Divaldo Suruagy, o governador que entrou para história política de Alagoas
O economista Divaldo Suruagy nasceu em São Luís do Quitunde no dia 5 de março de 1937. Era filho de Pedro Marinho Suruagy e Luiza de Oliveira Suruagy. Sua mãe era paraibana de Patos e seu pai nasceu em Belo Jardim, Pernambuco, mas criou-se em Lajedo.
Pedro Suruagy conheceu sua futura esposa na Paraíba e como ela era muito nova, “fugiram” da família dela para forçar o casamento. Tiveram nove filhos, entretanto seis deles não suportaram as dificuldades da dura vida que levavam. Sobreviveram Divaldo, Divani e Diva.
Após uma passagem por Pernambuco e pelo interior de Alagoas, a família se estabeleceu em Maceió, onde Pedro Suruagy foi aceito como oficial da Polícia Militar.
Sobre seu pai, Divaldo Suruagy escreveu: “Pedro Marinho Suruagy foi uma espécie de cavaleiro andante. Sentia uma atração toda especial pelo perigo. Somente a sabedoria que a idade traz domaria seu temperamento”. Faleceu nos últimos dias de julho de 1969.
Em Maceió, o menino Divaldo Suruagy iniciou seus estudos no Externato São José das irmãs Dantas. Lá recebeu os cuidados de Benedita, a irmã mais nova. A escola funcionava numa pequena casa da Rua Agerson Dantas nº 43, atualmente Edifício Paulo Tenório.
Sua família morava na Rua João Pessoa, atual Rua do Sol. Por insistência de Divaldo, seu pai levou todos a morar em um sítio no Alto da Conceição, onde as crianças se sentiam num filme de Tarzan.
Segundo depoimento em seu livro “Critérios de Vida“, Suruagy recorda que foi nesta nova morada que entrou na adolescência. “As primeiras namoradas à distância. A emoção da conquista do campeonato alagoano de futebol de 1947, pelo Alexandria, que provocou o fato, até então inusitado, de lágrimas de satisfação. O choro de tristeza pela perda da copa do mundo de 1950. O despertar do sexo. O primeiro e último cigarro. A preocupação de ganhar dinheiro vendendo mangas na calçada da Igreja do Bom Parto. A satisfação de receber uma bicicleta de presente. As fogueiras das festas juninas. A paixão dominadora e sempre crescente pelos livros“.
Com dez anos de idade, em 1948, fez exame de admissão ao ginásio no Colégio Batista Alagoano, então dirigido pelo professor Corinto Ferreira da Paz.
Foi aceito, e sendo bom aluno de Matemática, disciplina ministrada pelo professor Petrônio Viana, logo passou a dar aulas particulares, algumas delas nos cursinhos pré-vestibular da Faculdade de Ciências Econômicas. Suruagy confessava que não gostava de Ciências Exatas, mas dominou a matéria por respeito ao professor.
Estudou Matemática também com os professores Benedito Moraes e Edmilson Pontes nos seis anos que permaneceu no Colégio Batista.
Em 1951, quando concluiu o curso ginasial, foi atraído pela vida militar e se inscreveu para as provas de admissão à Escola Preparatória de Cadetes, em Fortaleza.
Ao realizar os exames médicos no 20º BC em Maceió, foi considerado incapaz fisicamente para longas longas marchas com equipamentos militares às costas. Sua reprovação ocorreu ao informar que a enorme cicatriz na perna direita, logo abaixo do joelho, tinha sido provocada por um profundo corte de vidro quando jogava futebol no Engenho Santa Luzia, em Urucu.
Aos 16 anos de idade, em abril de 1953, como seu pai, já um coronel reformado da Polícia Militar, enfrentava dificuldades para manter os filhos em escolas particulares, Suruagy resolveu contribuir e começou a procurar emprego. Consegui ser nomeado extranumerário-diarista da Prefeitura Municipal de Maceió.
Para trabalhar durante o dia, teve que transferir seus estudos para o Colégio Guido de Fontgalland no período noturno. Cursava o 2º ano científico numa turma de alunos com mais de 30 anos.
Era servente da turma topográfica. Sua função era segurar um enorme guarda-sol que protegia o teodolito e o topógrafo.
Em novembro de 1953 foi transferido para a Divisão de Pessoal e Material, ainda como serviço prestado, na função de auxiliar de escritório, com aumento da diária de Cr$ 22,00 para Cr$ 26,00 e trabalhando em um único turno.
No final do ano de 1954, prestou vestibular para a Faculdade de Ciências Econômicas e foi aprovado em 1º lugar. Em pouco tempo era um dos líderes dos estudantes, sendo eleito diretor da União Estadual dos Estudantes de Alagoas. Teve participação na Juventude Universitária Católica.
Desse período, Suruagy guardou “recordações verdadeiramente inesquecíveis das lutas políticas estudantis que travei. Foram elas que me conduziram às campanhas partidárias“.
Conheceu a estudante do Colégio Batista e sua futura esposa, Luzia Bezerra, em 1956 numa festa na casa de amigos. O pai de Luzia era o servidor municipal José Bezerra.
Entre namoro e noivado foram mais de quatro anos de convivência. Casaram-se no dia 5 de março de 1961 e foram morar numa casa simples na Praça São Vicente.
Ela trabalhava no Banco da Lavoura de Minas Gerais. Tiveram quatro filhas: Walkiria (1º de abril de 1962), Mônica (5 de maio de 1963), Cristina (6 de maio de 1967) e Patrícia (5 de dezembro de 1972).
Nesta época, Luzia, que já era professora primária do Grupo Escolar Silvestre Péricles, no Pontal da Barra, passou a ser sua diretora.
Quando o prefeito nomeou Manoel Valente de Lima para a função de Procurador do município, em 1962, o cargo ocupado até então por ele, de Secretário Geral da Prefeitura, foi entregue a Divaldo Suruagy.
Permaneceu ali por 15 meses, até que em 1963, a convite do governador Luiz Cavalcante, assumiu a Secretaria da Fazenda e da Produção do Estado de Alagoas, de onde saiu, em 1965, para ser eleito prefeito de Maceió pelo PSD.
Em sua gestão, criou as secretarias de Finanças e de Administração e instituiu a SUMOV, a FEMAC e o IPAM.
Com a implantação do Ato Institucional nº 2 pela Ditadura Militar, o PSD foi extinto e Suruagy ingressou na ARENA para ser eleito deputado estadual em 1970.
Destacou-se como líder da bancada e do governo Afrânio Lages e presidiu o poder no biênio 1973/1974.
Este bom desempenho garantiu sua indicação, em 1974, para governar o Estado por escolha do presidente Ernesto Geisel. Era a época dos “governadores biônicos“.
A boa gestão como chefe do executivo assegurou sua eleição para deputado federal em 1978.
A partir de 1980, com o fim do bipartidarismo imposto pelos militares, filiou-se ao PDS e foi eleito governador em 1982, nas primeiras eleições diretas para governadores do país, ainda no período ditatorial.
Com o enfraquecimento do PDS, Suruagy migrou para o PFL em 1986, ano em que foi eleito senador.
Em 1994 foi eleito para o seu terceiro mandato de governador, quando já estava filiado ao PMDB.
Entretanto, uma situação de grave crise político-financeira forçou sua renúncia ao cargo em 17 de julho de 1997, quando o seu vice-governador Manoel Gomes de Barros, “Mano”, tomou as rédeas do poder estadual. Este episódio ficou conhecido como “A Queda de Suruagy”.
Em 1998, disputou o mandato de deputado federal ainda pelo PMDB, mas obteve somente 14.222 votos, ficando na suplência. Com a eleição do deputado federal Albérico Cordeiro para a prefeitura de Palmeira dos Índios, em 2000, Suruagy assumiu o mandato.
Em 2014 ainda tentou voltar à política apresentando-se como candidato a deputado estadual pelo PPS, mas teve sua candidatura indeferida e, já com a saúde abalada, retirou-se definitivamente do cenário político alagoano.
Suruagy faleceu no final da tarde de 21 de março de 2015, aos 78 anos, no Hospital Arthur Ramos, no bairro do Farol, na capital alagoana. Ele lutava há nove meses contra um câncer de estômago.
Muito bom, ler a história de meu pai.
Obrigada por, proporcionar a nova geração, ter conhecimento da história de um homem que fez muito por Alagoas.
Grande Pessoa, ser humano extraordinário, fez muito por está terra,foi acusado injustamente por desvios de verbas,levou a culpa no lugar do seu vice, Deus que abençoe
Grande Politico Divaldo Suruagy , esse cidadão de Bem foi traido.
Politicamente , sofreu nas garras e laços dos lobos e passarinheiros … Cara tão do bem que não Morreu Milionário.
Divaldo Suruagy grande político,alagoano deixou um deixando grande legado para sua história serve de exemplo!
Abençoe grandemente
Grande lider político e amigo dos amigos Divaldo Suruagy. Empregou muita gente nesse estado alagoano
Olá, gostaria de o que tem aver Paulo Dantas em relação a Divaldo Suruagi
Era eu uma criança de uns 7 anos , aquele dia ficou marcado,, foi muito emocionante, ao som de um jungle que dizia: é isso aí é isso aí Guilherme senador, governador suruagy, diante daquela multidão, veio aquele homem e estandeu a mão pegou na minha mão pequena, eu senti sua mão bastante pesado e fiquei muito feliz pq o governador Divaldo suruagy pegou em minha mão
Infelizmente seu último mandato foi difícil para os funcionários públicos estaduais.