Manoel da Cunha Lima Ribeiro, o Barão de Imbury

Pilar em 1869, onde o Barão de Imbury tinha a Fazenda Cachoeira de Cima

Cidade do Pilar em 1869

Nomeado barão por decreto de 17 de maio de 1871, Manoel da Cunha Lima Ribeiro era filho do Capitão Ventura Antônio Ribeiro e neto do Capitão-Mor Felipe da Cunha Lima.

Foi um rico proprietário no Pilar. Incluía em suas posses cinco engenhos, entre eles o Cachoeira de Cima, São José e Retiro.

Foi casado com D.Maria Magdalena de São João (faleceu em 23 de abril de 1883 – Jornal do Recife de 28 de abril de 1883) e deixou pelo menos três filhos: Manoel da Cunha Lima Ribeiro Filho, José Ribeiro da Cunha Lima e Flávio da Cunha Lima Ribeiro. O major Paulino Salvador da Rosa e Silva era seu genro.

Em 15 de novembro de 1858 foi nomeado Delegado de Polícia de Santa Luzia do Norte.

Foi titulado, em 14 de março de 1860, Comendador da Ordem de Cristo. Era ainda, neste período, major da Guarda Nacional.

No Diário de Pernambuco de 25 de fevereiro de 1865 foi publicada uma denúncia envolvendo o major Manoel da Cunha.

Segundo o jornal, “Lourenço José de Araújo, homem pobre, laborioso, e encarregado de família, intentou contra o major Manoel da Cunha Lima Ribeiro uma ação crime por dano que este lhe causara mandando por escravos, acompanhados de feitor, arrancar e destruir, na tarde de 28 de abril de 1863, as plantações de feijão, milho, mandioca e algodão que tinha Araújo no sítio de sua propriedade, denominado Gruta de Utinga no termo do Pilar, província das Alagoas. Não obstante a proteção com que contava, foi Ribeiro pronunciado, e ao final absolvido pelo juri. Além de injustiça notória, deu-se no julgamento preterição de formalidade exposta em arrazoado por parte de Araújo, que interpôs apelação para o tribunal superior”.

Em 1869 era o presidente da Câmara Municipal da Vila do Norte (Santa Luzia do Norte).

O seu baronato se deu após a visita que D. Pedro II fez a Alagoas em dezembro de 1859 e janeiro de 1860 para a inauguração da Catedral. Manuel Diegues Júnior, em O Banguê das Alagoas, revela que ele contribuiu com 400$000, uma quantia expressiva para a época.

Alguns dos últimos barões de Alagoas conseguiram o título após ações beneméritas como essa.

Izidoro, um negro escravizado de propriedade de Flavio da Cunha Lima Ribeiro, senhor do engenho Imbury, município de Pilar, Alagoas. Coleção Arthur Ramos

Imbury ou Imburi, ou ainda buri-da-praia, é uma palmeira da espécie Allagoptera maritima Mart. (A. Pumila Ness; Diplothemium maritimum Mart.). É nativa do Brasil e não tem tronco. Suas folhas surgem diretamente do chão, atingindo entre 2 m e 2,5 m de altura. A inflorescência é mais curta e o fruto é verde, comestível.

Em março de 1874, o jornal O Cearense reproduzindo notícias de Alagoas, publicou a seguinte nota: “Constava ter falecido na Europa para onde fora tratar-se o comendador Manoel da Cunha Lima Ribeiro, barão de Imbury, um dos maiores capitalistas da província”.

O Jornal do Pilar de 17 de março de 1974 também informa sobre a morte do barão: “Faleceu em Lisboa, o snr. Manoel da Cunha Lima Ribeiro (barão de Imbury) que em busca de melhoras a antigos sofrimentos havia a alguns tempos estava na Europa. À sua ilustre família, esposa, filhos e genros, damos os nossos sentidos pêsames e fazemos voto à Deus pelo descanso eterno de sus alma”.

Sabe-se, por ter assinado uma nota em solidariedade ao juiz municipal de Santa Luzia do Norte, dr. Bento Ceciliano dos Santos Ramos, que em 15 de novembro de 1973 ainda estava em Alagoas.

5 Comments on Manoel da Cunha Lima Ribeiro, o Barão de Imbury

  1. Rita de CassiaLima // 18 de junho de 2017 em 17:05 //

    Sou descendente de Filipe da Cunha Lima .Estou pesquisando sobre ele. Através do Arquivo Histórico Ultramarino, encontrei cópia do manuscrito da carta que lhe outorgou a patente de Capitão Mor da Vila de Sào João de Anadia , atual municipio de -Al. Gostariaque me indicassem fontes onde pudesse encontrar dados pessoais dele. O Filipe da Cunha Lima , avô do Barào de Imbury era tio ou primo do meu avô, Manoel Archanjo da CunhaLima.

  2. Sérgio Moraes // 14 de abril de 2019 em 13:57 //

    No texto da foto acima a data está errada. Não é de 1989 e sim de 1869 no Engenho Pilar.

  3. Sérgio, obrigado pela observação. Já corrigimos.

  4. Estou fazendo minha árvore familiar e em busca da história da família.
    Talita Felix da Cunha (Alagoas). Email: talita.cunha06@hotmail.com
    Quem puder me auxiliar, agradeço.

  5. Glaucio Teixeira Tavares // 27 de setembro de 2024 em 15:03 //

    Sou descendente de FELIPE DA CUNHA LIMA tambem, nascido em Portugal em 1710, pai do Capitão Mor Felippe da Cunha Lima, avô de Felippe Casado da Cunha Mataraca.

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