Os estrangeiros em São José da Laje
Fernando Galvão de Pontes
ALEMÃES
FRANZ FRED SCHIMIDT era engenheiro de nacionalidade alemã, não sabemos sua cidade natal, pois veio trabalhar na Usina Serra Grande, no fim do século passado para o início deste, por intermédio de amigos do saudoso Coronel Carlos Lyra.
Muito modesto, solitário, residia num quarto da velha casa grande da usina. Era de uma lealdade à toda prova dedicado ao patrão e aos amigos que conquistou durante sua permanência em nossa terra.
Seus trabalhos de engenharia, de grande valor para o progresso da usina e da região, foram os seguintes: a ponte metálica para a estrada de ferro, em Santo Antônio, ligando os dois centros fabris: Serra Grande e Apolinário. A ponte em Serra Grande ligando o escritório central à estação da G. W. B. R. (atual RFFSA).
Os pilares eram de alvenaria e o lastro de madeira coberto de zinco (ferro ondulado) semelhante aos usados na Europa, depois substituído por uma placa de concreto armado, no ano de 1926, inaugurada pelo governador Costa Rego sobre o rio Canhoto.
Na estrada Serra Grande a Laje (via Gibóia) foram construídas mais três pontes, pelo velho Schimidt; todas de alvenaria, sendo duas em arcos e a outra com placa de cimento armado.
As duas instalações das Hidroelétricas de Gibóia e Grangeiro, mais luz elétrica de Apolinário (uma caldeira a vapor puxando o gerador elétrico), foram outras duas obras sob sua responsabilidade técnica. A implantação da fábrica da USGA, um sucedâneo da gasolina: foi ele um dos idealizadores.
De suas viagens à terra natal, a primeira para acompanhar a fabricação do material a ser usado na fábrica da USGA e a segunda em 1931, onde foi rever seus familiares já bastante reduzidos, apenas sua mãe viva, a velha Tereza, como ele costumava chamar; desta vez foi também estudar a situação de sizal (agave), pois nesse tempo, a Usina Serra Grande possuía uma propriedade destinada a essa cultura — Pimenteiras.
Em carta escrita a meu pai, hoje em meu poder, ele relata o baixo preço da fibra no mercado internacional e aconselha a fabricação de sacaria tipo juta, com um consumo de 400 g por saco. Para ele a solução era a tecelagem. Por seu intermédio, foi introduzida a semente de acácia da África. Seu interesse pela lavoura de primeira necessidade era muito grande, por isso incentivava este tipo de agricultura. Era grande amigo de nossa família, no Natal e Ano Novo, ele fazia parte das nossas ceias tradicionais.
AUGUSTO EUGÊNIO PAASHAUS era natural da cidade de Colônia, na Alemanha. Veio para o Brasil trabalhar em uma firma de seus conterrâneos em Jaraguá, Maceió. A firma era destinada à importação de produtos originários da Alemanha e exportação dos nossos para lá. Durante a guerra de 1914, suas atividades ficaram paralisadas em vista da dificuldade de transportes.
O Coronel Carlos Lyra estava à procura de uma pessoa com prática e conhecimento de escritório, e, assim, por indicação de um amigo comum, foi o Sr. Paashaus apresentado e imediatamente contratado pelo Coronel, para “guarda-livros” de sua usina. Ele então adotou novos métodos de escrituração, pondo em dia toda a contabilidade da Serra Grande, como, calculando todos os custos da matéria-prima e de fabricação. Dentro de pouco tempo, conquistou a confiança de seus chefes, tornando-se conhecedor de todos os negócios da firma, dando tudo de si em prol da mesma. Era muito culto, poliglota, possuía grande facilidade de transmitir os serviços a seus auxiliares. Era casado com a senhora Zulmira Cintra Paashaus e tinha dois filhos: os drs. Gustavo Cintra Paashaus e Fernando Rodolfo Cintra Paashaus. O primeiro, já falecido, foi professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco; o outro, funcionário do Ministério da Fazenda.
OTTO VON AXE é outro alemão que esteve em Serra Grande, durante vários anos. Não temos informações precisas sobre sua vida, apenas sobre o período que passou em Laje. Era técnico em fermentação e trabalhava na destilaria de álcool e na de aguardente em Serra Grande. Contraiu núpcias com uma professora. Em 1931, deixou a usina Serra Grande, transferindo-se para a fábrica de tecidos em Rio Tinto, na Paraíba.
WILLY DIETSCHE (Dr. Guilherme) era também de nacionalidade alemã e tudo que dele sabemos é que veio para o Rio de Janeiro trabalhar na Companhia SIEMENS, onde instalou o primeiro aparelho de refrigeração do Teatro Municipal da antiga capital da República. Depois veio transferido para Recife, onde fez reparos no Zeppelin, em sua parte elétrica. Certa vez foi até à África a fim de testar os serviços feitos no mesmo dirigível.
A vinda para Serra Grande foi por intermédio do Sr. Paashaus, conterrâneo e amigo. A ele deve-se serviços de grande importância para melhoramento da usina, como a construção da nova chaminé (bueiro) de alvenaria, a casa residencial destinada ao Dr. Carlos Lyra Filho, a hidroelétrica de Oriental, o turbo-gerador de eletricidade, a implantação dos telefones automáticos, etc. Era casado com dona Rosalina, tendo falecido em Maceió, sem deixar filhos.
ITALIANOS
PASQUALE MIGGLIACCIO (Pascoal Milhaço) italiano de Palermo, vindo para o Brasil, (Recife), e finalmente para a pequena cidade de Lage do Canhoto, atual São José da Laje, em 18 de julho de 1874. Casado com Francisca Marsilha, teve um filho de nome Miguel, que depois tornou-se comerciante em Maceió, instalando-se onde fica o antigo Mercado Público, vindo a falecer solteiro em nossa capital.
Pasquale, de Laje foi para a cidade de Palmares (PE) com a mesma atividade de comerciante. Em Palmares o casal veio a ter mais cinco filhos e uma delas era a mãe dos Drs. Togo, Renan e Helena Falcão, os dois primeiros médicos e a última funcionária da SUCAM, todos residindo aqui em Maceió.
Em Laje do Canhoto nasceu mais uma filha do senhor Pasquale Milhaço de nome Luiza (Luigia), que anos depois veio a casar-se com Emílio Cassella, em 22 de dezembro de 1877.
Pasquale Milhaço em Palmares teve a perda da esposa dona Francisca Marsilha, vindo ele já viúvo residir em Maceió, proprietário de uma padaria denominada “Leão Branco” na esquina da Avenida Moreira Lima com a rua Cincinato Pinto. Faleceu em Recife no dia 1 de agosto de 1923.
BALBINA CASSELLA, que também fora comerciante em Laje durante muitos anos, tendo três filhos: Antonio, Ageu e Maria (Mariquinha) que contraiu núpcias com o senhor Arthurt Neves, conhecido pelo povo lajense como tenente Arthurt, proprietário da “Farmácia Farol da Medicina“. Ela sabia música, tocando piano muito bem. Antonio foi, em Laje, Juiz de Paz, escrivão e coletor federal, realizando casamentos civis em nosso município. Era casado com Dona Manieta Bezerra Cassella, senhora a quem a Laje deve muito, foi uma verdadeira mãe da população pobre da cidade e a primeira mulher vereadora em São José da Lage, colega de Câmara Municipal do meu pai (Waldemar Pontes); tenho uma admiração muito especial por ela, face ao trabalho que realizava em Laje, no setor de assistência social. Hoje reside em Maceió com o seu genro e filha, (Dr. Walter Figueiredo e Senhora).
Ageu foi comerciante muito próspero, casando duas vezes, à primeira com a filha do Sr. Avelino Silva, Adalgisa, e a segunda com D. Alira — filha do Sr. Julio Figueiredo.
O Senhor CAETANO DE CARLI que veio da Itália para o Brasil na década de oitenta (1882 a 1884) saltando no porto do Recife sendo aconselhado por um Padre Franciscano a se estabelecer na antiga cidade de Laje do Canhoto. Em Laje nascia um filho de nome Carlos De Carli, deste não podemos localizar o batistério, pois nesta época a nossa paróquia não tinha sido instalada. O registro talvez tenha sido feito em União dos Palmares, a cuja cidade pertenciam as nossas capelas. Anos depois o Sr. Caetano De Carli se transferia para Palmares, com toda sua família. O seu filho Carlos De Carli é o pai do Dr. Gileno De Carli, engenheiro-agrônomo que durante algum empo esteve em Maceió como representante do IAA e desta vez foi a São José da Laje conhecer a terra do seu pai.
Quanto ao registro de Caetano De Carli na junta comercial do nosso Estado, não foi localizado, bem como na Coletoria Estadual da Laje.
O Dr. Gileno De Carli é também escritor e teve vários trabalhos sobre economia açucareira, foi Presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool, Deputado Federal por Pernambuco em várias legislaturas e, atualmente, Presidente da Sociedade Auxiliadora da Agricultura de Pernambuco.
Tive uma colega na Fundação Legião Brasileira de Assistência de nome Gilvanete que dizia-me ser sua mãe, a Dona Isaura, parente do velho De Carli e sempre prometia trazer-me uma revista que tinha reportagem sobre o referido assunto. Foi uma pena ela e sua mãe terem falecido tão rápido, por este motivo não pude ver e esclarecer melhor o assunto da origem desta família.
Do fim do século passado para este, estiveram em nossa Laje os irmãos italianos Braz e Rafael, sendo um alfaiate e o outro tinha uma sapataria. Não sei se era vendedor ou fabricante de sapatos. Um deles tinha um cachorro muito bonito e bravo, com o nome de “Rompe Nuvens”. Segundo Manoel Aureliano (“Mané de Lero”), consta que no cemitério da cidade existe um túmulo com uma pedra de mármore com o nome de um deles. (Pedra esta muito gasta pelo tempo e também pela falta de conservação, tornando-se difícil a sua leitura).
Outro foi Rafael Limonge, (italiano radicado em Laje, comerciante com o seu estabelecimento “Bazar Ítalo-Brasileiro”, situado à rua do Comércio, s/n). Ele fora proprietário de um pequeno sítio onde hoje fica Valparaizo, tudo isto ocorreu do século passado para o atual, foi encontrado um crédito em favor do citado senhor no inventário de Dona Feliciana Maria Araújo Pereira Lyra, viúva do capitão João Alves Camelo Pereira de Lyra, da Usina Apolinário.
Em Serra Grande, tivemos ainda o José Orico, italiano, operário especializado em solda elétrica. Estudava muito e tinha uma pequena biblioteca. Lia “O capital” e outros livros deste gênero. Certa vez o vi discutindo com o Cônego Lyra, em italiano, sobre problema de economia. Ele esteve durante vários anos naquele centro fabril. Era casado com Dona Maria e tinha vários filhos. Entre estes: Aurora e José Orico Filho, este último muitos anos depois veio trabalhar na oficina da Usina Serra Grande Esta informação me foi prestada pelo nosso ex-prefeito José Nunes de Arruda (Zé da Farmácia).
Esteve também em Serra Grande outro italiano, o senhor Bione. Era fruticultor e veio iniciar o reflorestamento naquela usina, porém esteve pouco tempo, quando ele começava a realizar o plantio das mudas resolveu ir embora. Não sabemos muito a respeito destes dois últimos.
Temporariamente sempre vinha à Usina Serra Grande efetuar reparos na velha destilaria, um italiano residente em Palmares, de nome Agreli isto durante vários anos; ele e seus companheiros davam assistência aos velhos alambiques de cobre da destilaria da Usina Serra Grande.
RUSSOS
Salomão Nutels, russo de nascimento, de naturalidade ignorada, fornecedor de gêneros alimentícios ao exército russo, no tempo do regime czarista.
Atraído pela lenda de que na Argentina ouro e diamante se encontravam com facilidade, em 1914 para lá se dirigiu com esperanças de se tornar rico. Com o dinheiro escasseando, resolveu voltar à Europa, num navio alemão. Em Recife o navio foi preso e Salomão, confundido com alemão fugiu às pressas. É que o povo de origem alemã estava sendo perseguido, porém no outro dia ele toma o trem e vai para uma cidadezinha do interior de Alagoas, Lage do Canhoto. Era uma pequena vila que praticamente vivia da cana-de-açúcar, além de uma dezena de pequenos engenhos produtores de rapadura, açúcar mascavo. aguardente (cachaça) e uma usina.
Montou a Loja da Moda no único sobrado de São José da Laje, onde pela primeira vez foi instalado o sistema de vendas a prazo. Muito espirituoso, não falava corretamente o nosso idioma. Era seu empregado o Sr. José Pinto Soares (meu sogro).
Em 1922 conseguiu trazer a família da cidade de Ananiev, próxima à Ucrânia, para o Brasil, composta de sua esposa D. Berta, seu filho de 8 anos, Noel, e uma cunhada. Rapidamente o garoto se ambientou. Conhecia todos os quintais que escondiam os melhores ingás, pitombas, cajás, jacas, cajus, romãs, goiabas e bananas, como também o banho do rio Canhoto, no sítio dos Tavares, conhecido pelos cacaus. Estudou na Escola de D. Eugênia na Rua das Cordas, atualmente chamada Antônio Ferreira, ao lado da barbearia do Duda, e no Ginásio de Garanhuns (Colégio católico). Em 1932 ingressou na Escola de Medicina do Recife formando-se em 1938. Fazia parte do Banco Acadêmico, conjunto musical formado por estudantes.
Em 1932 seus pais se transferiram para a cidade do Recife, onde D. Berta montou uma pensão para estudantes e Salomão se estabeleceu com bazar de miudezas, ao lado do Diário de Pernambuco. Tempos depois Salomão ali falecia, sendo enterrado no cemitério dos Judeus.
Dona Berta e seu filho Noel, já médico, transferem-se para a cidade do Rio de Janeiro, recebendo convite para trabalhar nas obras da baixada fluminense. Aí começou sua batalha contra a malária e a tuberculose; depois, foram suas andanças por Goiás, Tocantins. Araguaia, Rio das Mortes e a Ilha do Bananal, as expedições do Roncador e do Xingu, estas com os irmãos Villas-Boas.
Outro serviço a que ele se dedicou de corpo e alma foi a Unidade Sanitária Aérea, a famosa (S.U.S.A.) que esteve várias vezes em nosso Estado, especialmente nos vales do Canhoto e Mundaú, ficando em Laje para levantamento do cadastro torácico da população da cidade e do interior do município.
Por mais de uma vez esteve com o Dr. Noel Nutels aqui em Maceió. Testemunhando o carinho quando se referia à Laje e ao seu povo relembrava sua vida no lugar que era sua pátria, recordava fatos e locais de brincadeiras infantis na Lage do Canhoto.
Noel escreveu um livro que era sua história e do seu pai, que apesar de inacabado a Livraria José Olímpio Editora publicou-o em 1974 — “Noel Nutels — Memórias e Depoimentos“.
Nosso Estado prestou-lhe homenagem doando-lhe o nome ao Dispensário de Tuberculose, à Praça das Graças, em Maceió.
Era casado com Dona Elisa e tinha dois filhos: Salomão e Berta. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro.
TOFFAN (Waldemir), de nacionalidade Russa, químico industrial, casado com Dona Maria. Ele veio residir na Usina Serra Grande dirigindo o Laboratório desta e controlando a produção de açúcar e álcool, bem como analisando a matéria prima para fabricação destes produtos. Ele instituiu um sistema de multas para as canas cortadas no período de 36, 48 e 60 horas. Este sistema era ótimo para a fábrica, pois o rendimento industrial era bom, mas os produtores de cana, no caso os nossos fornecedores, não gostaram da ideia do Dr. Toffan, vindo os desentendimentos entre usineiros e fornecedores. Por este motivo ele não se fixou em Serra Grande. O Dr. Toffan e Dona Maria eram sociais, tinham uma educação muito fina. Quando menino, ela mandava pedir à minha mãe para que eu fosse passar à tarde fazendo-lhe companhia, pois o casal não tinha filhos.
Toffan esteve em Serra Grande durante duas ou três safras de cana, retirando-se para Recife e daí para São Paulo onde possuía uma farmácia.
JAVANÊS
John Victor Henket de nacionalidade Javanesa, técnico em cana-de-açúcar, vindo para a Usina Serra Grande, através do Dr. Oscar Veloso Gordilho quando diretor da Usina Serra Grande S/A. Era o “javanês”, assim conhecido em Serra Grande e São José da Laje. Veio de Java para a Holanda durante a segunda guerra mundial, onde contraiu núpcias com Dona Cornélia, de nacionalidade Holandesa. E deste país (Holanda) vieram para o Brasil, especialmente para Recife.
O seu trabalho em Serra Grande (município de São José da Laje) era válido, mas muito avançado pare a época. Por isto não foi bem aceito pela classe canavieira lajense. O Henket não sabia a nossa língua, só com o tempo é que veio aprender nosso idioma, através de um Dicionário Holandês-Português e com os padres holandeses da Laje.
Ele tinha os seguintes filhos: Henrique, Johny Arthur e Charlotte (Lote). O Johny Arthur foi vítima de um acidente, sofreu uma queda de cavalo, no momento portava uma espingarda, vindo a mesma a disparar (teve morte trágica e momentânea).
Após o falecimento do seu filho e a venda da Usina ao grupo Dias Lins ele e sua família ficaram muito tristes e se retiraram do município, indo residir na Usina Barreiros, Pernambuco, mas ficando os restos mortais de Johny no cemitério público da Laje.
HOLANDÊS
Brugman, de nacionalidade holandesa, tendo imigrado para a Argentina, lá trabalhou na zona canavieira deste país sul-americano.
Vindo depois para o Brasil especialmente para Recife, Pernambuco. E dessa cidade para a Usina Serra Grande, onde esteve durante alguns anos.
Ele se dizia conhecedor de Geologia e afirmava que nas terras de São José da Laje e Serra Grande não havia minerais de maior importância em seu subsolo. No entanto havia uma jazida de ferro no subsolo de Paquevira, atual Glicério, entroncamento da Rede Ferroviária (G.W.B.R.), ligação dos ramais Alagoas, Garanhuns e Recife. Esta afirmação ele fazia na vista de várias pessoas, inclusive do senhor Florentino Souza Costa, Caixa da Usina Serra Grande nesta época, que reside aqui em Maceió.
Como ele sempre usava calças de cor preta, foi apelidado pelo senhor Raul Melo, como o “calça preta“, apelido este que ficou conhecido pelo povo devido à difícil pronúncia de seu nome.
FRANCÊS
FRANCISCO XAVIER THUET — S. C. J. religioso da Ordem dos Padres do Sagrado Coração de Jesus que residiu em Laje 29 anos, integrando-se a sua comunidade como um dos seus líderes.
Tivemos oportunidade de escrever um pequeno livro sobre a sua presença em São José da Laje.
PORTUGUÊS
JOAQUIM RODRIGUES COELHO de nacionalidade Lusa, vindo residir na Usina Serra Grande, trabalhou na casa comercial da Companhia Norte de Alagoas. Foi assassinado pelo irmão da sua noiva Ester Germínio Gonçalves, na rua do Pontilhão, atual Marechal Deodoro, tendo sido sepultado no Cemitério local (de São José da Laje).
JUSTINO RODRIGUES ALVES DE CARVALHO, de nacionalidade da terra de Camões, tendo imigrado para o Brasil (cidade do Recife). Contraiu núpcias com uma das filhas do Capitão Zacarias Lyra, dona Irene e por este motivo foi trabalhar com os primos de sua mulher lá em Garanhuns, no Hotel Tavares Correia, e depois veio para a Usina Serra Grande como Gerente do Barracão. Anos depois foi trabalhar em uma parte de terra em Valparaizo, de sua propriedade. Adaptou-se bem aos costumes locais e às condições climáticas de nossa região.
Em São José da Laje ele é muito relacionado e amigo de toda a população. Sendo muito conhecido pelo apelido de “Português do Valparaizo“. Os seus amigos contam muitas estórias de portugueses fazendo alusão do mesmo. Do seu casamento com Dona Irene tem dois filhos: Fernando e Eduardo Lyra Carvalho.
GUATEMALTECO
HECTOR EDUARDO CHAVARRIA BOESCHE, veio para o Brasil e, depois, para São José da Laje, onde veio a residir. Em Laje, casou-se com Ana Rosa Montenegro Pino, atual Titular do Cartório do Registro Civil do Fórum Judicial. Atualmente, ele é funcionário da madeireira Vale do Catangi e Artista Plástico. Os quatro filhos do casal são: Nelissa Rossana, Fábio Eduardo, Hector Eduardo e Hugo Otávio Chavarria Montenegro.
Outros estrangeiros deixaram de ser citados no presente trabalho porque não se fixaram por um período de tempo maior, por isso não se incorporaram à população lajense. Dentre estes, franceses, ingleses, alemães, gregos e os Padres Holandeses, pertencentes à Ordem do Sagrado Coração de Jesus.
*Publicado originalmente na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, volume 35, em 1985.
Bonito trabalho histórico dessa cidade linda que e São José da Lage em AL. Parabéns.
Muito interessante resgatarmos parte de belas histórias de nosso maravilhoso estado de Alagoas, e de pessoas importantes que passaram por aqui. Pura história, e devemos apreciar!!! Parabéns quem nos fez recordar e conhecer esses fatos!!!
Emocionada com tanta riqueza de história sobre os estrangeiros que aqui passaram e deixaram sua contribuição para o desenvolvimento da nossa terra. Fiquei curiosa, não sabia que tinha tido uma vereadora há tantos anos atrás. A minha curiosidade se tornou maior pelo fato de que eu estou vereadora aqui em São José da laje, fui presidente da câmara e não há registro algum do mandato dessa senhora se tiver mais informações mande no meu e-mail e fotos dela também. Obrigada, belíssima matéria.
Excelente trabalho, a história contemporânea Viva, pelo que parabenizo e que sirva de incentivo aos escritores de outras localidades.
Só tenho a agradecer ao Ticianeli pela publicação desse trabalho sobre os estrangeiros que passaram por São José da Laje. Para as geração que precisam saber mais sobre a Laje, estando as informações em redes sociais, contribuem para despertar, quem sabe, o interesse em saber mais sobre a terra em que nasceram.
Agradecemos de maneira especial ao pesquisador e historiador Fernando Pontes autor de vários trabalhos sobre São José da Laje.
Pesquisa excelente! Um benefício para historia no Brasil, principalmente as terras das Alagoas! Parabéns
Linda e emocionante esta matéria! Só vem a acrescentar-nos conhecimentos. Estive por várias vezes nesta cidade e não sabia disso. O próprio povo desta cidade não sabe dessa rica história. Mas essa matéria veio a fazê-lo. Que rica história! Os alunos das escolas de lá deveriam saber disso para que vissem o quanto é importante estudar, pois os empresários tiveram que importar a mão de obra qualificada porque aqui não existia isso à época. Acho que mostrar essa história aos alunos é uma forma de incentivá-los a estudar.
Uma verdadeira pérola esse resgate histórico dos bons e honrados estrangeiros em nossa Alagoas! Efusivos aplausos ao Sr. Ticianeli por sua obra de inestimável valor. Quisera mais alagoanos tivessem alcance cultural para entender a importância de pesquisas como esta e incentivar mais pessoas a valorizarem os fios que bordaram o nosso tecido social de boa cepa, retalho quase perdido na profusão de outras origens que nada acrescentaram de positivo à nossa terra.
Linda história de minha terra querida, Trabalhei na USGA, vi instrumentos e maquinários que não se ver em muitos lugares do brasil, hj, há vinte e sete anos moro em Barreiros, mas desde que sai da Laje, com aproximadamente oito anos e vim morar em Pernambuco, precisamente em Palmares, nunca ouvi nem li algo tão esplendoroso sobre nossa cidade, não sabia que ela era tão rica de histórias e bem feitorias, muito menos tinha escutado algo sobre uma mulher vereadora, talvez, uma posição muito elevada, para a época, mas que muito me enobreceu pela força de ajudar a população pobre.
Não é a primeira vez que leio algo sobre minha terrinha querida, através do grande Fernando Pontes, grande investigador, parabéns e forte abraço fraternal.
Maravilha de trabalho, parabéns, Sou Serragrandense nasci na usina em 1944 meu pai foi chefe da oficina mecânica de tratores e caminhões por mais de 40 anos Jose Rodrigues conhecido por Zé Leite Trabalhei na oficina de 1958 a 1963 quando me transferi para Arco Verde (Pe) e posteriormente para Recife. Conheci algumas pessoas citadas neste trabalho,e outras que cito dentre eles Sr. Waldemar, Dr. Fernando Pontes seu Irmão Geraldo Pontes, Zé Nunes da farmácia, Cicero enfermeiro Sr. Bernardino chefe do escritório, Dr. Rodolfo engenheiro, Dr. Oscar Gordilho, gerente da usina e medico cirurgião salvou muita gente fazendo cirurgias importantes no pequeno hospital local sem cobrar nada. Dr Ari nosso dentista, Dr. Vargas nosso medico clinico. Sr. João Melo Técnico mecânico industrial. Quanto ao Sr. Henket convivi com seus filhos, tanto o Heric como o John. Presenciei o fato lamentável que aconteceu com o mesmo sua morte prematura. Sr Henket era um dançarino de primeira, não perdia um bailhe.
Sr. Bada chefe da estação e sua esposa chefe dos correios. Sr. Augusto que faleceu no trágico acidente de trem na chegada da usina sentido Paquevira. Foi muito bom comentar este assunto, revivi meus tempos de garoto. Obrigado.
Amo Serra Grande! Tenho recordações lindas, principalmente de infância. Adoro ler sobre suas histórias e seu povo. Foi uma honra trabalhar e morar nela. Linda!!Linda!! Sempre linda!!
Sou filho Augusto Dias que era gerente , lembro que o casal Willy Dietsche sua esposa Rosalina, me levaram a bordo do Zeppelin e fui recebido pela esposa do comandante que me presentiou com doces e biscoitos e visitei a aeronave etc. Tenho lembranças de todas estas familias mas tenho 98 anos e não e facil recordar detalhes etc, mas espero em breve visitar esta cidade e tentar relembrar dos bons momentos ai vividos .
Alguém sabe algo da família Santana? Mais especificamente de Ludovino Antônio Santana.
Excelente matéria!
Parabéns. .nasci em sao jose da lage. .sou neto de Luís vergolino..pai de ze lito pai de Claudia mulher de Luiz Artur veras.conheço neno e carly desde garotos ..jane.. rico ..Júnior. .quinca..Claudia. .minha mãe trabalhou na casa deles passei vários carnavais ae..em 1984..lembro de todos. .eu Arnaldo passei 30 anos em sp..mas lembro-me de tds até de um rapaz chamado nuoleo ai..o velhinho papai Noel morava nos fundos da casa da jane e nena da loja que era prima da minha mãe lilia….lembro até do Chicor..João Pinheiro cissao guitarrista ex vereador ai….hoje moro em Teresina. …086-9 9833 4046-Tim -9 9520 6303 claro
História muito interessante. A gente volta no tempo. Parabéns.
Independente de sua vocação literária, fico deveras agradecido ao primo Fernando Pontes, por fazer-me conhecer mais sobre minhas raízes! Também ressaltar sua prova de amor à “LAGE QUERIDA”, como dizia meu velho!
Ajuda para encontrar familiares. https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1537644069615021&id=229784560400985
Realmente é de admirar que São José da Laje também tenha tido influência estrangeira. Nasci na cidade e lembrei da vários lugares citados. Hoje resido em São Paulo e sei o que um outro povo representa para o crescimento de um lugar, principalmente aqui que tem tanta influência nordestina.
Amo a minha cidade natal e procuro sempre pesquisar sobre a Historia e fatos que se passaram em nosso município. Pois este município tem uma História linda, como Lajense lhe sou grato por nos passar essas informações sobre o passado de nosso querido município.
É emocionante saber das nossas origens no local onde nós crescemos e vivemos, meu pai João Alfredo administrou o Sítio Grangeiro por muitos anos.
Procuro por meu bisavô antonio mauricio lopes que faleceu 1932, casou se em uniao palmares al com teresa marques lopes n acho nd
Parabéns pela excelente pesquisa!
Gostaria de saber sobre a família Camilo em São José da Laje.
OLá Que bela história ai começa minhas origens Sou Paulistana e cresci ouvindo meu pai contar historias de Serra Grande e em uma delas ele conta que meu avó Antonio Inacio da Silva ao falecer deixou a fazenda em Sâo josé da Laje e os filhos todos bem novos venderam a fazenda para a usina de Serra grande hoje meu pai tem 96 anos ..Bela historia
Sou lajense hoje, mas nasci lagense, com “g” de gato. Minha terra querida traz um lastro de maravilhas, contudo dissabores do passado político fizeram dela um cipreste de grandes e infelizes dias já passados, Hoje, minha Laje renasce no meio da lama deixada pelas enchentes de 1941, 1969 e 2010. Sempre valente, é consagrada a Princesa das Fronteiras, trazendo no meio de tantas lutas, com certeza, o apogeu da poesia encantadora de grandes vultos lajenses, os quais fizeram decantar, às margens do Rio Canhoto, páginas dedicadas ao Nordeste, iguais àquelas pensadas por Marco Pino em seu dístico: Tu és o Grande Nordeste, Minha Terra Pequenina! Parabéns, Laje, adoramos você e tudo o quanto é consagrado por esse povo lagense e lajense.
Marco Pino
Alguma notícia sobre o meu trisavô, Antônio da Silva Portella, dono do Engenho Dois Braços em São José da Lage?
Desde pequeno, hoje aos 51 Anos, ouvia meu Avô Sr. Piloto de União dos Palmares, falar da magnitude e importância da Usina Serra Grande.
Ouvi as historias do acidente de trem ocorrido na estaçao de trem da Usina Serra Grande, que vitimou um irmao de minha avó Leonor Araujo Medeiros, o Sr. João Araujo.
Este mês estive de passagem pela Usina Serra grande e conheci algumas pessoas que viveram por mais de setenta anos na Usina e que hj moram no conjunto chamado Cubatão, falo de Mané Gas Óleo, e sua esposa Geruza, ele hoje com 82 anos e ela 77 anos. O casal teve 16 filhos e somente 10 sobreviveram. A energia, alegria e lição de vida desse casal, serve de inspiraçao e orgulho a todos os homens e mulheres que fizeram, fazem e farão a história da Usina Serra Grande. Mané Gas Óleo, é tio de Zilda Felix de Oliveira, que também viveu nas décadas de 1975 e 1980, o áureos tempos das festas de Natal e ano novo, e os inesquecíveis bailes e sessões de cinema. Era sempre na época das férias escolares. Que muitos jovens e adolescentes, visitavam parentes e amigos e desfrutavam de tantas alegrias e festividades locais. Zilda Felix ressalta que os bailes eram inesquecíveis e que com muita emoção, lembra dos momentos de alegria dos casais e familiares da Usina e de São Jose da Lage, com a presença de Roberta Miranda, Reginaldo Rossi, Noite Ilustrada, Ovelha, Alípio Martins e tantos outros cantores famosos. Dia 16/08/2019, haverá baile no Clube, e quem puder comparecer, ira encontrar muitos amigos e conhecer a nova geração daquela paradisíaca localidade.
Belo documentário, alguém conhece a família de ANTÔNIO PEREIRA DAS NEVES E SALVINA BRITO DAS NEVES? GRATA
Tive a honra de conhecer o escritor e amigo Fernando Galvão de Pontes, grande lajense que sempre se preocupo com a cultura e costumes de sua terra, sempre bem retratadas em seu livros.
Em “Os Estrangeiros em São José da Laje” faz menção de minha passagem nessa cidade que aprendi amar, e que muitas boas lembranças a deixado.
Existe um movimento nordestino de indivíduos que buscam resgatar a ancestralidade de sua família que possui raiz judaica. Muitos desconhecem, mas grande parte do Nordeste foi povoado por judeus que foram forçados a conversão ao catolicismo e ficaram conhecidos na história como cristãos-novos, marranos e cripto judeus. Tendo ancestralidade judia, muitas pessoas estão “retornando” as crenças e inclusive conseguindo o retorno ao Judaísmo, já que não se faz necessário conversão porque são judeus de sangue. Eu acredito que muitas das famílias de São José da Laje tem raízes no judaísmo, uma vez que muitos dos costumes judeus permaneceram até o dia de hoje, muitos com explicação totalmente diferente já que sofreram perseguição, exemplo: varrer a casa sempre da porta para o quintal e nunca o contrário, cobrir espelhos das casas quando familiares morriam, beijar o pedaço de pão que caísse no chão, ascender vela sexta feira a noite, uso do termo “Deus te crie” quando alguém espirrava, antes de beber jogar um pouco de bebida para o “santo”, jogar punhado de terra sobre o caixão no sepultamento. Além disso, existem sobrenomes que se relacionam com judeus que vieram da Europa como Silva, Lourenço, Melo, Carvalho, Oliveira, Vieira e tantos outros. Quem tiver interesse em saber mais sobre sua família e remontar o passado das famílias de São José da Laje, estou nessa busca 82 9 96722751.
Alguém conhece alguma pessoa de sobrenome FLORENCIO pois meu avô José florencio migro de são José da lage para palmeira dos índios na década de 40 e ficaram o pai irmaõs dirrepente existe algum primo de minha mãe ai na cidade.
Faltou os Bispos de origem Judaica
Muito bom!
Parabéns, Edberto! Excelente artigo. Muito importante para a história local e nacioanal. Tenho uma foto de D. Balbina Cassela e do “coronel” Arthur Neves, seu filho, meu avô materno assim como de Zadir e Conseulo Cassela. Posso partilhar se tiverem interesse. Sei que habitavam na Rua do Com(m)ércio, naquele tempo ainda escrito com dois Ms.
Caro Jader, estas oferecidas podem ilustrar o material já publicado. Somos gratos por sua colaboração. Nosso email e´: eticianeli@gmail.com.
Prezados boa tarde!
Gostaria de obter informações sobre quem era os pais do Prefeito Antonio Ferreira, estou montando minha arvore genealógica e os pais dele são meus trisavos. (eu sou bisneto da irma de Antonio Ferreira (Ana Ferreira)). Obrigado pela ajuda! Paulo
Nasci em São José da laje, minha mãe Bertina Pereira da conceição e o nome do meu pai Antônio Amaro Bezerra. Gostaria de encontrar alguém da família.
Meu Bisavô se chamava ( Manoel Aureliano) Gostaria de saber mais sobre a origem deles.
Sou nascida na USGA, 1959. Nasci na cada dos meus avós RAUL DE OLIVEIRA MELO e MARIA AUREA CARDOSO MELO,(CONHECIDA COMO MAROQUINHAS). NAO tenho foto deles sera que entre alguém que os conheceu tem alguma fotografia.
Meu pai José Pedro Ambrozio nasceu em Laje em 26/01/1911 e falava muito sobre um senhor por nome Ageu, será esse do qual fala essa publicação?
Em fevereiro de 1985, tive o prazer de conhecer Laje e levar meu pai para rever um irmão que em Ibateguara i fomos até Rochadinho e meu pai mostrou me a casa onde morou ‘seu Ageu’ como ele dizia, não sei o porquê mais registrou me com o nome de Argeu Ambrozio.
Meu avô materno foi morto num ritual que até hoje não sei por seus próprios parentes, possivelmente nos idos de 1920 e que depois ressuscitaria e que não aconteceu, chamava José Corrêa da Silva . Se alguém souber dessa história ou publicação em jornais, gostaria me informassem.
Gostaria muito de saber a respeito do Sr. Bernardino e sua família. Ele foi Chefe do Escritório da Usina Serra Grande, dirigiu e escreveu no Correio no Lajense e fez teatro em São José da Laje.
Gostaria de saber se ainda tenho parentes em São José da laje , meu pai , Zacarias Cristóvão de Almeida, minha mãe severina Lopes de Almeida ( nina) irmã do meu tio Antônio Lopes. Todos trabalharam na usina serra grande. Gratidão!