História do município de Arapiraca
Quando, em 22 de janeiro de 1808, D. João VI e a corte portuguesa chegaram ao Brasil fugindo de exército de Napoleão, com eles estava o Capitão Amaro da Silva Valente, nascido no distrito de Macedo de Cavaleiros, em Portugal. Decidido a explorar os sertões do país que o recebia, esse miliciano deixou as tropas reais e iniciou uma peregrinação em busca de nova vida.
Após se estabelecer em Cacimbinhas, um povoado de Palmeira dos Índios, em Alagoas, casou-se, em 4 de novembro de 1813, com Isabel Pereira da Rocha Pires, filha do fazendeiro Maurício Pereira da Rocha Pires e de Quitéria Tavares da Rocha Pires. Isabel tinha como irmãos Maria dos Reis da Rocha, Joana da Rocha e Antônio Maurício da Rocha.
Da união entre Amaro da Silva Valente e Isabel Pereira nasceram Maria Isabel da Silva Valente (04/02/1815), Manoel Ferreira de Macedo (04/05/1818), Ana Maria da Silva (25/02/1819), Antônio Marcos Pereira da Silva (09/05/1823), José da Silva Valente (10/12/1827), Júlia Maria da Silva (23/05/1829), Maurício Pereira da Silva Valente (24/10/1832), Luiz Gonzaga da Silva (21/06/1835), Joana Leopoldina da Silva (18/08/1840) e Sátiro Pereira.
Deixando o município de Anadia para trás em 1845, chegou a Cacimbinhas o jovem Manoel André Correia dos Santos, nascido em 1815 e filho do português Gabriel Cortês Correia dos Santos. Gostou da cidade e mais ainda de Maria Isabel da Silva Valente, com quem se casou nesse mesmo ano, passando a explorar uma plantação de mandioca nas terras do sogro.
Insatisfeito com os resultados colhidos e por ter que viver à sombra do sogro, Manoel André externou o desejo de trabalhar em suas próprias terras. Como Amaro da Silva Valente havia prometido aos filhos e genros que antes de morrer, o que aconteceu em 1857, deixaria todos proprietários de terras, autorizou Manoel André a procurar uma que fosse do seu agrado.
Foi nessa busca que, em 1848, chegou a Limoeiro de Anadia, onde um cunhado já estava estabelecido no sítio Mangabeira. Ali conheceu uma légua quadrada de terra de propriedade do Capitão José Joaquim do Cangandú. Ouviu dele a proposta de venda e comunicou o valor ao seu sogro, que prontamente comprou as terras para ele.
Ainda em 1848, enquanto construía sua casa numa área chamada Espigão do Cangandú, Manoel André se arranchou sob a proteção de uma frondosa “arapiraca“, ali permanecendo por vários dias. A árvore era assim chamada pelos índios. Significa “ramo que o periquito visita” (Ara – periquito; poya – visitar; aca – ramo).
Em 1855, quando faleceu Maria Isabel da Silva Valente vítima da epidemia da cólera, o casal tinha cinco filhos: Vicente Correia da Silva, José Inácio Correia da Silva, Florêncio Apolinário, Maria Rosa dos Santos e Fausto Correia. Em homenagem à sua esposa, Manoel André prometeu construir uma igreja sobre sua sepultura, o que se tornou realidade em 1864, ficando a igreja sob o orago de Nossa Senhora do Bom Conselho.
A família continuou a crescer quando o pioneiro de Arapiraca casou-se novamente. Com Rosa Martins da Silva teve três filhos: Belarmino Correia, Josefa Maria e Umbelina Rosa da Silva. Do terceiro casamento, com Luisa Maria da Paixão, não teve filhos. Manoel André morreu em 1890.
Foi no entorno dessa primeira habitação e sempre contando com a arapiraca como um bom local para descanso, que surgiu uma povoação formada, em sua maioria, por parentes do casal pioneiro. O lugar não demorou a ser denominado de Arapiraca, reforçando a importância da sua frondosa árvore.
Após a chegada àquelas terras de mais familiares, o povoado ganhou ganhou novas habitações e, segundo o historiador Zezito Guedes, em 1865, quando se construiu a capela, Arapiraca já era um arruado de casas de taipa de duas águas.
Um dos principais problemas enfrentados por Manoel André e pelos outros proprietários de terras daquela área era a comercialização do que produziam, efetivadas de forma limitada na feira de Lagoa dos Veados, um povoado ali próximo. Foi Manoel André quem encontrou a solução: investiu na abertura de uma trilha, permitindo o transporte das colheitas em comboios de animais até Porto da Folha, atual cidade de Traipu, onde se realizavam melhores negócios.
Essa trilha, que se iniciava em Arapiraca, foi se tornando conhecida por todos os almocreves da região central de Alagoas, que por ela escoavam os seus produtos para a Vila Porto da Folha, e de lá para Penedo utilizando o Rio São Francisco.
Para atender a esse crescente trânsito de viajantes, novos negócios surgiram em Arapiraca, entre eles a primeira casa comercial de estivas e tecidos. Foi inaugurada em 1880 por Esperidião Rodrigues, então com idade de 22 anos, e Florêncio Apolinário. Prosperaram tão rapidamente, que quatro anos depois Esperidião Rodrigues da Silva criou ali também uma feira.
Uma escola mista no povoado de Arapiraca foi criada pelo Decreto Lei nº 12 de 1º de maio de 1890, mas somente no governo de Barão de Traipu, em 1891, foi que aconteceu a nomeação da primeira professora, Marieta Peixoto Rodrigues. Ainda no governo do Barão de Traipu, por iniciativa também de Esperidião Rodrigues da Silva, foi criada ali uma Subdelegacia de Polícia.
Fabricando a melhor farinha de Alagoas e com uma das maiores feiras da região, Arapiraca se beneficiava de sua posição central na Província e por ser passagem para quem se destinava ao Rio São Francisco. Em pouco tempo era um centro comercial mais adiantado que a própria sede do município, Limoeiro de Anadia.
A pujança econômica do povoado também lhe trouxe ganhos políticos, permitindo que na eleição de 1892, Manoel Antônio Pereira Magalhães, sobrinho de Manoel André Correia, fosse eleito para o cargo de intendente do município de Limoeiro de Anadia. Durante a sua gestão, construiu o açude público, localizado em Cacimbas (atualmente um dos mais populosos bairros da cidade), chamado Açude do Governo.
Construiu também, no centro do povoado, o açude Tanque de Fora. Ainda em 1892, com a votação de 55 votos que o povoado de Arapiraca deu ao Comendador Palmeira, conseguiu Esperidião Rodrigues da Silva com ele a instalação de uma agência dos Correios no povoado.
Durante o governo de Gabino Besouro foi criado o Cartório do Registro Civil. Em 1908 fundou-se a Sociedade Musical União Arapiraquense, ficando como seu primeiro presidente o comerciante Esperidião Rodrigues da Silva. Todo instrumental da banda foi comprado em Paris. No dia 2 de fevereiro de 1909, pela primeira vez, a banda tocou a retreta da festa da padroeira, sob a regência do maestro Vieira.
Durante o domínio da oligarquia dos Maltas, Arapiraca perdeu sua liderança política no município. Em 1915, entretanto, retornou ao comando de Limoeiro com a eleição de Esperidião Rodrigues da Silva, sobrinho de Manoel André, para intendente. Nesse mesmo ano, Esperidião conseguiu mais uma escola para Arapiraca.
A partir de 1912 surgiu a ideia de emancipação política, em virtude das divergências entre a sede do município e o povoado. Projeto com esse fim foi submetido ao Congresso Legislativo. Em 1915 foi aprovado pelos deputados em 2ª discussão. Mais de uma década depois, esse pleito ainda não tinha sido atendido. Esperidião Rodrigues, que liderava o movimento emancipatório, perdeu a paciência e resolveu pressionar a Assembleia Legislativa de forma diferente. Foi até Maceió e acampou na Casa de Tavares Bastos dizendo aos deputados que somente voltaria para Arapiraca após a sua emancipação política. Permanece na capital durante 40 dias e conseguiu a aprovação do projeto de Lei, assinado pelo Deputado Odilon Auto, que tornou Arapiraca vila e município.
O governador Fernandes Lima sancionou a Lei nº 1.009 no dia 30 de maio de 1924 e, em seguida, dirigiu telegrama a Esperidião Rodrigues: “Acabo de sancionar Projeto de Lei, criando o município de Arapiraca com cuja população laboriosa, adiantada, progressiva, congratulo-me por intermédio amigo, o grande, incansável paladino desta conquista, que representa o ato de justiça dos poderes públicos, a um povo que se levanta por si próprio, que tem iniciativa e que progride. Cordiais saudações. Fernandes Lima – Governador do Estado”.
Para o funcionamento da Justiça no novo município, houve a sua anexação à Comarca de Palmeira dos Índios, por determinação do Decreto nº 1.071, de 24 de setembro de 1924.
A Junta Governativa, nomeada pelo governador Costa Rego (Decreto nº 1.078, de 17 de outubro 1924), foi constituída por Domingos Rodrigues, Olegário Cavalcanti, Francisco Magalhães, Aprígio Jacintho, Antônio Apollinário, Antônio Ribeiro, Pedro Lima, José Pereira Sobrinho, Tibúrcio Valeriano e Cícero Gonzaga. Governaram o município até a eleição dos vereadores e prefeito.
A instalação do município de Arapiraca aconteceu solenemente em 30 de outubro de 1924, com a presença do governador Pedro da Costa Rego (Fernandes Lima concluiu seu mandato no dia 6 de junho) e de várias lideranças políticas do Estado.
A instalação do novo município se deu justamente ao meio-dia, quando foi lido o termo da posse. A banda de música local executou o Hino Nacional. O Tiro de Guerra comandado pelo Sargento Américo e constituído por 72 atiradores permaneceu no local, perfilado.
Em 7 de novembro foram eleitos os conselheiros municipais, prefeito e vice-prefeito, para o período de 7 de janeiro de 1925 até igual data de 1928. No dia 7 de janeiro de 1925, tomou posse o primeiro prefeito, Esperidião Rodrigues da Silva. Tinha como vice-prefeito, José Magalhães.
A Paróquia de Arapiraca, foi criada em 15 de agosto de 1944 sob a invocação de Nossa Senhora do Bom Conselho. É subordinada eclesiasticamente à Diocese de Penedo.
O surto econômico que a cidade teve, em meados do século XX, deve-se à cultura e beneficiamento do fumo, produto base da economia do município — que lhe rendeu o título de “Capital Brasileira do Fumo“, por ter a maior área contínua de plantação do mundo. É o segundo maior município de Alagoas, atendendo comercialmente não só ao Agreste, mas ao Sertão e ao Baixo São Francisco.
Após uma crise no setor do fumo, que enfraqueceu a economia local, Arapiraca direcionou seus investimentos para outras atividades, como os setores do comércio e serviço, que expandiram a ponto do município aparecer com destaque no cenário nacional quando o assunto é geração de empregos.
Em 1920, quando ainda era distrito de Limoeiro, Arapiraca frequentou os jornais do país ao ser divulgado que as águas sulfurosas do Perucaba eram milagrosas. “Agora mesmo registrou-se o restabelecimento de dois anciões que há anos sofriam de paralisia parcial. Às caldas de Perucaba continua a se dar enorme afluência de doentes”, publicou o Diário de Pernambuco de 8 de abril de 1920.
Em novembro do mesmo ano já tinha sido instalada no local uma Estação Balneária onde “encontram-se águas excelentes de incontáveis eficácias curativas, principalmente quando se trata de ankylostoniase, syphillis, febres malignas, moléstias do estômago e dos intestinos”.
Em 1923, o Laboratório Químico do Ministério da Agricultura revelou a composição das “salutares águas minerais de Arapiraca”. Resíduos a 110°, 23g 5640; Cloreto de sódio, 12g 7601; Bicarbonato de Magnésio 5.4190; Fosfato ácido de cálcio, 0,9480; Sulfato de cálcio, 0,7117; Gás Carbônico livre, 0,8450; Sílica, 0,1852; e traços de Alumina e Ferro. O químico foi Djalma Firmeza.
Formação Administrativa
Como distrito, Arapiraca esteve subordinada, sucessivamente, a Penedo, Porto Real do Colégio, São Brás e Limoeiro.
Foi elevada à categoria de município com a denominação de Arapiraca, pela Lei Estadual nº 1009, de 30 de maio de 1924, desmembrado do distrito de Limoeiro. Sede no atual distrito de Arapiraca. Constituído do distrito sede.
O novo município foi instalado no dia 30 de outubro de 1924.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede. Pelo Decreto Estadual nº 2335, de 19 de janeiro de 1938, o município de Arapiraca adquiriu o extinto município de São Brás, como simples distrito.
Pelo Decreto Estadual nº 2435, de 30 de novembro de 1938, o município de Arapiraca adquiriu do município de Traipu o distrito de Lagoa da Canoa. No mesmo decreto, o distrito de São Brás deixa de pertencer ao município de Arapiraca, sendo anexado ao município de Traipu, e ainda pelo mesmo decreto é criado o distrito de Caraíba e anexado ao município de Arapiraca.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de três distritos: Arapiraca, Caraíba e Lagoa da Canoa. Pelo Decreto-lei Estadual nº 2909, de 30 de dezembro de 1943, o distrito de Caraíba passou a denominar-se Craíba.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de três distritos: Arapiraca, Craíba ex-Caraíba e Lagoa da Canoa.
Pela Lei Estadual nº 2471, de 28 de agosto de 1962, ficou desmembrado do município de Arapiraca o distrito de Craíbas. Elevado à categoria de município. A lei estadual nº 2472, de 28 de agosto de 1962, desmembra do município de Arapiraca o distrito de Lagoa da Canoa, que é elevado à categoria de município.
Pela Resolução do Senado Federal nº 113, de 30 de novembro de 1965, o município de Arapiraca adquiriu o extinto município Craíbas, como simples distrito.
Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1968, o município é constituído de 2 distritos: Arapiraca e Craíbas.
A lei estadual nº 4335, de 23 de abril de 1982, desmembra do município de Arapiraca o distrito de Craíbas. Elevado novamente à categoria de município com a denominação de Craíbas.
Fonte principal: IBGE.
EU SÓ POSSO DIZER COM UM POUCO DE MAGOA. VOCÊS NOS OFERECEM PIRULITOS MAS COM O PAPEL GRUDADO A ELE. QUEM TEM ESSA FOTOS TODAS PRINCIPALMENTE A DE MACEIÓ, TINHA QUE REUNIR UMA BOA EQUIPE E FAZER PELO MENOS UM ÁLBUM COM O SEGUINTE NOME: ALAGOAS, PAZ, BELEZA E ESPONTANEIDADE. SE FIZER UNS 10.000 ÁLBUNS SERÃO VENDIDOS EM MENOS DE 30 DIAS.
fotos lindas , muito bonito voltar ao passado , ver como era antes e como ta hoje, e´ de mais.
muito linda a estória de Arapiraca, por isto merece o nosso respeito.
Muito linda a história de Arapiraca e dos grandes homens visionários que passaram por ela, uma cidade em constante evolução.
Está cidade Arapiraca eu acho muito bonita os meus Avós são na. Rregiao dêsta cidade Arapiraca. Do estado de Alagoas eu. Já morei i no município das caraíbas
Nossa li para a minha mãe, Maria dos Santos Barros, filha de Abílio Teodoro dos Santos,que tem muita saudade da época da sua infância.
Do nada Sonhei, que viaja no passado em anos que não era nascido, foi ótimo o sonho pense na felicidade que sentir vendo como tudo era no passado e comparando com os tempos de hoje, vim da um GOOGLE pra ver se realmente era como no sonho, e sim confere!
Meu avô ulisses ferminio da Silva já faleceu . Nasceu aí gostaria de saber mais sobre o se passado
Eu como descendente dos Correia Amorim e Magalhases de Brito amo ler sobre a história de Arapiraca.
Eu sou parte daí hoje me querem matar daí se volto ou peço pra por os meus primeiros e últimos sobrenome de meus pais de sangue e avo Satiro Miguel da Silva filho de Quebrangulho. E imagina da minha bisavô … a Baronesa. Melhor casada fica pq a construtora que leva nomes como Rodrigues ou Ágata e eu hj um ou uma Cavalcanti que registrada ou registrada em ÁGUAS BELAS e o meu primos José Luciano da Silva ex-Capuchinho de Bonconselho. E líder sindical não 👎 quis me ver enterrar pai e mãe se nao assinasse procuração? Pra outra família que eu nem sabia que tenho sangue dos Martins e Pereira… Ele junto com a prima Patrícia quase me enganaram se não fosse a minhas 2 tias Nazaré Bezerra da Gama e Silva e Lindomar Bezerra Gama e hoje Martins eu estaria morta pelos Cavalcantis com ( e ) portugueses pois os verdadeiros Cavalcantis são os de Buiqui ou de Atalaia ou os que se ligaram com os dos Martins e DR. Odalio Tenorio e Maranhão Final todos não éramos Sangue índios eu sou mais hoje não sou não sou Brasil mistura de 3 sangue derramados por um Branco que Trouxe. Erro pra o serve e manchou até o Sá das nossas cabeças todas nós batizandos já crianças ou hj adultos nos seus Tanques de um Cristos que só Divide e não nos Uni e matam nos todos de fome ou Tiros brancos ou negros ou pardos …