O início do cinema falado em Maceió
Cinearte em Maceió no dia 17 de maio de 1945. Depois foi o Cine São Luiz
Al Jolson, Eugenie Besserer e May Mac em The Jazz Singer, primeiro filme falado da história
O cinema sonoro surgiu nos EUA em outubro de 1927 no filme O Cantor de Jazz com Al Jolson. Até então, as imagens recebiam a trilha sonora de um pianista ou violinista que tocavam durante a projeção da película.
No Brasil, a primeira exibição de um filme sonorizado ocorreu no dia 13 de abril de 1929 em São Paulo. O filme Alta Traição (The Patriot) com Emil Jannings foi quem inaugurou o Cine Paramount na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, 79.
Em 20 de junho de 1929 foi a vez do Rio de Janeiro exibir na tela do Palácio Teatro a produção musical da Metro Goldwyn Mayer, Melodia da Broadway (Broadway Melody), com Charles King, Anita Page e Bessie Love.
A realização foi da Companhia Brasil Cinematográfica e o filme foi apresentado para os convidados do presidente da CBC, Francisco Serrador, incluindo o presidente da República, Washington Luís, e para quem pôde pagar 5$000 nas poltronas ou 4$000 nos balcões.
Arch Heath dirigindo em 1928 Melody of Love, o primeiro filme falado da Universal
O primeiro filme sonoro brasileiro foi Acabaram-se os Otários, uma comédia dirigida por Luiz de Barros e tendo como protagonistas Genésio Arruda e seu irmão Sebastião, que faziam sucesso nos palcos paulistas interpretando caipiras. O filme estreou em 2 de setembro de 1929 no Cinema Santa Helena, em São Paulo.
Em Maceió, há controvérsias sobre quando se deu a primeira experiência de cinema sonorizado. Elinaldo Barros, no seu livro Panorama do Cinema Alagoano, cita duas possibilidades.
Segundo o professor Diegues Jr, a estreia foi em 1929 com o filme Melodia da Broadway (Broadway Melody), o mesmo apresentado no Palácio Teatro do Rio de Janeiro. Foi exibido no Cine Floriano, que passou a ser Cinearte e depois Cine São Luiz.
Para José Maria Tenório da Rocha, essa exibição inicial se deu em 1930 no mesmo cinema, mas com o filme Follies 1929.
Recife assistiu pela primeira vez o cinema falado no dia 31 de março de 1930 no Teatro Parque. O filme: Melodia da Broadway (Broadway Melody).
Um artigo publicado no Alagoas: Mensário Ilustrado de setembro de 1938, resume o que representou o cinema falado para Maceió.
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Anúncio da primeira exibição do cinema falado no Brasil, em São Paulo, no dia 13 de abril de 1929
O cinema falado tomou conta de Maceió e teve a faculdade de atrair a gente moça e espantar os apaixonados admiradores da cena muda.
O velhinho do violino, gemendo valsas antigas, e a senhorita magra que feria os teclados, os ouvidos dos “fans” e as músicas as músicas de Chopin e Mozart, desapareceram de junto da tela.
Fugiram espavoridos temendo os gritos do finado Lawrence Tibet, as gargalhadas clássicas de Martha Eggerth e o ruído de pratos quebrados nos filmes do Gordo e do Magro.
O cinema falado pôs “knock-out”, no primeiro ou no segundo “round”, astros de renome mundial que não tinham voz e vitalinas enfeitadas que amavam os gestos e o silêncio, odiando a voz humana como o diabo odeia a cruz…
Os beijos, agora, estalam indiscretamente. Os automóveis fazem barulho, os canhões estouram, dando a impressão bem viva do que é a guerra…
O pessoal miúdo ouve alegremente o ruído das patas do cavalo de Tom Mix e os socos de Buck Jones na cara dos bandidos.
As meninas românticas já podem falar baixinho com os namorados enquanto na tela Errol Flyn dá ordens bem alto, metido na pele do Capitão Blood.
Os velhos já podem dormir descansados nas cadeiras da frente, porque o som que parte do aparelho não deixa que se ouça o roncar descompassado de um homem que o sono venceu…
O cinema falado teve a simpatia de muita gente. Foi uma coisa preciosa, não resta dúvida…
Feliz iniciativa oportuniza a todos que gostam conhecer a história do cinema, principalmente aqui em Alagoas. Obrigada pelo privilégio dessa informação.