Epaminondas da Rocha Vieira, o Barão de São Miguel dos Campos
Barão sem grandeza, pelo Reino de Portugal, título concedido em 18 de dezembro de 1878 pelo Rei D. Luís. Era filho de Francisco Frederico da Rocha Vieira, de quem herdou o Engenho Sinimbu, e de Maria Accioly.
Seu pai, irmão do Visconde de Sinimbu, era um influente político e em 1848 foi um dos três vice-presidentes da Província de Alagoas afastados por ordem imperial. Benjamim Franklin da Costa Vieira, seu irmão, formou-se em Medicina no Rio de Janeiro em 1855 e foi eleito deputado provincial em 1861.
Benjamim foi nomeado segundo vice-presidente da Província em 24 de março de 1866, assumindo o governo em 11 de junho de 1867 por somente dois dias. Em 1875 era o proprietário do Engenho São Caetano.
O Engenho Sinimbu tinha sido propriedade dos seus avós, Manoel Vieira Dantas e de d. Ana Lins. Foi o engenho mais importante do século XIX na história de Alagoas por ter nele se dado a histórica resistência de Ana Lins durante a revolta que entrou para a história como a Confederação do Equador, em 1824.
Epaminondas casou-se com Antônia Leopoldina da Rocha Barros (faleceu em 19 de maio de 1914), mas não tiveram filhos. Virgílio da Rocha Vieira é filho do barão com a escravizada Maria Rosa do Engenho Varrela.
O Jornal de Recife de 8 de janeiro de 1879 assim informou sobre a concessão do título nobiliárquico. “Foi agraciado com o título de barão de S. Miguel de Campos, em atenção ao valioso donativo que fez a um estabelecimento de caridade de Setubal, o Sr. Epaminondas da Rocha Vieira, súdito brasileiro”.
Antes de receber o título, o major Epaminondas da Rocha Vieira teve seu nome publicado nos jornais como sendo vítima de atentado em São Miguel dos Campos no dia 24 de março de 1876, quando um criminoso tentou atingi-lo utilizando um bacamarte.
O acusado como autor do disparo foi o tenente-coronel Antônio Máximo.
Em 1887 foi nomeado coronel comandante superior da Guarda Nacional da comarca das Alagoas, que abrangia Alagoas (Marechal Deodoro) e São Miguel dos Campos. Entretanto, por decisão do presidente da Provímcia com a concordância do Ministro da Justiça, teve esse comando suspenso em setembro de 1889.
Foi eleito intendente de São Miguel dos Campos para o biênio 1896/97.
O barão de São Miguel faleceu, “vítima de antigos padecimentos, que zombaram dos recursos da medicina”, em São Miguel dos Campos no dia 20 de julho de 1897 (Gutenberg de 21 de julho de 1897).
Após fazer um exame de genealogia por DNA tenho quase certeza de que meu bisavô, Manuel Vieira Dantas, nascido em São Miguel dos Campos é filho de Virgílio, portanto, neto de Epaminondas da Rocha Vieira. Minhas suspeitas ficaram mais latentes depois de saber que minha avó, Ester Maria da Silva, filha de Manuel Vieira Dantas tinha muita proximidade com as pessoas do grupo das Taieiras criado por Virgílio a pedido do Barão. Acredito que Virgílio tenha dado o nome do avô do Barão ao meu bisavô como forma de homenagem, como era muito comum naquela época.