Bom Parto da paróquia do padre Brandão Lima e da Fábrica Alexandria
Não se tem informação mais precisa sobre quando a área, que ficava no entorno de uma capela na Estrada de Bebedouro ou Rua da Cambona, passou a ser denominada como Bom Parto.
Pesquisa do jornalista João Victor Lemos revela que em 1845 já existia no local uma construção simples dedicada à Nossa Senhora do Bom Parto.
Mesmo sendo identificado como Bom Parto desde o final do século XIX, até o ano de 2000 essa área era oficialmente parte do bairro conhecido como Cambona.
Igreja do Bom Parto
Não há dúvidas sobre a importância da capela como a primeira referência na ocupação do futuro bairro do Bom Parto. De modo geral, os templos religiosos cumpriram esse papel em quase todas as cidades do país.
Já era um ponto de referência na cidade em meados do século XIX, como demonstra o mais antigo registro gráfico desta construção: um mapa de Maceió datado de 1859 onde se lê claramente “Igreja do Bom parto”.
Dez anos depois da publicação do mapa, o jornal O Beija Flor de 24 de dezembro de 1969 citou a capela como local da terceira missa do reverendo Antônio José da Costa, que rezou a “primeira na capela do Senhor Bom Jesus dos Martírios; a segunda na de Nossa Senhora do Rosário e a terceira na de Nossa Senhora do Bom Parto”.
No Almanak da Província das Alagoas de 1878 também está registrada na página 75, onde estão relacionados os templos da capital: “Nossa Senhora do Bom Parto, (pequena capela na Cambona)”.
Nesta época, o trecho da Rua da Cambona mais próximo do Largo dos Martírios passou a ser denominada Rua General Hermes, em homenagem ao irmão mais velho de Deodoro da Fonseca, Hermes Ernesto da Fonseca.
Hermes Ernesto, também militar, nasceu em Alagoas da Lagoa do Sul, atual Marechal Deodoro, em 2 de setembro de 1824 e faleceu no Rio de Janeiro em 7 de fevereiro de 1891. Além de ter servido na Guerra do Paraguai, foi presidente da província de Mato Grosso, de 5 de julho de 1875 a 2 de março de 1878, e governador da Bahia de 26 de abril a 14 de setembro de 1890.
Demonstrando que era razoável o número de fiéis no Bom Parto, O Orbe de 28 de setembro de 1898 informou que no domingo anterior havia terminado a “festividade de Nossa Senhora do Bom Parto, em sua capela, havendo missa solene, às 10 horas do dia”.
A primeira informação encontrada sobre a construção de uma nova capela ou reparo da antiga surgiu na edição de 16 de dezembro de 1892 do jornal Cruzeiro do Norte, de Maceió.
O periódico anunciava que naquela data já se achavam concluídas “as obras da capela de N. S. do Bom Parto, ereta no lugar do mesmo nome. Consta-nos que na noite de Natal haverá missa”.
Quatro anos depois, no dia 3 de setembro de 1896, quando o vigário era o cônego Jonas d’Araujo Batinga, o pequeno templo recebeu como doação de Amélia Morel e de sua filha Francisca Morel uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes, com 60 cm de altura.
Quem quisesse viajar de Jaraguá ao Bom Parto, ou vice-versa, em 1897, ia pagar à Trilhos Urbanos 8$000, divulgou a empresa no jornal Gutenberg de 29 de abril.
Novo registro sobre obras no templo foi publicado em 6 de maio de 1911 no Gutenberg. Revelava que Euclides Malta viabilizou os recursos para “as obras das igrejas do Bom Parto e do Livramento”. Essa informação consta no relatório apresentado pelo governador na abertura dos trabalhos legislativos daquele ano, em 2 de maio.
Século XX
A primeira informação importante do período inicial do século XX surge em 1905. Indicava uma escola pública no bairro como local para cadastramento de leitores. Ficava na via principal, então tratada como Rua Bom Parto ou Rua do Bom Parto.
Oficialmente foi a Lei nº 136 de 22 de janeiro de 1909 que denominou de Rua Calheiros da Graça (atual General Hermes) e Rua 5 de Dezembro (atual Francisco de Menezes) as ruas do Bom Parto e Estrada de Ferro. (Gutenberg de 21 de janeiro de 1911).
A Rua Francisco de Menezes foi assim denominada por decisão da Lei nº 17 de 1º de agosto de 1913. Segundo Félix Lima Júnior, foi antes a Rua dos Biombos do Paulo, 5 de Dezembro, da Luz Elétrica, Cel. Paes Pinto e Luiz Silveira.
Em 24 de abril de 1910, o Gutenberg informou que estavam prontos os postes para a iluminação “daquele arrabalde, de modo a estabelecer ligação entre Bebedouro e a rua General Hermes, serviço de grande utilidade que deverá em breve ser ultimado”.
O major Antônio Martins Murta foi o contratado para fazer a instalação do serviço de iluminação do Bom Parto. O sistema entrou em funcionamento no dia 13 de maio daquele mesmo ano, inaugurado pelo intendente Demócrito Gracindo. A obra foi autorizada pela Lei nº 143 de 28 de junho de 1909.
Em 1911, circulava no bairro o periódico ABC. Começou a ser impresso em 1908 e era produzido pelos estudantes Correia Murta, Luiz F. de Carvalho e Cavalcante Sobrinho.
Ainda em 1911, há o registro da existência no local do Clube Recreio Instrução e Caridade 7 de Setembro.
Com a ampliação da Vila Operária da Fábrica Alexandria, o bairro ganhou novas vias. Foi a Lei nº 36 de 8 de outubro de 1948 que denominou algumas das construídas pela firma M. Lobo & Cia: Rua Luiz Eugênio, Rua Luiz Zagallo, Rua Dr. Alfredo Lobo e Rua Leite Júnior.
Ao lado da Igreja do Bom Parto tinha início, em péssimas condições de trânsito, duas ladeiras.
A Ladeira do Alto da Conceição, que foi pavimentada em dezembro de 1963 e atualmente é a continuação da Rua Durval Coelho Normande, que recebeu essa denominação pela Lei nº 2.682, de 15 de maio de 1980. Antes era a Travessa Virgínio de Campos.
A outra, que dava acesso à Rua N. S. de Fátima, no Farol (foi renomeada para Rua Industrial Calheiros Júnior por força da Lei nº 2.186 de 17 de abril de 1975), na última metade da década de 1920, passou a ser denominada como Ladeira Lopes Trovão em homenagem ao médico carioca e ativista republicano falecido em 17 de julho de 1925.
Esta última ladeira, também conhecida como do Bom Parto, passou a ser denominada José Cardoso da Silva pela Lei nº 4.179, de 25 de fevereiro de 1993.
Outra importante referência do bairro é a Gruta do Padre, uma grota que se formou a partir do escoamento das águas da chuva que caiam sobre o Farol e Pinheiro. A denominação pode ter origem numa lenda sobre a aparição de um padre sem cabeça no local.
Passou a ser Gruta do Padre Cícero Romão Batista pela Lei nº 2.199 de 19 de maio de 1975. Tem ligação com o Farol pela Ladeira Ulisses Bandeira.
Ação Católica e padre Brandão Lima
A iniciativa de implantar, a partir de 1940, o movimento social e político da igreja que ficou conhecido como Ação Católica (AC) deve-se em Alagoas a Dom Ranulpho da Silva Farias, então à frente da Arquidiocese de Maceió.
Com a AC, a igreja resolvia participar da organização dos trabalhadores e de outros segmentos sociais, disputando espaços com os tradicionais movimentos organizados por partidos políticos, principalmente os de esquerda, que ganhavam força à época.
Em Alagoas, um dos setores mais ativos na luta sindical dos operários era o têxtil. No mesmo ano em se instalava a AC foi inaugurada, em 7 de setembro, a sede do Sindicato dos Tecelões da Fábrica Alexandria, no Bom Parto, e a sede do Sindicato dos Tecelões da Fábrica de Fernão Velho.
Para a Arquidiocese, era hora de fortalecer a igreja católica em áreas de moradia de trabalhadores. O bairro do Bom Parto estava na relação por abrigar a comunidade de operários da Fábrica Alexandria, uma das grandes da indústria têxtil do Estado.
A igreja católica passou a atuar na área com o Apostolado da Oração, Juventude Operária Católica (JOC) — teve sua sede inaugurada em 1943 —, Associação Nossa Senhora do Bom Parto, Cruzada Eucarística, Santo Anjos e Pia União dos Filhos de Maria.
Entretanto, foi somente em 8 de setembro de 1949 que a Arquidiocese instalou a Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto. Um século depois de construída a primeira capela.
A nova freguesia foi desmembrada das Paróquias de Nossa Senhora dos Prazeres (Catedral), Santa Rita de Cássia no Farol e Nossa Senhora das Graças da Levada. Antes de se tornar Paróquia do Bom Parto era Capela da Catedral.
O seu primeiro vigário, frei Egídio de Sarroch, tomou posse no dia 11 de setembro de 1949 às 8 horas. O segundo foi o padre José Brandão Lima. Assumiu no dia 8 de janeiro de 1951. Havia sido ordenado por Dom Ranulpho em 20 de junho de 1948.
Padre Brandão Lima, que em 1950 já era assistente da JOC, logo após a sua indicação para a Igreja do Bom Parto, em junho de 1951, esteve em Recife participando das diversas reuniões que ocorreram naquela capital durante a estada do Monsenhor Léon Joseph Cardijn, o sacerdote belga fundador da Juventude Operária Católica em vários países.
Mons. Cardijn esteve novamente no Nordeste em 1955, quando recebeu, em João Pessoa, delegações de vários estados, e em 20 de setembro de 1956, em Recife, participando da 1ª Semana de Jovens Trabalhadores da JOC de toda a região. O jovem padre do Bom Parto esteve em todos estes eventos acompanhando delegações alagoanas.
Atropelamento
Às 5h20 do dia 8 de fevereiro de 1959, em pleno domingo de carnaval, o padre Brandão Lima se deslocava em sua motoneta (uma espécie de bicicleta com motor) para uma das missas, quando foi atropelado por um ônibus da Autoviária Senhor do Bonfim dirigido pelo motorista Demerval Andrade.
O acidente ocorreu nas imediações da Fábrica de Biscoitos Brandini. O jornal Diário de Notícias de 25 de fevereiro de 1959 informou que o ônibus desenvolvia velocidade excessiva e que invadiu a faixa da rua por onde transitava a vítima. O padre foi arrastado por aproximadamente 40 metros.
Permaneceu por quatro dias no Hospital de Pronto Socorro, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia 12 de fevereiro de 1959.
O seu cortejo fúnebre levou mais de 10 mil pessoas as ruas de Maceió, que percorreram os cinco quilômetros que separam a Igreja do Bom Parto do Cemitério de Nossa Senhora da Piedade no Prado.
Com a divulgação do laudo da perícia, surgiu a suspeita que o atropelamento foi proposital e atribuído o crime ao governador Muniz Falcão, que antes do seu casamento com Alba Mendes, no dia 9 de setembro de 1956, teve sua vida pesquisada pelo padre a pedido de dom Adelmo Machado.
O então arcebispo-coadjutor de Maceió desconfiava que Muniz já era casado no religioso e enviou Brandão Lima até Araripina, no alto sertão pernambucano, terra do governador.
Muniz Falcão não gostou e demitiu o padre Brandão Lima do Colégio Estadual de Alagoas, onde lecionava História Geral. Além disso, o jornal informou que o padre do Bom Parto passou a ser vítima de uma campanha que o atacava “na mais sórdida linguagem”.
Quem o substituiu na paróquia provisoriamente foi o padre Luiz M. Marinho, que lá permaneceu até o dia 12 de março de 1959. No dia seguinte, 13 de março, às 19:00 horas, tomou posse o novo vigário, padre Celso Alípio. Ficou apenas dois meses. Foi substituído pelo padre Humberto Cavalcante, que ficou até quando a Paróquia foi entregue aos cuidados da Ordem dos Frades Menores (OFM), em agosto de 1964.
Para esse fim, foi firmado contrato com a Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Martírios. Houve a doação de um terreno no entorno da igreja à Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil.
Documento de 8 de julho de 1964 designou para residir em Maceió o frei João Batista Vilar, que ficou como superior da residência e Capelão da Igreja Bom Jesus dos Martírios, e frei Martiniano Reinaldo Padilha, vigário da Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto. Assumiram em 24 de agosto de 1964.
Atualmente, a Paróquia voltou à jurisdição do clero arquidiocesano e o seu atual Administrador Paroquial é o padre Francisco Teixeira da Assunção.
Em junho de 1962, o deputado federal Abrahão Moura, em homenagem ao padre morto tragicamente, apresentou projeto autorizando ao Ministério da Educação a construir o Ginásio Padre Brandão Lima, que foi dirigido por décadas pelo professor Pereira de Lucena.
Fábrica Alexandria
A primeira informação publicada sobre a Fábrica Alexandria surgiu no jornal Gutemberg de 8 de março de 1911. Em um longo texto laudatório do progresso e do desenvolvimento produzidos pela indústria, o periódico enalteceu a iniciativa.
“Sob a competente orientação de um distinto capitalista, o sr. João Antônio Loureiro, e de um mecânico de rara habilidade, como o sr. Manoel Teixeira Guimarães, a Fábrica Alexandria se propõe a explorar o feitio de rendas sistema Madeira e de linhas de algodão”, destacou o jornal.
Detalhou ainda que a fábrica seria localizada no Bom Parto e que as máquinas deveriam vir na Europa “dentro de dois meses”. Em junho, os jornais noticiam que a firma havia conseguido a isenção de “direitos alfandegários ao maquinismo importado…”.
Foi o intendente Luiz de Mascarenhas quem assinou o despacho do dia 20 de abril de 1911 autorizando a firma a “construir uma casa à rua Calheiros da Graça”. Indicativo que havia investimento em obras na área. (Gutenberg de 21 de abril de 1911).
No mesmo dia 20 de abril, o Gutenberg informava que João Antônio Loureiro havia distribuído duas circulares, uma delas comunicando que havia dissolvido a firma Loureiro & Cia, que mantinha em Penedo para explorar o abastecimento d’água na cidade.
A outra circular tornava público a constituição da firma Loureiro & Guimarães “cujo principal objetivo é o fabrico de rendas e linhas de algodão, montando para isso a Fábrica Alexandria…”.
Em 17 de agosto de 1911, o Gutemberg noticiou que o governador do Estado Euclides Malta e outras autoridades fizeram uma visita “as obras da Fábrica de rendas dos srs. Loureiro & Guimarães (sita no Bom Parto)”.
A Fábrica Alexandria foi inaugurada em outubro de 1911 e permaneceu até 1913 como um empreendimento da firma Loureiro & Guimarães, de João Antônio Loureiro e de Manoel Teixeira Guimarães.
Filho de tradicional família de Penedo, Alagoas, João Antônio Loureiro, era o diretor gerente da firma J. A. Loureiro & Cia, Empresa Luz Elétrica Alagoas, uma sociedade em comandita, registrada em setembro de 1894, que instalou o primeiro sistema de iluminação elétrica de Maceió, inaugurado em 16 de janeiro de 1896. Adriano de Oliveira Maia era o outro sócio.
Em 1907, sem honrar uma dívida contraída com o Estado de Alagoas e sem conseguir dar manutenção em seus equipamentos, a Luz Elétrica de Alagoas foi executada pelo Governo e arrematada em hasta pública pelo comendador José Antônio Teixeira Basto, que pagou 35:000$000 pela empresa.
Manoel Teixeira Guimarães era um mecânico português natural da cidade de Fafe, que veio para Sergipe em 1906 para montar a Fábrica Peixoto & Gonçalves em Neópolis. Essa empresa continua em atividade com a denominação de Peixoto Gonçalves S/A.
Após constituir a Loureiro & Guimarães em 1911 e se afastar dela em 1913, com a venda da Fábrica Alexandria, Manoel Teixeira permaneceu na empresa até 1914 como diretor técnico. Neste mesmo ano assumiu a gerência da Fábrica Progresso Alagoano.
Famílias Zagallo e Lobo na Fábrica Alexandria
No final de abril de 1913, a Revista Comercial de Alagoas divulgou uma nota circular “da futurosa firma Zagallo & Irmão” com o seguinte teor:
“Maceió, 26 de abril de 1913. — Ilustre Redação da ‘Revista Comercial’. Maceió. — Amigos e Snrs. — Temos a subida honra de comunicar a V.S. que nesta data constituímos uma sociedade mercantil sob a firma ZAGALLO & IRMÃO, para exploração dos produtos manufaturados pela fábrica denomina Alexandria, sita à rua Calheiros da Graça n. 28, hoje de nossa propriedade, da qual são solidários Luiz Zagallo Rodrigues Cardozo e Joaquim Cordeiro Zagallo, conforme contrato arquivado na Meritíssima Junta Comercial deste Estado”.
Em março de 1910, o jovem acadêmico de Medicina Mário Lobo casou-se com Edla Zagallo Lobo, uma das filhas de Luiz Zagallo e de Laura Cardoso Zagallo. Concluiu o curso na Faculdade de Medicina da Bahia em dezembro daquele mesmo ano.
Mário Lobo, que era filho de Alfredo Alves de Souza Lobo, então juiz de Direito em Porto Calvo, surge nos registros de 1916 como diretor gerente da fábrica. Nesta época morava na Rua Calheiros da Graça, nº 46.
A irmã de Mario Lobo, Maria Antonieta Lobo Zagallo, era a mãe de Mário Jorge Lobo Zagallo, o craque de futebol que nasceu em Maceió no dia 9 de agosto de 1931. Seu pai, Haroldo Cardoso Zagallo, era diretor comercial da firma no Rio de Janeiro.
Com a morte de Joaquim Cordeiro Zagallo, em Salvador no dia 30 de novembro de 1915, a firma proprietária da Fábrica Alexandria passou por alteração societária. Em 1917 ela era citada como Zagallo & Cia, não mais Zagallo & Irmão.
Em 1920, a fábrica foi repassada à firma M. Lobo & Cia, sociedade em comandita por ações com um capital de 1.000:000$000, que adquiriu novo maquinário e ampliou exponencialmente a capacidade de produção daquela unidade fabril.
Luiz Zagallo faleceu no dia 15 de novembro de 1931, no Rio de Janeiro.
Mário Lobo, que passou a administrar a indústria a partir de 1920, permaneceu à frente da fábrica até quando desligou definitivamente seus motores em 23 de novembro de 1966.
Em algum momento dessa trajetória houve a incorporação de Alfredo Peixoto como um dos principais sócios da empresa.
Em 1945, a M. Lobo & Cia. Estava localizada na Rua General Hermes, 1327, no Bom Parto.
A presença da fábrica e dos seus operários no Bom Parto durante décadas fez o bairro prosperar e melhorou a qualidade de vida dos seus moradores. A Alexandria oferecia aos seus trabalhadores alguns benefícios, como centenas de moradias e refeições durante o período de trabalho.
Ao lado da fábrica surgiu uma feira livre e havia um espaço reservado para shows e apresentações, o Teatro Alexandria, onde eram exibidos filmes às sextas-feiras e sábados.
O time de futebol dos trabalhadores da empresa (Associação Atlética Alexandria) também fez história ao sagrar-se campeão alagoano de 1947. Havia sido fundado em 28 de novembro de 1935.
Mesmo oferecendo condições de trabalho nos três turnos, a Fábrica perseguia continuamente a ampliação de sua produção. Isso pode ser constatado no Correio da Manhã de 9 de setembro de 1944, que divulgou a resposta do Ministro do Trabalho à reivindicação da empresa que pleiteava “prorrogação do horário normal do trabalho para homens, mulheres e crianças”.
O ministro “deferiu o pedido, excetuando os menores e ressaltando que o trabalho de mulheres que exercem atividades também em horário noturno não pode exceder de oito horas”.
Em 1956, a Fábrica Alexandria tinha 1.015 operários, sendo mulheres 501 destes. O salário médio era de mil cruzeiros e cada operário controlava até quatro máquinas.
No jornal Imprensa Popular de 5 de junho, as operárias denunciavam que a empresa não tinha oferecia vestiários feminino e nem banheiro para se lavarem ao término do serviço.
Quando fechou, em 23 de novembro de 1966, a Fábrica funcionava com apenas 150 operários. Todo seu equipamento foi vendido para o Cotonifício da Torre S.A., de Recife, Pernambuco.
“Contribuiu na pesquisa o jornalista João Victor Lemos.
Ajudei juntamente a Arq Zélia Mais Nobre a projetar e construir novos espaços no interior da Igreja de Bom Parto como seu cõro e sacrário. Era , a igreja , minha conhecida dos tempos (2a metade da década de 30) quando ia para visitar o meu avô acompanhado de minha mãe .
Um parêntesis; meu avõ era paraibano e primo de Celso Furtado que conheci aqui em Maceió como Ministro da Cultura Evair me confirmou o parentesco ! Voltando à Igreja , ela está encravada numa região com muitos problemas ( Brejal ) que seu pároco , Pe Francisco, enfrenta com muita seriedade !
Aqui: Mário Jorge A.Lima; hj um Mário Arreteks; tenho tb história em Bom parto; depois da JOC ; fundei junto com Frei Aluísio e os jovens, o Clube dos Jovens Católicos de Bom Parto, em 12 de Março de 1969.
Meus Parabéns a vc que resgatou todas histórias daquele bairro e Igreja; nasci ali em 1949. Você me deixou feliz; meu abraço
Por favor corrija essa informação que frei Bruno é pároco…
Ele no tempo dos franciscanos.
Parabéns por mais um excelente trabalho.
Corrigimos, André. Mais uma vez o nosso agradecimento.
É muito importante que se mantenha viva as lembranças culturais, artísticas da nossa terra que servirá para todos os nossos amigos e irmãos!
Parabéns. Amei! Muitas lembranças.