Freitas Neto, jornalista, radialista, sindicalista e socialista
Por Edberto Ticianeli – jornalista
No dia 11 de julho de 1997 morriam o jornalista, radialista e advogado João Vicente Freitas Neto (47) e sua esposa, Maria das Graças de Carvalho Freitas (49). O casal morreu em um desastre aéreo, envolvendo um avião bimotor Antonov 24, da empresa Cubana de Aviación, no mar do Caribe, numa noite de sexta-feira, minutos depois de decolar de Santiago de Cuba em direção à capital cubana, Havana. A tragédia vitimou 39 passageiros e cinco tripulantes.
Freitas Neto e Gracinha estavam em Santiago de Cuba, onde assistiram ao Festival de La Cultura del Caribe, conhecido como Fiesta del Fuego, que naquela edição contava com orquestras de frevo de Pernambuco, o grupo baiano Olodum, o pianista Artur Moreira Lima, entre outros.
O casal já havia visitado Cuba outras vezes e pretendia permanecer no país para assistir ao Festival Mundial da Juventude.
Freitas Neto nasceu na capital alagoana, em 19 de dezembro de 1949, e morou por muitos anos no tradicional bairro de Bebedouro.
Era filho do comerciante Vicente de Carvalho Freitas e de Odélia Cordeiro Freitas. Seus avós paternos foram João Vicente Freitas e Ana Rosa de Carvalho Freitas. Por parte de mãe, foram seus avós Francisco Jorge Calado e Francisca Maria da Conceição.
Depois de uma ativa trajetória como estudante secundário e universitário, abraçou as carreiras de jornalista e radialista muito cedo, passando pelas redações de esporte e política dos principais veículos de comunicação de Alagoas, além de trabalhar como correspondente, por 19 anos, do jornal Estado de São Paulo, o “Estadão”.
Como profissional destacado da comunicação, reconhecido por sua capacidade de liderança, Freitas Neto foi eleito presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (1979-1982), destacando-se na luta contra a ditadura militar em seu período final, concentrando-se sobretudo na batalha contra a censura e em defesa da anistia ampla e irrestrita para presos e perseguidos políticos.
Como candidato a presidência da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), em 1983, levantou a bandeira de luta pela Democratização da Comunicação, percorrendo diversos estados no país.
Além da militância profissional como jornalista e radialista, Freitas exerceu também, com assombrosa coragem, a profissão de advogado, onde igualmente foi reconhecido por sua dedicação e competência, chegando a fazer parte do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Alagoas.
Freitas Neto filiou-se ao PMDB, por cuja legenda elegeu-se vereador por Maceió – 1983/1988 – para ter papel ativo na redemocratização do país. Do PMDB, passou para o PCB e depois ao PPS, de cuja fundação Freitas foi um dos líderes, bem como membro do seu Diretório Nacional.
Freitas deixou grandes contribuições como combatente pelas liberdades públicas, como defensor dos movimentos sociais, como sindicalista, como militante socialista e como parlamentar que deu exemplo na luta contra a corrupção, as desigualdades sociais e a violência política em Alagoas.
* Texto original do jornalista Marcelino Freitas Neto, com alterações ampliações da Editoria.
A história de vida do querido Fretas Neto é muito linda por sua luta em defesa da democratização dos meios de comunicação e de uma alagoas melhor pra se viver.
Admiração, gratidão e orgulho de ter sido amigo e parceiro do eterno Freitas Neto, desde a época em que fui presidente do Diretório Acadêmico 2 de Maio da Escola de Ciências Médicas de Alagoas até antes do seu desencarne. Viva Freitas Neto.
Justa homenagem a um dos mais dignos jornalistas brasileiros. Tive-o como companheiro de muitas lutas em defesa da profissão e das liberdades democráticas. Sempre que volto a Maceió tenho a nítida sensação de que, sem ele, a cidade não é a mesma.
O ano da copa na Argentina foi em 1978
Faleceu ontem Marcelino, filho de Freitas Neto, de uma doença rara degenerativa a Esclerose Lateral Amiotrofica conhecida como ELA.
Jornalista, Marcelino veio falecer ontem 01/01/2019
Obrigado pela observação, Marcelo. Já corrigimos.