Porto de Pedras, a antiga Águas Belas

Porto de Pedras em Alagoas

A colonização da região norte da futura Alagoas, na Capitania de Pernambuco, começou a partir da bandeira de Cristóvão Lins (ou Lintz) entre 1575 e 1585, que expulsou os potiguares e escravizou os aprisionados nessas caçadas humanas.

Essas terras foram ocupadas após o seu partilhamento em sesmarias, que foram exploradas economicamente por engenhos de açúcar. Entre os sete inicialmente ali implantados, destacaram-se os pioneiros Escurial, em Porto Calvo, e o Buenos Aires, em Camaragibe, que entraram em funcionamento ente 1575 e 1585.

O expressivo polo açucareiro ali estabelecido fez nascer vários povoamentos, embriões dos futuros municípios de Maragogi, Porto Calvo, Japaratinga, Porto de Pedras, Jundiá, Jacuípe, Colônia Leopoldina, Matriz de Camaragibe, Passo de Camaragibe, São Luiz do Quitunde e Barra de Santo Antônio.

Alagoas e Pernambuco em 1823

Porto de Pedras, assim denominado por ficar na foz do Rio das Pedras, atual Rio Manguaba, como informa Manoel Diégues Júnior ao comentar o “Livro que dá Rezão ao estado do Brasil“, escrito em 1612 e atribuído a Diogo de Campos Moreno, capitão e sargento-mor do Estado do Brasil (Revista do Instituto Histórico de Alagoas, volume XXIV, 1945-46).

O lugar também foi conhecido nos seus primórdios como Porto Real ou Águas Belas. Já representava alguma importância no final do século XVI, quando foi escolhido para receber uma das missões franciscanas voltadas para os índios.

Nas “Atas Capitulares da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil (1649-1893)”, publicadas na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil em 1970, consta que no tempo da Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus, uma circunscrição da Ordem dos Frades Menores, esses religiosos assumiram várias missões entre os índios, entre elas, em Alagoas, uma em Porto de Pedras, instalada por frei Leonardo de Jesus em 1596, onde se construiu uma igreja.

Os franciscanos deflagraram, com suas as ações na aldeia de Porto de Pedras, o chamado ciclo missionário litorâneo. Partiram de Olinda, ainda em 1596, onde sediaram a Custódia de Santo Antônio do Brasil ao erguerem ali, em 1585, o primeiro convento. O Ciclo Missionário era liderado pelo frei Antônio do Campo Maior.

Foram eles que fundaram a aldeia de Santo Amaro, no Pilar, com frei Manuel da Encarnação. Depois se estabeleceram na Vila de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul, onde ergueram um convento.

Com um bom ancoradouro e situada na margem direita da foz do Rio Manguaba, então navegado por barcaças com sacas de açúcar e outras mercadorias, Porto de Pedras ocupava posição estratégica na região, como ficou evidente durante a ocupação holandesa entre 1630 e 1654, quando ainda pertencia a Porto Calvo.

Seu porto deu guarida, em períodos diferentes, às embarcações holandesas e, inicialmente, do império luso-espanhol (a União Ibérica existiu entre 1580 e 1640). Quase sempre oriundas de Recife e transportando alimentos, soldados e munições.

O maior conflito em Porto de Pedras foi a histórica batalha de Mata Redonda, em 16 de janeiro de 1636. A União Ibérica tinha enviado uma grande esquadra, com 1.700 homens, comandados pelo Duque de Lerna (D. Luiz de Rojas y Borjas), que sucedia a Matias de Albuquerque na liderança das tropas luso-espanholas.

Desembarcaram no Porto de Jaraguá, em Maceió, e se deslocaram a pé até Porto de Pedras, onde travou-se o combate na Mata Redonda. Nele, tombou sem vida D. Luiz de Rojas y Borjas, que foi enterrado lá mesmo. O Engenho Mata Redonda é, atualmente, propriedade da Usina Camaragibe.

Era a reação ao ataque dos holandeses a Porto de Pedras em 14 de maio de 1633. Nessa incursão, partiram de Recife guiados por Calabar e foram apoiados por seis navios, com oito chalupas para embarque e desembarques, e 400 homens. No Porto de Pedras incendiaram três embarcações ali ancoradas, mataram sete moradores, aprisionaram cinco e se apropriaram todos os bens possíveis.

Após esses episódios e os dos Cabanos, Porto de Pedras atravessou os séculos XVII e XVIII como mais um povoado das Alagoas, destacando-se apenas por seu porto. Somente no início do século XIX é que começou o seu ciclo de desenvolvimento. Essa constatação está na Falla, de 16 de março de 1869, do presidente da Província, José Bento da Cunha Figueiredo Júnior, que o cita, no anexo Apontamentos sobre diversos assuntos geográfico-administrativo da Província das Alagoas – 1869, assinado por José Alexandrino Dias de Moura, como “um antigo povoado que tendo crescido no princípio deste século foi elevado a vila pelo alvará de 5 de dezembro de 1815; ultimamente porém decaiu, sendo por isso seu município suprimido e reunido ao do Passo pela lei provincial nº 438 de 4 de julho de 1864. No ano passado [1868] foi restaurada a vila de Porto de Pedras pela lei provincial nº 505 de 26 de novembro”.

Porto de Pedras em Alagoas

A Vila de Porto de Pedras

O Alvará Régio assinado por D. João VI, que em 5 de dezembro de 1815 elevou o povoado de Porto de Pedras à categoria de Vila, desmembrando-o de Porto Calvo, foi o mesmo que também assim procedeu com a povoação de Maceió, que se separou da Vila de Alagoas. Essa mesma resolução criou também o lugar de Juiz de Fora na Vila de Penedo.

Atendeu ao pedido do ouvidor Antônio Ferreira Batalha, que apresentou informe à Mesa de Desembargo do Paço avaliando que Maceió e Porto de Pedras tinham direito aos privilégios de vila. O pleito foi acatado pela Mesa, que levou a proposta à Coroa.

O príncipe Regente, ao concordar a solicitação da maior autoridade da Comarca de Alagoas, entendeu que deveriam, “cada uma das quais”, ter “dois Juízes Ordinários e um dos Órfãos, três Vereadores, um Procurador da Câmara, um Tesoureiro, dois Almotacés, um Alcaide com Escrivão do seu cargo, e dois Tabeliães do Público Judicial, e Notas, ao primeiro dos quais ficarão anexos os Ofícios de Escrivão da Câmara, Sizas e Almotaçaria; e ao segundo pertencerá o Ofício de Escrivão dos Órfãos”.

Definiu que “a Vila do Porto das Pedras terá por Termo todo o território que existe a quem do rio Manguaba até o rio de Santo Antônio Grande, ou a Paripueira exclusivamente, que fica desmembrado da Vila de Porto Calvo”.

Determinou ainda que se levantassem o Pelourinho, a Casa de Câmara, Cadeia e as demais oficinas necessárias, e que estas edificações seriam custeadas pelos moradores sob a inspeção do Ouvidor da Comarca e aprovação da Mesa do Desembargo do Paço.

Após 49 anos de existência como Vila e sem demonstrar sinais de desenvolvimento, Porto de Pedras viu o seu povoado São Miguel dos Milagres crescer e ser promovido a distrito pela Lei Provincial nº 417, de 9 de junho de 1864.

Menos de um mês depois a Lei Provincial nº 438, de 4 de julho de 1864, retirou de Porto de Pedras a sua condição de Vila. O IBGE divulgou erroneamente que passou a ser distrito de Porto Calvo. Como já citado anteriormente, a Falla, de 16 de março de 1869, do presidente da Província José Bento da Cunha Figueiredo Júnior, em seu anexo Apontamentos sobre diversos assuntos geográfico-administrativo da Província das Alagoas – 1869, assevera que a anexação se deu à Vila de Passo de Camaragibe e não à de Porto Calvo.

Uma informação sobre a divisão eclesiástica em Alagoas publicada no Diário de Pernambuco de 24 de maio de 1865, indica que a anexação se deu mesmo à Vila do Passo de Camaragibe. O jornal relaciona as vilas de Porto Calvo e do Passo de Camaragibe como sendo da Comarca de Porto Calvo (comarca é uma circunscrição judiciária, com um juiz de Direito). Cita como incluídas nessa comarca várias freguesias, incluindo a de “Nossa Senhora da Glória, na povoação [não era mais vila] de Porto de Pedras, município do Passo de Camaragibe”.

Sua restauração como vila se deu pela Lei Provincial nº 505 de 26 de novembro de 1868, a mesma que elevou a sede da vila à condição de cidade com a denominação de Porto de Pedras. São Miguel dos Milagres continuava como seu distrito.

Houve mais uma tentativa de retirar de Porto de Pedras a sua condição de Vila. Segundo o jornal baiano O Monitor, de 7 de julho de 1877, no dia 11 de junho de 1877 o presidente da Província negou sanção ao Projeto de Lei da Assembleia Legislativa Provincial das Alagoas “que extinguia a vila de Porto de Pedras e transferia para Camaragibe e Porto Calvo os respectivos ofícios de justiça”.

A Paróquia de Nossa Senhora da Glória do Porto de Pedras foi criada pela Lei Provincial nº 17, de 28 de abril de 1835.

Em 9 de junho de 1921, a Lei nº 903 deu a Porto de Pedras a categoria de município.

Rua Sebastião da Hora em Porto de Pedras

Revolução Pernambucana

Também conhecida como a Revolução dos Padres, teve início no dia 6 de março de 1817 com o assassinato de Manoel Joaquim Barbosa de Castro pelo capitão José de Barros Lima, que cumpria ordens do governador da capitania de Pernambuco. Manoel Joaquimhavia reagido à voz de prisão.

As animosidades contra os portugueses vinham se acumulando desde o período da transferência da Corte portuguesa para o Brasil, quando ocorreram aumento dos impostos para dar sustento à família real e a nobreza que a acompanhou, além dos altos investimentos nas campanhas militares. A nomeação de portugueses para os cargos públicos importantes também não era bem-recebida pelos brasileiros que perderam seus poderes, inclusive nas milícias.

A atitude do capitão José de Barros Lima incendiou os ânimos contra os portugueses, gerando a adesão de muitos à rebelião. Em pouco tempo Recife passou ao controle dos insurretos, que instalaram ali o Governo Provisório da proclamada República na Capitania de Pernambuco. Perseguiam ideais liberais e republicanos, mas mantiveram a escravidão.

A coroa reagiu aos sublevados e deslocou tropas do Rio de Janeiro e da Bahia para bloquearem o porto de Recife.

Sabendo desse movimento, os revoltosos ocuparam Porto de Pedras em abril de 1817. Foram liderados pelo tenente coronel José Vitoriano Borges de Almeida, que ali tentava criar obstáculos às tropas do marechal Joaquim de Melo, que vinham da Bahia. Vitoriano contava com 60 homens da cavalaria, 400 de infantaria, quatro peças de calibre 1.

Desistiram do intento ao saberem que as populações de Porto Calvo, Barra Grande, em Alagoas, e Abreu, Una, Fortaleza de Tamandaré, Sirinhaém e Rio formoso, em Pernambuco, mantinham-se fiéis ao Império. Fugiram pelas matas ou em jangadas procurando abrigo em Porto de Galinhas.

De Maceió, no dia 21 de abril, partiu o comandante da guarda avançada do marechal Joaquim de Melo, major Gordilho, em direção ao Porto de Pedras. Liderava mil homens de Milícias e Ordenanças. Chegou em 27 de abril e não encontrando os revoltosos, partiu no mesmo dia para a Fortaleza Tamandaré, onde entrou em 29 de abril.

O marechal Joaquim de Melo, com sua tropa de Linha, somente chegou em Porto de Pedras em 3 de maio. Dois dias depois juntava-se ao Major Gordilho na Fortaleza de Tamandaré.

Os fundadores da República na Capitania de Pernambuco resistiram bravamente até o dia 20 de maio, quando foram derrotados completamente e punidos de forma violenta, com fuzilamentos, torturas, prisões e desterros.

Capela de N. S. da Piedade em Porto de Pedras

Cabanos

Entre os vários movimentos restauradores da monarquia absolutista surgido no Brasil após a abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, a Guerra dos Cabanos, em Alagoas e Pernambuco, foi a que tomou maiores dimensões, como esclarece o historiador Cícero Péricles em “Formação História de Alagoas”.

Inicialmente, os conservadores (senhores de engenho, comerciantes, militares e padres portugueses) organizaram a insurreição a partir da Sociedade Coluna do Trono e do Altar sob a liderança do fazendeiro Domingos Torres Galindo. Com a sua desistência, os segmentos mais pobres da população foram assumindo o controle das ações e das armas e reorientaram seus objetivos para a conquista de terras e a libertação de escravos.

Com isso, receberam a adesão dos habitantes das matas e de escravos fugidos, os papa-méis. Uniu ainda os pequenos produtores de Panelas de Miranda (PE) e os índios de Jacuípe (AL).

A partir de novembro de 1832, sob a liderança de Vicente Ferreira de Paula, chegaram a ocupar Porto Calvo e, em setembro de 1833, tentaram tomar Maceió para instalarem ali a sede do governo rebelde. Foram contidos na Mata do Rolo, hoje em Rio Largo.

Vicente Ferreira de Paula era o mesmo Vicente Ferreira Tavares Coutinho, filho do vigário de Goiana (PE) e sargento da tropa de primeira linha.

Diante da grave situação, os governos das Províncias de Pernambuco (Manuel de Carvalho) e Alagoas (Vicente Thomaz de Figueiredo Camargo) foram para o teatro das operações e lá se estabeleceram a partir de março de 1834, quando realizaram um encontro no dia 13.

Nessa reunião decidiu-se criar uma área sitiada pelas tropas, com a retirada da população. Limitava-se ao norte pelo Jacuípe e Una, a leste pelo Atlântico, ao sul pelo Manguabe e a oeste pela estrada que liga Jacuípe a Porto Calvo.

Com o sucesso da operação, Manuel de Carvalho voltou a Recife em fins de maio e Vicente Thomaz de Figueiredo Camargo a Maceió no mesmo período.

A presença do presidente da Província de Alagoas em Porto de Pedras, transformou aquela Vila na sede do governo por alguns meses. As publicações oficiais recebiam um rodapé semelhante ao veiculado no Jornal do Commercio (RJ) de 11 de junho de 1834: “Palácio do Governo das Alagoas em Porto de Pedras 25 de março de 1834. — Vicente Thomaz de Figueiredo Camargo”.

Porto de Pedras cumpriu importante papel como base para muitas das operações militares realizadas na região, mas também foi alvo dos ataques cabanos, que lá estiveram em 28 de setembro de 1833, levando “cartuchame, farinha, carne e armamento”. Ainda segundo o jornal O Verdadeiro Caramurú (RJ) de 23 de outubro de 1833, o comandante da guarnição local, Major João Pedro, “salvou-se a nado para a Embarcação de Guerra ali surta, a qual deu sobre a praia muitos tiros de bala rasa e metralha, que foram respondidos por apupadas, alaridos e ameaças, chegando hoje à ousadia dos Cabanos a terem Jangadas armadas com 7 e 8 homens de fuzis fazendo estrago nas Embarcações do Comércio costeiro…”.

Dois meses depois, o Correio Official (RJ) de 27 de dezembro de 1833 publicava correspondência datada de 22 de novembro, enviada do Quartel do Comando Geral das Forças de Porto de Pedras, pelo major comandante geral das Forças da Província, Joaquim José de Souza, ao presidente da Província.

Revelava o militar que as famílias que acompanhavam os Cabanos começavam a abandoná-los por não temerem mais retaliações das forças do governo e por estarem vivendo em extrema dificuldades. Inúmeras procuravam asilo em Porto de Pedras.

Dizia o improvisado repórter: “Se V. Exa. fosse, como eu, testemunha do espetáculo, que nestes poucos dias tem apresentado as famílias emigradas, choraria, ao menos em silêncio, a desgraça desta porção de brasileiros infelizes. Homens de todas as idades e condições; senhoras grávidas, velhas curvadas com o peso dos anos; crianças da mais tenra idade chorando com fome, e outros exalando o último suspiro no colo materno, e as mães enternecidas debulhando-se em pranto; homens justificando suas condutas como se estivessem na presença de um juiz severo e despótico; mulheres saudosas de suas habitações, fatigadas dos caminhos e abatidas de fome…”.

Informava ainda que desde o dia 2 de novembro, Porto de Pedras tinha recebido 606 pessoas e que ansiava por “empregar as tropas de uma maneira que me parece mui proveitosa a conclusão da guerra”.

Depois de várias campanhas e combates, no dia 29 de maio de 1835 os últimos Cabanos renderam-se às forças legais em Japaranduba, Pernambuco. Vicente de Paula com mais alguns poucos seguidores fugiu para o vale do Jacuípe, estabelecendo-se na vila do Riacho Fundo até ser preso em 2 de abril de 1850. Foi levado a Fernando de Noronha, onde permaneceu por 11 anos.

Com a paralisação ou diminuição da produção dos engenhos de açúcar durante esse período de combates, Porto de Pedras foi afetado e em 1837 expunha sua pobreza numa solicitação que a Câmara Municipal da Vila fez ao Ministério do Império. Pedia recursos para adquirir sua sede, a reedificação da cadeia, reparo da fonte, construção de uma igreja Matriz, de um cemitério e a abertura de estrada na direção de Garanhuns. Também solicitava a construção de pontes para o Rio Janga, Vau de Tatuamunha, Manimbú, Passagem da Povoação do Passo, Passagem do Engenho Vargem de Sousa e Passagem da Povoação de Camaragibe.

Depois de tantas guerras e combates, Porto de Pedra recebeu com satisfação a instalação ali do 15º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional, com seis companhias. Foi criado pelo Decreto nº 991, de 14 de junho de 1852.

Matriz de Nossa Senhora da Glória, em Porto de Pedras, ainda incompleta na década de 1950

Matriz Nossa Senhora da Glória

O primeiro templo da então povoação era franciscano e ficava na colina, onde atualmente está o cemitério da cidade.

Em meados da década de 1850, os jornais informavam que a nova Matriz de Porto de Pedras estava em construção e que havia sido beneficiada com a autorização para receber os recursos de duas loterias estaduais. Nessa mesma década, precisamente em 1859, foi criada a Agência dos Correios do Império em Porto de Pedras.

Nos primeiros dias de janeiro de 1860, D. Pedro II visitou a região norte das Alagoas e esteve rapidamente em Porto de Pedras, onde deixou 500 réis para a Matriz, indicando que ainda não tinha sido concluída.

Na Falla de 16 de março de 1869, o presidente da Província, José Bento da Cunha Figueiredo Júnior (havia assumido em 2 de outubro de 1868), informa que havia uma determinação legislativa para que destinasse 2:000$000 para “a conclusão da igreja de Nossa Senhora da Glória de Porto de Pedras”.

Em outro trecho do mesmo relatório, quando dá informações sobre Porto de Pedra e suas ruas e templos, descreve:

Matriz nova…. Em construção.
Matriz velha…   Serve de cemitério.
Capela de N. S. da Piedade”.

A sede tinha as seguintes vias: Rua do Comércio, Rua da Estrela, Rua das Crioulas, Rua da Cadeia, Rua da Gameleira e Rua do Fogo.

A Matriz continuou sem ser concluída, mas funcionando improvisadamente, até a década de 1970, quando finalmente foi entregue à população, encerrando um dos maiores ciclos de construções de prédios em Alagoas: aproximadamente 120 anos.

Antiga Cadeia de Porto de Pedras

A Cadeia 

O prédio que veio a ser a Cadeia Pública de Porto de Pedras foi o resultado de uma adaptação do antigo forte da cidade, erguido pelos luso-espanhóis em 1633, durante os enfrentamentos com os holandeses. Ficou abandonado por décadas.

Não tem o registro de quando começou a funcionar como Cadeia, mas sabe-se que já precisava ser recuperado em 12 de janeiro de 1837, como registrou naquela data, em seu relatório, o presidente Silva Pontes, que reproduziu Nele as reivindicações de Câmara Municipal da Villa de Porto de Pedras já citadas anteriormente.

Continuou arruinada até 1849, quando o presidente José Bento da Cunha Figueiredo fez investimentos em melhoras na Província e alocou “1:999$000 para o concerto da cadeia de Porto de Pedras…”.

Não foi suficiente. Em 1853 a Câmara de Porto de Pedras cobrava recursos para “a conclusão da Cadeia orçada em 600$000 rs”, como registrou, em 3 de maio o vice-presidente, no exercício do poder, dr. Manoel Sobral Pinto.

Cinco anos depois, o presidente da Província Ângelo Thomaz do Amaral relatava que Maceió, Alagoas, Penedo, Porto de Pedras, Anadia e Porto Calvo tinham cadeias, “destas só as três primeiras se acham nas condições precisas de segurança e asseio”.

Agostinho Luiz da Gama, em 3 de maio de 1859, indicava que as Cadeias de Maceió, Alagoas, Penedo eram as que tinham condições de oferecer asseio e segurança, “as de Anadia, Porto Calvo, Porto de Pedras, Palmeira dos Índios e Assembleia acham-se em ruínas, não oferecem segurança e comodidade aos presos”.

Finalmente, em 15 de junho de 1863, quando João Marcelino de Souza Gonzaga entregou o governo ao seu sucessor, Antônio Alves de Souza Carvalho, informou que havia ordenado reparos e melhoramentos nas cadeias de Penedo, Porto de Pedras, Anadia, Porto Calvo e Maceió, e que alguns já tinham sido concluídos e os outros estavam em andamento.

Em 10 de junho de 1867, já estava degradada novamente. Foi o que constatou Pereira de Alencastre no seu relatório: “O estado das cadeias da Província não é satisfatório: à exceção da desta capital, Penedo e Porto Calvo, todas as mais não merecem o nome que tem”.

Caetano Estellita Cavalcanti Pessoa, em relatório de 26 de dezembro de 1876, anotou que na Província existiam 10 cadeias e 12 casas contratadas. As cadeias eram as de Maceió, Alagoas, Penedo, Passo de Camaragibe, Porto Calvo, Porto de Pedras, Anadia, Santa Luzia do Norte, Paulo Afonso e Quebrangulo.

Nas casas alugadas, funcionavam as cadeias de Água Branca, Camaragibe, Coruripe, São José da Laje, Murici, Pilar, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, São Miguel, São Luiz do Quitunde, Imperatriz e Traipu.

Após várias recuperações, o prédio foi novamente abandonado e somente após o seu tombamento, em 2006, foi que se planejou o restauro, iniciado em 21 de julho de 2017 e só recentemente concluído. Em 9 de junho de 2023 foi reinaugurado como Museu, a “Cadeia das Artes”.

Farol de Porto de Pedras na década de 1950

O maior Farol do Brasil

Três anos após recuperar sua condição de Vila, Thomaz do Bomfim Espíndola escreveu em sua Geografia Alagoana (1871) que Porto de Pedras tinha 22.109 habitantes: 17.222 livres e 4.887 escravos. Informou ainda que a Matriz continuava em construção e que Cadeia era sofrível, mas uma das melhores da província.

A povoação de São Miguel dos Milagres, entre o Carro Quebrado e Porto de Pedras, disputava economicamente com a sede da vila. Chegou a sediar da Freguesia por algum tempo, mas em 14 de junho de 1869, por ordem do presidente da Província e com a concordância do bispo diocesano, cumpriu o ato legislativo de 1868 que restaurou a Vila de Porto de Pedras e devolveu-lhe a sede.

As outras duas povoações, Tatuamunha e Morros do Camaragibe, também ofereciam escolas, mas somente para meninos.

A Vila de Porto de Pedras tinha então 42 engenhos, quase todos incluídos entre os mais importantes de Alagoas, e seu ancoradouro era utilizado regularmente pela Companhia Pernambucana de Navegação Costeira a Vapor, que anunciava nos jornais os portos que tocava em sua linha, partindo de Recife: Tamandaré, Barra Grande, Porto de Pedras, Camaragibe, Maceió, Penedo e Aracajú.

A navegação também era regular por um bom trecho do Rio Manguaba, atingindo Porto Calvo. Com tanta movimentação e com fácil acesso às madeiras nobres, logo ali se desenvolveu um estaleiro, a exemplo do que acontecia em outros portos da costa alagoana.

Sua existência está registrada em anúncio do Jornal do Recife em 15 de abril de 1872: “Vende-se uma barcaça nacional denominada Veronica da Glória, nova de primeira viagem, muito bem construída, no estaleiro da Villa de Porto de Pedras, de lotação de 1.500 sacas de açúcar; para ver no cais do Ramos e tratar na rua do Vigário, n. 5, loja de cabos com João Luis de Macedo e José Rodrigues Salazar ou Joaquim de Sousa Silva Cunha”.

Outro sinal de reconhecimento dessa intensa atividade do porto foi a instalação, em 1857, de uma boia baliza na barra do porto, e de um farol no morro de Nossa Senhora da Piedade, que em 25 de outubro de 1916 recebeu novo aparelhamento de luz.

Além dos distritos de Porto de Pedras e São Miguel dos Milagres, o município de Porto de Pedras tinha, em 1931, os seguintes povoados: Patacho, São Miguel dos Milagres, Tatuamunha e Porto da Rua.

Em 29 de setembro de 1933 foi lançada a pedra fundamental do novo Farol de Porto de Pedras. Avaliava-se que seria o mais alto do Brasil, com sua torre colocada a 105 metros acima do nível do mar e com ação de até 20 milhas.

Foi inaugurado em 29 de dezembro de 1934. Era divulgado como “o maior e mais perfeito do Brasil”. Houve missa campal e hasteamento do pavilhão nacional no ponto mais alto do farol. Estavam presentes o prefeito Faustino Miranda e o comandante Plínio Cabral, capitão dos Portos e representante do Ministério da Marinha.

Sua altura, que deu orgulho aos moradores, também provocou problemas para a navegação. O longo alcance provocava confusão nas embarcações que vinham de Recife. Era avistado pelos navegantes antes dos sinais de luz do farol de Tamandaré, em Pernambuco.

Teve que ser reconstruído, com sua torre ficando a uma altitude de 90 metros e com novos equipamentos, que ali desembarcaram em abril de 1940. Foi reinaugurado em janeiro de 1941. Sua eletrificação somente entrou em funcionamento, oficialmente, no início de janeiro de 1974.

Governador Fernandes Lima despachando no Palácio dos Martírios em 1921

A era dos automóveis e de suas estradas

Em Alagoas, quem primeiro atendeu a demanda por estradas, provocada pelo aumento dos automóveis em circulação, foi o governador Clodoaldo da Fonseca (1912-15). Ele e seu sucessor, João Batista Accioly, realizaram algumas obras, principalmente na capital.

Entretanto, o que determinou o crescimento exponencial desse meio de transportes foi a 1ª Guerra Mundial (1914-18). O vice-governador José Paulino de Albuquerque em mensagem de 15 de abril de 1919, explicou o que aconteceu:

“A guerra europeia, dificultando a importação necessário ao desenvolvimento das nossas vias férreas, trouxe, por esse motivo, uma notável atividade na construção de estradas de rodagem. O aumento da produção, intensificada pela procura, exigindo, portanto, fácil acesso aos mercados consumidores e exportadores, acelerou a ação dos poderes públicos que patrioticamente, bem compreenderam o valor econômico dessas estradas, demandando os centros da cultura e resolvendo um dos nossos problemas capitais: vias de penetração”.

Essa política de expansão econômica foi adotada, de fato, a partir de 1918, com Alagoas governada por José Fernandes de Barros Lima, expressiva liderança política originário da Região Norte do Estado.

Em relatório de 1924, Fernandes Lima lembrou como encontrou as estradas da Região Norte quando assumiu a administração pública: “Velhos caminhos que o tempo, o abandono e a nossa incúria pelas estradas tornaram quase intransitáveis, em alguns pontos só praticáveis pela praia, sujeitos os viajantes às marés, à passagem arriscada, na baixa-mar, de inúmeros rios e riachos, quase todos sem pontes, existindo apenas quatro em completa ruína, — dificuldades estas que cresciam na estação invernosa, tornando quase impossível qualquer viagem, tal era a situação de comunicações para aquela zona”.

Cumprindo também o objetivo de estabelecer interligação com Pernambuco, Fernandes Lima teve que enfrentar acirrados debates sobre o traçado da Estrada do Norte. O seu percurso poderia afetar a vida econômica dos municípios da região. O governador optou por utilizar os caminhos litorâneos já existentes.

Em 15 abril de 1920, ao prestar conta das obras, Fernandes Lima explicou que a Estrada do Norte, “cortando as ubérrimas zonas do Norte, através dos importantes municípios de S. Luiz do Quitunde, Passo de Camaragibe, Porto de Pedras e Maragogi, foi iniciada em setembro do ano findo [1918], custando a sua construção até dezembro 45:012$731. O trecho compreendido entre esta Capital e a cidade do Passo de Camaragibe, está sendo atacado em todo o seu percurso, prosseguindo os trabalhos com atividade”.

O primeiro trecho, inaugurado em fins de 1920, tinha 21 km e interligava Maceió e Ipioca. No ano seguinte Fernandes Lima registrou em seu relatório que a estrada estava em fase de conclusão, “com uma extensão de 120 quilômetros, até Camaragibe, ramificando-se para São Luiz do Quitunde, numa extensão de 18 quilômetros, para Urucú, numa extensão de 60 quilômetros, a começar da cidade de Passo, passando pela Matriz, e para a Barra, numa extensão de 20 quilômetros…”. “Em vias de construção” estavam as de Camaragibe a Porto Calvo e de Porto Calvo a Jacuípe.

Em 1922 o governador propagandeava os benefícios da obra, mencionando que o “trecho da estrada de Maceió à Barra de Santo Antônio, num percurso de 50 quilômetros, onde o automóvel pode correr dia ou noite, sem o menor embaraço, tropeço ou o mínimo incidente, mesmo nos dias mais invernosos, como se vem verificando atualmente, fazendo diversos autos, regularmente e nos horários, as três viagens semanais, que estabeleceram para aquele ponto, de onde já é fácil a comunicação para quase todos os municípios do norte do Estado”.

Ainda em 1922, ao anunciar que já tinha construído mais de 400 quilômetros de estradas em Alagoas, Fernandes Lima detalhou as da Região Norte: “De Maceió à cidade do Passo de Camaragibe; desta cidade até à vila da Matriz; desta vila à povoação de Urucú; de Jacuípe a Porto Calvo; de Porto de Pedras a Camaragibe; de São Luiz a Camaragibe…”. A estrada até Passo de Camaragibe, com 90 quilômetros, foi inaugurada em 19 de novembro de 1922.

O jornal Correio da Pedra (Delmiro Gouveia) de 26 de novembro de 1922, assim noticiou o acontecimento: “De Maceió – No domingo passado [19 de novembro de 1922] foi inaugurada a estrada de rodagem do norte, ligando a capital à cidade de Passo de Camaragibe. O ato revestiu-se de festiva solenidade, tendo a comitiva saído de Maceió pela manhã em 21 automóveis conduzindo o governador do Estado, autoridades federais, estaduais e municipais, agentes consulares, presidentes e representantes de várias associações, diretorias de banco e famílias, chegando todos, com algumas demoras para admirar trechos e obras da estrada, às 9h40, sendo recebidos com ruidosas festas. A comitiva regressou às 19 horas do mesmo dia, sem o menor incidente, tendo sido encantadora a excursão”.

As obras continuaram e até 31 de dezembro de 1923 e nas estradas foram investidos Rs. 2.064:561$027.

Em 1924 foi inaugurada o trecho da Barra de Santo Antônio até a cidade de São Luiz do Quitunde e o ramal entre um lugar chamado Casa das Almas até a Barra de Camaragibe, passando pelo povoado dos Morros para ligação com Porto de Pedras.

Essas estradas, que trouxeram benefícios importantes para a Região Norte como um todo, vieram, no futuro a provocar prejuízos para alguns municípios, principalmente os que deixaram de ser parte do principal percurso para Recife. O projeto da futura Rodovia AL-101, para evitar as travessias por balsa na Barra de Santo Antônio e em Porto de Pedras, optou por passar em Matriz de Camaragibe.

Na década de 1960, no governo de Luiz Cavalcante, quando houve o asfaltamento dessas rodovias, abandonou-se a antiga estrada que desviava o trajeto por Passo de Camaragibe. Continuava a partir do local onde existiu a Usina Pindoba, até Matriz de Camaragibe.

O engenheiro Vinicius Maia Nobre, em seu livro Paixão Incalculável, explica que o novo trajeto reduziu o percurso em cerca de 18 km e que os moradores do Passo não gostaram da diretiva deixada pelo Major. Por vingança, mesmo antes da obra acontecer, votaram contra seus candidatos.

Capela de N. S. da Piedade e o farol em Porto de Pedras

Outros Equipamentos

Em 1871, quem quisesse aprender as primeiras letras tinha que procurar uma das duas escolas existentes em Porto de Pedras, uma para cada sexo.

No dia 8 de março de 1919 o Jornal do Commercio (AM) anunciou que o governador de Alagoas tinha resolvido aplicar recursos do Caixa Escolar de Maceió na construção ali do Grupo Escolar Cyridião Durval. Não foi possível confirmar se de fato essa unidade de ensino foi erguida.

Vinte anos depois o Diário de Pernambuco (de 27 de janeiro de 1939) registrou que havia sido inaugurado em Porto de Pedras o Grupo Escolar Cyridião Durval, construído pela Diretoria de Viação e Obras Públicas do Estado.

O poeta porto-pedrense Cyridião Durval também foi homenageado em uma ponte em Tatuamunha no início de maio de 1935.

Há registros de 1930 indicando que em Porto de Pedras existia o Teatro 10 de Janeiro e duas associações: Filarmônica Recreio da Juventude e Marujada Carnavalesca.

Em 1934, segundo dados da Repartição de Estatística de Alagoas, o estado tinha um milhão de coqueiros e Porto de Pedras estava entre os municípios mais produtivos.

Naquela época, quem chegasse à cidade para pernoitar, procurava o Hotel da D. Zezé (Josefa Maria da Conceição). Se precisasse de medicação, ia até a farmácia, onde seria atendido por Luiz Cunha.

No município existiam os engenhos: Boa Vista, Pontes, Cabocla, Boa Sorte, Lucena, Triunfo, Vitória, Nova Esperança, Mato Redondo, Bom Destino, Outeiro, Salema, Magerona, São Domingos e São Paulo.

Pinheiro Wandemeel & Cia exportava sal da salina que funcionou até o início dos anos 30 e Assis Lima & Cia produzia óleo de coco da Bahia.

Em 24 de setembro de 1933 foi inaugurado o Mercado Público de Porto de Pedras, construído na gestão do prefeito José Faustino de Miranda. No local foi aberta também uma Feira de Amostras. Estiveram presentes o interventor federal em Alagoas, capitão Afonso de Carvalho, dr. Jugurta Couto, chefe de Polícia dr. Arthur Jucá, prefeito de Maceió dr. Alfredo Oiticica e o comandante da Força Policial.

Nos primeiros dias de maio de 1935 foi inaugurada a Ponte Cyridião Durval sobre o Rio Tatuamunha. Atualmente é a fronteira entre Porto de Pedras e São Miguel dos Milagres.

Porto de Pedras foi o último município alagoano a ter inaugurada a sua rede de distribuição de energia elétrica, com energia de Paulo Afonso. Aconteceu em 13 de abril de 1969.

Em 7 de junho de 1960, Porto de Pedras perdeu o seu antigo distrito de São Miguel dos Milagres. Foi elevado a município nessa data pela Lei Estadual nº 2.239.

3 Comments on Porto de Pedras, a antiga Águas Belas

  1. Claudio de Mendonça Ribeiro // 5 de setembro de 2023 em 08:50 //

    Parabéns, prezado Ticianeli, pela publicação desta matéria.

  2. Em Porto de Pedras esse fim de semana, procurei um texto que falasse da cidade. Esse é rico em história. Parabéns! Ótimo tempo investido lendo!

  3. Lusilandia Maria Alves Pinto // 16 de novembro de 2024 em 19:27 //

    Não me canso de ler os artigos sobre essa linda Porto de Pedras. Parabéns! Meu tempo viajando em cada lugar e minha mente buscando lembrança.Nasci nesta cidade , meus avós fizeram parte de tudo.Tem praça, ruas e ginásio com nomes deles.Cresci com minha mãe falando sobre sua vida e isso já se passaram 60 anos.Hoje ela tem Alzheimer e eu fui até Porto de Pedras buscar lembranças. Uma longa história tem meus pais e família neste lugar. Ela filha de pescador muito conhecido no lugar e meu pai de uma família tradicional alta ,que viveram um amor imenso que gerou 6 filhos e mesmo assim não deu certo…O prefeito da época Sr Aluísio Cunha ( sr Zizo) que morreu agora pouco no auge dos 106 anos era padrinho dela.O pai dela Ascendino pescador de nome muito falado na cidade. Meu avô parte do meu pai muito falado e conhecido Luiz Pinto .Meu pai Bartolomeu conhecido como Bartinho polícia. Enfim, tenho muito orgulho desse lugar e quando olho o casarão que pertenceu a minha mãe na principal avenida me dar uma dor pelo tempo que perdi e por não saber de fato como saiu das mãos de mãe .Enfim, tenho perguntas agora que minha mãe não pode mais responder como falei acamada e com Alzheimer. Obrigada ao autor .Obrigada Porto de Pedras e saudades.

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