José Albuquerque Rocha, médico e militante político
O médico cardiologista José Albuquerque Rocha nasceu em Palmeira dos Índios, Alagoas, no dia 19 de março de 1937. Era filho de Antônio da Rocha Leite e de Josefa Albuquerque Rocha.
Em Maceió, onde foi estudar, trabalhou nos Correios e Telégrafos ao mesmo tempo em que cursava Medicina e tinha participação destacada no movimento estudantil. É dessa época a sua vinculação ao Partido Comunista Brasileiro – PCB.
No dia que conclui o curso de Medicina, 1º de abril de 1964, foi preso e levado para a Penitenciário de Maceió onde ficou por vários meses. Foi dirigente estadual do PCB e exerceu papel importante na reestruturação do partido nos anos que se seguiram ao golpe militar.
Ao sair da prisão exerceu a medicina em Maceió e continuou atuando clandestinamente no PCB. Foi escolhido delegado ao VI Congresso Nacional do PCB em 1967, representando os comunistas alagoanos. Esse congresso foi realizado em São Paulo em total clandestinidade.
Em 1968, foram presos vários militantes da Ação Popular – AP, que estavam atuando clandestinamente no sertão de Alagoas, em Pariconha, então distrito do município de Água Branca.
Entre as lideranças camponesas presas estavam Aldo Arantes, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes – UNE, sua esposa Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes e dois filhos, André e Priscila. Outro casal preso foi Gilberto Franco Teixeira, sua esposa Rosemary e sua filha adotiva Rita.
Segundo depoimento de Aldo Arantes, o PCB foi procurado pela AP em busca de apoio para a ação que libertaria os presos. A Direção Estadual não concordou em participar, mas José Rocha, contrariando decisão do seu partido, envolveu-se ativamente na libertação dos prisioneiros que se encontravam numa delegacia no Centro de Maceió.
O plano, com algumas improvisações, deu certo e os presos conseguiram sair de Alagoas sob a proteção de vários militantes da AP e de José Rocha.
Na primeira metade da década de 1970, José Rocha sai de Maceió e vai clinicar em São Paulo, onde continuou a militância comunista até meados da década de 1980. Deixou a militância comunista e se filiou ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi candidato a deputado federal, mas não conseguiu se eleger.
Faleceu no dia 6 de dezembro de 2006, poucos meses após regressar à Maceió. Foi enterrado em Palmeira dos Índios, sua terra natal.
Fonte principal: Livro Mozart Damasceno, o bom burguês, de Geraldo de Majella.
Nem acredito que o Rocha haja conseguido guardar todas essas coisas de mim, tão amigo que fomos, grandes amigos, mesmo. Meu caro Majella: você tem realizado um papel muito importante para a História. Muito bom, mesmo. Caso me encontre com o Rocha, aí em alguma dimensão da eternidade, vou lhe dizer bons desaforos, pode crer…..