Mário Marroquim, político, músico, jurista, professor catedrático e filólogo
Mário Rômulo Marroquim do Nascimento veio ao mundo no dia 23 de março de 1896 no Sítio São José, vilarejo Campos Frios, município de Água Preta em Pernambuco, fronteira com Colônia Leopoldina em Alagoas. Municípios separados pelo Rio Jacuípe.
No dia 25 de março foi batizado pelo vigário Mauro Fernandes de Lima, na Capela de Campos Frios, filial da Matriz de Água Preta (Livro de Batismos de 1896-Fls 14), tendo como padrinhos Manoel Jacintho do Nascimento e Nossa Senhora da Conceição.
Era filho de José Fiorlindo de Lima Nascimento (1871-1901) e Adalgisa Amanda de Almeida Marroquim (1880-1965). Mário teve quatro irmãos: Graziela Marroquim de Carvalho (1901-1958), Alcides Vritúrvio Marroquim do Nascimento (1897-1976), Antônio Marroquim (1898-1977) e Noemia de Siqueira Marroquim (1899-1968).
Seus primeiros contatos com as letras se deram quando ainda vivia nos engenhos Ouro Preto e Santa Teresa, de propriedade do seu avô materno Francisco Marroquim. Ficando órfão de pai aos cinco anos de idade (José Fiorlindo faleceu a bordo de um vapor em viagem para o Amazonas), foi internado com os irmãos no Colégio São Joaquim, em Colônia Leopoldina, Alagoas, lá permanecendo até o quarto ano primário.
O São Joaquim era uma instituição salesiana e tinha ensino voltado à preparação de jovens para ofícios que lhes dessem condições de ganhar a vida. Mário e seu irmão Alcides estavam orientados para a serem alfaiates, mas ao responder uma questão em forma de rimas, Mário despertou a atenção dos salesianos, que resolveram orientá-lo para o curso de “humanidades” e depois seguir a carreira eclesiástica, o que ocorreu com a sua transferência para o Seminário Salesiano de Jaboatão, em Pernambuco, onde permaneceu dos 10 aos 18 anos de idade, destacando-se no domínio do Latim, Português, Italiano e Teoria Musical.
Deixou os estudos religiosos para ajudar sua mãe a manter a família, atendendo a insistentes pedidos do seu tio Adalberto Marroquim, que o levou para trabalhar em Alagoas. Somente em 1930 foi que voltou a estudar, sendo aprovado no vestibular para Faculdade de Direito do Recife, de onde saiu bacharel no final de 1933.
Ainda estudante, iniciou no jornalismo como colaborador do jornal A Notícia, de Palmares, Pernambuco, jornal fundado em outubro de 1912 sobre a direção de Letácio Montenegro e Gastão de França Marinho.
Em janeiro de 1916, com 19 anos de idade, se envolveu em um caso policial. Nota publicada no Jornal de Recife no dia 13 de fevereiro, informa que o delegado do município pernambucano de Canhotinho comunicou ao chefe de polícia “que às 23 ½ horas de 31 do mês findo o indivíduo Mario Marroquim do Nascimento espancou a tabica ao cidadão Assyrio de Albuquerque, tendo o ofensor se evadido”. No final deste ano, já estava em Maceió inscrevendo-se no recém-fundado Tiro Naval.
Jovem e sem muita experiência, se envolveu em vários trabalhos e negócios sem resultados satisfatórios. Nesse período trabalhou como administrador rural, vendedor de madeira e até pianista do cinema mudo, quando morou no Rio de Janeiro nos primeiros anos da década de 20.
Suas idas e vindas entre Maceió e Recife eram tantas que em janeiro de 1921, o Jornal de Recife registrou sua presença na capital pernambucana da seguinte forma: “Visitou-nos ontem o inteligente moço sr. Mário Marroquim, inspirado poeta e agricultor no interior do Estado. Ao jovem conterrâneo que é sobrinho do ilustre dr. Adalberto Marroquim, saudamos cordialmente”. Em agosto de 1924, há o registro de sua passagem por Maceió, também como visitante.
Nesse período, destaca-se no mundo musical como compositor e pianista. Alma Aflita, foi uma de suas composições cuja venda da partitura era anunciada no Diário de Pernambuco em 1921. No ano seguinte, o mesmo jornal divulgava o lançamento da valsa Renúncia. Em 1923 foi a vez das valsas Heliotrope e Princeza serem apresentadas ao público pernambucano em partituras editadas pela “Casa Ribas”.
Ainda em setembro de 1923, participou em Maceió de uma comédia musical de autoria do seu tio, Adalberto Marroquim. A mais bela foi apresentada no Teatro Deodoro com músicas dele e de Regadas.
Também atuou no jornalismo pernambucano. Em 1922, com Manuel Monteiro, Armando Gaioso e Samuel Campelo, fundou o vespertino A Tarde, assumindo a função de redator-secretário do jornal. O periódico teve vida curta.
No dia 4 de março de 1925, um colunista do Diário de Pernambuco publicou informações retiradas de uma carta de Mário Marroquim, noticiando o interesse dos alagoanos sobre a “rádio-telefonia”: “O Club de Regatas Brasil cogita de montar um possante aparelho rádio auditivo com alto falante e vários entusiastas da rádio-telefonia pretendem filiar-se ao Radio Club de Pernambuco, até ser possível montar em Maceió uma estação de broadcasting”.
Atento às novidades tecnológicas, naquele mesmo ano Marroquim e um grupo de amigos fundaram a Rádio Club de Alagoas. Como ninguém queria investir num negócio incerto, a rádio não prosperou, mas ficou para a história como a primeira tentativa de se criar uma rádio alagoana.
Em março de 1925 escreveu para o Jornal de Alagoas uma crônica sobre a programada realização do 1º Congresso Regionalista, em Recife, de 7 a 15 de novembro. Sob o título “Regionalismo”, constatando que “já era tempo que se unissem os nordestinos, para a defesa de suas riquezas artísticas, de sua independência econômica”, e cita a importante contribuição de Gilberto Freyre com seus estudos sobre as “Casas grandes”.
No dia 5 de julho de 1926, incentivado por Jayme de Altavilla, prestou concurso para a cadeira de Português Histórico da Escola Normal. Apresentou durante uma hora sua dissertação sobre as origens da língua portuguesa. A banca examinadora era formada pelos professores Moreno Brandão, Hygino Bello e Santos Ferraz. Na plateia, alunos e várias autoridades, entre elas o próprio governador Costa Rego. Foi aprovado.
Ainda em 1926, no dia 31 de julho, em Olinda, PE, casou-se, com Maria Amélia de Almeida Carvalho, filha de Pedro da Costa Carvalho (1874-1928), próspero comerciante em Recife, e de Maria Júlia de Almeida Carvalho (1878-1973).
São filhos do casal: Fábio Máximo de Carvalho Marroquim (nasceu em 15 de setembro de 1942), Fernando Mário Marroquim (1930-1999), Frederico de Carvalho Marroquim (nasceu em 5 de novembro de 1946), Miran Marroquim (1927-1980), Kyola Marroquim, Túlio Marroquim e Sílvia Marroquim.
Foi o compositor da música do hino em comemoração ao 1º Centenário de Deodoro, realizado em 1927. A letra era de Cypriano Jucá. Este hino foi motivo de um acalorado debate pela imprensa entre o autor da música e Luis Lavenère. Este último se referiu ao hino dizendo que teria sido feito sob a sugestão da Viúva Alegre, insinuando plágio.
Em setembro de 1927, teve seu contrato com a Escola Normal renovado por mais cinco anos e, em dezembro, foi citado em nota publicada nos jornais como sendo, além de professor do Lyceu Alagoano, funcionário da Fazenda estadual. Também dava aulas particulares de português e latim. Entre seus alunos, vários se destacaram nas letras, a exemplo de Aurélio Buarque de Holanda.
Assumiu interinamente a Secretaria de Estado dos Negócios do Interior em janeiro de 1928, indicado pelo governador Costa Rego. O titular, dr. Victor Hugo Botelho, havia sido nomeado juiz de Direito do município de São Luiz do Quitunde.
Permaneceu nesta secretaria até março, quando foi exonerado para tomar posse como administrador da Recebedoria Central. Em outubro, assumiu também o cargo de diretor do Grupo Escolar Fernandes Lima, substituindo o professor e bacharel Santos Ferraz.
No dia 13 de novembro de 1928, em companhia do governador Álvaro Paes, fez sobrevoos em Maceió. O avião, um Breguet da Companhia Latecoére, decolou do Aeroporto Costa Rego pilotado por A. Bedgrinans, atingiu Riacho Doce e voltou ao seu ponto de partida. Em 4 de julho do ano seguinte, as mesmas autoridades repetiram o passeio, desta feita em um avião pilotado pelo comandante Paulo Bandeira. Para trabalhar como advogado no interior do Estado, era usuário constante dos aviões do Aeroclube de Maceió, agremiação que chegou a presidir.
Aos 34 anos de idade, em março de 1930, prestou vestibular na Faculdade de Direito de Recife. Foi aprovado com nota sete. Em outubro deste mesmo ano, logo após o processo revolucionário que colocou Getúlio Vargas no poder, o interventor Freitas Melro eliminou a cadeira de Português e História que era exercida por Marroquim.
Diante da perseguição política que passou a sofrer em Alagoas, também pediu demissão do cargo de diretor da Recebedoria Central e voltou a morar em Recife, dedicando-se ao curso de Direito e ao jornalismo. No final de 1932, no encerramento do ano letivo da Faculdade de Direito, o Diretório Acadêmico realizou uma série de conferências, todas ministradas pelo acadêmico Mário Marroquim.
Esse mesmo Diretório Acadêmico teve que intervir, em abril de 1933, para liberar estudantes de direito daquela faculdade presos em Maceió. São citados como beneficiados pela ação da entidade estudantil Álvaro Doria, Esdras Gueiros e Mário Marroquim. “Quando em Maceió, estiveram presos sem nenhuma justificativa”, explicou o Diretório.
A partir de 1934, após concluir os estudos superiores na Faculdade de Direito do Recife, iniciou sua carreira como advogado em Alagoas. Especializou-se em causas cíveis, lidando principalmente com o direito de propriedade e direito comercial. Prestou serviços para a loja A Brasileira, de propriedade do comendador Antônio Magalhães, e para o Grupo Tércio Wanderley, proprietário da Usina Coruripe.
No início de 1934, lançou o livro A Língua do Nordeste pela Editora Nacional. Fazia parte da Coleção Brasiliana. A obra, que se tornou um clássico nacional, estuda o linguajar do Nordeste a partir de estudos realizados em Alagoas e Pernambuco. Sua 3ª edição foi publicada em 1996 pela HD Livros Editora, por ocasião do centenário de nascimento do autor.
Em fevereiro de 1934, reassumiu à cátedra de Português da Escola Normal e, a partir de março, a direção da instituição. No jornalismo, escreveu na Gazeta de Alagoas a sessão “Vida Literária” e no Jornal de Alagoas, “Urbi et Orbi”, uma coluna diária.
Em 1941, era o Primeiro Suplente de Juiz Presidente da então nascente 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Maceió, função que exerceu até fevereiro de 1947.
Rádio Difusora
O projeto da instalação de uma rádio oficial em Alagoas surgiu em maio de 1948 a partir de uma cobrança do senador e general Pedro Aurélio de Góes Monteiro ao governador de Alagoas, seu irmão Silvestre Péricles.
Como já tinha alguma experiência na área, Mário Marroquim recebeu esta incumbência. A iniciativa contou ainda com a participação de Góes Ribeiro. Sem autorização orçamentária do Legislativo para a aquisição dos equipamentos, o governador foi buscar recursos com os bicheiros liderados por Hegessipo Caldas.
Dias depois da solicitação, o dinheiro estava disponível e pôde-se comprar os mais modernos equipamentos da época. Inaugurada no dia 16 de setembro de 1948, a Rádio Difusora funcionou inicialmente no prédio de nº 108 da Rua Pedro Monteiro, antigo Jardim Infantil Ismar de Góes Monteiro. Mário Marroquim foi o seu primeiro diretor e autor da música do hino.
O arranjo do governador para viabilizar a rádio deixou-a em situação irregular. Esse problema somente foi resolvido cinco anos depois, já no governo de Arnon de Mello, por meio da Lei nº 1.708, de 31 de julho de 1953, que oficializou a Rádio Difusora como autarquia estadual.
No final do governo de Silvestre Péricles, em outubro de 1950, quando o seu candidato à sucessão, Campos Teixeira, já tinha sido derrotado por Arnon de Mello, o governador resolveu iniciar uma manobra para impedir que a Rádio caísse nas mãos do adversário.
Utilizando o argumento jurídico que a emissora não era um bem público, Silvestre publicou no Diário Oficial do Estado um edital de concorrência para sua exploração. O prazo para apresentação de propostas era de oito dias. Faltavam 19 dias para a posse de Arnon.
No dia seguinte à divulgação do Edital, foi publicada certidão do registro na Junta Comercial de uma sociedade comercial de responsabilidade ilimitada com a finalidade de explorar a radiodifusão em Alagoas. A dita empresa fora criada em 4 de janeiro de 1951, dias antes da publicação do edital.
Como denunciou o então deputado Lourival de Mello Motta, “tudo estava preparado para entregar aos amigos do governador uma parte do patrimônio público do Estado, para dificultar a futura administração e lesar o patrimônio estadual”.
No mesmo pronunciamento, Mello Motta anunciou os nomes dos sócios da Rádio Emissora Alagoana Limitada. “Campos Teixeira, atual Prefeito, Antônio Meira Bastos, Marêncio da Costa Barros, Manuel Ramires Martins, João Omena Fireman, Jaime Fonseca, José Rossiter Correia, Secretário do Prefeito, Gebes de Melo Medeiros, o único que não é funcionário, gerente da DIPIL, e Everaldo de Oliveira Castro, os srs. Francisco Marroquim de Souza, Luiz Gonzaga da Silva, diretor técnico da Rádio, Hegessipo Caldas, concessionário de todos os jogos do Estado, Moacir Cavalcante Peixoto, Ivanildo Valença Bezerra, secretário particular do governador e Stoessel Rodrigues de Araújo”.
A providencial atuação do deputado Mello Motta impediu que o Estado perdesse a Rádio Difusora.
Integralismo
Uma versão brasileira do fascismo italiano, a Ação Integralista Brasileira se instalou oficialmente em Alagoas, no dia 20 de agosto de 1933, com a fundação do Núcleo Integralista local. Em terras caetés, as lideranças do movimento orientado nacionalmente por Plínio Salgado eram Domingos Fazio Sobrinho, José Lins do Rego, Moacir Pereira, Afrânio Salgado Lages e Mário Marroquim. Nas eleições de 1934, Afrânio Lages, secretário político da organização, foi eleito deputado estadual.
Responsável pela propaganda, Marroquim lançou no dia 1º de maio de 1935 o vespertino integralista A Província. Em julho, assumiu a chefia do grupo em Maceió após o afastamento de Carlos Gomes de Barros. Ficou um mês neste cargo e foi afastado para ser empossado no Conselho Provincial da organização. Seu lugar na direção da capital foi ocupado por Milton Ramires.
No dia 27 de setembro de 1936 ocorreu a eleição para a vaga de deputado estadual existente após a cassação de Hildebrando Falcão. Concorreram Guedes de Miranda, pelo Partido Progressista de Alagoas, e Mário Marroquim, pela Ação Integralista Brasileira. O primeiro saiu-se vencedor por larga margem de votos, mas, meses depois devolveu o mandato a Hildebrando por decisão judicial. Marroquim já detinha mandato popular: era vereador em Maceió desde janeiro daquele ano.
O Jornal de Alagoas dos dias 17 e 18 de agosto de 1937 denuncia que o professor Mário Marroquim, em uma de suas aulas na Escola Normal, havia se estendido em considerações de ordem doutrinária, realizando a propaganda do integralismo, fato que alarmou os estudantes. Ele negou em nota oficial, mas o diretor da instituição nomeou uma comissão para apurar os fatos. Era composta por Théo Brandão, Jaime d’Altavilla e Theonilo Gama.
Outro episódio, ainda em setembro de 1937, envolveu o vereador integralista em uma confusão que quase acabou em sua morte. Durante o ato de fundação de um posto eleitoral integralista no Teatro Santo Antônio, em Bebedouro, houve reação popular aos discursos e os oradores foram vaiados e postos a correr. Mário Marroquim ainda tentou discutir com um manifestante, mas este sacou de uma faca-peixeira e investiu contra o vereador gritando: “Morram os galinha-verdes! Abaixo Plínio Tombola”. Segundo o Diário de Pernambuco de 21 de setembro, “temendo a multidão que se aproximava, o integralista recuou, fugindo com seus companheiros em um bond que passava no momento”.
No dia 30 de dezembro de 1937, o interventor Osman Loureiro ordenou a prisão dos integralistas alagoanos. Foram detidos mais de 40 seguidores do “sigma”, entre eles o professor mineiro Júlio Ferreira Caboclo, recém-chegado para assumir a direção da Ação Integralista. O engenheiro civil Fernando Oiticica e o bacharel Afrânio Lages também foram detidos. Foi espedida ordem de prisão para o engenheiro Luiz Leite Oiticica, ex-diretor da Viação e Obras Públicas do Estado, e para Mário Marroquim, que foi preso dias depois em Recife. Transportado para Maceió, foi levado para o quartel da Polícia Militar.
Cinco anos depois, em plena Segunda Guerra Mundial, Marroquim ainda estava sendo perseguido por ter participado do movimento integralista, como noticiou o jornal A Noite, do Rio de Janeiro, em 4 de julho de 1942: “Campanha contra o quinta-colunismo em Alagoas: (Maceió). Prosseguindo na repressão ao ‘quinta-colunismo’, o secretário do Interior ouviu na Penitenciária o bacharel Mário Marroquim e os senhores Raul Dias Cardoso e Artur Góes, antigos chefes integralistas. (…)”. Marroquim havia sido preso no dia 20 de junho.
Em 19 de janeiro de 1947, disputou o mandato de deputado estadual pelo Partido Social Democrático, PSD, liderado por Silvestre Péricles, que foi eleito governador. Não conseguiu êxito, mas foi convidado para elaborar o anteprojeto da Constituição Estadual. Participando da comissão nomeada pelo governador, composta também por Herman Soares, Ciridião Durval e Francisco Porto Júnior. Aderiu ao Partido Social Trabalhista, PST, em agosto de 1948. Era a nova agremiação política comandada por Silvestre Péricles.
Após concurso, foi nomeado professor da cátedra de Direito Romano, da Faculdade de Direito de Alagoas. A nomeação ocorreu em agosto de 1954 e Marroquim defendeu a tese, A Limitação Legal da Propriedade Romana, diante de uma banca examinadora formada pelos professores Benjamim Colucci, de Juiz de Fora; Gama Lobo d’Eça, de Santa Catarina; e Trayahú Moreira, do Maranhão.
No governo Luís Cavalcante (1961/1966), assumiu a Procuradoria-Geral do Estado. Também foi professor do Instituto de Educação e do Colégio Santíssimo Sacramento.
Eleito para a Academia Alagoana de Letras, ocupou a cadeira 11, que tem como patrono Tomás Espíndola. Foi membro ainda do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Na mesma instituição de Pernambuco, era sócio correspondente. Fundou e presidiu também a Sociedade de Cultura Artística de Alagoas, durante o governo de Arnon de Mello.
Obras:
A Língua do Nordeste: Alagoas e Pernambuco, prefácio de Gilberto Freyre, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1934, número XXV da Biblioteca Pedagógica Brasileira, série V – Brasiliana;
A Limitação Legal da Propriedade Romana, tese do concurso à cátedra de Direito Romano da Faculdade de Direito de Alagoas;
Anteprojeto da Constituição de Alagoas. Participação de H. B. de Araújo Soares/Osório Calheiros Gato/Mário Marroquim/Francisco José da Silva Porto Júnior/Marcial de Alencar Barreto Coelho e Ciridião Durval e Silva, Maceió: Imprensa Oficial, 1947.
Compositor de:
O Pássaro Azul, (opereta encenada no Teatro Deodoro por volta de 1929) e das músicas dos Hinos da Rádio Difusora de Alagoas e do Iº. Centenário de Deodoro da Fonseca;
Alma Aflita; Amor…; Doce Ilusão (valsa); Cedo Partiste…; Felicidade Vã; Doce Amada; Oh Amor… Como És Feliz; Heliotrope (valsa); Namoro das Meninas de Hoje (tango sertanejo); Princesa (valsa); Renúncia (valsa); Teus Olhos São Minha Vida.
Faleceu em Maceió no dia 15 de março de 1975. Dias depois, Arnoldo Jambo destacou alguns aspectos de sua vida para o Diário de Pernambuco. “Mestre Marroquim foi uma figura humana como todas: entendida e, por vezes, mal-entendida. Leitor de Cícero, foi com ele que aprendi certa vez que só o poder é que é a mais forte paixão do homem. E que a este, ele não somente engrandece como avilta, a maioria das vezes”.
E continuou: “Houve uma época em que foi integralista. Mas é de crer-se que jamais produziu ranger de dentes. Porque mesmo no período ameaçador das noites de tambores silenciosos, quando toda a patota ginasiana via em tais noites arreganhos e rufos como os da Ku-klux-klan, nem assim Mário Marroquim deixou de ser ouvido, respeitado e admirado como pessoa boa e inteligente”.
Em Maceió, uma das ruas do bairro do Pinheiro recebe o seu nome.
Obrigado a Ticianeli por esta trajetória que permite a todos, principalmente nós alagoanos, conhecer a vida, personalidade e a humanidade dos que fizeram acontecer em Alagoas. Está sendo bastante gratificante participar destas histórias. É mais uma fonte credenciada e oportuna a sua divulgação PAZ e BEM.
O jornal a Notícia de Palmares pertencia a Letácio De Almeida Montenegro, que era casado com Clarice De Almeida Marroquim.
uma das dúvidas que eu tinha era de relacionar, Mário Marroquim e ADALBERTO MARROQUIM
que na leitura que fiz era “tio” dele
Mario Marroquim deu valiosíssima contribuição (elogiada inclusive por acadêmicos) à língua portuguesa do Brasil através de seus inúmeros escritos e legados etimológicos. E não só por isso, obviamente. Bravíssimo!
Fui aluna de português de Mario Marroquim no Instituto de Educação (Colégio Estadual Moreira e Silva). Devo a ele o despertar para a beleza da língua portuguesa, o interesse pela literatura em geral.
Fui também aluna da sua filha Miran, professora de História no mesmo colégio.
Tenho grande admiração por Mário Marroquim, gostaria de te-lo conhecido pessoalmente.