Manoel Joaquim de Mendonça Castelo Branco, o Barão de Anadia
Nomeado Barão de Anadia em 21 de setembro de 1870. Nasceu em Porto Calvo no ano de 1820, filho do tenente-coronel Bernardo Antônio de Mendonça Sobrinho, cujo nome de batismo era Bernardo Antônio Paes de Mendonça, e de Ana Bárbara de Matos Castelo Branco. Era irmão de Jacintho Paes de Mendonça Castelo Branco, o Barão de Murici, e de Bernardo Antônio de Mendonça Castelo Branco.
Faleceu no seu Engenho Buenos Aires, Camaragibe, Alagoas, em 15 de setembro de 1886. Em algumas publicações de 1840 (Diário de Pernambuco) Castelo Branco surge grafado como Castelbranco ou Castello-Branco.
Proprietário do Engenho Buenos Aires, em Passo de Camaragibe, casou-se, em Niterói, no Rio de Janeiro, em 20 de julho de 1855, com Justina Bulhões Pedreira de Mendonça, nascida em 17 de novembro de 1935 e de ilustre família fluminense (Bello e Bulhões). A baronesa faleceu em 12 de outubro de 1884, no Rio de Janeiro, vítima de câncer no útero. Moravam na Rua do Aqueduto, nº 58.
Era de filha do Comendador José Manuel de Carvalho Bulhões e de Justina Justa de Oliveira Bulhões. Tinha três irmãs: Elisa Amália de Bulhões Pedreira, casada com João Pedreira do Couto Ferraz, que foi secretário do Supremo Tribunal Federal; Eulália Pulqueria de Oliveira Bulhões e Maria Cândida de Oliveira Bulhões.
Duas informações em antigos jornais sugerem que o Barão e a Baronesa tiveram uma filha, nascida em Alagoas e que foi casada com um professor no Rio de Janeiro. O Jornal de 5 de novembro de 1929, na pág. 14, informa o falecimento, em Vassouras, da senhora Araci [Mendonça] Barreto, esposa do amanuense do Exército, senhor Odorico Barreto, “deixando na orfandade quatro filhinhos, a inditosa senhora era neta da Baronesa de Anadia, de Alagoas“.
Em 6 de abril de 1992, o Jornal do Commercio (RJ), ao anunciar leilões de peças de famílias nobres, cita vários móveis “da Baronesa de Anadia (o Barão foi senador por Alagoas no Segundo Reinado) e de seus filhos e netos provém a maioria dos objetos decorativos do século XIX…”.
O provável nome de uma filha é Justina de Mendonça. Entretanto, nas notas de falecimento da Baronesa não são citados filhos ou filhas, reforçando a tese mais aceita que não tiveram filhos.
O bacharel Manoel Joaquim de Mendonça Castelo Branco
Estudou Humanidades em Olinda, Pernambuco. Nesta mesma cidade matriculou-se, em 1835, na Faculdade de Direito, que foi fundada em 11 de agosto de 1827.
Recebeu o diploma de bacharel em 1839 e imediatamente foi para Lisboa, Portugal, onde permaneceu por três anos servindo no corpo diplomático.
De volta ao Brasil e à sua terra natal, foi nomeado juiz municipal e de órfãos “dos termos de Penedo e Porto da Folha (Traipu)”. Em seguida foi transferido para os termos de Anadia e Poxim.
Em novembro de 1847 disputou sua primeira eleição para deputado geral, ficando na primeira suplência com 255 votos. Voltou a concorrer nas eleições de 1849, quando conquistou o mandato ao obter a terceira maior votação. Foram 598 votos.
Foi nomeado juiz de direito da comarca de Porto Calvo (Porto Calvo e Camaragibe) em 29 de setembro de 1854.
Durante a viagem do presidente da Província, Antônio Coelho de Sá e Albuquerque, de Maceió a Recife, em julho de 1855, a comitiva fez estadia em Porto Calvo e foi recebida no Engenho Buenos Aires, de Manoel Joaquim de Mendonça Castelo Branco. Num relato da viagem publicado no Jornal do Commercio de 5 de julho daquele ano, ficou assim registrado esse momento:
“…dirigimo-nos, às 5 horas e meia para o Engenho Buenos Ayres, do Dr. juiz de direito da comarca Manoel Joaquim de Mendonça Castello-Branco, que esperava a S. Ex. no Engenho Varzea. Em caminho foi muito cumprimentado e acompanhado por numerosíssimo cortejo de cavaleiros que tinham vindo do Engenho Maranhão do tenente-coronel Bernardo Antônio de Mendonça, onde S. Ex. devia pernoitar. O Dr. Manoel Joaquim recebeu S. Ex. com luxo e magnificência extraordinários. Ouvi a S. Ex. dizer que se achava pasmado de encontrar naquelas alturas uma casa de vivenda preparada com tanto gosto e riqueza. — Meu amigo, assim já se pode viver no mato; mato assim é mais do que cidade”.
Um decreto imperial de 6 de novembro de 1862 o transferiu da comarca de Porto Calvo para a de Alagoas, atual Marechal Deodoro. Um mês depois, em 7 de dezembro, novo decreto o colocou como juiz de direito avulso, sem comarca. A legislação não permitia que um deputado geral continuasse como juiz de direito.
Em abril de 1880, aposentou-se quando era desembargador do Tribunal da Relação de Belém, no Pará. Antes foi juiz de direito da comarca da Cachoeira, na Bahia.
Foi deputado geral nas legislaturas 1850-52; 53-56; 57-60; 61-63; 64-66; 67-68; 69-72; como também em 76-77; 78-81, 81-84; 85 nas duas últimas como membro do Partido Conservador.
O Barão de Anadia foi oficial da Imperial Ordem da Rosa, condecorado em 14 de março de 1860.
O Barão de Anadia era irmão do Comendador Jacinto Paes de Mendonça. Era também primo do Barão de Murici (Jacinto Paes Moreira de Mendonça), do Barão de Jarguá (José Antônio de Mendonça) e do irmão deste o Barão de Alcantarilha (Sebastião José de Mendonça), todos netos do Desembargador do Reino de Portugal o senhor José de Mendonça de Matos Moreira.
Qual o grau de parentesco de todos os citados acima com José Zeferino de Mendonça Uchôa?
Por acaso alguém poderia me esclarecer?