Fátima Pinto, uma estrela alagoana no voleibol brasileiro
Fátima Maria Pinto Costa nasceu em Maceió no dia 2 de março de 1956. Filha de Nilda Neves e Fernando Alberto Mendes Pinto.
Começou jogando voleibol numa quadra construída no fundo de sua casa por seu pai, “um amante do esporte” que jogava futebol, tênis e voleibol.
Com 10 anos de idade, e em companhia do seu irmão, já disputava os torneios realizados entre os amigos, com a participação de adultos.
Aos 13 anos de idade, seu primeiro clube foi o Fênix Alagoana, onde chegou no fim de 1969 e permaneceu entre as reservas da equipe por um ano. “Não tive nenhuma chance de entrar na quadra. Mas eu era muito obstinada e brincava com meu pai dizendo que estava tomando um chá de banco, mas que chegaria à seleção brasileira”.
Adquirindo força física e boa impulsão, chegou a titular dos times infantis, ao mesmo tempo que também atuava no time principal do clube. Nesse período já compunha a seleção alagoana e disputava o campeonato brasileiro.
Com 15 anos foi levada para o CRB pelo treinador Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca. Com ela, também seguiu para o alvirrubro da Pajuçara a excelente jogadora de voleibol Kátia Born.
Destacando-se como atleta da seleção alagoana, Fátima Pinto recorda que não chegou a ser a capitã da equipe por ser muito brincalhona e bagunceira. Entretanto, lembra também que foi um período em que aprendeu a controlar a emoção: “Em todos os jogos, no final eu chorava. Eu chorava demais”, confessa.
Outra lembrança é a da construção de amizades que são conservadas até hoje e que surgiram principalmente durante o campeonato brasileiro de 1971 em Recife.
Entre os principais momentos de sua carreira, cita o 1º Campeonato Brasileiro de Clubes Campeões de Voleibol, realizado em Poço de Caldas no ano de 1976. Foi escolhida a melhor jogadora da competição e o CRB chegou muito perto de ser o campeão, sendo derrotado na final pelo Fluminense.
Em depoimento ao Museu do Esporte, gravado no dia 11 de junho de 1997, Fátima Pinto avaliou que o voleibol em Alagoas praticamente acabou e explicou que isso ocorreu pelo poder dos grandes centros em atrair os jogadores que se destacam ainda muito jovens.
Alguns amigos diziam a ela que tinha surgido para o voleibol na época errada e que se fosse hoje estaria rica. “Acho que o dinheiro não é tudo. Na minha época a gente jogava por amor à camisa”, esclarece.
“Não existe mais aquela camaradagem, amizade e amor ao esporte. Hoje em dia as pessoas estão se aperfeiçoando para ganhar mais. Se o esporte ganhou por um lado, perdeu por outro”, analisa.
Com essa compreensão do esporte foi que rejeitou inúmeros convites para jogar em centros mais avançados, com a garantia de excelente retorno profissional. Preferiu ficar com a família e em sua cidade. “Nunca tive coragem de sair daqui e não me arrependo”, confessa.
Outra característica importante desta que é considerada como uma das maiores atletas dos esportes em Alagoas de todos os tempos é a sua preocupação com os estudos. Ainda no depoimento a Lauthenay Perdigão revelou que quando viajava, dividia a sua mala entre roupas e livros.
Reclamou ainda que não recebia o apoio dos professores, que dificultavam a realização das provas fora do calendário oficial do Colégio Estadual de Alagoas. Mesmo quando já cursava a Faculdade de Educação Física, os obstáculos continuaram.
Outra dificuldade era o acesso às passagens aéreas entre Maceió-São Paulo-Maceió nos períodos de inatividade da seleção brasileira. Fátima diz que quando todo mundo ia embora para seus estados, era obrigada a ficar em São Paulo na casa de uma amiga por não ter condições de arcar com os altos custos das viagens naquela época.
“Esses foram fatores que levaram a encerrar minha carreira bem mais cedo. Tinha que ficar três ou até quatro meses fora de Maceió. Quando casei, em dezembro de 1976 — tinha 20 anos e era a capitã da equipe —, comuniquei o meu desligamento da seleção brasileira”, revelou.
Sua preparação para o esporte era tal que ao ser afastada do voleibol no Colégio Estadual por um professor de Educação Física, que não queria uma jogadora do seu nível no time, resolveu praticar arremesso de dardo e disco. O resultado foi a conquista do campeonato Norte-Nordeste dessas categorias em 1973 e 1974.
Detentora de dezenas títulos no voleibol, Fátima Pinto não conseguiu em seu Estado contribuir para formação de novos atletas deste esporte, como era sua intenção.
Mesmo formada em Educação Física pela Ufal em 1979 e com diploma de Técnica de Voleibol pela Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro, não foi aproveitada.
“Sinto uma mágoa muito grande, principalmente porque eu, Gláucia e Constança, que somos pessoas da Educação Física, nunca fomos valorizadas”. Lembra, entretanto, que na data do depoimento estava vivendo um momento de exceção, atuando como professora de Educação Física no governo de Divaldo Suruagy.
Atualmente, Fátima Pinto é uma respeitada “chefa” e blogueira de assuntos culinários. Quem quiser conhecer seus dotes nessa outra atividade vai ter que ir até o Ciscando na Cozinha no endereço http://www.ciscandonacozinha.com.br/.
Lamentável, é o mínimo que posso expressar, por Fátima nunca ter sido reconhecida e aproveitada, apesar de suas qualificações extraordinárias.
Fátima, peço acolher meu fraternal abraço e as minhas congratulações.
Passou um filme na minha cabeça. Grande jogadora, a qual tive o privilégio de vê-la jogar na minha cidade de Manaus em 1975, em jogos amistosos do CRB contra a Seleção do Amazonas. Desde então fiquei fã e encantado com tanta habilidade, com tanto talento. Na minha opinião, a maior jogadora alagoana de todos os tempos e uma das maiores do Nordeste. Ela merece todas as honrarias!
Gostaria muito de ter visto a Fatima pinto jogando.
Gostoso reviver essa época. Tempos bons ao compartilhar o voley nesse periodo. Fatima, grande jogadora!!!
Sempre guerreira!!!
É gratificante reviver épocas maravilhosas como está, o esporte me tornou uma mulher mais determinada na caminhada e de graça obtive grandes amizades. Fátima uma guerreira!!!
Felizmente tive a honra de jogar com ela na seleção brasileira, sou pernambucana, e até hj somos amigas irmãs e comadre. Te amo AMIGA!!!
Na realidade em Alagoas não se investe em esporte , apesar de ser comprovado que Alagoas é uma berçário de talentos .
Na realidade em Alagoas não se investe em esporte , apesar de ser comprovado que Alagoas é uma berçário de talentos .