Jacintho Paes Moreira de Mendonça, o Barão de Murici
Primeiro e único Barão de Murici, foi agraciado Barão em 18 de setembro de 1886. Nasceu em Camaragibe no dia 19 de outubro de 1835 (há registro do seu nascimento em 10 de outubro de 1823 na Freguesia de N. S. da Apresentação em Porto Calvo, Alagoas). Faleceu no Engenho Bom Jesus, neste mesmo distrito em 14 de dezembro de 1894, sendo sepultado na igreja do Senhor Bom Jesus, em Camaragibe.
Bacharel em ciências jurídicas e sociais, era filho do tenente-coronel Bernardo Antônio Ayala de Mendonça e de Ana Bárbara de Matos Castelo Branco. Eram seus irmãos Manoel Joaquim de Mendonça Castelo Branco, o Barão de Anadia, e Bernardo Antônio de Mendonça.
Seu avô por parte de pai foi o desembargador José de Mendonça de Mattos Moreira, Juiz de Fora da Villa de Odemira, natural de Albufeira, reino do Algarve, em Portugal. Foi o Ouvidor Geral de Alagoas entre 16 de dezembro de 1779 e 1798,. Faleceu no Engenho Maranhão, Porto Calvo, Alagoas, em 18 de agosto de 1826.
Pela linhagem materna, seu avô foi o desembargador Joaquim Pereira de Mattos Castello Branco. Bisneto do sargento-mór José de Mendonça Vieira e de D. Barbara Francisca Xavier de Mattos Moreira. Terceiro neto de Francisco Dias Vieira e Souza.
Concluiu o bacharelato em Ciências Sociais e Jurídicas na Academia de Direito de Olinda em 1843 e, em 1846, foi nomeado juiz substituto em Passo de Camaragibe. Nesse mesmo ano foi eleito deputado provincial de Alagoas, mandato que repetiu em várias legislaturas.
Em 21 de julho de 1859 foi nomeado 2º vice-presidente da Província. Assumiu o governo de 18 de agosto a 1º de outubro desse mesmo ano.
Tomou posse como deputado geral, na Câmara dos Deputados, em 3 de maio de 1861. Substituía Carlos Augusto de Silveira Lobo, que teve o seu diploma anulado.
Voltou a ter assento na Câmara de 11 de maio de 1869 a 15 de maio de 1871, quando assumiu o mandato de senador, após nomeação imperial em 27 de abril de 1871 (tomou assento em 15 de maio de 1871). Seu nome constava de uma lista tríplice com os candidatos habilitados a ocupar a vaga deixada pelo falecimento do senador Antonio Luiz Dantas de Barros Leite, que já herdara a vaga do senador Nuno Eugênio de Lossio e Seiblitz, falecido a 16 de janeiro de 1843.
Jacintho Paes Moreira de Mendonça teve o mandato interrompido em 15 de novembro de 1889, com a proclamação da República.
Sem mandato, dedicou-se à agricultura em seu Engenho Bom Jesus.
Família
Casou-se quatro vezes: a primeira com Amélia Buarque, descendente de Manuel Buarque de Jesus, senhor do Engenho Samba, patriarca da família Buarque, de Alagoas. A segunda com Júlia de Mendonça, a terceira com Maria Luiza de Albuquerque Sarmento e a quarta (por volta de 1851) com sua sobrinha, Felicidade Francisca Perpétua Moreira de Mendonça, Baronesa de Murici (17 de abril de 1866 – 22 de abril de 1933).
Felicidade Francisca Perpétua Moreira de Mendonça também surge nos registros como Francisca de Barros Wanderley Mendonça, nascida em 28 de fevereiro de 1838, em Pernambuco, filha de Francisco do Rego Barros e de Rita Francisca de Barros Wanderley.
Com ela teve os filhos Jacintho de Assunção Paes de Mendonça, deputado provincial, e Bernardo Paes de Mendonça, mais conhecido como Bernardo Antônio de Mendonça Sobrinho. Como o pai, também chegou ao Senado após passar pela Câmara dos Deputados.
São ainda filhos do Barão de Murici: Justina de Mendonça Castelo Branco, Ana Barbalho de Mendonça, Francisco de Barros Wanderley Mendonça, Antônio Pedro de Mendonça (era engenheiro civil da Prefeitura de São Paulo quando faleceu em Campos de Jordão (SP) no dia 7 de abril de 1897, vítima da tuberculose), Francisca Pinto Ribeiro Mendonça, Maria da Conceição Ramalho, José de Barros Wanderley de Mendonça e Estefânia Belo Wanderley Mendonça.
Nobre
O comendador Jacintho Paes Mendonça era Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial por Carta de Brasão de
Armas datada de 13 de setembro de 1861. Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo (2 de dezembro de 1850) e oficial da Imperial Ordem da Rosa.
Por sua participação na recepção a D. Pedro II em Maceió no ano de 1859, esperava-se que aparecesse na lista de condecorados divulgada em maio do ano seguinte.
O jornal Diário das Alagoas de 17 de abril de 1860, assim noticiou o descontentamento: “Parece incrível que nessa grande lista não figure com um dos primeiros condecorados o Exmo. Sr. comendador Jacintho Paes Mendonça, que na província das Alagoas foi o primeiro a se distinguir na recepção de SS. MM. II”.
O jornal esclarece a razão do descontentamento: “Por todas as províncias que tiveram a honra da visita imperial um cidadão não houve que gastasse o dinheiro que gastou o Sr. comendador Jacintho na província das Alagoas, sem falarmos dos seus serviços pessoais que foram sem dúvida alguma relevantíssimos”.
Entretanto, não era alvo somente de elogios nos jornais.
O Brado da Comarca de Porto Calvo, editado por Alexandre da Cruz Luduvice Cambrainha do Império, publicou no dia 4 de maio de 1859 uma nota dirigida ao imperador D. Pedro II com duras críticas ao político de Matriz de Camaragibe, denunciando os desmandos dele e de seus dois irmãos, Manoel Joaquim de Mendonça Castelo Branco e Bernardo Antônio de Mendonça.
Sabendo que Jacintho Paes Mendonça pretendia um baronato, o jornal assim o apresentou ao imperador: “Senhor, este indivíduo está denunciado como traficante de escravos boçaes, e até hoje ainda não foi instaurado o competente processo, porque ele se arroga a um poderio eleitoral que cega os presidentes”.
O Barão de Murici apareceu em vários jornais e em diversas épocas como proprietário dos Engenhos Escurial, Carrilho, Duas Barras, Novo, Oriente e Bom Jesus.
Com a instalação da República em 15 de novembro de 1889, todos os títulos nobiliárquicos foram cassados e o Barão de Murici praticamente não usufruiu do seu baronato.
Há pouco mais de dois anos fizemos um armorial com todos os brasões de todos os nobres alagoanos, sendo eles nascidos aqui ou não.
O barão de Murici era meu tretavó, estou tento escrever a historia do meu avó que era neto dele aurélio de mendonça buarque.
O Barão de Murici era primo do Barão de Anadia (Manuel Joaquim de Mendonça Castelo Branco) do irmão deste o Comendador Jacinto Paes de Mendonça, do Barão de Jarguá (José Antônio de Mendonça) e do irmão deste o Barão de Alcantarilha (Sebastião José de Mendonça), todos netos do Desembargador do Reino de Portugal o senhor José de Mendonça de Matos Moreira.
Quem tiver informação sobre o barão de murici, por favor informe-me, preciso de dados para escrever a historia do meu avó que neto dele.
Olá, meu nome é Sílvia Maria de Mendonça, que uso como esposa de Carlos Maurício Ferreira de Mendonça. Meu sogro era Antônio Ferreira de Mendonça, cujo nascimento ocorreu em Alagoas. Ele dizia que a mãe dele era a baronesa de Murici e o pai dele era Antônio Moreira de Mendonça, a mãe Felismina Félix Ferreira. Eles tinham usina de açúcar em Camaragibe.
Moramos em Belo Horizonte e gostaríamos de saber mais das origens.
nossa gente e a historia da minha familia