Guedes de Miranda, o intrépido tribuno de Porto Calvo

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Guedes de Miranda discursa durante solenidade de posse do governador Silvestre Péricles, com a presença do governador de São Paulo Ademar de Barros

Antônio Guedes de Miranda nasceu em Porto Calvo no dia 16 de maio de 1886. Filho do major da Guarda Nacional Manoel Jerônimo Guedes de Miranda e de Júlia Braga de Miranda, ambos de origem portuguesa. Seu pai era senhor do Engenho da Ilha, onde o menino Guedes de Miranda morou dos 7 aos 13 anos e onde aprendeu rudimentos de Aritmética, Gramática e Leitura com o velho professor Brito.

Guedes de Miranda na Praça da Catedral recebendo o Fogo Sagrado da Pátria em comemoração à participação do Brasil na II Guerra Mundial

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Aos 12 anos de idade, com o engenho do pai em Fogo Morto e ele ainda sem os estudos primários completos, foi trabalhar em Porto Calvo como caixeiro de secos e molhados na firma Braga Irmãos, do seu tio Manoel Braga. Permaneceu por lá somente alguns meses. Foi considerado pelos tios como “inábil para a profissão“. Revelou mais tarde que nessa época “caiu em cheio na gandaia” e a causa da demissão foi uma farra que ele patrocinou nas dependências da casa comercial. A passagem do cometa de Biela fez muita gente acreditar que o fim de tudo estava próximo, então porque não fazer uma festa de despedida?

Seus pai vendeu os bois que ainda lhe restavam e, em janeiro de 1900, mandou o filho estudar em Maceió, onde foi matriculado no Colégio 11 de Janeiro, do professor Adriano Jorge. Nas provas de dezembro, foi reprovado em Português e proibido de passar as férias em Porto Calvo.

Com a morte do professor em abril de 1901 e o fechamento do Colégio, em maio Guedes de Miranda estava de volta a sua terra natal. Mas por pouco tempo. Dias depois seu pai o devolveu à capital matriculado, em regime de internato, no Colégio 24 de Fevereiro, do professor Luís Carlos. Um ano depois o Colégio foi vendido a um bacharel, que adotou punições rigorosas. Guedes fugiu passou dois meses frequentando a Levada, Poço, Jaraguá, Bebedouro, envolvido nos jogos de azar e dormindo nas ruas.

Um dia, resolveu voltar caminhando para Porto Calvo e assim fez, chegando em casa sujo e com a roupa esfarrapada. Com essa aventura, seus pais passaram a considerá-lo como um caso perdido. Foi salvo pelo vigário da Paróquia, o cônego João Machado de Melo, que passou a dar-lhe aulas de Latim, Filosofia, Retórica e Português.

Em junho de 1902 voltou a Maceió e retomou os estudos no Colégio 15 de Março, do professor Agnelo Barbosa, na Rua Boa Vista, e pediu que ele o aceitasse no internato, mas não podia pagar o trimestre. Uma semana após ficar responsável por trabalhos domésticos, foi submetido a exames, foi aprovado e nomeado professor de Aritmética de uma turma de alunos do primário.

Em fevereiro de 1906 ingressou no curso de Direito da Faculdade do Recife e, ao concluí-lo em 1910, passou a morar em Maceió. Tinha sido eleito, no ano anterior, deputado estadual. Contou com a ajuda e orientação do governador Euclides Malta, que também o nomeou professor da Escola Normal em 1911. Disputou o mandato de deputado federal em 1918, pelo Partido Conservador, sem sucesso.

Em 1º de setembro de 1915, foi um dos fundadores do Diário do Povo, que em maio de 1916 passou a ser o órgão oficial do Partido Republicano Conservador em Alagoas. A sua editoria geral era divida entre Guedes de Miranda e Gilberto de Andrade. Depois foi proprietário do Jornal do Comércio.

Estava entre os fundadores da Academia Alagoana de Letras e foi o orador da reunião de criação em 1º de novembro de 1919, no Salão Nobre do Teatro Deodoro. Teve também participação importante na criação da Faculdade de Direito de Alagoas, onde ocupou o cargo de diretor.

Esteve à frente de vários cargos públicos importantes em Alagoas. Interventor Federal, Vice-Governador, Procurador Geral do Estado, Secretário do Interior, Diretor do Liceu Alagoano e da Faculdade de Direito, advogado famoso. Foi um dos fundadores da Academia Alagoana de Letras e sócio do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas.

Solenidade oficial com o arcebispo Dom Ranulfo de Farias e o governador Silvestre Péricles

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Como jornalista, esteve presente nas páginas do Jornal do Comércio, Diário do Povo, Jornal de Alagoas e do Diário de Alagoas. Neste último, foi o editorialista contundente durante o governo Muniz Falcão.

De sua bibliografia constam títulos como Minha Fé no Direito, Elogio do Gênio e outros Discursos, Exaltação à Terra e a Sua Gente, Holandeses em Porto Calvo, Antes que Desça a Noite, Eu e o Tempo e O Direito e mais precioso do que a paz.

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Guedes de Miranda era casado com Estella Passos de Miranda, irmã do dr. Diniz Pompilio Passos, do dr. Eraldo Passos, do dr. Hugo Passos, de Maria Luiza Passos Wanderley (casada com o dr. Hebreliano Wanderley), de Maria Luzia e de Maria Luíza Passos.

Faleceu no dia 1º de agosto de 1961 em sua residência no bairro do Farol. Seu corpo ficou até às 14 horas no salão da Faculdade de Direito, de onde saiu para ser enterrado em Porto Calvo às 17 horas.

Em uma solenidade em homenagem ao Marechal Deodoro

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Guedes de Miranda se notabilizou pela grande oratória

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2 Comments on Guedes de Miranda, o intrépido tribuno de Porto Calvo

  1. Claudia M.Miranda // 16 de outubro de 2022 em 17:45 //

    Meu tio avô!!
    Com muito orgulho!!

  2. Meu tio foi o único político da família miranda era um gênio e grande defensor dos mais humildes!

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