Famílias na política alagoana do século XX (IV): Mendonça
O primeiro Mendonça a ter poder político em Alagoas foi o português José de Mendonça de Mattos Moreira. Era, em Portugal, juiz de Fora da Villa de Odemira. Natural de Albufeira, reino do Algarve.
Foi o 14º Ouvidor Geral de Alagoas entre 16 de dezembro de 1779 e 1798. Faleceu no Engenho Maranhão, Porto Calvo, Alagoas, em 18 de julho de 1826.
Em 1798 foi nomeado Juiz Conservador das Matas e em seguida adquiriu várias propriedades na região norte do futuro Estado de Alagoas. Foram seus os engenhos Carrilho, Maranhão, Unussu, Buenos Aires, Vale e o do Meio.
Foi ele quem estabeleceu o domínio da família Mendonça sobre a política e a economia em Alagoas a partir dos últimos anos do século XVIII. Esse poder se estendeu até o final século XIX, principalmente pela influência de seu filho, senador Jacinto Paes de Mendonça e seus sucessores.
O testamento de José de Mendonça de Matos Moreira revelou que deixou cinco propriedades para os filhos, frutos de uma relação extraconjugal que tivera com Maria Josefa de Sousa Alarcão Ayala. São eles: José de Mendonça de Matos Alarcão Ayala, Jacinto Paes Moreira de Mendonça (faleceu em 1900), Bernardo Antônio de Mendonça (casado com Anna Barbara de Matos Castelo Branco), Bárbara Francisca Xavier de Matos, Maria Josefa Diniz de Alarcão Ayala e Antônio de Mendonça Alarcão Ayala.
Após estabelecerem relações com outras famílias, os Mendonças se desdobraram em vários ramos, tais como Moreira de Mendonça, Mendonça Uchôa, Cavalcanti de Mendonça, Wanderley de Mendonça e Alarcão Ayala.
Bernardo Antônio de Mendonça
O tenente-coronel Bernardo Antônio de Mendonça exerceu forte liderança política no norte da Província. Nasceu em Porto Calvo e residia no Engenho Maranhão, em Camaragibe. Faleceu em 1857 numa das epidemias de cólera morbos. Casou-se com Ana Bárbara de Matos Castelo Branco, filha do desembargador Manoel Joaquim de Matos Pereira Castelo Branco, ouvidor geral da Comarca de Alagoas (substituiu a José de Mendonça Matos Moreira).
Foi um dos participantes da luta dos Cabanos, o que o levou a cumprir pena em Fernando de Noronha. A partir de 15 de setembro de 1852 presidiu a primeira Câmara Municipal instalada em Passo de Camaragibe. Foi suplente de deputado provincial na Legislatura 1850-51.
Bernardo Antônio de Mendonça Castelo Branco
Nasceu em Passo de Camaragibe, filho de Bernardo Antônio de Mendonça e de Ana Bárbara de Matos Castelo Branco. Advogado formado pela Faculdade de Direito do Recife, tomou posse como deputado provincial, pelo Partido Conservador, nas legislaturas 1858-59, 1860-61, 1862-63, 1868-69, nessa última não tomou assento, e 1870-71.
Foi deputado geral nas legislaturas 1872-73, 1874-75, 1876-77, 1885 e 1886-89.
Já na República, voltou à Câmara alta, agora como deputado federal constituinte, onde permaneceu de maio de 1891 a dezembro de 1893, na primeira legislatura republicana.
Barão de Murici
Jacinto Paes Moreira de Mendonça, filho do tenente-coronel Bernardo Antônio de Mendonça e de Ana Bárbara de Matos Castelo Branco, foi nomeado Barão de Murici em 18 de setembro de 1886.
Nasceu em Matriz de Camaragibe no dia 10 de outubro de 1823. Faleceu no Engenho Bom Jesus, neste mesmo distrito em 14 de dezembro de 1894, sendo sepultado na igreja do Senhor Bom Jesus.
Formou-se pela Faculdade de Direito de Olinda em 1843.
Foi chefe político Conservador e nomeado 2º vice-presidente da Província em 21 de julho de 1859. Assumiu o governo de 18 de agosto a 1º de outubro do mesmo ano.
Em maio de 1861, tomou posse como deputado geral, na Câmara dos Deputados, em substituição a Carlos Augusto de Silveira Lobo, que teve o seu diploma anulado.
Foi juiz substituto em Passo de Camaragibe, deputado provincial de Alagoas nas legislaturas 1830-33, 1846-47 e 1848/49, nesta última não tomou posse. Voltou a ter assento na Assembleia Provincial nas legislaturas 1856-57, 1858-59, 1860-61, 1862-63 e 1874-75. Foi deputado geral nas legislaturas 1861-63 e 1869-71.
Senador da República, iniciou o seu mandato em 27 de abril de 1871 por nomeação imperial após escolha em lista tríplice. Representou Alagoas no Senado até 1889.
Casou-se quatro vezes: a primeira com Amélia Buarque, descendente de Manuel Buarque de Jesus, Senhor do Engenho Samba, patriarca da família Buarque, de Alagoas. A segunda com Júlia de Mendonça, a terceira com Maria Luiza de Albuquerque Sarmento e a quarta com sua sobrinha, Felicidade Perpétua Moreira de Mendonça, Baronesa de Murici.
Felicidade Francisca Perpétua Moreira de Mendonça também surge nos registros como Francisca de Barros Wanderley Mendonça, com quem teve os filhos Jacintho Paes de Mendonça, deputado provincial, e Bernardo Paes de Mendonça, mais conhecido como Bernardo Antônio de Mendonça Sobrinho. Como o pai, também chegou ao Senado após passar pela Câmara dos Deputados.
O comendador Jacintho Paes Mendonça também era fidalgo cavaleiro da Casa Imperial, cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo (2 de dezembro de 1850) e oficial da Imperial Ordem da Rosa.
Barão de Anadia
Manoel Joaquim de Mendonça Castelo Branco foi nomeado Barão de Anadia em 21 de setembro de 1870. Nasceu em Porto Calvo no ano de 1820 e era também filho de Bernardo Antônio de Mendonça e de Ana Bárbara de Matos Castelo Branco.
Foram seus irmãos Jacintho Paes de Mendonça Castelo Branco, o Barão de Murici, e Bernardo Antônio de Mendonça Castelo Branco.
Foi deputado geral nas legislaturas 1850-52; 53-56; 57-60; 61-63; 64-66; 67-68; 69-72; como também em 76-77; 78-81, 81-84; 85 nas duas últimas como membro do Partido Conservador.
Faleceu no seu Engenho Buenos Aires, Camaragibe, Alagoas, em 15 de setembro de 1886. Em algumas publicações de 1840 (Diário de Pernambuco) Castelo Branco surge grafado como Castelbranco ou Castello-Branco.
Proprietário do Engenho Buenos Aires, em Passo de Camaragibe, casou-se, em Niterói no Rio de Janeiro, com Justina Oliveira Bulhões. Em outros registros, sua esposa é citada como Justina Bulhões Pedreira de Mendonça, de ilustre família fluminense. Faleceu em 1881. Não tiveram filhos.
Estudou Humanidades em Olinda, Pernambuco. Nesta mesma cidade matriculou-se, em 1835, na Faculdade de Direito, que foi fundada em 11 de agosto de 1827.
Recebeu o diploma de bacharel em 1839 e imediatamente foi para Lisboa, Portugal, onde permaneceu por três anos servindo no corpo diplomático.
De volta ao Brasil e à sua terra natal, foi nomeado juiz municipal e de órfãos “dos termos de Penedo e Porto da Folha (Traipu)”. Em seguida foi transferido para os termos de Anadia e Poxim.
Em novembro de 1847 disputou sua primeira eleição para deputado geral, ficando na primeira suplência com 255 votos. Voltou a concorrer nas eleições de 1849, quando conquistou o mandato ao obter a terceira maior votação. Foram 598 votos.
Foi nomeado juiz de direito da comarca de Porto Calvo (Porto Calvo e Camaragibe) em 29 de setembro de 1854.
Um decreto imperial de 6 de novembro de 1862 o transferiu da comarca de Porto Calvo para a de Alagoas, atual Marechal Deodoro. Um mês depois, em 7 de dezembro, novo decreto o colocou como juiz de direito avulso, sem comarca. A legislação não permitia que um deputado geral continuasse como juiz de direito.
Em abril de 1880, aposentou-se quando era desembargador do Tribunal da Relação de Belém, no Pará. Antes foi juiz de Direito da comarca da Cachoeira, na Bahia.
O Barão de Anadia foi oficial da Imperial Ordem da Rosa, condecorado em 14 de março de 1860. Faleceu em 5 de setembro de 1886.
Barão de Jaraguá
Nomeado barão em 14 de março de 1860, José Antônio de Mendonça nasceu em Algarve, Portugal, no dia 21 de julho de 1800, e faleceu em 17 de fevereiro de 1870 na sua casa de Alcantarrilha, em Algarve. Recebeu seu Brasão de Armas em 22 de agosto de 1861.
Filho de José Antônio de Mendonça e Barbara Francisca Xavier de Mattos Moreira (filha do Major Jacintho Paes de Mattos Moreira), chegou a Maceió em 1819. Seu irmão Sebastião José de Mendonça, que ficou em Portugal, foi titulado como Barão de Alcantarrilha.
Casou-se com Francisca Eugenia Benedicta de Bomfim Alves, que viria a falecer em seu Engenho do Oriente na madrugada do dia 20 de dezembro de 1877.
Tiveram pelo menos seis filhos, como revela a relação de embarque do vapor Imperador de 7 de junho de 1855 publicada no Diário de Pernambuco. Entre eles o advogado e promotor público José Antônio de Mendonça Júnior.
Foi deputado provincial nas legislaturas 1844-45, 48-49 e 1850/51. Coronel e rico proprietário, instalou a primeira fábrica de tecidos de Alagoas que começou a produzir em setembro de 1863, em Fernão Velho.
Era o 2º vice-presidente em 21 de julho de 1859, quando assumiu interinamente o governo de 18 de agosto a 1º de outubro do mesmo ano. Foi ainda deputado geral nas legislaturas 1861-63 e 1869-72, além de ocupar o cargo de engenheiro fiscal da província.
Foi o Barão de Jaraguá que ofertou a principal contribuição para a construção de um monumento em homenagem ao Imperador, logo após a sua visita à cachoeira de Paulo Afonso em outubro de 1859.
A obra, que permanece até os nossos dias na Praça D. Pedro II, ficou ao encargo do engenheiro Carlos de Mornay, que encomendou fino mármore na Europa.
Afonso José de Mendonça
O médico Afonso José de Mendonça, filho de Jacinto Paes de Mendonça, foi deputado provincial nas legislaturas 1882-83 e 1888-89.
Com a proclamação da República, foi eleito para a Assembleia Constituinte, permanecendo na Assembleia nas legislaturas 1891-92 e 93-94.
Bernardo Antônio de Mendonça Sobrinho
Seu nome de batismo era Bernardo Antônio Paes de Mendonça. Nasceu no dia 5 de abril de 1857 em Porto Calvo, Alagoas, filho de Jacinto Paes de Mendonça e de Francisca de Barros Wanderley.
Bacharel formado na Faculdade de Direito de Recife em 30 de outubro de 1876, quando tinha apenas 19 anos de idade.
Ainda em Recife, casou-se com Theodolina de Hollanda Cavalcante, da família do Visconde de Utinga. Não tiveram filhos.
Foi deputado geral na legislatura 1885-89 e escolhido senador federal em 30 de dezembro de 1896, na vaga de Manoel Messias de Gusmão.
Teve a eleição questionada, mas fez sua própria defesa e saiu-se vencedor, tomando posse em maio de 1897.
Permaneceu no cargo até 25 de março de 1905, quando faleceu de sincope cardíaca em Maceió. Tinha então 48 anos de idade.
Mais Mendonças
O padre José Tavares de Mendonça Sarmento foi um dos primeiros Mendonças a participar da política alagoana. Era vigários da freguesia de Santa Maria Madalena, em Alagoas, atual Marechal Deodoro. Foi eleito para o Conselho Geral da Província ainda em 1827, onde chegou a ser o vice-presidente. Teve ainda o mandato de deputado provincial nas legislaturas 1835-37, 1838-39 e 1846-47.
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Miguel Álvares Teixeira de Mendonça também foi deputado provincial na legislatura 1846/47.
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O advogado Inácio José de Mendonça Uchôa era filho de Jacinto Paes de Mendonça e Ana Joaquina de Mendonça Uchôa. Na sua primeira tentativa de um mandato ficou como suplente de deputado provincial na legislatura 1846-47. Foi empossado deputado nas legislaturas 1848-49, 1850-51, 1852-53, 1854-55 e 1856-57. Em 24 de março de 1857 foi nomeado 2º vice-presidente da província, assumindo o governo durante alguns meses daquele ano.
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Jacinto Cândido de Mendonça, outro padre da família, também foi deputado provincial nas legislaturas 1852-53, 1854-55, 1856-57, 1858-59, 1860-1861, 1862/63, 1868/69 e 1870/1871.
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Afonso José de Mendonça foi deputado provincial na legislatura 1854-55. Mesma legislatura em que Vespasiano A. de Mendonça Sarmento ficou na suplência. Este último era neto do padre Jacinto Cândido de Mendonça.
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Tivemos ainda como deputados provinciais José do Rego Barros Mendonça (1858-59), José Antônio Mendonça Júnior, futuro Barão de Mundaú (1862-63), Antônio Candido Mendonça (1870-71), Francisco de Vasconcelos Mendonça (1872-73 e 1876-77), Afonso José de Mendonça Uchôa (1882-83 e 1888-89), Jacinto Paes de Mendonça Filho (1882-83, 1884-85, 1886-87 e 1888-89), Bernardo Lindolfo de Mendonça (1888-89) e João Capistrano de Mendonça (1888-89). Pedro Velho Barreto de Mendonça, já no Brasil República, foi eleito deputado estadual para a legislatura 1893-94.
Bento Antônio de Mendonça Sobrinho foi deputado geral e representou Alagoas na Câmara Geral nas legislaturas 1885 e 1886-89.
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Luiz Antônio Moreira de Mendonça teve participação política durante muitos anos. Deputado provincial nas legislaturas 1870-71, 1872-73, 1876-77 e 1878-79, sempre representando o Partido Conservador. Foi ainda deputado da Câmara Geral na legislatura 1886-89.
Seu filho, Luiz Antônio Moreira de Mendonça Filho, ainda era acadêmico de Medicina quando foi deputado estadual na legislatura de 1913-14 e 1914-15. Estava também entre os deputados estaduais constituintes na legislatura 1935-37.
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José de Barros Wanderley de Mendonça foi o político da família a ter mais destaque na virada do século XIX para o XX. Era filho de Jacinto Paes Mendonça e de Francisca de Barros Wanderley.
Engenheiro, trabalhou na Estrada de Ferro de Caruaru (PE), Estrada de Ferro da Bahia (BA), Estrada de Ferro de Ribeirão (PE) e na Estrada de Ferro de Maceió a Leopoldina. Foi deputado provincial na legislatura 1870-71 e deputado estadual na legislatura 1895-96. Assumiu a Intendência de Maceió de 1901 a 1903. De maio de 1903 a dezembro de 1905 esteve na Câmara dos Deputados.
Entrou para a história de Alagoas principalmente por sua participação no episódio que ficou conhecido como Empréstimo Francês, uma escandalosa operação de crédito de 500 mil libras celebrada em Paris com a Crédit Départémental, no dia 1º de agosto de 1906. José de Barros Wanderley de Mendonça faleceu em outubro de 1928.
Mendonças no século XX
Outros deputados estaduais da família foram: Salustino Tavares de Mendonça Sarmento (1897-1898, 1899-1900 e 1901-1902), Luiz Velho Barreto de Mendonça (1901-1902) e José Antônio de Mendonça Neto (1899-1900 e 1903-04).
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Cândido Augusto de Mendonça Sarmento foi deputado provincial nas legislaturas 1886-87; 88-89 e senador estadual nas legislaturas 1911-12; 1913-14 e 1915-16.
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O advogado Manoel Joaquim de Mendonça Martins foi deputado estadual na legislatura 1913-14 e deputado constituinte na legislatura 1935-38. Deputado federal nas legislaturas 1915-17 e 1918-20. Senador Federal de 1921 a 1930.
Mais conhecido como Mendonça Martins, era sobrinho de José de Barros Wanderley de Mendonça e nasceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1885, filho de Elísio Firmo Martins e de Justina de Mendonça Castelo Branco. Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de dezembro de 1972.
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Outro membro da família a ter destaque na política no início do século XX foi Presciliano Tavares de Mendonça Sarmento, o Coronel Lelê, criador e exportador de gado na zona da mata. Era filho do padre Jacinto Cândido de Mendonça. Foi senador estadual nas legislaturas 1903-04, 1905-06, 1907-08, 1909-10 e 1913-14. Era o vice-governador do Estado no governo de Euclides Malta.
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Poeta, jornalista, professor, juiz e advogado, Antônio Saturnino de Mendonça Júnior foi eleito, em 1950, deputado federal pelo PSD. Deixou a Câmara. Em outubro de 1954 tenta a reeleição, mas ficou na segunda suplência, assumindo o mandato nos períodos de fevereiro a abril de 1956 e de julho a agosto de 1957.
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Alfredo de Mendonça Uchôa iniciou na política como Secretário da Fazenda no Governo Fernandes de Lima (1919-20). Foi ainda deputado estadual na legislatura 1929-30 e Secretário do Interior, Educação e Saúde, no governo Silvestre Péricles, nomeado em 1º de abril de 1947.
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Júlio César de Mendonça Uchôa, filho de Jacintho Paes de Mendonça, foi deputado provincial pelo Partido Conservador nas legislaturas 1872-73 e 1876-77. Senador estadual nas legislaturas 1891-92 e 1893-94. Em 1891 era intendente de São Luiz do Quitunde. Faleceu em 28 de março de 1905, em plena legislatura de 1895-96.
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Júlio Cesar de Mendonça, filho de Júlio César de Mendonça Uchôa, foi primeiro promotor público da capital e deputado estadual nas legislaturas 1921-22, 1923-24, 1925-26, 1927-28 e 1929-30.
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Luís Moreira de Mendonça foi eleito deputado estadual constituinte em 14 de outubro de 1934 e para a legislatura 1935-38. Francisco Cândido de Oliveira Mendonça também foi deputado estadual e constituinte na legislatura 1935-38.
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O jornalista, professor e advogado José Caralâmpio de Mendonça Braga era filho de Francisco Rodrigues Braga e Antônia de Mendonça Braga.
Antes de enveredar pela política foi Promotor Público em Camaragibe, Capela, Água Branca, Rio Largo e Maceió. Foi Juiz de Direito, Juiz de Menores, Procurador de Feitos da Fazenda, Delegado Auxiliar, Chefe de Polícia, Diretor da Imprensa Oficial e do Departamento de Cultura, Diretor do Jornal de Alagoas, Responsável pelo setor jurídico do Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro, Niterói (até 1968), integrou o Conselho Administrativo da Defesa Econômica (CADE), de julho de 1968 a agosto de 1971. Era casado com Maria Aída Wücherer de Mendonça Braga, com quem teve três filhos.
Filiado ao PSD, foi eleito deputado estadual para a legislatura 1946-50, sendo o líder de Silvestre Péricles por dois anos. Ainda em 1950 conseguiu o mandato de deputado federal pelo PST (1951-54). Passou pelo pelo PSD e foi para o PTB.
Em 1954 tentou a reeleição, mas ficou como suplente, porém exerceu o mandato por toda a legislatura 1955-58 substituindo Muniz Falcão, que se licenciou para tratar de “assuntos particulares” (campanha ao governo de Alagoas. A partir de fevereiro de 1956, assumiu a Secretaria de Estado dos Negócios do Interior, Justiça e Segurança Pública do governo Muniz Falcão por alguns meses (assumiu o mandato o 2º suplente Mendonça Júnior – 10 de fevereiro de 1956 a 2 de abril de 1956 e de 22 de julho a 25 de agosto de 1957).
Mendonça Braga não foi reeleito para a legislatura 1959-1963.
Reportagem da revista Manchete de 22 de agosto de 1953, assinada pelo jornalista Aldemar Miranda, o coloca entre os “valentes” da Câmara dos Deputados e cita que mesmo tendo uma aparência tranquila e pacata, é “um homem frio e sanguinário”. Lembra que se tornou famoso em Alagoas por volta de 1937, quando foi Chefe de Polícia com carta branca para acabar com os ladrões.
Dois meses depois os ladrões desapareceram como por milagre. “O processo adotado, muito simples, ele contou certa vez, com aquela voz tranquila de quem não tem pecados: ‘ladrão e cabra-safado’ eu não processava. Os meus homens de confiança, quando os prendiam davam um ‘jeito’ neles, na hora. Depois abria-se o inquérito e ficava provado, tudo muito direito, que o sujeito resistira à prisão, etc, etc.”, esclareceu a reportagem.
Outro episódio narrado pela revista envolveu a prisão dos integralistas alagoanos em 30 de dezembro de 1937, entre eles estavam personalidades como José Oiticica. “Foi um escândalo enorme em Alagoas. Ao pedir demissão, os ‘camisas verdes’ promoveram uma grande passeata de desagravo em frente a sua residência e ele assistiu a todo o desfile, sozinho, no portão, com uma metralhadora embaixo do braço. Ninguém teve coragem de soltar uma piada”, noticiou a revista Manchete.
Mendonça Braga faleceu em 7 de setembro de 1982.
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O advogado pernambucano de Quipapá, Antônio Baltazar de Mendonça, chegou a Maceió e se juntou à Campanha Civilista em apoio a Rui Barbosa, criando o jornal A Reação em 24 de setembro de 1909. Participou ainda da mobilização política contra Euclides Malta, em 1912, sendo um dos redatores do Correio de Maceió, sob a liderança de José Fernandes de Barros Lima.
Após flutuar entre situação e oposição por alguns anos, foi eleito deputado estadual com uma candidatura avulso que recebeu apoio dos líderes do comércio retalhista. Assumiu o mandato para a legislatura 1921-22. Por motivos políticos foi residir em Recife onde fundou o jornal Norte do Brasil.
Durante a campanha da Aliança Liberal e a Revolução de 30, conviveu com Juarez Távora e recebeu deste o apoio para assumir a Prefeitura de Maceió, cargo que ocupou de 14 de outubro de 1930 a 6 de janeiro de 1933.
Em 1934, voltou a Recife e foi eleito deputado estadual para a constituinte e legislatura 1935-38. Em 1941, retornou a Alagoas, ocupando o cargo de Procurador da Fazenda. Foi um dos fundadores do PSD no Estado, partido pelo qual se elegeu para a Assembleia Legislativa, no período 1947-51.
Após apoiar Silvestre Péricles rompeu com o governador e formou uma bancada independente na Assembleia. Se envolveu na campanha de Arnon de Mello ao governo e como presidente da Assembleia foi quem tomou o compromisso do governador eleito.
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O jornalista e advogado Antônio Saturnino de Mendonça Neto nasceu em Rio Novo, Minas Gerais, quando seus pais, Antônio Saturnino de Mendonça Júnior e Clorípes Matos de Mendonça, lá moraram. Iniciou sua vida profissional no Rio de Janeiro como jornalista no Diário de Notícias.
Após passagem destacada pelas revistas O Cruzeiro e Manchete, volta para Maceió em 1973 e funda o semanário O Estado de Alagoas. Em 1974, elege-se deputado estadual pelo MDB, para a legislatura 1975-78. Em 1978, ainda pelo MDB, elege-se deputado federal.
Após a extinção do bipartidarismo, é um dos fundadores do PMDB. Em 1982, é novamente eleito deputado estadual, agora pelo PMDB. Nas eleições de 1986, disputa o mandato de senador sem sucesso.
Deixou o PMDB em 1988 e filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), onde recupera o mandato de deputado federal nas eleições de 1990. Permaneceu até o fim do mandato em janeiro de 1995, mas somente voltou a disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em outubro de 1998, obtendo apenas a suplência.
Em 2002 volta ao PMDB e disputa sem êxito um mandato de deputado federal. Na eleição de outubro de 2010, filiado ao PSOL, tenta o cargo de deputado estadual, mas já muito doente, praticamente não fez campanha. Faleceu dias depois da eleição, em 10 de novembro de 2010.
Foi o último representante da família Mendonça a participar com destaque da vida política alagoana.
Sou bisneta de Cândido Augusto de Mendonça Sarmento e sobrinha neta de Vespaziano de Oliveira Sarmento e prima/ bisneta de Basiliano O. M. Sarmento………
Júlio César de Mendonça Uchôa era o nome de meu avô. Seu pai era Bernado Antonio de Mendonça Uchôa e tinha como irmãos Augusto, que morreu afogado no rio Camaragibe, e Affonso. Todos viviam no engenho Carrilho, uma das fazendas que pertenceram a José de Mendonça de Matos Moreira, no atual município de Matriz de Camaragibe.
Segundo meu pai, Luiz de Mendonça Uchôa, nascido em 07 de outubro de 1893 e falecido em 20 de março de 1950, meu avô teria falecido no ano de 1905 e que, portanto, não seria o Júlio Cesar que teria sido senador provincial em 1872, senador estadual em 1891, e deputado estadual em 1923, conforme consta do presente trabalho. Assim, gostaria que esta minha dúvida fosse esclarecida.
Caro Julio Cezar, a sua observação procede. O primeiro Júlio César de Mendonça Uchôa — faleceu em 28 de março de 1905 — seu avô e filho de Bernardo Antonio de Mendonça Uchôa (este faleceu em 30 de setembro de 1886, com 70 anos). Foi um destacado homem do Direito, assumindo a magistratura em Alagoas e no Pará, além de político.
O outro Júlio Cezar, que foi deputado nos anos 20, era filho de Júlio César de Mendonça Uchôa e irmão de Afonso.
Gostaria de saber de onde veio o Padre José Tavarez de Mendonça Sarmento, e, quem foram seus pais? E se Vespasiano Augusto de Mendonça Sarmento era filho dele.Por favor…Fico agradecida.
Ainda ficou uma dúvida. O meu avô era filho de Bernado Antonio de Mendonça Uchòa e tinha como irmãos o Augusto e o Affonso.
Como foi informado, meu avô faleceu em 28 de março de 1905. Coincide com a informação que dispomos.
Casou-se com Maria Amélia de Mendonça Uchôa,(minha avó) (nascida Maria Amélia Carneiro de Albuquerque) e tiveram os filhos: Julio Cesar de Mendonça Uchôa, (bacharel em direito), Affonso de Mendonça Uchôa, as filhas Clodes, Estefania e Maria Júlia, e Luiz de Mendonça Uchôa, meu pai, o último a nascer, em 1893.
Como se vê, o meu tio, Julio Cesar de Mendonça Uchôa, era filho de Julio Cesar de Mendonça Uchôa, irmão do Affonso e do Augusto.Não sabemos se ele foi deputado. O que sabemos é que morreu em São Paulo, com pouco mais de oitenta anos. Gostaria que isto fosse esclarecido.
Boa tarde a todos,meu nome é Marcelo e descendo de José Zeferino de Mendonça Uchôa,filho de Manoel Joaquim de Mendonça e Francisca de Mendonça Uchôa.Gostaria de saber qual seria o grau de parentesco deles com os filhos e netos de José de Mendonça de Mattos Moreira.Sei que há um grau de parentesco,pelo que já pesquisei mas não sei qual.
Muito obrigado a todos.
Meu nome e Plínio Vieira Mendonça Uchôa Neto, meu avô e filho de Júlio César de Mendonça Uchôa que vai completar 90 anos no dia 25/12/2018 , aqui adquirir um pouco mais da árvore familiar
FRANCISCA DE MENDONÇA UCHÔA, mãe de JOSÉ ZEFERINO, era filha do Cap. ANTONIO DE MENDONÇA ALARCÃO AYALA e de D. ANTONIA BORGES UCHÔA. O Capitão ANTONIO era filho de JOSE DE MENDONÇA DE MATTOS MOREIRA e irmão dos Barões de MURICI, JARAGUÁ e ALCANTARILHA. Portanto JOSÉ ZEFERINO era bisneto de JOSE DE MENDONÇA DE MATTOS MOREIRA (1743-1826). Espero ter esclarecido a sua dúvida.
A minha dúvida é se o Cap. ANTONIO DE MENDONÇA ALARCÃO AYALA não é o próprio Barão de Jaragua, JOSÉ ANTONIO DE MENDONÇA ALARCÃO AYALA.
Muito obrigado, meu amigo, pela resposta, esclareceu muito eu tinha essa dúvida e achava que eles eram pais do Manoel de Mendonça.
Eu acredito que eles eram irmãos.
Mais uma vez, muito obrigado!!!
E será que Dna. Antônia era descendentes dos Borges Uchôa que se originaram dos Xerez Uchôa?
Obrigado!
MEU NOME É SEVERINO FEIJÓ DE MENDONÇA, ACREDITO QUE NÃO TENHO NENHUM LADO GENEALÓGICO COM ESSES PERSONAGENS QUE SUMIRAM DA VIDA PÚBLICA DE ALAGOAS.
Severino Feijó de Mendonça é neto de Filomena de Mendonça Uchoa, mulher pobre, trabalhadora de Matriz de Camaragibe,
porém em sua história de humildade e pobreza carregava um orgulho imenso,pois sustentava a família matando um porco todo final de semana.Diante disso também herdei o lado humilde e pobre da miséria que vive durante a minha infância, mas como uma pessoa estudiosa de escola pública de péssima qualidade e com muito esforço ainda consegui ser aprovado em dois vestibulares da UFAL, um em Agrônomia e Engenharia Civil, se tentasse medicina naquela instituição com certeza também seria aprovado.Levando tudo isso para o lado da ciência também consegui aprovação em primeiro lugar no exame de seleção ao mestrado em Engenharia de Irrigação na UPB- Campina Grande.
Sou neto de Alfredo Beserra Pereira e Silvina (IaIa) Moreira de Lima, Engenho Flor do Cajueiro
Gostaria de informações, obrigado
CUIDADO PESSOAL, SE FIZEREM UMA ÁRVORE GENOLÓGICA PODE CHEGAR A UM LADRÃO DE GALINHA OU DE CAVALO.
Meu nome é Regina sou neta de Dr Bernardo Uchôa de Mendonça,mas quando nasci meu avô já tinha falecido,estou procurando de que lugar de Portugal ele nasceu,mas não sei por onde começar
Meu nome é Regina sou neta de Dr Bernardo Uchôa de Mendonça,mas quando nasci meu avô já tinha falecido,estou procurando de que lugar de Portugal ele nasceu,mas não sei por onde começar. Alguém pode me ajudar a localizar o local de nascimento dele?
Boa tarde a todos;
Qual seria a origem dos Uchôa que mesclaram-se com os filhos de José de Mendonça de Matos Moreira?
Sou descendente de AUGUSTO DE ANDRADE BELLO e de ADELAIDE BELLO DE MENDONÇA. Eles viveram no Estado de Alagoas. Alguém tem alguma informação sobre esta ADELAIDE?
Em comentario anterior , datado de maio da 2018, informei que sou filho de Luiz de Mendonça Uchoa, falecido em 20 de março de 1950, cuja morte foi provocada pela explosão da caldeira do Engenho.Sacramento, perto da Usina Santo Antônio. Na ocasião informei também que meu avô paterno, Julio Cesar de Mendonça Uchoa, morto em 1905, tinha nascido no Engenho Carrilho, junto da Usina Camaragibe e seu pai teria sido Bernado Antonio de Mendonça Uchoa, o que justificaria o sobrenome Uchoa. Posteriormente verifiquei que o nome real era Bernado Antônio de Mendonça , filho do Ouvidor Mendonça. O sobrenome Uchoa era devido a sua esposa que se chamava Ana Carolina Uchoa e que era da família Uchoa, de Cabo, Pe.
Também apareceu uma duvida sobre os filhos do meu bisavo Bernado Antonio de Mendonça.
Tinha conhecimento que meu avô Julio Cesar de Mendonça Uchoa tinha um irmão
Chamado Affonso José de Mendonça Uchoa. Mais tarde, através do livro do Mendonça Junior, O Último Senhor de Engenho,vamos ⁹i a informação que existia um terceiro irmão,de nome Augusto, e que teria se afogado no Rio Camaragibe. Posteriorment, apareceu outra informação que Inácio de Mendonça também seria filho do Bernado Antonio de Mendonça.. Esta informação procede ?
Olá Julio Cezar, sou bisneta da Maria Julia, sua tia-avó. Segundo o que foi publicado no jornal A ORBE, do dia 13 de outubro de 1886, sobre o falecimento do Bernardo Antonio, Inácio Uchoa era irmão dele, e os filhos, vivos na época, eram somente Julio cezar e Affonso.
meu trisavô se chama José Ernesto Júlio de Mendonça, irmão de Bernardo lindolfo de Mendonça e de Antônio peregrino de mendonca, vítima da hecatombe do engenho Conceição(antigo morros). São filhos do meu tetravô o comendador José ignacio de Mendonça filho do tenete coronel Bernardo antonio de Mendonça e Ana Bárbara. Através de pesquisas que estou fazendo na hemeroteca brasileira, José ignacio é irmão do barao de Anadia e do barao de murici e de Bernardo, embasado nas pesquisas São 4 filhos pelo menos e não 3..
Alguém pode me dar mais informações sobre o PADRE JOSÉ TAVARES DE MENDONÇA SARMENTO?
Sou descendente dele a partir de sua filha Theresa Laura de Mendonça Sarmento.
Desde já, agradeço!
Meu bisavô era Bernardo Lindolpho de Mendonça que foi deputado distrital e proprietário do Engenho Conceição em Porto Calvo. Um dos seus filhos, Donatila Fernandina de Mendonça era minha avó.
Alguém é bisneto de Berbardo Lindolpho por aqui?
Meu zap: 21 999985530
Me chamo Yvonne Bezerra de Mello
O que se sabe sobre Bernardo Lindolpho de Mendonça? Ele foi deputado distrital e desembargador, morto em 1919. Não consegui achar data de nascimento.
Poderiam ajudar?
Quem eram os filhos de jose ignacio de mendonca do engenho conceicao – porto calvo – al?
De quem eram filhos bernardo lindolfo de mendobca, jose julio ernesto de mendonca e antonio peregrino de mendonca do engenho conceicao – potto calvo – al do 17 en diante?
Jose maria lins era neto de jose ernesto julio de mendonca do engenho conceicao – porto calvo al – al do seculo 18 em diante? Quem eram os pais de jose ernesto julio de mendonca e antonio paregrino de mendonca??
Alguém sabe quem foi Paulina Maria de Mendonça que é o nome da rua paralela a Avenida Almirante Álvaro Calheiros na Jatiúca – Maceió AL?
Sou bisneta do Desembargador Bernardo de Mendonça Lins. Estou escrevendo a história da família. Alguém do ramo dos Mendonça do meu bisavô? Minha avó Donatila de Mendonça Lins nasceu em Porto Calvo