João Galego, o fabricante de cofres de Palmeira dos Índios
![Cofre do Catete fabricado por João Galego na cena do filme Getúlio](https://i0.wp.com/www.historiadealagoas.com.br/wp-content/uploads/2018/10/Cofre-do-Catete-fabricado-por-Jo%C3%A3o-Galego-na-cena-do-filme-Get%C3%BAlio-e1539646756529.png?resize=820%2C410&ssl=1)
Uma fábrica de cofres em Palmeira dos Índios, Alagoas, era algo tão inédito em 1954 que a revista O Cruzeiro enviou o repórter Ítalo Viola e o repórter fotográfico Rubens Américo para investigar a informação.
Após passarem um dia no agreste alagoano, os repórteres produziram uma pequena matéria que foi publicada no dia 25 de setembro de 1954, nº 50 da então revista de maior circulação no país. O título era Artesanato em Palmeira dos Índios.
A revista informava que João de Araújo Wanderley e mais três operários produziam objetos de ferro em uma pequena oficina naquela cidade alagoana.
“Fundição, estamparia, peças niqueladas, tudo, enfim, é ali realizado desafiando tecnicamente os grandes centros mundiais de produção em série”, destacou o repórter, avaliando que existiam centenas de oficinas improvisadas como estas no país fazendo verdadeiros prodígios.
A reportagem diz ainda que o pequeno empresário havia solicitado ao presidente Getúlio Vargas que o ajudasse a ampliar os negócios autorizando um empréstimo de 650 mil ao Banco do Brasil.
Depois de muita burocracia, um avaliador esteve em Palmeira dos Índios e constatou que as máquinas da empresa, algumas fabricadas pelo próprio João Wanderley, valiam 850 mil cruzeiros, o que garantiria o empréstimo.
![](https://i0.wp.com/www.historiadealagoas.com.br/wp-content/uploads/2018/10/Cofre-fabricado-por-Jo%C3%A3o-Galego.jpg?resize=779%2C1024&ssl=1)
Cofre fabricado por João Galego
O Banco do Brasil enviou então o pedido ao Banco do Nordeste e este, até a data da publicação da reportagem, não tinha ainda se pronunciado.
A editoria do portal História de Alagoas, quando entrevistou o veterano radialista Luiz de Barros, descobriu que ele foi casado com Marily Wanderley de Barros, filha do empresário João Araújo Wanderley, o João Galego. Ele mesmo, o fabricante de cofres de Palmeira dos Índios e responsável pela instalação do primeiro elevador em Palmeira dos Índios.
Luiz de Barros revelou ainda que um dos cofres fabricados pelo seu sogro foi dado de presente a Getúlio Vargas e que hoje ele está no Museu do Catete, no Rio de Janeiro. É esse cofre que aparece em uma das cenas do filme “Getúlio”, que teve a direção de João Jardim.
João Araújo Wanderley era primo de outro alagoano empreendedor e mais conhecido, Tércio Wanderley e tinha origem holandesa.
Neto de João Galego, o jornalista e advogado Vladimir Barros informa que seu avô casou três vezes e teve 23 filhos, entre eles sua mãe, d. Zenilda Wanderley, esposa do dr. Ivan Barros.
Após a morte do fabricante de cofres de Palmeira dos Índios, em 9 de abril de 1985, seus filhos Waldir Wanderley e João Wanderley Filho mantiveram a Metalúrgica Hélio e ainda hoje a indústria existe como uma móveis de aço.
Prezado Ticianeli,
Como penso já ser de teu conhecimento, sou alagoano, nasci em Fernão Velho e fui para o Rio de Janeiro aos 14 anos incompletos, mandado buscar por um tio, irmão de minha mãe. Meus pais foram Taurino de Mendonça Ribeiro, nascido em Marechal Deodoro, e Odinete Peixoto de Barros (em solteira), nascida em Curralinho, atual Messias. Meu pai trabalhou na Fábrica Carmen até a sua aposentadoria. Quando criança ouvi informações de que os Calheiros seriam de origem holandesa, que decidiram permanecer no Brasil após a retirada das tropas invasoras holandesas. Meu avô materno chamava-se Paulino de Barros Calheiros. Mas, ele excluiu este sobrenome de seus descendentes depois que um parente cometeu um grave delito contra ele. Abraços agradecidos,
Claudio Ribeiro – Casimiro de Abreu, RJ.
Outro parente de João wanderley, o cineasta José Wanderley, seu sobrinho que conseguiu fazer um filme de relativo sucesso na década de 60 (?).
No tempo em que os cinemas abriam a exibição da sessão com um cinejornal, conseguiu manter a exibição de um com imagens locais.
Alagoas deve-lhe homenagens e as imagens históricas deveriam ser resgatadas.
Alguém tem informações a respeito de Amélia Buarque Wanderley ?