870, mas estranhamente sem divulgação. Ficava na Rua 1º de Março, atual Av. Moreira Lima. Em 1879, houve a fusão dessa instituição com o afamado Colégio Bom Jesus, do professor Francisco Domingues da Silva, criado em 1872. Domingues tinha apenas 23 anos de idade quando criou seu colégio. Ficava na Rua Boa Vista, nº 45 e 47 – Sobrado. Adriano Jorge foi um dos seus diretores em 1879.
Em julho de 1881, surge o Colégio Oito de Janeiro dirigido por Aristhéa Maria de Araújo Jorge, esposa do professor Adriano Jorge. Inicialmente era voltado para meninas, mas anos depois recebeu também alunos. Funcionava na Rua 1º de Março, nº 70 (em 1900 o número era 82).
Nessa década e no início da seguinte, Adriano Jorge também faz parte das bancas examinadoras dos preparatórios em Alagoas, uma espécie de exame vestibular da época.
A partir de 1896 as publicidades nos jornais anunciavam que o Colégio Oito de Janeiro era dirigido pelo professor Adriano Jorge. No início de janeiro de 1898, em O Orbe, ele assim divulgava sua escola:
“Julgo-me com direito à confiança de meus coestadinos: É, com efeito bom fundamento a assim presumi-lo o resultado alcançado por meus esforços o ano próximo passado.
Excederam de 360 (trezentos e sessenta) as aprovações de alunos meus, e 12 destas atingiram ao grau de destinação.
Como sempre, poderão contar com a minha infatigável dedicação.
Os trabalhos escolares recomeçarão no dia 10 do corrente janeiro.
Maceió, 3 de janeiro de 1898.
Adriano Augusto de Araújo Jorge”.
No dia 21 de junho de 1899, publicou n’O Orbe que estava adequando o Colégio Oito de Janeiro às exigências do Decreto nº 3.251, de 8 de abril de 1899, que regulou o Ginásio Nacional, com repercussões em todas as instituições de ensino do país, principalmente por criar os chamados cursos da Madureza.
Teve que ampliar suas acomodações e contar com a contribuição de novos professores, que conseguiu no Liceu Alagoano. São citados: Antônio Cândido Vieira, José A. Duarte Sobrinho, José Tavares da Costa, Manoel P. de Miranda, Sócrates de M. Cabral e Ignácio J. da Costa. Adriano Jorge ficou encarregado das aulas primárias, duas vezes por dia, durante toda a semana.
A última publicação encontrada por esta pesquisa nos jornais da época sobre esse Colégio é de 10 de julho de 1900, em O Orbe.
Adriano Augusto de Araújo Jorge casou-se em 1877 com Aristhéa Maria Pereira da Costa (casada passou a assinar como Aristhéa Maria de Araújo Jorge), nascida em 9 de setembro de 1856 em Passo de Camaragibe e filha do prof. Camilo de Lelis Pereira da Costa e de Maria Emília Pontes. Faleceu em Manaus no dia 11 de março de 1911.
Tiveram os seguintes filhos: Maria Vitória de Araújo Jorge, Adriano Augusto de Araújo Jorge Filho, Afrânio Augusto de Araújo Jorge, Antônio Augusto de Araújo Jorge, Argemiro Augusto de Araújo Jorge, Maria Tereza de Araújo Jorge, Maria Emília de Araújo Jorge, Aristheu de Araújo Jorge (faleceu precocemente), Maria Augusta de Araújo Jorge, Aristheu de Araújo Jorge, Maria Adriana de Araújo Jorge, Maria Aristheia de Araújo Jorge, Florentino de Araújo Jorge, Paulina de Araújo Jorge e Agesislau de Araújo Jorge.
Adriano Jorge ocupou a vice-presidência da Sociedade Protetora da Instrução Popular e em 22 de dezembro de 1892 foi nomeado novamente para a cadeira de Inglês no Liceu Alagoano.
Presidiu o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas entre 2 de dezembro de 1896 e 2 de abril de 1901. Faleceu às 21h30 de 2 de abril de 1901 em sua residência, na Rua Senador Mendonça, no Centro de Maceió.
Estava escrevendo o livro História de Alagoas, inicialmente a pedido do Governo de Alagoas, depois por interesse próprio. Não conseguiu terminá-lo. Entretanto, deixou publicado na Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano, nº 3, de 1901, um dos estudos que certamente comporia o livro.
“A Guerra Holandesa sob o ponto especial de vista de suas repercussões sobre o território das Alagoas” foi editado digitalmente e está sendo publicada como livro pelo História de Alagoas. Para baixar, basta clicar na capa abaixo.
Um icone na historia do ensibo em alagoas
Meu bisavô
Imensamente grato, prezado Ticianeli, por esta edição. Ainda não tinha lido uma análise sobre a invasão holandesa tão minuciosa. Parabéns.