Eduardo Roberto Stuckert e os cartões postais de Maceió
Quem gosta das fotografias antigas sobre Maceió, com certeza já se deparou com um cartão postal ou fotográfico assinado por R. Stuckert. Mas, quem é esse fotógrafo que tão bem captou as nossas melhores imagens?
Os Stuckert são originários de Lausanne, Suíça e quem chegou primeiro ao Brasil, em 1898, foi o patriarca da família, Eduard Francis Rudolf Deglon Stuckert, que era um homem de múltiplos ofícios profissionais: fotógrafo, desenhista, escultor e intérprete em oito línguas estrangeiras. Estudou na Basiléia e em Paris.
Veio contratado pelo Estado do Pará como gravador para as chapas que permitiriam a impressão gráfica das estampilhas (selos) daquele estado.
A viagem entre o continente europeu e o Brasil durou quase um mês. Eduard Stuckert , exímio desenhista, também tinha a responsabilidade de elaborar as cartas náuticas durante a viagem.
Concluído o contrato com o governo paraense, resolveu permanecer no Brasil e após percorrer alguns estados do Norte e Nordeste, se estabeleceu em João Pessoa a partir de 1900, onde começou a trabalhar como professor de arte no Liceu Paraibano e fotógrafo. Tinha a companhia dos filhos Manfred, Gilberto (permaneceu na Paraíba), Sylvia, Dulce, Lúcia e Eduardo Roberto Stuckert.
Criou o Foto Íris, que posteriormente mudou de nome e passou denominar-se Foto Stuckert, na rua Duque de Caxias. Era sócio proprietário da firma Brito Lyra & Cia e foi o representante da Kodak na Paraíba por décadas.
Entre 1920 e 1930 realizou um importante registro fotográfico da cidade e em 1942 expôs om muito sucesso no Museu da Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, a sua coleção de 46 desenhos a bico de pena. Retratava personagens e paisagens da Paraíba.
Em 16 de abril de 1947, seu filho Eduardo Roberto Stuckert inaugurou exposição de fotografias no Salão da Associação Brasileira de Imprensa, com motivos regionais do Nordeste e o pitoresco de suas cidades. Estiveram presentes no ato o senador Ismar de Góis Monteiro, deputado Lauro Montenegro, Ari Pitombo, Romeu de Avelar, Hermínio de Freitas, José Romão de Castro, Orlando Fialho, Rui Carneiro (diretor da Companhia de Navegação Costeira), Vera, Aurea Guimarães Wernek e outras personalidades.
Manfred (ou Manfredo) Stuckert, casado com Marieta Pereira de Lucena Stuckert, era fotógrafo e funcionário do IPASE no Rio de Janeiro, onde faleceu em 14 de dezembro de 1949, vítima de acidente automobilístico. Tinha 45 anos de idade e havia perdido seu filho, Eduardo Rodolfo Stuckert, no dia 5 de janeiro de 1945.
Eduardo Roberto Stuckert, nascido em João Pessoa no dia 27 de março de 1915, em 1947 foi trabalhar para o governo de Alagoas, então comandado por Silvestre Péricles. Permaneceu em Maceió até 1958, quando se transferiu para o Rio de Janeiro, onde prestou serviços a vários jornais e revistas
Enquanto esteve em Maceió, trabalhou também no Jornal de Alagoas e Gazeta de Alagoas, sendo o pioneiro no fotojornalismo local. É dessa época a sua coleção de cartões fotográficos (postais impressos), que foi distribuído nacionalmente. Era o fotógrafo mais requisitado para casamentos e eventos sociais em Alagoas. Seu estúdio ficava na Rua Boa Vista, próximo ao Bar do Chopp, onde também morava, nas dependências do fundo.
Um dos seus auxiliares foi o fotógrafo Pedro Farias, que depois abriu seu próprio estúdio na mesma rua e seguiu como repórter fotográfico do Jornal de Alagoas e, posteriormente, da Gazeta de Alagoas.
Na edição de 17 de junho de 1949, O Jornal (RJ) publicou uma foto mostrando a frente da Fábrica de Tecidos de Fernão Velho por ocasião da morte do industrial Othon Bezerra de Melo. No crédito está: Foto Stuckert, especial para o O Jornal.
Em 1957, durante o governo Juscelino Kubitschek, foi destacado pela direção do seu jornal no Rio de Janeiro para fotografar numa longa reportagem sobre a construção de Brasília.
Eduardo Roberto Stuckert trabalhou durante um ano fotografando as obras da nova capital do país e registrando o cotidiano dos trabalhadores. Quando foi chamado de volta ao Rio de Janeiro, deixou em Brasília o filho Roberto Stuckert.
Roberto, também fotógrafo, recebeu o apelido de Stukão. É a terceira geração da família a fotografar profissionalmente. Permaneceu em Brasília, onde criou raízes.
Em 15 de abril de 1960, poucos meses antes de Brasília ser inaugurada, Eduardo Roberto Stuckert retornou com toda a família para o Planalto Central, onde fixou residência, passando a trabalhar para o Correio do Povo e em seguida para o Jornal do Brasil. Realizou serviços fotográficos também para o Correio Brasiliense.
Tinha vínculo com o Ministério da Agricultura e foi fotógrafo oficial do Palácio do Planalto. Na década de 1970, com os filhos Roberto, Rodolfo e Eduardo, fundou a Stuckert Press, empresa de fotojornalismo.
Faleceu em Brasília no dia 12 de fevereiro de 1980. Era casado com Franca Stuckert e teve mais quatro filhas: Rejane, Roseane, Rosane e Roberta.
Roberto Stuckert, seu filho, também foi o fotógrafo oficial da Presidência da República no governo do general Figueiredo, além de ter trabalhado para jornais e revistas e realizado a cobertura de três copas do mundo.
A quarta geração de fotógrafos da família Stuckert é representada por Ricardo Stuckert, brasiliense, fotógrafo desde os 19 anos de idade. Iniciou-se no jornalismo no jornal O Globo, passou pelas redações das revistas “Caras”, “Veja” e “IstoÉ”. Trabalhou na campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva e, durante os dois mandatos do presidente Lula, foi o fotógrafo oficial da presidência da República.
A família Stuckert continuou em destaque no prestigioso trabalho de fotografar a presidência da República e Roberto Stuckert Filho, foi o fotógrafo da presidenta Dilma Rousseff.
A partir do texto de Geraldo de Majella, modificado pela editoria do História de Alagoas.
Existe um engano: a penúltima foto, não é da Praça Pedro II. Deve ter sido tirada do Mirante Santa Teresinha. Pois vemos, Palácio do Governo, Igreja dos Martírios, Antigo Delegacia de Transito.
Você tem razão, Breno. Já corrigimos o erro. Agradecemos pela contribuição.
Maravilhosa história de uma geração de fotógrafos excepcionais!
Excelente História da época da Fotografia de Maceió seu início com Eduardo Roberto Stuckert pioneiro e depois continuado na fotografia com Studio Pedro Farias meu Pai, foi aprendiz de Eduardo Stuckert.
Tenho a honra de ser amigo da querida Nena Stuckert. Parabéns.
A família Stuckert é muito especial para nós e com a arte da fotografia ilustra nossa história.
A família Stuckert tem uma relevante participação na história política do País., por meio do registro dos momentos políticos mais importantes da nossa história. Os fotógrafos da família ficarão para sempre em nossa memória. Muito orgulho, admiração, respeito e carinho pelos Stuckert .