O civilista Miguel Soares Palmeira Filho
O jornalista e bacharel Miguel Soares Palmeira Filho nasceu no Engenho Prata em São Miguel dos Campos, Alagoas, no dia 10 de outubro de 1865. Era filho do comendador Miguel Soares Palmeira e Julieta Júlia Ferro Soares Palmeira. Neto, por parte materna, do Barão de Jequiá, Manuel Duarte Ferreira Ferro.
Seu pai, Miguel Soares Palmeira, chegou a ser nomeado Barão de Coruripe pelo decreto de 19 de julho de 1889, mas não recebeu o título. Foram todos anulados após a proclamação da República.
Em 1881, ingressou na Faculdade de Direito de Recife e Olinda. Ao fazer referência à sua juventude, o jornal Diário de Pernambuco lembrou que tinha o seu “verbo flamejante” reboava nos comícios e que a “alma vibrátil do povo se sentia eletrizada e o orador parecia transformado num guia das multidões”. Destacou ainda que tinha a “coragem espartana e lendária do seu avô materno — o Barão de Jequiá”.
Miguel Soares Palmeira casou com Maria Teresa Soares Palmeira e tiveram os seguintes filhos: Rui Soares Palmeira, Padre Luís Soares Palmeira, Francisco Soares Sobrinho, Jorge Soares Palmeira e Celso Soares Palmeira.
De natureza inquieta, perambulou por vários cargos e funções em alguns estados brasileiros. Foi juiz de Direito no Mato Grosso, São Paulo (Santana do Parnaíba) e juiz Municipal em Niterói, no Rio de Janeiro.
No Amazonas, em setembro de 1906, atendendo ao pedido do governador Antônio Constantino Nery, assumiu a Secretaria de Estado dos Negócios Interiores, onde também foi secretário particular do governador e diretor da Imprensa Oficial, assumindo esta última função no dia 1º de janeiro de 1907.
Não aceitou o cargo de diretor da Secretaria da Guerra no governo do presidente Floriano Peixoto para ficar em seu estado natal, onde atuou na política local.
Em Alagoas, foi Chefe de Polícia do governo Gabino Besouro, assumindo o cargo em dezembro de 1881, em substituição ao juiz de Direito Francisco Antônio da Silva Porto. Foi ainda juiz substituto da Capital entre 28 de setembro de 1889 e 26 de novembro de 1893.
No dia 13 de agosto de 1894, Miguel Soares Palmeira presidiu a reunião do Partido Democrata que deliberou por apresentar as candidaturas do Barão de Traipu e do coronel José Vieira de Araújo Peixoto para governador e vice respectivamente. As eleições daquele ano aconteceram no dia 17 de setembro e o partido conseguiu eleger seus candidatos. Nesse governo, assumiu a Secretaria da Fazenda e do Interior de Alagoas no período de 23 de agosto de 1895 a 26 de novembro do mesmo ano.
Foi deputado estadual entre 1895 e 1896, e deputado federal entre 1918 e 1920. Disputou duas vezes o governo do Estado, em 1898 e 1900, sem obter êxito. Na eleição de 1900, sua candidatura tinha como vice o funcionário público Tibúrcio Valeriano Araújo. Foram derrotados por Euclides Vieira Malta e Miguel Nunes da Silva Tavares.
Nesta eleição, a exemplo de tantas outras ocorridas em Alagoas, surgiu a suspeita de fraude. Miguel Soares Palmeira já era anunciado pelo jornal Orbe do dia 1º de março de 1900 como governador eleito. Era uma forma de pressão sobre os governistas que controlavam o sistema eleitoral.
No dia 8 do mesmo mês, o jornal voltou a mencionar o processo eleitoral informando que ainda não havia ocorrida a apuração de votos — na época a apuração ocorria 30 após a eleição — e que o atraso se devia a preparação de atas falsas. “Como é sabido em todos os municípios, obtiveram maioria os nossos distintos amigos e correligionários dr. Miguel Soares Palmeira, o comendador Tibúrcio Valeriano; mas como ainda se está preparando atas falsas não pretendem agora, os srs. Governistas marcarem o dia da apuração”, denunciou o Orbe.
A troca de farpas pelos jornais continuou até que, no dia 12 de junho de 1900, Euclides Vieira Malta foi empossado como governador de Alagoas.
Em janeiro de 1915, quando ressurge o jornal Diário do Norte, órgão do Partido Liberal, Miguel Soares Palmeira está inscrito na chapa do partido para as eleições do final daquele mês.
Três anos depois, em fevereiro de 1918, o diretório do Partido Republicano Conservador, PRC, em Alagoas apresenta sua chapa para as eleições de 1° de março daquele ano. Era composta por Alfredo de Maya, Luiz de Mascarenhas, Natálio Camboim e Miguel Palmeira. A imprensa da época estranhou a presença do liberal Miguel Palmeira entre os conservadores, principalmente após ter se destacado na oposição ao governador e marechal Gabino Bezouro.
Quando faleceu em São Miguel dos Campos, no dia 1º de agosto de 1921, um registro no jornal O Paiz, do Rio de Janeiro, se referiu a ele como um político influente em seu estado. “Foi um ardoroso civilista e um dos organizadores do partido republicano liberal, obediente à orientação de Ruy Barbosa em Alagoas”, informou o jornal.
Em julho do ano anterior ao seu falecimento, o Diário de Pernambuco registrou que ele tinha sido acometido de um “insulto congestivo”, mas que o estado dele era, “felizmente, lisonjeiro”. Na verdade, vinha doente há muito tempo e o diagnóstico já indicava que teria sua vida abreviada.
Gostaria de saber sobre a origem de meu avô: Abílio Soares Palmeira; nascido em 10/01/1890, filho de Antônio Severiano Melo Pereira e Antônia Soares Palmeira. Na cidade de Poços das trincheiras – Alagoas
O nome de uns dos filhos de Miguel Soares Palmeira era Francisco Soares Palmeira e não Francisco Soares Sobrinho. Houve um equívoco .
Gostaria de saber o nome dos donos da fazenda Varela em São Miguel dos Campos/Al