O Barroco em Alagoas

Artigo científico publicado originalmente na Revista do CHLA (Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal de Alagoas), Ano II, nº 3, Maceió, dezembro de 1986

Penedo e a Praça Deodoro da Fonseca em 1932

Ernani Méro

Falar sobre o Barroco em Alagoas é trazer à tona um componente forte que muito influenciou na formação mental e artística de nossa gente.

Rever toda uma ação pedagógica do Barroco na estruturação sociocultural deste pedaço de Brasil é algo que nos deixa empolgados, pois a Universidade, fiel à sua missão de formar mentalidades, reconhece uma realidade, sem a qual não poderíamos falar em cultura em Alagoas.

Marechal Deodoro e suas igrejas seculares

Alguém já afirmou que o Brasil formou-se, culturalmente, à sombra do Barroco. A sua força de comunicação é tão penetrante que arrancou de Germain Bazin uma verdade irrefutável: “a época barroca constitui uma verdadeira encruzilhada de todas as rotas que vêm do passado e se dirigem para o futuro”. Realmente, em termos de Brasil, essa realidade artístico-cultural está tão presente na alma brasileira que podemos afirmar: temos uma civilização barroca.

Essa expressão cultural que veio para o Brasil pelo caminho líquido do oceano, empurrada pelo Sistema da Colonização, foi assimilada, cresceu e expandiu-se, chegando a Alagoas. É importante, quando apontamos chegou a Alagoas, observarmos que duas vertentes foram responsáveis por essa realidade barroca entre nós. No sul da Província, hoje Estado de Alagoas, influenciou a Escola Baiana, tendo Penedo como agente recebedor e catalizador da sua filosofia estética e social.

A realidade, porém, do centro e do norte, sofreu a influência da Escola Pernambucana, sendo Santa Maria Madalena (Marechal Deodoro) o centro receptor dessa nova realidade cultural. Portanto, trata-se de duas realidades, polo de uma unidade de estilo, merecendo cada uma estudo, pois os agentes que influenciaram nem sempre são idênticos.

Logo de início, não é demais recordar que o “produto-arte” reflete um momento, fotografa uma realidade sócio-político-econômica, cultural e religiosa de uma comunidade. Daí a importância da avaliação de um “produto-arte” não ser apenas visualizado pelo princípio único da arte pela arte, ou seja, unicamente pela ótica da estética. Mister se faz o seja também pelo seu conteúdo social, levando o observador a formular perguntas, encontrando-se no jogo das cores de uma tela, no retorcido do planejamento ou no requinte do estofamento de uma escultura, na monumentalidade de uma edificação arquitetônica, na presença de figuras antropomórficas e fitomórficas.

Igreja Santa Maria Madalena e o Convento de São Francisco onde funcionou o Orfanato São José em Marechal Deodoro

É relevante realçar que o “produto-arte” não surge aleatoriamente, mas é envolvido por toda uma gama de fatores diversos e adversos.

Dentro desse princípio – estético e social -, tentaremos falar sobre o Barroco em Alagoas. Antes, somos da opinião ser necessário abrir as cortinas do passado, tomar o livro de registro dos fatos, reabrir algumas páginas, reler apontamentos para encontrarmos a sua presença e a sua ação no tempo.

No final do século XV, a sociedade europeia sofre consequências de uma verdadeira revolução no campo das ideias. Todo esse movimento teve um batismo — Renascimento —, cujo objetivo era fazer “renascer a cultura greco-romana e conduzir o homem ao mais fundo de sua própria realidade”. Esse notável movimento tornou-se uma linha divisória entre dois mundos, ou seja Idade Média, fincada na filosofia teocêntrica, e a antropocêntrica da Idade Moderna que sofreria a influência do Humanismo. Evidentemente, essa separação nós consideramos em termos didáticos, pois uma idade é o prolongamento, a maturação de tudo aquilo que a anterior conquistou.

Lá, era o homem envolvido e impulsionado pela ideia de posse total e de Deus, dentro de uma visão bem ortodoxa da época, que o levava quase ao esquecimento de sua dupla realidade divino-humana. Nessa nova fase da história, o homem, sem negar a Deus, reconhece a sua grandeza de ser criado por Deus, toma aos ombros a sua condição de um “co-criador” na obra da criação que se desdobra, aceita o desafio outorgado pelo próprio Deus: “Crescei e multiplicai e dominai a terra”.

Essa linha divisória trazida pelo Humanismo renascentista, tão bem vivido pelas obras de Miguel Angelo, Leonardo da Vinci, Rafael e outros, não revalida o pensamento de alguns historiadores de que a Idade Média foi “escura, estática, sem produção cultural”. Não aceitamos essa ideia, quando nos voltamos e constatamos marcantes presenças que extravasam os tempos e ainda hoje influenciam na mentalização da humanidade. A Idade Média foi, não há negar, um caminho que nos garantiu até o Renascimento toda uma obra cultural da Antiguidade Clássica, e daí até nós, através de novas formas e pela presença das Universidades.

Não poderemos, pois, afirmar que a Idade Média é a Idade das Trevas, quando ela nos deu: O Romance das Rosas, a Divina Comédia; os valores do fundamento do Humanismo: Dante, Petrarca, Boccacio; as catedrais de linha gótica: Colônia, Viena, Milão, conforme afirmam, “verdadeiras bíblias de pedra”; as Universidades: Salermo, Bolonha, Paris, Oxford, Cambridge, Salamanca e outras; Tomaz de Aquino, Santo Alberto Magno, Santo Anselmo; a obra imortal e eterna de Tomaz de Aquino, sua SUMA TEOLÓGICA; um São Francisco de Assis, a maior expressão poética de todos os tempos, cantando o “Irmão Sol” e a “Divina Pobreza”, Bernardo de Claravalle, Tomas de Cellano, Boaventura e tantos outros.

Cada fase da História tem a sua realidade pedagógica, pois responde a um momento social dentro do alcance de sua própria verdade mental.

Igreja Santa Maria Madalena e Convento de São Francisco em Alagoas, atual Marechal Deodoro

Vamos encontrar em Miguel Angelo, no teto da Capela Sixtina, a corporificação dessa minha linha de pensamento. A “Criação de Adão”, assim descreve Grembrich tamanha maravilha: “Adão está sentado no chão, com toda a beleza e vigor que convém ao primeiro homem; Deus Pai aproxima-se, transportado e amparado por seus anjos, envolto num amplo e majestoso manto soprado pelo vento como uma vela panda e sugerindo a facilidade com que Ele flutua no vazio. Quando estende a sua mão nem mesmo tocando no dedo de Adão, quase vemos o primeiro homem despertar, como que de um profundo sono, e fixar os olhos no rosto paternal do Criador”. O que Miguel Angelo quis apontar com sua exuberante força de comunicação estética? A mentalidade teocêntrica é fonte, enquanto antropocêntrica é consequente. Logo, não há lugar para rupturas; e sim campo para uma perfeita revitalização, abertura e uma nítida consciência da própria realidade do homem, sua finalidade e sua destinação. Assim, é-nos possível entender que toda uma Fé cristã e um potencial artístico que se arrastaram na sua grandeza crescente desde o Páleo-cristão, Bizantino, Romântico, Gótico, Renascimento, encontram no Barroco o estuário capaz de outorgar ao mundo moderno e contemporâneo a “verdade da Fé e maravilha da realidade do homem, agente do progresso”.

É notável o poder de comunicação das obras de Miguel Angelo. Se seu pincel marca em “Adão” o momento em que a vida é transmitida no corpo do jovem, em o “Escravo Agonizante”, com seu cinzel, ele do mármore arranca o momento em que a vida despede-se, cedendo lugar às leis da natureza.

Como vemos, o Renascimento é grande porque soube dar ao homem a capacidade de criar uma consciência do “divino e do humano”, síntese da maravilha de Deus no Homem.

A influência de personalidades como Leonardo da Vinci, Miguel Angelo, Rafael, abriu os caminhos para uma nova visão da arte que iria desaguar na humanização das formas do Barroco.

As produções artísticas de Leonardo da Vinci, com A Última Ceia, Mona Lisa; Miguel Angelo, com a pintura do teto da Capela Sixtina, a Pietá, David, Moisés; Rafael, com A Bela Jardineira, A Virgem e a Criança, La Madona del Granduca, Cabeça da ninfa Galatéia, a Ceia do Convento de Sat. Maria delle Grazie e outros mestres e outras obras de arte, abriram o espaço cultural para o surgimento de um novo estilo que seria o Barroco. Esse espaço, esse momento que antecede o Barroco, a partir do Renascimento Tardio, chama-se com muito acerto de “maneirismo“. Daí em diante, o ortodoxismo, marca do academismo, onde a razão e lógica sofreriam a agressão do Barroco com seus contrastes dramáticos, movimentos largos de agitação e fantasia. Diante dessa situação, onde um Renascimento, cansado, despede-se e o Barroco, vigoroso, aflora, Germain Bazin afirma: “a época barroca constitui uma verdadeira encruzilhada de todas as rotas que vêm do passado e se dirigem para o futuro”.

Igreja e Convento Franciscano de N. S. Santa Maria dos Anjos em Penedo

O Barroco sofreu a influência de acontecimentos marcantes: o Absolutismo é implantado onde o rei defendia os seus direitos humanos-divinos e da arte exigia a sua glorificação pessoal; a Reforma Protestante estabeleceu a ruptura dentro da igreja; a Contrarreforma, assumindo a atitude de revitalização e reconquista de valores dispersados: Concílio de Trento, Congregação do Index, restabelecimento da Inquisição, fundação da Ordem dos Padres Jesuítas. Ao lado dessas medidas, surgiram outros movimentos: a Revolução Econômica, mudando o Sistema da economia; as Grandes Navegações, estabelecendo o intercâmbio sociocultural e econômico; o Humanismo, despertando a maturação da crítica, a Imprensa, veículo de comunicação.

A Igreja motiva a criação de outras Ordens Religiosas, entrega a problemática da evangelização e instrução aos Padres Jesuítas. Foi um passo, o rebanho continuava desgarrado. Será, portanto, o Barroco estilo religioso, suntuoso, teatral, comunicativo, a motivação maior que vai estabelecer a aproximação entre o mundo urbano e o rural. Será o espaço Igreja que se tornará o polo de integração da sociedade urbana e a rural. Na grandeza e suntuosidade do culto litúrgico, na beleza da harmonia musical, nas telas pintadas com motivos bíblicos, o Barroco assume uma função pedagógica de grande importância, pois o homem inculto da zona rural passou a ler as verdades da Fé. Para os da classe dominadora, a sociedade urbana, não faltou incentivo. Bastava contemplar a Igreja de Jesú com seu frontão com elementos curvos, o Baldaquino de Roma, com suas colossais colunas Salomônicas, para se sentirem atraídos ao retorno à Igreja de origem.

Com esse movimento de reconquista, a grandeza do Barroco em suas formas e mensagem levou o Papa Sixto V a esboçar um plano de urbanização de Roma, o primeiro na História, dando-lhe uma fisionomia de cidade urbanizada e criando os espaços importantes:

IGREJA: — polo convergente para o encontro das duas realidades sociais, urbana e rural. Ponto central, onde a comunidade urbana nas festas marcava presença, como também a rural. Todavia, na Eucaristia, ambas estavam unidas. Já era um despertar de unidade.

PALÁCIO: — espaço vital para a consolidação do Absolutismo. Os seus jardins, verdadeiros ambientes ecológicos, as fachadas com abertura para a circulação de ar, as galerias com largos corredores, tendo espelhos e obras de arte, ensejando a expressão moderna de Galeria de Arte. O Palácio foi marcante, conforme afirma Gideon: “nas monarquias absolutistas, o palácio chegou a substituir a igreja como tema arquitetônico dominante”.

A CIDADE: — é justamente em Roma que é inaugurado o primeiro planejamento urbano, onde existia uma relação entre vias (ruas e avenidas), visando a um sistema integrado e atingindo a teatralidade com efeitos cenográficos. Com esse plano, Roma tornou-se a Cidade Capital-Barroca.

Diante de tudo o que tentamos apresentar, aliás, importante para termos uma ótica da evolução do estético e social nos tempos que antecederam ao Barroco, aceitamos tudo o que Suzi de Mello, em sua obra Barroco, informa: “mais uma vez verifica-se que o Barroco não pode ser considerado apenas como um estilo artístico, mas que, indo muito além dos aspectos formais, estabelece novas e até mesmo revolucionárias modificações em muitos e importantes conceitos vitais para o homem”.

Esse estilo espalhou-se pela Europa; naturalmente, cada região tem as suas características próprias, mas a essência do estilo não difere. No entanto, na França pela sua formação ortodoxa acadêmica, não fora aceito sob a alegação de ser “um estilo desprezível“. Com o tempo, porém, não resistiu à sua força comunicativa e à sua grandeza estética e social.

Convento Franciscano Nossa Senhora Santa Maria dos Anjos Penedo (AL)

Atingiu a Península Ibérica. Na Espanha foi eloquente e não poderia deixar de sê-lo, pois era a terra de Santo Inácio de Loiola, fundador da Ordem dos Jesuítas, sendo o Barroco profundamente religioso. Lá, duas marcas importantes que muito falam da realidade brasileira surgiram: os retábulos em madeira, que são inspirados no traço arquitetônico das fachadas, e as imagens em madeira: corpo inteiro, manequim, roca e também de barro cozido (terracota), ensejando a técnica de restauração: encarnar, panejar e estofar.

Em Portugal ele chegou e recebeu uma forte carga do espírito do Barroco espanhol, pois sabemos que os portugueses estiveram durante sessenta anos, de 1580 a 1640, dominados pela Casa Real da Espanha. De lá, recebemos particularidades, como sejam as capelas douradas, igrejas e conventos conjugados e ainda os azulejos em azul e policromados.

Todavia, é bom lembrar que o Barroco não atingiu a Portugal e Espanha sem uma preparação, ou seja, um espaço cultural introdutório. Em Portugal ele foi antecedido pelo Manuelino, e na Espanha pelo Plateresco. São espaços que vão do Renascimento Tardio até à afirmação do Barroco, como aconteceu na Itália com o maneirismo.

O BARROCO NO BRASIL

Com o processo da colonização chegou ao Brasil o Estilo Barroco, que receberá o nome de Estilo Colonial, como integrante da cultura que nos fora transplantada. Logo, a realidade barroca brasileira é uma consequência do processo de Colonização das Américas. Coube aos Jesuítas, como funcionários da Ordem de Cristo, a missão em terras do Brasil: instruir e batizar. Fundaram colégios e com eles veio o sistema cultural europeizado que foi imposto pelos inquilinos aos donos da terra. Esqueceram-se os colonizadores e muito mais os Jesuítas de que este Brasil não era um espaço desocupado. Nele havia habitantes e com eles uma cultura muito conforme à sua condição de índios: cultura de moldes tribal. Não houve o devido respeito, e sim uma agressão sem limites que foi capaz de neutralizar quase todos os valores de nossa cultura nascente.

Tito Lívio Ferreira, em sua obra de alto valor informativo intitulada A ordem de Cristo e o Brasil, afirma: “Por ordem expressa do monarca, os religiosos não podiam morar nos aldeamentos indígenas. Deviam residir em casas próprias, ao lado dos Reais Colégios, onde eram professores pagos pela Coroa luzitana. E assim, as aldeias e os colégios eram do rei de Portugal, por que os jesuítas estavam e estiveram de 1549 a 1759, durante 210 anos, a serviço da Monarquia Portuguesa”.

Longe de nós a intenção de desmerecer a ação catequética dos Jesuítas em terras do Brasil. Estamos, apenas, colocando o problema para mostrar que não poderia haver interesse do Jesuíta, como funcionário remunerado pela Corte, em conservar a nossa cultura nascente. Nosso espaço foi invadido e nossa cultura nativa desaculturada.

Diferente foi, não há negar, o procedimento dos franciscanos, carmelitas, capuchinhos, beneditinos e outras Ordens religiosas que aqui chegaram com a finalidade de missionar e também instruir.

O Barroco brasileiro deve ser visto dentro de dois espaços: o Barroco do norte e nordeste, com uma característica forte do absolutismo coerente com os modelos portugueses, portanto uma autêntica cópia não só nos elementos estéticos como também em sua filosofia, enquanto o Barroco das Minas Gerais, inicialmente vindo da mesma fonte, com o tempo tornou-se um “Barroco inconfidente, de contestação”, chegando com Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a atingir o Barroco Nacional.

Para entendermos como o Barroco se apresenta de características distintas dentro do mesmo Brasil, mister se faz atentamos para aspectos de cunho social na época.

PERNAMBUCO — Centro polarizador da economia da Colônia; portanto tem o seu modelo social próprio: ECONOMIA RURAL — o Engenho. CLASSE DOMINANTE — aristocracia rural. O BARROCO — feição absolutista: SOCIEDADE — estática — escrava — servil.

Igreja de N. S. das Correntes em Penedo

Conforme procuramos expor, o Barroco do norte e nordeste só poderia ser uma cópia da realidade portuguesa. O Senhor de Engenho, absoluto em seu mundo, tinha interesse de agradar ao Rei, mostrando-se um católico fervoroso e um admirador da arte. Daí, partia para construir capelas dentro da maior suntuosidade possível, chegando a importar material, ouro e mão-de-obra qualificada.

Do outro lado, as Ordens Religiosas ligadas ao Padroado por determinação de acordo entre a Coroa e Roma, recebiam o beneplácito da mesma Coroa. Aqui, chegavam e construíam os seus conventos e igrejas conjugados dentro do risco vigente em Portugal, do contrário, a Mesa da Consciência negaria o pedido de construção.

No nordeste repetia-se a cena da Europa do século XVI. Uma classe dominadora, senhores de engenhos, vivendo de certo modo sob a proteção da igreja e do outro lado a comunidade escrava, dominada a serviço da Casa Grande, carente, agredida e com uma vida subumana.

Um outro aspecto que muito motivou a construção de templos barrocos no Brasil foi, inegavelmente, a rivalidade entre irmandades de negros, brancos, pardos, bem como entre as ordens terceiras, acrescido dos fabulosos testamentos deixados.

Em Minas Gerais vamos encontrar uma realidade diferente, mui embora, inicialmente, tivesse a mesma origem como no nordeste: capelas simples, missionárias.

Podemos detectar formas semelhantes, mas o todo do barroco mineiro tem outras características, tanto no produto estético como no social.

MINAS GERAIS — Centro polarizador de economia aurífera. ECONOMIA — Comércio — citadino, mercantilista. Mineração. CLASSE DOMINANTE Média, irreverente e distante do elemento servil. BARROCO,  inconfidente de contestação. SOCIEDADE — movei, dinâmica.

A comunidade mineira, antes da mineração, assimilou a dinâmica da implantação do barroco, mas com o advento da mineração, criou uma sociedade consciente e não-aberta a aceitar as imposições dos impostos cobrados da extração do ouro. Logo, voltou-se contra as determinações do envio das plantas das igrejas para o julgamento da Mesa da Consciência. Não construíram conventos, pois era proibida a instalação de frades em Minas, suspeitos de espiões. Diante dessa situação, as irmandades e ordens terceiras construíram as suas matrizes que marcam toda a beleza do Barroco Mineiro, alcançando o seu apogeu com o Aleijadinho.

O Barroco, quer dentro da característica mineira ou nordestina, é belo e empolgante, tanto na arquitetura, como na pintura e escultura. Mas a sua presença na sociedade brasileira vai além, atingindo a literatura, música, costumes e culinária. Portanto, não será exagero afirmar que no Brasil instalou-se uma civilização barroca.

O BARROCO EM ALAGOAS

Andamos “caminhos, talvez nunca antes navegados”, usando a expressão portuguesa. Tito Lívio Ferreira, falando de Portugal, disse: “Deus formou o português, não da argila terrena, mas das ondas do Mar; insuflou-lhe no peito o vento do largo; e assim foi feito alma vivente”. Essa afirmação poética é de Jaime Cortesão na sua Introdução à História das Bandeiras.

Parodiando Jaime Cortesão, eu diria: Deus formou o alagoano, não apenas do massapê da região da cana, mas o fez das águas do São Francisco, do Paraíba, das Lagoas Manguaba e Mundaú e do Mar, soprou-lhe o vento da imaginação, da criatividade, da conquista e da Fé; assim foi feita a sua alma vivente.

Porque somos um povo que tem urna história, aceitamos o Barroco. Temos duas realidades em nosso Estado. Santa Maria Madalena (Marechal Deodoro) com seu convento e igreja franciscanos, tendo início em 1660. É uma realidade barroca, creio, mais dentro de uma época, pois motivos sociais, políticos e econômicos forçaram uma certa parada na busca do progresso daquela região. Foi um mal necessário e oportuno, pois o Barroco ali ficou bem caracterizado dentro de um momento de nossa realidade cultural-artística.

Altar mor da Igreja Nossa da Senhora das Correntes Penedo

Deixaremos os fatos históricos e vamos tentar uma rápida descrição estética do convento e igreja de Santa Maria Madalena. A sua fachada é bela e imponente, tendo uma galilé com quatro arcadas, uma torre única, onde existe uma decoração em pedra calcária de um motivo rococó. O seu frontão é típico do Barroco com curvas e contracurvas, com volutas e um nicho no tímpano.

Entrando, temos uma porta almofadada que dá acesso à nave única do templo. Sob o coro há um medalhão pintado, apresentando Santa Clara de Assis, em linha ilusionista de José Floy, pintor pernambucano, onde se lê: “Frei Manuel de S. Joaquim mandou fazer a prezente obra de madeira e Pintura, sendo Guardião anno 1817 — Joze Eloy a pintou no mesmo anno”. No teto da nave, podemos admirar outro medalhão da escola espanhola, apresentando a “Indulgência da Porciúncula-Toties Quoties”. Essa indulgência São Francisco pediu a Nossa Senhora dos Anjos, Padroeira de sua Ordem, para conseguir de Cristo uma indulgência plenária, tantas vezes quantas alguém entrasse na igreja franciscana e rezasse seis Pai Nossos, Ave Marias e Glória ao Pai, dedicando a uma alma.

Fizemos questão de informar sobre a IndulgênciaToties Quoties” porque já lemos que alguém disse que ali estava representada a “glorificação de São Francisco”. Há um engano, agora esclarecido, pois a glorificação de São Francisco foi quando ele recebeu os estigmas, tornando-se: “Alter Christuas“.

Ao lado direito de quem entra, existe um Cristo Crucificado, de uma expressão bela que não é da linha barroca. Houve um filósofo por nome Jasênio que escreveu o seguinte: “Deus, entretanto, confere a sua graça só aos predestinados. Aos demais, ele larga na eterna danação”. Essa ideia herética espalhou-se e influenciou o mundo artístico da época. Daí, surgiu o Cristo “JANSENISTA” ereto, vivo e com os braços na vertical, mostrando que Cristo não veio para salvar o todo da humanidade, mas a uma porção privilegiada. Bem diferente da imagem barroca, sofredora, agônica, morta e com os braços na horizontal, prova de sua bondade universal.

Os altares laterais são pobres e demonstram ser de uma linha artesanal, chocando-se grosseiramente com a beleza do retábulo da capela-mor.

Ao lado esquerdo da nave há uma capela construída pelo Padre Domingos de Araujo de Lima e seu irmão João de Araujo de Lima, tendo um belo retábulo da escola pernambucana que fez a Capela Dourada, em Recife.

A nave é separada da capela-mor por um arco transepto elegante, tendo no centro a coroa portuguesa e o escudo da Ordem Franciscana. Na capela-mor temos o prazer de contemplar o mais belo retábulo do Brasil, mui embora esteja estragado pela fúria do cupim e pela falta de amor à arte de muitos brasileiros que se dizem defensores de nosso patrimônio cultural.

Quem vai falar-nos dessa obra de arte é Germain Bazin: “Os mais antigos exemplos de talha são, depois da Capela Dourada, iniciada em 1698 e concluída nos primeiros anos do século seguinte, o altar-mor e o altar lateral executados pela mesma oficina, para uma lateral da igreja do convento de Marechal Deodoro”. Assim nós temos a ideia de seu valor e também podemos constatar a influência da Escola Pernambucana em Santa Maria Madalena.

O mesmo mestre nos informa que o retábulo da capela-mor de Santa Maria Madalena é de estilo rococó, ricamente trabalhado, onde vemos uma decoração de figuras antropormóficas e fitomórficas, anjos e “Putti”, frutos, cariátides, camarim, colunas salomônicas etc. O forro é em caixotão. O estilo rococó, talvez seja importante informar, é um barroco leve, elegante, gracioso, tendo sido um espaço cultural que vai do barroco tardio ao neoclássico, nascente.

O convento é todo dentro de um figurino português, tendo um belo claustro sustentado por pilastras, bem conforme o espírito místico da Idade Média.

Já sofreu algumas reformas, mas muito tem a apresentar, de modo especial agora, como Museu de Arte Sacra.

Outra realidade é Penedo. Ali também foi construído um convento franciscano e uma igreja pelos frades franciscanos, em 1660. Toda essa obra, como as demais, levou tempo para a sua conclusão.

A igreja é de Santa Maria dos Anjos. Na sua fachada tem uma galilé com três arcos e uma porta ao lado que dá para a portaria.

São portas almofadadas, encimadas por arcos plenos. A decoração da fachada é em pedra calcária, com figuras antropomórficas, frontão em curvas com volutas, óculo e três janelas. A torre é recuada por motivo de duas galilés laterais que foram substituídas, ao longo do tempo, por duas capelas. A torre recuada é uma característica da Escola Franciscana do Século XVIII. Essa Escola não influenciou em Marechal Deodoro; por isso é que a torre da igreja conventual é no alinhamento da fachada.

A nave da igreja conventual de Santa Maria dos Anjos é espaçosa, com um púlpito elegante com dossel e frisos de ouro. As tribunas têm peitoril em jacarandá e sanefas em madeira. O forro é uma pintura ilusionista da lavra de Liborio Lasdro Lial Afes, datada de 1784. Os altares laterais são de uma beleza impressionante e decorados em ouro. O Arco Cruzeiro é monumental, vendo-se em seu topo o escudo da ordem sustentado por dois anjos voantes. A Capela-mor mostra um belo retábulo da linha barroca, com colunas salomônicas, camarim e uma bela e expressiva escultura de São Francisco da Escola da Umbria, na Itália.

Germain Bazin chama a atenção para uma raridade que é o altar da portaria: “único especimen de talha D. João V que o Convento de Penedo possui, o da portaria, que parece ter sido talhado à faca. Quanto à decoração da Igreja deste Convento é de estilo rococó, deixa transparecer a influência bahiana“. Vale a pena admirar esse altar. Impressionantes são os rostos ali existentes de figuras humanas, onde há uma amostra de linhas anatômicas portuguesas e outras de índio. É curioso estudar aquela situação do ponto de vista sociológico.

O Convento é amplo, um claustro muito saudável, sustentado por colunas, uma escada de pedra de um “estilo barroco floral“. Há um detalhe que não pode ser esquecido, que é a “cozinha”, primitiva com chaminé em forma de cone, sobressaindo fora da obra em sua fachada.

Um outro templo que merece ser mencionado é o de Nossa Senhora das Correntes. Foi a capela particular da família dos Lemos. Nela D. Pedro II rezou, quando de sua visita a Penedo, em 14 de outubro de 1859. Não falarei dessa joia de arte das Alagoas; fica por conta de Germain Bazin:

“Um conjunto admirável, um dos mais bonitos do Brasil e quase desconhecido, é a decoração da igreja de Nossa Senhora das Correntes de Penedo, composto de um altar-mor, um arco, sanefas e púlpitos. O concheado está artisticamente recortado em sinuosidade preciosa, colocado sobre um fundo jaspeado onde o brilho dos vermelhos e dos ouros é valorizado pelo tom frio do branco venoso. Entretanto, pelos únicos vãos da fachada, a luz faz com que reluzam na penumbra esses vermelhos e esses ouros de um brilho doce, profundo, misterioso. Pequenas estátuas portuguesas, de estilo presépio, com seu meneio elegante, contribuem para a graça do conjunto. Dois altares neoclássicos, pintados nos mesmos tons do resto da capela, foram colocados nos cantos do arco-cruzeiro, no século XIX. Sua elegância de estilo faz com que reconheçamos sua origem: Bahia. Nossa Senhora das Correntes apresenta, assim, mescladas as duas influências que estão presentes em Penedo, Bahia e Recife”.

Nesse templo é patente a influência da Escola Pernambucana apenas em sua fachada, onde há um detalhe curioso: inicialmente foi feita a capela apenas, com nave única e capela-mor; com o tempo e já por influência da Escola Mineira, houve nas igrejas do norte também as duas torres, corredores laterais e sacristias.

Aqui, convém esclarecer que a partir do final do século XIX, houve uma influência do Estilo Românico, quando muitos templos abriram arcadas, ligando os corredores à nave central por motivo de espaço e circulação de ar. Logicamente, não é o caso da igreja das Correntes que conservou a sua planta original.

São Gonçalo Garcia dos Homens Pardos — este templo bem merece uma referência também. A sua fachada tem ricos detalhes em pedra calcária de estilo rococó, já recebendo influências do neoclássico, lembrando a época de D. Maria I. Os ornamentos deixam a impressão de terem sido recortados e transpostos para a parede lisa. No seu interior, vários altares colaterais e dois laterais, conforme a linha neoclássica nos semelhantes em Salvador. O retábulo do altar-mor é rigidamente de linha neoclássica. Existe uma bela e expressiva coleção de imagens de Semana Santa em madeira, importadas de Portugal. Outras existem de fina feitura, de estilo barroco. Na sacristia encontramos um belo lavabo em pedra calcária, de estilo rococó.

Igreja do Rosário dos Pretos — templo modesto de fachada barroca; o seu interior recebeu uma forte carga de neoclássico. O fato de apresentar motivação de mais de um estilo foi comum nas igrejas brasileiras, pois a construção destas levava muito tempo para a sua conclusão, sendo que artistas de escolas diferentes ali trabalharam, deixando a sua marca.

Não podemos falar de Barroco sem uma referência às Igrejas e Palácios, pois são espaços importantes que traduzem a filosofia do estilo em sua plenitude.

Voltamos a citar Germain Bazin: “os locais de culto dessa sociedade são a igreja e o palácio, e em ambos os lugares reúnem, para as suas devoções, fiéis e cortesãos. Se os santos, nas abóbadas das igrejas, substituem os heróis que enfeitam as frisas dos palácios, os dois “santuários” devem oferecer a todo aquele que ali comparecer a ilusão de um mundo sobre-humano que provoca o respeito pela grandeza do soberano ou o sentimento da glória de Deus”.

Se os templos são belos, não menos o são as casas de biqueira, os sobradões, as construções militares (fortes, cadeias, Casa da Câmara e da Aposentadoria). Portanto, Alagoas no que tange ao Barroco na arquitetura, escultura e pintura, tem algo que merece atenção, marcando uma época de efervescência cultural.

Não podemos deixar, particularizando Penedo, de comentar sobre a sua Escola de Santeiros, tendo como partida os escultores religiosos franciscanos, seguidos por Julio Phidias, Dioclécio Phidias, Cesário Procopio dos Mártires e seu discípulo maior, Antônio Pedro dos Santos.

Concluindo esse momento do barroco alagoano, mister se faz deixemos uma panorâmica sobre as duas realidades do Barroco em Alagoas. Santa Maria Madalena (Marechal Deodoro), mais puro, mais coerente com o século XVII, mais conforme a linha do Barroco austero da Reforma. Por que essa realidade? A própria situação econômica estagnada forçou a uma parada, impossibilitando a vinda de material e mão-de-obra qualificados. Penedo — Igreja Conventual de Nossa Senhora dos Anjos, um centro de maior crescida econômica, um porto fluvial operante, recebeu com facilidade a influência de artistas e de material de qualidade e, de modo especial, foi motivada pela Escola Franciscana do Século XVIII, no Nordeste.

Essas duas Casas conventuais em Alagoas, bem como as demais, tiveram um papel importante na formação mental e artística de nossa juventude. Seguindo aquela orientação das escolas monásticas da Idade Média, trazida pelos missionários, muito colaboraram nessa fase de formação de nossa mentalidade. Tanto os conventos de Marechal Deodoro como de Penedo foram verdadeiras universidades, onde eram ministradas cadeiras de latim, língua portuguesa, francês, filosofia, música e demais artes. Como vemos, a presença do Barroco em Alagoas não foi apenas plástica; vamos encontrá-la na literatura, na música, nos costumes e na culinária.

Não seria fácil traçar o panorama do Barroco literário em Alagoas se não nos tivesse chegado às mãos, do Mestre Aloysio Américo Galvão, um bem elaborado trabalho, rico de detalhes sobre a Comemoração do Centenário do Grêmio Literário Guimarães Passos. Notável trabalho, onde o Mestre fala sobre a literatura em Alagoas, mostrando-nos os aspectos de sua periodização:

“Os franciscanos já bem situados em nossa região, também em Olinda, decididamente constituídos intensificam o seu trabalho que se vai alargando a partir da catequese e da assistência religiosa e influindo cada vez mais incisivamente, no processo cultural da região. Os seus conventos em Penedo (1661), e Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul (1684) não são simples referências religiosas, mas vão se constituindo núcleos de formação intelectual quando neles se iniciam as nossas primeiras AULAS DE GRAMÁTICA (1719)”.

A História dá conta de que, por volta de 1760, o Mestre Athanásio Rodrigues de Castro lecionava aulas de gramática na Vila de Santa Maria Madalena; talvez seja o primeiro professor nas terras alagoanas. Em seguida, traz o nome do Prof. José Vitorino da Rocha, o primeiro professor nomeado que foi, por provisão oficial, professor régio de primeiras letras na Vila de Santa Maria Madalena, em 1769. Como vemos, o Mestre Aloysio Américo Galvão realça toda uma obra mental dos religiosos franciscanos em Alagoas.

O Barroco religioso é o início de uma caminhada cultural. Na literatura barroca alagoana, encontrarmos letras de hinos, sermões, homilias, panegíricos. Quem sabe quantas poesias e prosas estão perdidas nas dobras do tempo: Os autores mais conhecidos são: Frei João de Santa Ingrácia Alagoas, grande orador sacro e poeta, nosso primeiro escritor. Disse o Mestre Jayme de Altavila que “Frei Ingrácia está para Alagoas, como Bento Teixeira está para a literatura pernambucana e nacional”; Frei Joaquim da Purificação e Frei José dos Santos Margarida de Fiuza.

Pedro da Fonseca, em Memória da história da fundação dos conventos em Alagoas, informa sobre Penedo: “Os religiosos prestaram serviços não só religioso como à instrução da mocidade. Criaram no convento uma cadeira de gramática latina, onde ensinaram gratuitamente. Conta-se que um cego muito inteligente, chamado José Joaquim, acompanhava ao irmão que era estudante e colocava-se na porta da sala de aula, d’onde podia escutar tudo o que se dizia; com tanto proveito escutou durante alguns anos que veio afinal a saber latim: — foi professor dessa língua em Minas”.

Frei João de Capistrano Mendonça, penedense orador inflamado. Frei José de Nossa Senhora da Piedade, orador, músico e cantor, nascido em Penedo.

Foram vários os jovens que saíram dos citados conventos para os grandes centros. Se nas letras podemos apontar valores, o mesmo ocorreu na música, na escultura e pintura.

Frei Venâncio Willeke O.F.M., em seu trabalho Escolas Franciscanas no Brasil, informa que “apenas em 1782 chegaram os primeiros professores régios a substituir Padres Mestres Franciscanos, até que em 1785 a última escola fechou”. Foram três séculos quase de serviços prestados à causa da educação religiosa e mental de nossa gente. Alagoas esteve presente, através dos conventos de Santa Maria Madalena e Santa Maria dos Anjos.

O porquê da vocação musical em Alagoas? O espírito musical nos veio, logicamente, da sensibilidade artística de nossa gente, bem como da motivação que nos deram os religiosos franciscanos. Só assim podemos apontar valores de alta qualidade: Heckel Tavares, Misael Domingues, Tavares de Figueiredo, Benedito Silva e tantos outros de ontem e de hoje.

Penedo sempre foi um celeiro de grandes músicos. O viver musical foi tão expressivo que a comunidade penedense chegou a fundar uma Sociedade com a finalidade do “ensino da música e da dança”, a Sociedade Filarmônica Sete de Setembro, depois Imperial. Foram vários os grandes músicos: Sizino Barreiros, Manuel Tertuliano dos Santos, Henrique Tomaz, Edson da Silva Porto, Hortêncio Porto, Manuel Tertuliano Filho, José Lemos Lessa, Milu Modesto, Amélia Papini Goes, Jonas Sales, Manuel Chico, Homero Tomaz, Júlio Catarina, ao nosso ver a maior expressão musical de Penedo em todos os tempos. Não podemos deixar de citar uma expressão de hoje que é o Dr. Alfredo Leahy Ramalho, como também D. Jonas Batinga, primeiro Bispo.

Além das igrejas belas, Penedo ainda pode mostrar os casarões, sobrados, Casa da Aposentadoria e da Câmara, Oratório dos Condenados, Casa do Barão de Penedo, Paço Imperial, Teatro Sete de Setembro, ruas estreitas e ladeirosas, mostra do processo de urbanização colonial.

Diante de tudo o que tentamos expor, tivemos uma intenção: mostrar que Alagoas soube implantar também — Uma Civilização Barroca.

FONTES DE PESQUISA

MELO, Suzy – Barroco – Brasiliense – S. Paulo – 1983.
FERREIRA, Tito Livio – A Ordem de Cristo e o Brasil, Ibrasa – São Paulo – 1980.
TUCHLE, Germano – Nova História da Igreja Vozes – Petropolis – 1971.
BECKER, Idel – História da Civilização Ocidental – São Paulo.
MONTERRADO, Lucas de – História da Arte – LTC – Rio de Janeiro – 1978.
GREMBRICH, E. H. – A História da Arte – Rio de Janeiro.
WILLCKE, Frei Venâncio FM-Escolas Franciscanas do Brasil – Recife – Universidade
FONSECA – Pedro Paulino da – Memória Histórica da Fundação dos conventos da Prov. de Alagoas – Pinheiro Rio – 1874.
BAZIN, Germain – A Arquitetura Religiosa Barroca do Brasil – Record – Rio.
MÉRO, Ernani – Os Franciscanos em Alagoas – SERGA-SA- Maceió – 1982.
GALVÃO, Aloysio Américo – A Literatura em Alagoas – Universidade de Alagoas – Maceió – 1979.
FTZEL, Eduardo – OBarroco no Brasil – Melhoramentos – S.P.
CAVALCANTE, Carlos – História das Artes – Rio – Rio de Janeiro.
TAPIÉ, Victor – Barroco e Classicismo – Presença – Portugal.

2 Comments on O Barroco em Alagoas

  1. André Soares // 9 de maio de 2018 em 21:52 //

    Professor Ernani era um um homem formidável, de uma simplicidade franciscana e sabedoria de um grande gênio. Tive a honra de conhecê-lo. Tenho alguns de seus livros autografados. Minhas relíquias.

  2. Parabenizo o trabalho feito aqui.

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