Penedo do Rio São Francisco
Quando a expedição portuguesa chefiada por Gaspar de Lemos batizou o rio descoberto no dia 4 de outubro de 1501 como São Francisco, os índios Caetés observavam de longe aquelas estranhas embarcações que navegavam a foz do Opará, o rio-mar.
Os nativos, que se dividiam entre Caetés, que ocupavam a parte mais litorânea do rio, e Abacoatiaras, habitantes das ilhas do rio, não demoraram a descobrir que aqueles barcos traziam os colonizadores responsáveis futuramente por seu quase extermínio.
Mesmo tendo sido registrado por Tomaz Espíndola que as primeiras incursões pelo rio São Francisco datam de 1522, as referências documentadas revelam que foi a passagem pela região do primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho, que deu início ao povoamento em um local que tinha como referência um penedo.
Duarte Coelho, que tomou posse da capitania no dia 9 de março de 1535, deixou anotações em carta de 27 de abril de 1542 citando as preparações para uma viagem exploratória na região do rio São Francisco.
Essa viagem também foi relatada pelo Frei Vicente de Salvador em sua História do Brasil. “cobrou Duarte Coelho tanto ânimo que não se contentou de ficar na sua povoação pacífica, senão ir-se em suas embarcações pela costa abaixo até o rio São Francisco”.
Em uma data próxima a 1560, o segundo donatário da capitania, Duarte Coelho Albuquerque — filho de Duarte Coelho —, construiu uma feitoria a sete léguas da foz com o claro interesse de consolidar o núcleo urbano que começava a existir no local. Nascia a Penedo do São Francisco.
O povoado se desenvolveu rapidamente graças a sua localização privilegiada à margem do rio São Francisco. Nesse período sua produção de fumo, carne seca e farinha de mandioca era levada para Recife ou Salvador. Chegou a ter sete engenhos de açúcar e um estaleiro para pequenas embarcações.
Graças a esse rápido desenvolvimento, em 1636, o povoado foi elevado à categoria de vila com o nome de Vila do Penedo do Rio São Francisco.
No início de 1637, a presença holandesa no Nordeste trouxe mudanças importantes para a Vila do Penedo, que foi invadida por Maurício de Nassau em março daquele ano. Ele perseguia as tropas portuguesas que fugiam de Recife para Salvador, na Bahia.
Percebendo a importância estratégica do local, o governante holandês mandou construir um forte e deixou 1.600 homens sob o comando do general Segismundo Van Schkoppe. A vila passou a chamar-se Maurícia e o seu forte denominado Maurício.
Enquanto Maurício de Nassau esteve no local, o clima era de paz. Com a sua volta ao Recife por problemas de saúde, a situação mudou e famílias foram expulsas violentamente e arquivos queimados. As perseguições logo fizeram surgir um movimento clandestino com o objetivo de expulsar o invasor. A organização se chamava “Openeda” e foi responsável por várias ações contra os holandeses.
A revolta foi se instaurando e as lideranças passaram a ser conhecidas publicamente. Sob o comando de Valetim da Rocha Pita várias emboscadas foram realizadas e navios holandeses aprisionados e saqueados os víveres que transportavam.
Com o reforço enviado da Bahia aos revoltosos pelo governador geral Antônio Telles da Silva, os holandeses acumularam derrotas e foram obrigados a procurar a proteção do forte.
Nesse momento da revolta quem assumiu o comando dos insurretos foi o capitão Nicolau Aranha Pacheco, um dos enviados do governador geral da Bahia. Reconhecendo que não adiantava resistir, o comandante do forte, Samuel Koyn, se rendeu no dia 13 de setembro de 1645 e retirou sua tropa de Penedo seis dias depois.
Um ano após os holandeses tentaram reocupar Penedo. No dia 24 de outubro de 1646, uma esquadra com 13 navios e 1.300 homens partiu de Recife com a intenção de retomar a posição estratégica. Deixaram os navios em Coruripe e se deslocaram a pé até Penedo.
Os penedenses, para dificultarem a vida dos holandeses, destruíram o forte ali instalado. Mesmo assim, houve a retomada da vila, mas não por muito tempo.
Sem o forte para apoiá-los os holandeses logo foram expulsos novamente. No local do embate final, hoje Praça Clementino do Monte, foi erguida uma cruz de pedra para lembrar o episódio.
Penedo também participou de outros grandes movimentos armados da história de Alagoas.
Se associou à luta contra os Palmares em 1710 e tomou parte na Revolução Pernambucana de 1817. No primeiro momento aderindo aos revoltosos. Depois Penedo voltou a jurar fidelidade à realeza e forças locais juntaram-se ao marechal Joaquim Mello Leite Cogominho de Lacerda quando aquele militar transpôs o rio São Francisco.
Religião
A história religiosa de Penedo remonta ao período da ocupação holandesa, com a fundação da freguesia. Os registros mais antigos sobre a presença dos franciscanos na vila são de 1655, quando uma disputa pela posse da Ilha Grande foi anotada pelo tabelião local.
No ano de 1660 os franciscanos iniciaram a construção do que eles chamavam de Recolhimento. Ao lado foi erguida uma capela onde foi celebrada a primeira missa no dia 10 de abril de 1661.
Neste mesmo local, no dia 4 de outubro de 1682, foi lançada a pedra do alicerce do novo convento. A capela-mor só foi concluída no dia 2 de fevereiro de 1689 e os novos dormitórios só foram utilizados a partir de março de 1694.
Esta primeira estrutura foi nomeada com o título de Santa Maria dos Anjos, ou Nossa Senhora de Porciúncula. Posteriormente o convento foi ampliado, da mesma forma a sua capela, que ficou conhecida como igreja Franciscana da Senhor dos Anjos.
A igreja matriz teve sua construção iniciada provavelmente em 1690.
A capela-mor só veio receber frontispício em 1808, sendo reformado em 1815. Em 1899, a matriz recebeu o relógio da torre que estava no Convento de São Francisco. Foi comprado ao Frei Antônio de S. Camilo de Lellis pelo vigário Verissimo da Silva Pinheiro.
Aos poucos a vila foi recebendo outras construções religiosas. Hoje, parte importante desse patrimônio está preservado e a sua arquitetura barroca testemunha a presença dos colonizadores portugueses, holandeses e missionários franciscanos.
A primeira obra social de vulto em Penedo apareceu em 1770, quando o coronel João Pereira Álvares instituiu o Hospital de Caridade, doando-lhe como patrimônio 12 mil cruzados a juros, e oito moradas de casas.
Para o cultivo da arte musical e tendo biblioteca e gabinete de leitura, foi fundada em 16 de agosto de 1865 a Sociedade Filarmônica.
O primeiro jornal, denominado “Jornal de Penedo“, apareceu em 1869, fundado e dirigido por Júlio César Leal.
Recebeu Penedo a honrosa visita do Imperador D. Pedro II em 14 e 15 de outubro de 1859. Em solene “Te Deum”, pronunciou a oração congratulatória o monge Frei Manoel da Conceição do Monte.
Formação administrativa
Elevado à categoria de vila com a denominação de Penedo pelo Decreto Lei 12 de abril de 1636. Instalado em 19 de setembro de 1658. Sede na povoação de Penedo.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Penedo pela Lei Provincial n.º 3, de 18 de abril de 1842.
Pela Lei n.º 82, de 20 de setembro de 1895, o município de Penedo adquiriu o extinto município de Triunfo como simples distrito.
A Lei n.º 162, de 28 de maio de 1897, desmembra do município de Penedo o distrito de Triunfo, elevado à categoria de município.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisões territoriais datada de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944 a 1948, o município é constituído do distrito sede.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960 o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.
Fonte: IBGE, História do Penedo, de Ernani Méro, e Penedo na História Religiosa das Alagoas, de Laura de Sousa Campos.
Que viagem gostosa a historia desta sempre querida Penedo. Todos os fins de anos entre nos anos de 1942 a 1960 não víamos a hora de vir passar as férias com vovó Stella e tia Helena. Meu pai Domingos Moraes e minha mãe Heloísa, e nós os 8 filhos aprendemos a amar este lugar sagrado e abençoado.
História de Penedo: muito linda! Eu nasci em Junqueiro e fui batizada em Penedo. Amo Penedo. Muito obrg. Pelas importantes informações dessa cidade maravilhosa e mágica.
Lindo demais!! Meu pai nasceu em Penedo. Passei apenas 1 dia e pretendo voltar pra conhecer melhor!!!👋👋👋👋👋👋👋👋👋
eu sou penedo