História dos bairros do Alto do Farol
Como se constituíram os bairros do Farol, Pitanguinha, Pinheiro, Canaã e Santo Amaro
Somente na segunda década do século XX foi que teve início em Maceió a expansão da malha viária de Alagoas a partir da construção ou pavimentação de estradas de rodagem, atendendo a demanda provocada pela presença crescente dos automóveis.
Em Maceió, a principal iniciativa deste período coube ao governador Clodoaldo da Fonseca, que autorizou em 1914 a construção da Estrada do Jacutinga até Cachoeira, em Rio Largo.
Entretanto, alguns anos antes já tinha sido realizado investimentos em estradas no Alto do Jacutinga e Planalto do Piripiri-pau, mesmo sem fazer parte do que se constituiria uma política governamental para as vias de transportes terrestres do Estado.
A estrada de rodagem pioneira naquela área foi anunciada com a publicação no jornal Gutemberg de 10 de dezembro de 1910 da Lei nº 157, assinada no dia anterior pelo intendente da capital.
“Lei nº 157, de 9 de dezembro de 1910
O Bacharel Demócrito Gracindo Intendente do Município de Maceió:
Faço saber que o Conselho Municipal decretou e eu publico a lei seguinte:
Art. 1º – Fica o Intendente autorizado a mandar construir uma estrada de rodagem que partindo da Praça Jonas Montenegro [atual Praça do Centenário], no Alto do Jacutinga [atual Farol], vá terminar em Bebedouro.
Art. 2º – O Intendente baixará as instruções precisas para a execução deste melhoramento público, para o qual abrirá o crédito necessário.
Art. 3º – Revogam-se as disposições em contrário.
Intendência Municipal de Maceió 9 de dezembro de 1910.
Foi publicada a presente lei nesta Secretaria em 9 de dezembro de 1910.
O Intendente, Demócrito Brandão Gracindo”.
A proposta de Lei foi apresentada pelo conselheiro municipal José Nunes na sessão do dia 22 de novembro de 1910, e nela havia um detalhamento sobre como interligar o Jacutinga à Bebedouro, indicando a construção “em local de fácil descida”.
Uma nota publicada no jornal Gutemberg de 18 de dezembro de 1910 informava que naquela data os trabalhos já tinham começado e acrescentava que a estrada de rodagem teria “um ramal para os Areiaes”.
Em relatório apresentado ao Conselho Municipal de Maceió em 7 de janeiro de 1911, o intendente Demócrito Gracindo explicou que não foi possível concluir a obra, “contudo, os serviços executados dão uma perfeita ideia de que será em breve esse melhoramento público, que o meu ilustre sucessor há de inaugurar”.
“A estrada tem suficiente largura para o trânsito de qualquer veículo. O seu leito convenientemente aterrado, com declives para o escoamento das águas pluviais, oferecerá todas as garantias de segurança ao trânsito público”.
E concluiu: “Com a abertura da estrada teremos o ensejo de conhecermos pitorescos pontos do planalto, oferecendo um passeio muito agradável e muito higiênico com transportes rápidos e cômodos que possuímos. A sua construção está sendo feita por empreitada pelo cidadão José Atahyde pela importância de 1:000$000, estando paga a quantia de 500$000”.
Esta ligação com Bebedouro a partir da Praça Jonas Montenegro foi o embrião da futura Estrada do Jacutinga, que passou a ser tratada também como Estrada dos Automóveis. É a atual Av. Fernandes Lima.
A Praça Jonas Montenegro foi assim denominada pela Lei nº 127, de 28 de setembro de 1908. O local passou a receber as partidas de futebol do Centro Sportivo Floriano Peixoto a partir de 7 de setembro de 1916, quando o time Floriano Peixoto, futuro Centro Sportivo Alagoano em 13 de abril de 1918, venceu o CRB por um tento a zero.
Esta área, antes, também foi denominada Praça Periperi-pedra ou Praça Periperi-pau. Atualmente é a Praça do Centenário. Até o início do século XX, o planalto que deu origem ao Farol era conhecido como Jacutinga, na área mais próxima ao sinalizador, e “Piripiri-páo” nos arredores dos sítios que deram origem à Praça.
Não foi possível localizar o traçado desta estrada, mas é provável que esta via tenha sido construída aproveitando um caminho pré-existente, sendo pavimentado até onde depois foi construído o Quartel do Exército ou até as proximidades do atual Hospital dos Usineiros.
No primeiro caso, derivando nas imediações do Quartel pela atual Rua Prof. José da Silveira Camerino (antiga Rua Belo Horizonte), passando pelo Sanatório e descendo a Ladeira Passos de Miranda, antiga Ladeira do Calmon, para Bebedouro.
Na outra possibilidade, esta derivação para Bebedouro teria ocorrido nas proximidades do atual Hospital dos Usineiros, fazendo uma conversão em direção ao Sanatório.
O intendente que assumiu em 1911, Luiz de Mascarenhas, continuou a obra e a concluiu, como mostram alguns relatórios publicados no jornal Gutenberg no início de 1911, informando os gastos com a obra no item “Estrada do Jacutinga à Bebedouro”.
No dia 25 de janeiro de 1911, o Gutenberg publicou a seguinte nota: “ESTRADA DO JACUTINGA – Vão bem adiantados da estrada que o governo Municipal mandou construir do Jacutinga até Bebedouro. É desejo do contratante dá-la ao tráfego público dentro destes dez dias”.
Por estas datas pode-se concluir que a estrada foi construída em menos de dois meses.
Três anos depois, o governador Clodoaldo da Fonseca ampliou o trecho inicial da Estrada do Jacutinga, prolongando-a pelo Tabuleiro do Pinto até Cachoeira, em Rio Largo.
Bairro do Farol
A Estrada do Jacutinga foi a primeira grande obra viária em Maceió após o surgimento do automóvel. A partir de então a cidade passou a se desenvolver também em torno de estradas de rodagem.
Assim, o bairro do Jacutinga, que havia sido implantado em torno da Casa da Pólvora e cobrado a construção da atual Ladeira da Catedral, principalmente após a construção do farol, se estendeu para além da Praça Jonas Montenegro.
O jornal delmirense Correio da Pedra de 22 de outubro de 1922, assim anunciou o começo das reformas na principal via do Farol: “MACEIÓ 20 – Pelo engenheiro do Estado, dr. Hollanda Cavalcante, foram iniciadas ontem os trabalhos de levantamento da Avenida Fernandes Lima, no Alto do Farol, tendo caráter festivo”.
No ano anterior, a Companhia Alagoana de Trilhos Urbanos anunciara que pretendia estender suas linhas no Farol, “onde as mesmas chegarão até a Avenida Fernandes Lima“. (Diário de Pernambuco de 22 de setembro de 1921).
Em outubro do ano anterior foi divulgado que haveria uma linha de “auto-omnibus” da Rua do Comércio à Avenida Fernandes Lima. Entrou em funcionamento às 13 horas do dia 29 de dezembro de 1922. Pertencia ao empresário José Augusto Cabral.
Entretanto, a utilização mais efetiva desta via se deu após a inauguração do Aeroporto Costa Rego, no Tabuleiro do Pinto, em outubro de 1928. Ficava onde atualmente está o Departamento de Estradas de Rodagem de Alagoas, na descida para Satuba.
Foi nesse mesmo período que Costa Rego autorizou a instalação de poços tubulares no bairro. Considerava o governante que “o suprimento d’água no Alto do Farol, em Maceió, é ainda deficiente”. Avaliava que a área era privilegiada para a fruticultura e que “o planalto do Jacutinga necessita de água abundante”.
Uma reportagem publicada no Diário de Pernambuco de 25 de maio de 1935, analisava “A expansão da cidade de Maceió” e destacava o Farol como o bairro de “maior futuro pela sua salubridade e como único arrabalde por onde a cidade pode crescer…”. O texto identificava que a “população primitiva” ocupava as proximidades do centro da cidade, mas que pouco a pouco avançou “para cima”. Observa ainda que o Farol também foi beneficiado por novas construções “do lado de Bebedouro”.
Sobre a principal via do bairro, o jornal pernambucano assim preconizava: “Em continuação à avenida Thomaz Espíndola, a avenida Fernandes Lima se lança pelo planalto como a perspectiva mais bonita de artéria suburbana no futuro de Maceió”.
Destacava também que a média mensal de construções ali “nunca foi atingida, certamente, em nenhuma outra fase”, mas que sofria com o não oferecimento de água encanada e transporte.
No início dos anos da década de 1940, um novo aeroporto foi inaugurado e a antiga estrada ganhou pavimentação asfáltica e novos equipamentos, como o Quartel do 20º Batalhão de Caçadores e uma caixa d’água.
Em fevereiro de 1948, o Farol foi escolhido para ser o primeiro bairro beneficiado pela recém-criada Fundação da Casa Popular. O governador Silvestre Péricles foi quem doou o terreno na Av. Fernandes Lima para a construção de 52 casas. A pedra fundamental foi lançada no dia 24 daquele mês.
Em 1958 foi inaugurado o Centro Educacional de Pesquisa Aplicada, mesmo sem todas as etapas concluídas. Sua localização era considerada distante da área mais urbanizada da cidade. Esse complexo educacional recebia em 1980 as seguintes instituições da educação: Escola Moreira e Silva (1º e 2º graus); Escola Profissional Princesa Izabel, Centro de Treinamento do Magistério; Escola Experimental Maria José Loureira; Escola de Artes; Escola D. Pedro II, Centro de Desportos e Recreação, Jardim de Infância e Maternal; Centro de Estudos Supletivos; Grupo Escolar Prof. Vitório da Rocha; Escola José Correa da Silva Titara; Escola José da Silveira Camerino; Escola Maria Rosália Ambrósio; Instituto de Línguas de Alagoas; Centro de Ciências de Alagoas e Colégio Integrado Prof. Afrânio Lajes.
A duplicação da Av. Fernandes Lima teve início em julho de 1970. A obra foi administrada pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem teve como executora a firma Pioneira.
Com todas essas modificações, os terrenos dos sítios e chácaras foram dando lugar a novas construções e o bairro foi se definindo como predominantemente residencial.
Novos bairros
À medida que se expandia, o Farol foi deixando de ser toda a área no entorno da Av. Fernandes Lima. Outras denominações surgiram para partes do planalto, fazendo referência a alguma característica física ou histórica. Assim surgiram os bairros da Pitanguinha, Pinheiro, Gruta de Lourdes, Canaã e Santo Amaro.
Pitanguinha
Em 1879, o jornal O Orbe já se referia a Gruta da Pitanga e Rego da Pitanga quando se discutia a instalação de uma via férrea a partir do Poço “até alcançar a planura do Piripiripao [área no entorno da Praça do Centenário]”.
Na verdade, o Rego da Pitanga era a denominação de um trecho do Riacho Reginaldo, como fica evidente no relatório governamental de Costa Rego em 1927, que relacionava os levantamentos feitos em Maceió: “Levantamento do riacho Reginaldo, no trecho conhecido por Rego da Pitanga, começando na altura da Rua Ypiranga (antiga da Areia) [atual Rua Comendador Firmo Lopes] seguindo leito acima, num percurso de 2500 metros”.
Essa referência ao Rego da Pitanga pode ter influenciado na denominação do bairro. Entretanto, em depoimento ao O Jornal, de 10 de novembro de 1996, o tenente Antônio Gonçalves de Mello, um dos antigos moradores do local, e então contando com 90 anos de idade, revelou que o nome do local surgiu em referência a uma pequena pitangueira que dava bons frutos.
As primeiras citações sobre a Pitanguinha encontradas por esta pesquisa são do início do século XX. Félix Lima Júnior, no texto “A Semana Santa na antiga Maceió”, publicado no Diário de Pernambuco de 11 de abril de 1952, faz referência ao passado onde a Pitanguinha era um dos locais onde se colhiam os ramos de ouricuri para o rito católico. Menciona como um dos religiosos da celebração o cônego João Machado de Melo, que faleceu em Maceió no dia 10 de junho de 1920.
Em meados da década de 1930, o Diário de Pernambuco de 26 de janeiro de 1935, volta a citar a Pitanguinha na coluna Notícias dos Estados.
Informa o jornal pernambucano que em Alagoas “numerosos habitantes do bairro Pitanguinha, no planalto do Jacutinga nesta capital, apresentando uma população em idade escolar de 50 crianças de ambos os sexos, pleiteiam a criação de uma cadeira de ensino primário ali”.
Dias depois, foi transferida uma “cadeira” do município de Viçosa para “o lugar Pitanguinha, no município da capital” (Diário de Pernambuco de 1º de fevereiro de 1935). Em 1937, o Almanaque de Ensino faz referência a uma escola isolada na Pitanguinha.
Ao noticiar as inundações provocadas pelas fortes chuvas em Maceió, o Diário Carioca de 9 de agosto de 1944 descreve a cidade como uma área “apertada entre o mar, um tabuleiro e uma lagoa”. Essa parte alta é descrita como tendo “uns vinte metros de altitude e os bairros de Farol, Pinheiro, Pitanguinha, que se situam 50 e 60 metros sobre o nível do mar…”.
A consolidação do bairro na década de 1940 foi identificada pelos poderes públicos e no início dos anos de 1950 suas ruas foram denominadas em um único ato legislativo. A Lei nº 253, de 17 de novembro de 1952, assim determinou: “Ficam denominadas Cel. José Augusto Cabral, Cônego Lessa, Monsenhor Capitulino, Desembargador Pereira do Carmo, da Alegria, da Pitanga e Ladeira Antônio Félix as diversas ruas existentes conforme planta anexa, no local designado ‘Pitanguinha’, no Alto do Jacutinga deste Município”.
O prefeito desse período era Abelardo Pontes Lima, que também construiu a ponte sobre o Rego da Pitanga (Riacho do Reginaldo), facilitando o acesso ao Alto do Feitosa. Atualmente, essa via é conhecida como Ladeira do Moenda. Recebeu calçamento em 1966, quando o prefeito de Maceió era Divaldo Suruagy.
Foi durante o governo de Arnon de Mello que a água canalizada chegou à Pitanguinha. Em outubro de 1963 foi autorizada a construção de uma lavanderia pública durante a administração de Sandoval Caju na Prefeitura da Capital. A iluminação elétrica chegou ao bairro em 1954.
Pinheiro
Quando foi escolhida a área na Av. Fernandes Lima para a construção do Quartel do 20º Batalhão de Caçadores, inaugurado em 4 de dezembro de 1944, o local era considerado de sítios, fora da cidade.
Foi este o primeiro equipamento urbano de grande porte a se instalar naquelas imediações, contribuindo para a ampliação da ocupação com moradias no bairro que veio a ser conhecido como Pinheiro.
A atual Rua Prof. José da Silveira Camerino, antiga Rua Belo Horizonte, se constituiu como uma das mais importantes do Pinheiro por estabelecer fácil acesso, a partir da Av. Fernandes Lima, a Bebedouro. Foi nesta via que em 25 de abril de 1945 inaugurou-se o Hospital Severiano da Fonseca, hoje mais conhecido como Hospital Sanatório.
Os mais antigos contam que havia uma nascente ou lagoa nas proximidades deste hospital, em um local conhecido como Mata do Leão. A água ali acumulada escoava em direção onde hoje está situado o CEPA e de lá descia em direção à Lagoa Mundaú pela Gruta do Padre ou para o Riacho do Reginaldo, cortando a Pitanguinha. Este declive em direção ao CEPA pode explicar os alagamentos que ainda ocorrem na Rua Miguel Palmeira nos períodos de muita chuva.
Até os anos da década de 1960, o bairro ainda recebia uma pista particular de pouso para pequenos aviões. Era de propriedade de uma empresa de táxis aéreos de Nilson Tenório, que prestava serviços para a Usina Ouricuri.
Foi a Lei nº 141, de 17 de agosto de 1950, que autorizou ao prefeito da capital a “denominar as ruas recém-abertas, entre a estrada de asfalto [Av. Fernandes Lima] e a rua Belo Horizonte em frente ao Sanatório General Severiano da Fonseca, no bairro do Farol, de Rua Adolfo Camerino, Rua Arsênio Fortes e Rua D. Tereza de Azevedo”.
Os jornais da época noticiam que em 23 de maio de 1950 foi inaugurado no bairro o Posto de Puericultura São Vicente “para o amparo à maternidade e à infância”. Obra construída pelo Departamento Nacional da Criança e administrado pela Associação de Proteção à Maternidade e à Infância do bairro do Pinheiro, uma organização vinculada ao Departamento Arquidiocesano de Maceió, um dos braços a Ação Católica.
A primeira iniciativa da Ação Católica ali foi a construção da Escola N. Sª. de Nazaré a partir de 1945. Foi inaugurada em 1947 com um curso de alfabetização. No mesmo local foi instalado o Ambulatório N. Sª. de Nazaré, que também serviu provisoriamente para abrigar o Posto de Puericultura até sua sede definitiva.
Não há informações precisas sobre a origem da denominação do bairro, mas as primeiras citações encontradas por esta pesquisa surgem na década de 1940. Até os anos da década de 1950 ainda havia referências ao local com a antiga denominação de Farol.
Um exemplo desta indefinição é a Lei Municipal nº 526, de 7 de novembro de 1956, que denominou de “rua Estatístico de Freitas o loteamento encravado entre as ruas Belo Horizonte e Natal, no distrito do Pinheiro, no bairro do Farol”.
Uma obra que beneficiou o bairro foi a construção da imensa caixa d’água ou o Reservatório R-4 do Sistema Pratagy, situada na Alameda São Benedito, cujas obras tiveram início em 1984.
Gruta de Lourdes
O avanço na ocupação da Av. Fernandes Lima, em direção ao Tabuleiro, ganhou força no final da década de 1940 com a instituição da Fundação Hospital da Agroindústria do Açúcar de Alagoas e a construção do seu Hospital do Açúcar, que foi inaugurado em 1957. Um marco importante para criação do bairro que veio a ser denominado Gruta de Lourdes e que antes era conhecido como Areiais.
Suas vias ganharam importância e receberam denominação oficial, a exemplo da Avenida Rotary, que passou a assim ser conhecida a partir de 16 de julho de 1955, por proposta do vereador Theobaldo Barbosa. Era o “trecho compreendido entre a Av. Fernandes Lima e o Vale do Reginaldo, na extensão de 1080 ms., conforme a planta do loteamento Jacutinga, aprovada pela Prefeitura Municipal de Maceió”. Hoje é a Av. Mendonça Júnior, por força da Lei Municipal 3540, de 27 de dezembro de 1985.
Outro incentivo para atrair moradores para a Gruta partiu da Família Breda nos anos da década de 1960, que construiu uma mansão no local e aos poucos foi loteando suas terras ajudando a constituir o novo bairro.
Como existia uma pequena gruta nas proximidades e o patriarca da família Breda queria homenagear sua esposa, dona Lourdes e a N. S. de Lourdes, surgiu a Gruta de Lourdes.
Com o loteamento das terras da família Piatti, criando as Alamedas do Horto, e com a instalação de supermercados, a área passou a ser mais valorizada, atraindo a instalação de serviços e comércio.
Um equipamento do bairro também muito importante é o próprio Horto de Maceió, instalado em 1955.
Canaã
O Canaã foi denominado oficialmente como bairro pela Lei nº 395, de 15 de dezembro de 1954, ainda com a grafia Canaan. Era o prolongamento do antigo Areiais. Na verdade, surgiu como um loteamento.
Assim definia a lei: “Fica denominado de Canaan o bairro dos Areiais no Planalto do Jacutinga, até 1 (um) quilômetro após o loteamento dos terrenos de propriedade dos Irmão Campos, cuja planta foi aprovada pela Prefeitura Municipal de Maceió”.
No artigo 2º estão as denominações das ruas: “Ficam denominadas de rua Camaragibe, rua Anadia, rua Maragogi, rua Pão de Açúcar e rua Porto Calvo às que correm transversalmente à estrada asfaltada; rua Marituba, rua Água Branca, rua Traipu, rua Jundiá, rua Taquarana, rua Piassabussú e rua Satuba às que correm paralelamente à estrada asfaltada”.
A lei ainda estabelece terrenos destinados para a construção de “um templo Igreja Católica Romana” e uma praça “Penedo”. Informa ainda que as citadas ruas abrangem 407 lotes de terrenos de propriedade dos irmãos Campos.
Entretanto, a ocupação do local havia começado antes. A sua primeira referência foi o Posto Fiscal da Fazenda Estadual que foi construído no final da Av. Fernandes Lima e início da Av. Durval de Góis Monteiro, como definiu a Lei nº 125, de 7 de julho de 1950: “Fica denominada ‘Avenida Dr. Durval de Góis Monteiro’ o trecho compreendido do Posto Fiscal do Farol à embocadura do povoado Tabuleiro do Martins”.
O bairro também ficou conhecido por ter recebido nos anos 60 parte dos bares expulsos de Jaraguá. O Parque das Flores é também uma vizinhança destacada.
Santo Amaro
Do lado oposto ao Canaã, Santo Amaro surgiu como um desmembramento do primeiro e foi oficializado como tal somente no ano 2000. A separação se deu principalmente pelo volume do trânsito da Av. Durval de Góis Monteiro.
Seu equipamento mais importante por muitos anos foi a Mecânica Pesada Continental.
Muito boa a matéria, no entanto a ordem cronológica variou muito, não sei se tem um motivo técnico.
DURANTE 49 MOREI NA AVENIDA MOREIRA E SILVA E SOMENTE ELA ERA PAVIMENTADA. DEPOIS A AVENIDA TOMAZ ESPÍNDOLA FOI AOS POUCOS RECEBENDO MELHORAMENTOS. TODAS RUAS SECUNDARIAS ERAM DE BARRO E MUITA POEIRA. OS BAIRROS PERIFÉRICOS CRESCERAM ENORMEMENTE E SEM PLANEJAMENTO. O PLANALTO DO JACUTINGA HOJE ESTÁ IRRECONHECÍVEL.
História bela de nossa bela cidade.
Que maravilha! Parabéns por nos lembrar que Maceió/cidade alts, tem uma linda história, de progresso e crescimento! Li com muito entusiasmo. E como aprendi…!
No texto …” a antiga Av. Mendonça Júnior, que passou a se chamar Avenida Rotary”… é ao contrario a Antiga Avenida Rotary mudou de nome em 27/12/1985 com a Lei Municipal 3540 para atual Av. Mendonça Júnior,
Atualizei, Ademir. Obrigado pela observação!
Teria a história do Stella Maris?
Parabenizo pela brilhante produção.
Caso possa me ajudar, agradeço desde já. Estou precisando muito ter fotos antigas do Bairro do Farol, para compor exposição.
Caso tenha acervo ou contato de quem tenha, será de grandiosa colaboração.
Abraços.
Caro João Aureliano, você encontra fotos antigas no Misa, Arquivo Público e Instituto Histórico.
… “Quartel do 20º Batalhão de Caçadores, inaugurado em 4 de dezembro de 1944, o local era considerado de sítios, fora da cidade. Foi este o primeiro equipamento urbano de grande porte a se instalar naquelas imediações, contribuindo para a ampliação da ocupação com moradias no bairro que veio a ser conhecido como Pinheiro…” Com a Lei Municipal 4.952/2000, hoje o Quartel está localizado no Bairro de Pitanguinha.
É muito prazeroso ler esses fatos documentado. Absolver conhecimento. Parabéns pelos fatos narrados e, documentados.
Excelente! Informativo útil. Por favor, informem s/ a rua Gonçalves Dias , no Faro, é homenagem ao poeta maranhense Antônio Gonçalves Dias ?
Ameiiii! História do meu bairro:Farol. Uma informação: a rua Gonçalves Dias ( quem nomeou a rua, a data da aprovação do nome ). Este ano bicentenário do poeta G. DIas.
Maria de Lourdes, a RUA GONÇALVES DIAS, que antes foi um beco denominado da Ingazeira e dos Cachorros, homenageia Antônio Gonçalves Dias, poeta nascido em Caxias, Maranhão, em 10 de agosto de 1823. Faleceu, em 3 de novembro de 1864, a bordo do “Ville de Boulogne”, nas costas daquela então Província. As denominações não aparecem no Relatório de Bráulio Fernandes Tavares de 1911.