Antônio Teixeira da Rocha, o Barão de Maceió

O futuro Barão de Maceió nasceu na cidade de Alagoas (atual Marechal Deodoro) em 4 de abril de 1824 e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1886. Era filho de Manoel Casemiro da Rocha (faleceu em 21 de maio de 1875 em Maceió) e de Joana Maria Conceição da Rocha.

Antônio Teixeira da Rocha casou-se com Felisdonaria Adelina Lopes da Rocha, que faleceu em 4 de agosto de 1858. Contraiu segunda núpcias com Maria Feliciana de Lima, que nasceu em 3 de setembro de 1831 e faleceu em 8 de maio de 1901, de sincope cardíaca. Era filha do comendador João da Costa Lima e de Mariana Elísia de Oliveira Lima.

Barão de Maceió

Após os primeiros estudos em Alagoas, foi para Salvador, de onde voltou médico diplomado pela Faculdade de Medicina da Bahia. Apresentou a tese, Princípios da Filosofia Médica, em 27 de novembro de 1846. Exerceu a medicina em Alagoas até 1855. Por algum tempo praticou a homeopatia, como está documentado a seguir.

Um texto assinado pelo dr. Sabino Olegário Ludgero Pinho e publicada no Diário de Pernambuco de 22 de julho de 1848 informa que o autor tinha visitado Maceió, onde encontrou em funcionamento um consultório homeopático e que nele presenciou uma reunião entre os médicos dr. Jernstede, dr. Marius Porte, divulgadores daquele método, e “o sr. dr. Antônio Teixeira da Rocha, deputado à assembleia provincial das Alagoas, e um dos moços mais hábeis que têm frequentado a academia de medicina da Bahia”.

Dr. Sabino esclareceu que na tese defendida pelo médico alagoano havia “algumas palavras mal consideradas em desabono da homeopatia”. Mas, comemorou ao constatar que após conhecer o novo método, “com fervor de pura dedicação, e desejando nada ignorar da verdadeira prática da medicina, deixa sua clínica alopática, aceitando somente os doentes que quisessem tratar homeopaticamente! É assim que obram os homens de boa fé!!!”.

Antônio Teixeira da Rocha foi ainda deputado provincial em Alagoas entre 1848 e 1851.

Estabeleceu-se no Rio de Janeiro a partir de 1855, com consultório na Rua da Imperatriz, nº 183. Ainda em 1856, o “Dr. Antônio Teixeira da Rocha” foi citado pelo Diário do Rio de Janeiro, de 15 de novembro, como tendo 333 votos nas eleições primárias na Freguesia de Santa Rita, ficando entre os suplentes.

No mesmo mês de novembro foi nomeado cirurgião da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, adjunto às salas de serviço do Dr. Antônio da Costa.

Em 4 de maio de 1858 fez a prova escrita no concurso para o “lugar de opositor da secção cirúrgica da faculdade de medicina da corte”, competindo com somente mais um concorrente, Adolpho Bezerra de Menezes Cavalcanti (Diário do Rio de Janeiro de 5 de maio de 1858).

Quatro dias depois se submeteu a prova oral às 11 horas da manhã em presença do imperador D. Pedro II. Foi aprovado e sua nomeação decretada em 2 de junho daquele mesmo ano.

Voltou a se submeter a exames na mesma instituição no dia 20 de maio de 1859. Pleiteava a vaga de lente substituto na secção de cirurgia onde já estava trabalhando. Desta feita o seu concorrente foi o dr. Lucas Antônio de Oliveira Catta-Preta. Conquistou o 1º lugar em apresentação realizada novamente diante do imperador. Sua nomeação foi efetivada nos primeiros dias de julho.

Nesta instituição alcançou o cargo de lente da cadeira de Anatomia Geral e Patológica, em 23 de novembro de 1864.

Em 1868, morava na Rua Larga de São Joaquim, nº 134, Rio de Janeiro.

Representou Alagoas na Assembleia Geral Legislativa entre 1872 e 1878.

Por Decreto Imperial, foi titulado Barão de Maceió em 29 de julho de 1877. Era também comendador das Ordens da Rosa, de Cristo, de Portugal e de São Gregório Magno.

Foi médico da Imperial Câmara em 1873 e Conselheiro do Império em 1874.

Estava trabalhando no Paço de São Cristóvão, Rio de Janeiro, quando faleceu, em 29 de julho de 1886. Tinha 62 anos de idade.

A Gazeta Médica da Bahia assim noticiou o seu falecimento: “Repentinamente, na imperial quinta da Boa Vista, sem as tristezas pungentes da agonia e em casa do soberano aquém tinha por amigo, finou-se em consequência de uma lesão do coração o Dr. Antônio Teixeira da Rocha, que a munificência imperial distinguira com o título de Barão de Maceió. Achava-se de semana, como médico da imperial câmara”.

Em Maceió, desde 1883 (pelo menos), uma via já o homenageava. Em 19 de agosto de 1883, O Orbe citava a Rua Barão de Maceió como a antiga Rua do Hospital.

Como a Rua do Hospital era limitada pela atual Rua Pedro Monteiro e pela Praça Deodoro, somente anos depois a sua continuação, a Rua do Alecrim, foi incorporada à Rua Barão de Maceió.

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