Barra de Santo Antônio, a bela filha de um grande rio

Desfile escolar na Ilha da Croa, Barra de Santo Antônio, no anos 70

A informação mais antiga que se tem sobre a Barra de Santo Antônio remonta a 1624, quando uma esquadra sob o comando de Jacob Willekens se deslocava para a Bahia para dominar Salvador (então capital do Brasil). Era ainda a primeira invasão holandesa ao Nordeste do Brasil.

Na passagem pela costa alagoana, Albert Sourth fez parar um dos navios e desembarcou em uma pequena povoação de pescadores. O local era conhecido como “Poço dos Veados” por causa do rio que lá desaguava.

Antigo prédio da Prefeitura da Barra de Santo Antônio

Anos depois, quando o Nordeste voltou a sofrer a ocupação holandesa, novamente ocorreram atividades militares nesta região.

Em 1635, Segismundo Van Scopp, que perseguia Matias de Albuquerque depois de expulsá-lo de Porto Calvo, construiu um forte em um morro à margem esquerda do rio Sauaçuy, onde deixou uma guarnição comandada pelo coronel Arthioski.

Com o passar do tempo, o povoado de pescadores cresceu e em 1753 ganhou uma capela na Ilha da Croa, construção que muitos anos depois deu origem à Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Em 1871, o seu ancoradouro era relacionado por Thomaz Espíndola (Geografia Alagoana) como de 1ª Classe: “O de Santo Antônio Grande é situado fora da barra do rio de mesmo nome, amparados por arrecifes a leste. A entrada da barra é de coroas e baixios“.

Registrou ainda que a povoação ficava a 35 km de Maceió e a 2 Km do Carro Quebrado, com uma população numerosa habitando mais de 180 residências. Tinha uma capela, uma Agência de Rendas Provinciais e duas cadeiras de primeiras letras, uma para cada sexo.

Em 1880, o Almanak da Província de Alagoas também registrou que a existência da capela, informando que o povoado pertencia à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, cujo território abrangia Matriz de Camaragibe e São Luiz do Quitunde.

Essa vinculação se estendeu até 11 de outubro de 2014, quando a comunidade católica do município da Barra de Santo Antônio foi elevada à paróquia com dois patronos: Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio, com igrejas na área continental da cidade e na Ilha da Croa.

Durante a rebelião que ficou conhecida como Cabanada, em 1832, muitos moradores de Porto Calvo e Porto de Pedras procuraram refúgio nos já existentes povoados de Paripueira e Barra de Santo Antônio, assim denominado em homenagem ao Rio Santo Antônio Grande.

Uma das construções que mais perdurou no município foi um cruzeiro construído na atual Ilha da Croa. Durante muitos anos servia de ponto de partida para a procissão de Bom Jesus dos Navegantes. O monumento foi destruído pelo tempo.

Desfile escolar em frente à Igreja de N.S. da Conceição na Ilha da Croa, Barra de Santo Antônio

Em 1900, outro cruzeiro foi erguido na parte alta da cidade por iniciativa de uma comissão de moradores composta por Cassimiro Duarte, Manoel e Amâncio Neto. Tinha a finalidade de orientar as embarcações dos pescadores. Era iluminado por carbureto.

Nos anos sessenta, a cruz de madeira teve seu “pé’ apodrecido e caiu. Foi Arnaldo Bastos Santos quem formou um grupo de trabalhadores e reergueu a cruz. Participaram do trabalho os senhores Afradízio Lopes, Francisco Lúcio e Antônio José (Boré).

No período de maior desenvolvimento econômico, a Barra de Santo Antônio tinha um estaleiro para barcos e navios de pequeno porte. Mas a pesca e a exploração da pedra calcária sempre foram as principais atividades econômicas.

Em 1924, durante o governo de Fernandes Lima, foi inaugurada a estrada interligando a Barra de Santo Antônio à São Luiz do Quitunde, então sede do município.

Barra de Santo Antônio antes de 2010, ainda sem a Ponte

A antiga vila de pescadores foi assim adquirindo ares de cidade e logo surgiu um movimento de emancipação política do distrito, que então pertencia a São Luiz do Quitunde.

Graças ao empenho do seu povo sob a liderança de Manoel Monteiro de Carvalho, em 1960 a Barra de Santo Antônio conseguiu sua emancipação.

O município tem no turismo sua vocação natural. Suas praias conservam características primitivas e as linhas de arrecifes formam piscinas naturais.

Cortada pelo Rio Santo Antônio Grande, a Barra se divide em duas partes.

A mais urbana, que integra a estrutura da cidade, e a mais nativa, onde se concentram os principais pontos turísticos entre eles a Ilha da Croa, cujo acesso era feito por balsas até abril de 2010, quando aconteceu a inauguração da ponte.

Ainda como atrativos existem as praias do Carro Quebrado, das Enseadas e Tabuba.

Formação Administrativa

Ponte da Barra de Santo Antônio, inaugurada em 2010

Ponte da Barra de Santo Antônio, inaugurada em 2010

Em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, figura no município de São Luís do Quitunde o distrito de Barra de Santo Antônio Grande.

Pelo decreto-lei estadual nº 2909, de 30 de dezembro de 1943, o distrito de Barra de Santo Antônio Grande passou a denominar-se simplesmente Barra de Santo Antônio.

Em divisão territorial datada de 1º de dezembro de 1950, o distrito de Barra de Santo Antônio, ex-Barra de Santo Antônio Grande, figura no município de São Luís do Quitunde.

Assim permanecendo em divisão territorial datada 1º de dezembro de 1960.

Elevado à categoria de município com a denominação de Barra de Santo Antônio, pela lei estadual nº 2285, de 20 de agosto de 1960, desmembrado de São Luís do Quitunde.

Sede no antigo distrito de Barra de Santo Antônio. Constituído do distrito sede. Instalado em 22 de setembro de 1960.

Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1963, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Fontes: jornais da época e Ibge

1 Trackbacks & Pingbacks

  1. Página no Facebook divulga as belezas naturais da Barra – Gazeta da Barra

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*