Vergel do Lago, dos sítios até a Virgem dos Pobres
Quando Maceió começou a se expandir, ampliando a ocupação da Zona Sul, principalmente a sua área lacustre, o fez utilizando os sítios que se estendiam entre a orla da Lagoa do Norte (Mundaú) e os alagadiços que separavam aquela área do atual Trapiche da Barra.
Os atuais bairros de Ponta Grossa, Vergel do Lago e parte da Levada eram considerados Ponta Grossa. Provavelmente por ser o extremo sul (na verdade Sudoeste) da cidade que já tinha ao norte (Nordeste) a Ponta da Terra e Ponta Verde.
Alguns sítios desta área também passaram a ser denominados como Ponta Grossa. Um deles, cujo proprietário era Francisco de Santa Maria, publicou no jornal em 20 de janeiro de 1849 um apelo para que fosse encontrado seu escravo de nome Paulo, que havia fugido.
Mais tarde, em 1895, alguém de sua família, de nome Mariana Francisca de Santa Maria, foi quem oficializou a doação de parte deste sítio para que fosse erguida a igreja de N. S. das Graças.
Em 1877, o Sítio Ponta Grossa era o endereço de Clarencio da Silva Jucá.
Cinco anos depois, em fevereiro de 1882, um anúncio colocava a venda o Sítio Ponta Grossa, cujo proprietário era Torquato Ramos. Media 500 braças de frente e 700 de fundo (914,4m x 1280,16m).
Ildefonso Loyola também foi dono de um Sítio Ponta Grossa e anunciou a sua venda em 1896.
Uma rua, a atual Rua 16 de Setembro, recebia também o nome de Rua da Ponta Grossa em 1873. É possível que a sua continuação, a hoje Rua Santo Antônio, também tenha recebido esse nome.
Em 1887, a Rua da Ponta Grossa já era tratada como inserida no bairro da Levada, que nascia sobre a influência do então Canal da Levada.
Não se sabe a data em que foi aberta ou transformada em rua, mas a via que ajudaria a nascer o Vergel do Lago foi citada pelos jornais, em 1897, como Rua Santo Antônio.
Outra artéria que contribuiu para a expansão do futuro bairro foi a Rua Formosa (Silvestre Péricles), que surgiu como “Estrada para o Matadouro” em mapa de 1859.
O Matadouro ficava aproximadamente onde hoje é o terminal de ônibus da Vila Kennedy, no fim da Rua Formosa, esquina com a Rua Cabo Reis. A estrutura montada para o Matadouro também funcionou como o Paiol da Pólvora e até abrigou “bexigosos” por algum tempo. Foi construído em 1855 pelo presidente da Província Sá e Albuquerque, que queria o matadouro na margem da lagoa, criando um porto para Marechal Deodoro e Pilar. Após a construção deste equipamento, o local foi considerado impróprio.
Vergel do Lago
Não se sabe quando e como surgiu o grande sítio, com aproximadamente seis léguas, que passou a ser conhecido como Vergel do Lago. Mas pode-se afirmar que era a maior parte de um dos antigos sítios com o nome de Ponta Grossa. Começava nas Águas Negras, logo após o Largo das Graças (Praça das Graças), como se constata com as publicações a seguir.
Um anúncio no Gutenberg de 1º de janeiro de 1905 coloca à venda “um magnífico sitio na Ponta Grossa com cerca de 300 casas que pagam foros ao proprietário do mesmo sítio, assim como 280 pés de coqueiros e mais árvores frutíferas. O terreno começa na ponte de Água Negra e vem terminar à margem da lagoa, no ponto denominado Boca da Levada. Possui uma excelente casa de vivenda e para melhores informações nesta redação ou à rua do Macena nº 94”.
No dia 12 de março de 1910, em outro anúncio de venda publicado também no Gutenberg, já surge o “Sítio Vergel do Lago”:
“Arrenda-se o sítio Vergel do Lago, outrora Ponta Grossa, com casa de vivenda, fruteiras, coqueiros, terrenos para plantação de cana, mandioca, grandes pastagens, boa água etc.
Também se faz negócio por venda ou arrendamento com os terrenos foreiros d’Água Negra, devidamente medidas, onde já existem mais de 60 casas edificadas, tendo lugar para edificação de maior número.
Quem pretender dirija-se à rua do Rayol, nº 2 ou ao escritório do Professor Goulart.
Jaraguá, 8 de março de 1910
Rodolpho Santa Cruz”.
Há registros identificando como tendo sido seu proprietário, em algum momento, o comerciante Félix de Moraes Bandeira de Mello. O mesmo que deu nome à atual Rua Félix Bandeira.
O bairro
O episódio que possibilitou o sítio se transformar em um bairro de Maceió ocorreu em maio de 1911, quando o intendente (prefeito) Luís de Mascarenhas resolveu adquirir uma área para instalar o Matadouro Municipal.
Algum tempo depois, o jornal Diário do Povo (18 de março de 1917) justificou o acerto daquela compra de 1911 explicando que a propriedade tinha “seguramente uma légua de terra [seis quilômetros] com excelentes pastos para o gado, boa água, e facilidade para um serviço de esgoto completo e, além de todas estas vantagens, a de estar dentro da cidade e, portanto, existir a facilidade para o transporte das carnes”.
Na época da aquisição, parte do sítio, na Água Negra, estava ocupado por edificações e como o intendente não tinha interesse nesse terreno, propôs comprar somente a parte desabitada.
O proprietário não aceitou e vendeu tudo a Euclides Malta, que era o governador do Estado. O intendente, que tinha ligações políticas com o governante, imediatamente o procurou com a mesma proposta.
Num primeiro momento foi recusada. Somente foi aceita, segundo o jornal, por intervenção de amigos. A intendência da Capital pagou, em maio de 1911, 13:280$000 e lavrou escritura no tabelionato de Eustáquio Filho. Ainda segundo o jornal Diário do Povo, após a aquisição o município alugou o sítio recebendo 100 mil réis por mês.
Luiz Mascarenhas, que havia assumido em 7 de janeiro, no final daquele mesmo ano (27 de dezembro de 1911), teve que sair às pressas de Maceió e renunciou ao cargo. Foi atingido pelo movimento insurrecional que no início do ano seguinte poria fim ao período conhecido como “Era Malta”.
Anos depois, em 1915, Maceió voltou a discutir a instalação do Matadouro Municipal e o local escolhido continuava sendo o “Sítio Vergel do Lago”.
Foi o governador João Batista Acioli Júnior, em 1915, quem concedeu o uso do sítio, por 20 anos, a Pedro Santerre Guimarães para que este construísse o Matadouro. Como o empresário não conseguiu cumprir com os compromissos da concessão, em 1916 ela foi repassada para Gustavo Adolpho Schmidt Junior, um comerciante carioca.
Este também não construiu o equipamento alegando que não oferecia declividade para o escoamento dos detritos e por não existir água. O governador comprou, então, um sítio nas Goiabeiras, perto de Fernão Velho e o ofereceu ao contratante.
Em 1925, durante o governo de Costa Rego, quando se projetava a construção de um aeroporto, novamente o sítio foi avaliado. Pertencia ainda ao município e sua localização era à margem da Lagoa do Norte, atual Lagoa Mundaú. O aeroporto da Aeropostale terminou sendo construído no Tabuleiro do Pinto.
Em 1931, o Sítio Vergel do Lago, ou parte dele, foi cedido à Arquidiocese para a construção da Colônia de Mendigos, a Casa do Pobre de Maceió a partir de 1933, situada na Rua Santo Antônio, nº 1.083.
Para que isso acontecesse foi preciso que Gustavo Schmidt Junior, o concessionário de 1916, devolvesse a posse do terreno ao município. A Colônia de Mendigos foi inaugurada no dia 31 de janeiro de 1932.
Parte dos pavilhões da Casa do Pobre foram utilizados posteriormente pela Escola São Vicente e Escola Catharina Labouré, depois unificadas na Escola Monsenhor Batista, o atual Colégio Arquidiocesano de Maceió Monsenhor Batista.
O terreno cedido para a Casa do Pobre também foi ocupado pela Matriz de N. S. do Perpétuo Socorro, na Rua Humberto Santa Cruz; pela Escola Estadual Dom Adelmo Machado e pelo Centro Social Dom Adelmo Machado, estes dois últimos na Rua Marquês de Pombal.
Dois anos depois, o sítio, já tratado como bairro do Vergel do Lago, foi cogitado para ser o local onde se construiria o novo Presídio de Maceió. A ideia não prosperou por a área ser considerada inadequada.
Em setembro de 1937 a área já tinha moradores suficientes para exigirem o prolongamento a linha dos bondes até a Casa do Pobre no Vergel do Lago. Até aquele período, os bondes se deslocavam até “em frente ao cruzeiro, no fim da Rua Santo Antônio”, esquina da Rua Félix Bandeira com Rua Payssandu. O que pressupõe que depois do Cruzeiro as habitações rareavam.
Av. Monte Castelo
Após os ataques a navios mercantes brasileiros na costa nordestina, no início de 1942 o Brasil declarou guerra à Alemanha e a Itália. Entre as várias medidas para a defesa do país, principalmente no chamado Teatro de Operações do Nordeste, o Brasil aceitou a presença de tropas norte-americanas, que por aqui desembarcaram em 1942.
Uma das estruturas montadas por eles foi instalada na margem da lagoa Mundaú, onde também pretendiam estabelecer apoio aos hidroaviões. Os galpões erguidos ali serviram também para receber o 22º Batalhão de Caçadores da Paraíba e alguns oficiais e técnicos norte-americanos.
Para se ter acesso a essa área as forças navais dos EUA retiraram parte da cerca que limitava a Casa do Pobre com uma área alagada e construíram uma larga via de acesso, que depois veio a ser a Av. Monte Castelo.
A estrutura para reabastecimento de hidroaviões do Vergel do Lago ficou conhecida como a Pista do Vergel e ainda hoje permanece no local.
No Tabuleiro do Pinto foi instalada, no dia 16 de fevereiro 1943, uma unidade de blimps com três aeronaves. Dividia o aeroporto da empresa de transportes aéreos Panair do Brasil. Lá também foram construídos alguns galpões.
Foi por causa deste envolvimento do bairro com a Segunda Guerra Mundial que a Av. Monte Castelo ganhou essa denominação, oficializada pela Lei nº 440, de 24 de setembro de 1955, em homenagem à batalha do Monte Castelo na Itália.
Em 1951 a Base do Vergel do Lago (há referências a ela como Nantinga) já estava servindo de abrigo aos mais pobres. Ela foi doada ao Estado pelo Ministério da Aeronáutica após a Guerra. Naquele ano, em plena Guerra da Coreia, foi cogitada a reocupação da Base de Hidroaviões do Vergel do Lago por forças norte-americanas.
Nas asas da Panair
A Panair foi uma empresa pioneira no transporte de passageiros no Brasil e começou a funcionar no final de 1929. Em Maceió, realizava seus pousos e decolagens na Lagoa Mundaú. Av. Panair, hoje com outra denominação, e a Travessa Panair, no Vergel do Lago, são referências a esta empresa.
O cais de madeira que servia para atracação dos hidroaviões ficava próximo onde funcionou o Bar das Ostras, quase que na entrada do Canal da Levada. O acesso a este cais se dava pela Rua Félix Bandeira ou pela Rua Santo Antônio e depois pela antiga Av. Panair.
Também utilizavam a Lagoa Mundaú para pousos dos seus hidroaviões as empresas Génerale e Condor.
Essa atividade aeroportuária do Vergel do Lago atraiu a atenção do Aeroclube de Maceió em 1941, quando se cogitava a construção de sua pista de pousos e decolagens. A pista e hangares terminaram sendo construídos na Jatiúca.
Foi a Panair também a responsável pelas primeiras pavimentações em asfalto na capital. Para melhorar o acesso ao Vergel e ao Aeroporto no Tabuleiro do Pinto, em 1941 assinou convênio com o então prefeito Abdon Arroxelas para asfaltar a Rua Santo Antônio, na Ponta Grossa, e a Av. Fernandes Lima.
Rua Cabo Reis
Outra via importante na definição dos limites do bairro é a atual Rua Cabo Reis. Se estende da Av. Senador Rui Palmeira, à margem da Lagoa Mundaú, até o antigo brejo do Trapiche, hoje canalizado e com uma ponte que permite a continuação da via pela Rua José Pimentel Leite Passos até a Av. Siqueira Campos.
Sua origem pode estar na Estrada do Félix Bandeira, citada em 19 de agosto de 1911 no Relatório de Bráulio Fernandes Tavares, que foi elaborado a pedido do intendente Luiz de Mascarenhas. Foi descrita como saindo da Lagoa Mundaú, após a Rua 15 de Março (atual Cícero Torres), permitindo o acesso ao antigo sítio do Félix Bandeira, já então denominado de Sítio Vergel do Lago.
Foi durante muito tempo também conhecida como a Rua da Palha. Essa pesquisa encontrou o último registro com essa denominação no Diário da Manhã, de Pernambuco, de fevereiro de 1936. Em março desse mesmo ano, no mesmo jornal, já surge a Rua Cabo Reis.
Sobre qual o militar homenageado nesta via, sabe-se muito pouco. Há registros de dois Cabos Reis que poderiam emprestar seus nomes para a rua.
O primeiro deles foi um participante do levante militar de julho de 1922 no Rio de Janeiro que culminou na famosa marcha dos 18 do Forte de Copacabana no dia 6 daquele mês.
Foi citado pelo cabo João Anastácio, o paraibano “Capitão Tempestade”, um dos sobreviventes do episódio, em entrevista para o Diário da Noite de 26 de abril de 1944. Ele revelou que em das fotos históricas de Zenóbio Couto, o cabo Reis aparecia à frente do grupo. “O cabo Reis quase fuzilou o fotógrafo. Mas eu impedi. Vi logo que ele estava trabalhando e não podia fazer mal à gente”, descreveu a cena o cabo de 1922.
Ferido no combate por “fogo amigo” (foi o tenente Siqueira Campos que atirou nele, desconfiando que era das forças adversárias), foi hospitalizado. Não se sabe como faleceu, mas em 1928 já estava na sepultura nº 82.138 do Cemitério de São Francisco Xavier no Rio de Janeiro.
Após a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, várias homenagens foram prestadas aos heróis do movimento tenentista. Em Maceió surgiu a Praça Dezoito do Forte de Copacabana, em Jaraguá, e a Av. Siqueira Campos, no Prado e Trapiche da Barra.
O outro Cabo Reis que pode ter dado origem ao nome da rua foi citado no Jornal de Alagoas de 18 de novembro de 1953. Em um texto, o professor Luiz Lavenère informa que uma senhora lhe declarara ter sido amiga do Cabo Reis, que era do 20º Batalhão de Caçadores e morrera afogado na Praia do Sobral.
Outros equipamentos
Outra obra que também impactou o bairro foi a Vila Kennedy, um conjunto de casas populares construído com recursos do projeto norte-americano Aliança para o Progresso.
Inaugurada em 1964 por representantes do governo dos EUA, a Vila atraiu muitas construções para o local. Foi erguida bem próximo ao antigo Matadouro e na época ficava na margem do canal do Trapiche.
Em um dos seus extremos surgiu a Praça Padre Cícero, no final da Rua Marquês de Pombal, próximo à Escola Estadual Dom Adelmo Machado.
Colégio Municipal
Outra instituição importante que se instalou no bairro foi o Colégio Municipal de Maceió, inaugurado em 27 de agosto de 1967.
Começou a ser construído em fevereiro de 1967 e foi projetado para substituir o então o Ginásio Municipal Afonso da Rocha Lira, que logo após a inauguração do Colégio Municipal foi desativado. Ficava na Santa Rita, Farol.
O Colégio Municipal ocupou a área do antigo campo de futebol do Brasil Esporte Clube e foi erguido pela Fundação Educacional de Maceió (FEMAC). Quando entrou em atividade plena, no início de 1968, recebia 1.500 alunos em 12 salas de aulas. Tinha ainda salas de artes industriais e um ginásio de esportes coberto. A obra foi orçada em Cr$ 300 milhões.
O Colégio atendia os alunos do Vergel do Lago, Ponta Grossa, Coréia, Prado e Trapiche.
Em 6 de novembro de 1968, a Lei nº 1.581 autorizou a criação de novos cursos, surgindo então o Científico, Pedagógico, Datilografia e Corte e Costura.
No início de 1969, após o falecimento do senador Rui Soares Palmeira em 16 de dezembro de 1968, o prefeito Divaldo Suruagy alterou o seu nome para Colégio Municipal Rui Palmeira.
O Colégio Municipal foi transformado em Centro de Ensino Fundamental Rui Palmeira pela Lei nº 1.962, de 27 de dezembro de 1972, assinada pelo prefeito João Sampaio. Passou a ser o núcleo para onde iam os alunos que concluíam os estudos nas escolas da rede municipal de educação, que cuidavam somente da primeira fase do Ensino Fundamental.
Atualmente é a Escola Municipal Rui Palmeira.
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Em frente a este colégio, a área urbanizada recebeu a partir de 28 de março de 2018 a denominação de Praça N. S. do Perpétuo Socorro, que ficou mais conhecida como Praça dos Pobres.
Nela foi erguido em 1995 o Monumento aos Pracinhas da Segunda Guerra. Em junho de 2011 o monumento foi retirado e colocado na Praia da Avenida da Paz, em frente ao Clube Fênix. No seu local foi erguida uma Base da Polícia Militar.
No início da década de 1950, surgiu no bairro o Bar das Ostras. Rapidamente transformou-se numa das atrações de Maceió, graças principalmente ao Camarão à moda das Ostras, que deu fama nacional ao local e ajudou a divulgar a Lagoa Mundaú.
O bar da dona Oscarlina Maria da Silva e seu esposo Pedro Luís da Silva ficava na Rua Cruzeiro do Sul, nº 487, e o acesso se dava pela Rua Balbino Lopes, ao lado do Colégio Rui Palmeira.
No início dos anos de 1950 surgiu no bairro a Sociedade dos Amigos do Vergel do Lago (Savel). Foi uma iniciativa da Ação Católica, movimento social ligado à Igreja Católica. Sua sede, um galpão situado na Av. Monte Castelo, foi usado durante muitos anos para festas e bailes dos moradores. Até um cinema funcionou no local.
Dique Estrada
A construção do Dique-Estrada foi a obra que mais trouxe modificações para o Vergel do Lago.
Foi ainda em 1976, durante a gestão do prefeito Dilton Simões, que se começou o aterro do canal do Trapiche e de parte da orla lagunar, planejado para impedir as constantes enchentes provocadas pela lagoa.
Com inauguração da obra em março de 1982, quando Fernando Collor era o prefeito da capital, teve início uma nova fase da vida do bairro.
A entrega dos conjuntos Joaquim Leão (1.413 unidades habitacionais), em 1983, e Virgem dos Pobres I e II, em 1988, consolidaram sua característica de área de moradia de população de baixa-renda.
A urbanização de sua orla, inaugurada em 1989, criou boas expectativas para o Vergel do Lago. Lamentavelmente restou muito pouco do que foi erguido naquele período.
O Papódromo, que foi construído para servir de altar de uma celebração realizada pelo papa João Paulo II em 1991, também não cumpriu o papel que se esperava dele, de se transformar num ponto de visitas dos fiéis católicos. Atualmente funciona com apenas uma missa realizada sempre no primeiro domingo de cada mês.
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Caracterizado como uma área em que predomina a habitação popular, o Vergel do Lago é considerado como um bairro carente de investimentos e que continua a crescer de forma desordenada.
Isso ocorre em contradição com o potencial que tem como área lacustre da capital, podendo se transformar, como já ocorreu em várias outras cidades brasileiras, numa área privilegiada para habitação.
Que maravilha de texto!
Um resgate de uma história relativamente recente, quase esquecida pelos maceioenses.
Linda História
Que legal! Parabéns Ticianeli pelo texto belíssimo. Vou compartilhar, pois sempre morei no vergel por anos e até hoje minha família mora lá e poucos conhecem esta história.
Parabéns pelo texto moro a 53 anos no Vergel, e adorei conhecer um pouco da sua história, só com uma ressalva sobre o papodromo, a igreja católica está cuidando e zelando, temos missa da misericórdia todo 1° domingo do mês
Grato, Carlos Alberto. Acrescentamos suas informações ao texto.
Bom dia!
Estou feliz de encontrar um pouco da nossa historia muito bem retratada, que bom vou tentar repassar para meus amigos para que possamos divulgar e tornar cada vez mais conhecida nossa historia, de modo particular o tão conhecido bairro do ver gel do lago. Parabéns.
Eu que passei boa parte da infância e da minha adolescência no Vergel, fico muito feliz em ler um texto como esse, e ver a importância histórica desse Bairro tão acolhedor.
Nasci e cresci no bairro. Sou coordenadora na Escola Rui Palmeira e estamos reformulando nosso PPP. Estas foram as melhores e mais completas informações que já obtive sobre o bairro. Parabéns pelo trabalho.
Texto da história recente de Maceió, impecável digno de aplausos, porém triste e lamentável. O esquecimento dos bairros Vergel do Lago, Ponta Grossa, Levada e o Trapiche da Barra, além do Pontal, bairros que perderam de tudo e tudo, desde a fatídica instalação da Salgema. Preço alto demais pago até hoje. Destruição da natureza, sem precedentes no Brasil. Ilhas belíssimas engolidas por um aterro sem nenhum planejamento. Obra fruto de uma política predatória de uma época áurea, da maior produção de ostras e sururu, os melhores do mundo, do mundo! Peixes e outros mariscos. A desculpa eram as inundações frequentes, hoje bem maior, em outros locais e terremotos no Pinheiro, e bairros vizinhos, resultados da degradação desenfreada contra o estuário da laguna. O pantanal mato-grossense era fichinha em exuberância e biodiversidade em relação as áreas destruídase continua… Os mirantes da cidade, verdadeiros cartões postais de visões espetaculares da Lagoa Mundaú, hoje em dia, retrata o abandono, reflete o esquecimento e o medo de uma cidade cada vez mais violenta, empobrecida em todos os sentidos.
Muito bom conhecer a história do bairro onde vivi minha infância e adolescência. Reconhecer cada cantinho citado no texto é uma viagem no tempo. Hoje como professora de História, reconheço a importância de preservar a memória local.
Nossa muito bom saber a origem do nosso bairro parabéns
Parabéns pelo excelente texto sobre a origem do bairro Vergel. Há muito eu tinha o desejo de saber como tudo começou. Nasci e fui criado no Vergel. Espero poder apreciar outras matérias nesse sentido.
Moro a 16 anos no Vergel já conhecia um pouco a história. Amei o artigo foi muito fiel e aprendi muito
Dona oscalina, proprietária do bar das ostras na época junina enfeitavam a rua com bandeirolas, barracas de comidas junina e quadrilhas, belas roupas eram produzidas para festejar e muitas fogueiras. Os olhos ardiam de tanta fumaça…
Que resgate Magnifico da História do vergel! Me emocionei. Eu que sou morador, e acompanhei com tristeza a destruição do manque que era belíssimo. Parabéns pela matéria. Um belíssimo trabalho.