Bráulio Fernandes Tavares e as vias de Maceió em 1911

Baixe gratuitamente o Relatório sobre as Ruas, Travessas e Becos, Praças e Estradas de Maceió, publicado em 19 de agosto de 1911

Bráulio Fernandes da Silva Tavares nasceu em Porto da Folha, Sergipe, em 24 de março de 1881, filho de Bellarmino Fernandes da Silva Tavares e de Amélia Nunes Tavares, filha de Ananias da Costa Nunes e Alexandrina Rosa Lima.

O Coronel Bellarmino Tavares faleceu, já viúvo pela terceira vez, em 27 de abril de 1928 aos 85 anos de idade. Residia então em Propriá, Sergipe, mas nasceu em Belo Monte, Alagoas. Casou-se três vezes e foi pai de quatro filhas e sete filhos, entre eles: José Belarmino da Silva Tavares (nasceu em Coruripe e casou-se com Joanna Ferreira Tavares), Belarmino Tavares Filho, João Fernandes Tavares, Ananias Tavares, Francisco Lopes Tavares, Marcelina da Silva Tavares, Belarmino Fernandes da Silva Tavares Filho (faleceu em 2 de outubro de 1950 em Coruripe).

Não foi possível colher mais detalhes sobre os casamentos do Coronel Bellarmino Tavares, mas sabe-se que sua segunda esposa se chamava Maria Josepha de Araújo — natural do povoado Ilha do Ouro, município de Porto da Folha, filha de Bento Pereira Teles de Araújo e de Anna Josepha Feitosa — e a união entre eles se deu em Penedo no dia 11 de julho de 1896. A outra tinha o sobrenome Lima Tavares.

 

Catedral de Maceió nos anos 50

Bráulio Fernandes da Silva Tavares casou-se pela primeira vez em 19 de julho de 1909. Sua esposa foi a maceioense Clotilde Fernandes Pereira (nasceu Maceió em 21 de setembro de 1886 e faleceu em Recife no dia 25 de maio de 1979), filha de Júlio José Pereira e Cândida Fernandes Pereira. O casamento na Igreja Católica aconteceu na Catedral de Maceió em 26 de fevereiro de 1916. Bráulio Fernandes era espírita.

Tiveram sete filhos: Cláudio Pereira Tavares (nasceu em 13 de agosto de 1911 — jornalista redator da Agência Nacional e um dos demitidos, processados e com direitos políticos cassados pelo golpe militar de 1964); Nabuco Pereira Tavares (nasceu em 30 de agosto de 1912 e faleceu em Recife no dia 10 de abril de 1961 — foi inspetor de alunos da Escola Industrial Gov. Agamenon Magalhães, em Recife); Nilo Pereira Tavares (nasceu em 24 de outubro de 1913); Amelina Pereira Tavares (nasceu em 20 de outubro de 1915); Bráulio Fernandes Tavares Filho (nasceu em 15 de novembro de 1916 — foi também jornalista e poeta) e Stelio Pereira Tavares (nasceu em 10 de agosto de 1917).

Clotilde Fernandes Pereira, primeira esposa de Bráulio (pesquisa de Etevaldo Amorim)

Fernandes Tavares se iniciou no jornalismo em Maceió nos primeiros anos do século XX, publicando principalmente poesias. Escreveu para o Jornal de Debates, criado em 29 de julho de 1900 por Saturnino Santa Cruz. Existiu até junho de 1905.

Após proferir uma série de palestras, em 1907, na Perseverança e Auxílio dos Caixeiros, transformou-as em publicações na Tipografia Comercial. Entre elas estavam O Bonde, O Beijo e A Cruz.

Em julho de 1905 já colaborava com o Correio de Alagoas e em 1911 seu nome é citado como um dos redatores do Gutenberg. Os outros eram: Francisco Henrique Moreno Brandão e Fernando Malta de Campos. Antônio Martins Murta dirigia o jornal.

No dia 18 de setembro de 1908, o Conselho Municipal de Maceió aprovou a sua nomeação para o cargo de amanuense da Secretaria do Conselho, na vaga deixada por Marinho Falcão.

Mesmo exercendo este cargo, não se afastou do jornalismo, sendo um dos fundadores do Jornal de Alagoas, criado em 31 de maio de 1908 por Luiz Magalhães da Silveira.

Nos primeiros dias de 1913 foi demitido do Conselho Municipal e incorporou-se ao Correio da Tarde, dividindo a direção do jornal com Manoel da Costa Bivar. Foi vítima do governador Coronel Clodoaldo da Fonseca e de seu vice, Fernandes Lima, que atuavam para enfraquecer a oposição.

Em julho de 1913, o Correio da Tarde estava ameaçado de empastelamento e seus responsáveis de prisão. Fernandes Tavares e Costa Bivar impetraram habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para continuarem em liberdade.

Praça dos Martírios em 1910

O jornal A Província, de Maceió, em 4 de janeiro de 1914, anunciou que Bráulio Fernandes Tavares tinha sido nomeado pelo ministro da Fazenda administrador da capatazia da Alfândega de Maceió. Substituiu a Bonifácio Magalhães da Silveira. Foi exonerado a pedido em 14 de junho do mesmo ano.

O periódico O Imparcial, também criado por ele, circulou o primeiro número em 15 de agosto de 1915 e funcionou como jornal da campanha de Gabino Besouro ao governo. Existiu até meados de 1918, quando seu intrépido fundador foi morar em Recife.

Em Pernambuco, chegou a ser o redator secretário do Diário de Pernambuco, onde seu irmão, o major João Fernandes Tavares, era chefe dos escritórios.

Em Recife

Na capital pernambucana, além de se manter no jornalismo do Diário de Pernambuco, Fernando Tavares voltou a ocupar cargos públicos. Em 3 de janeiro de 1928 foi nomeado pelo governador de Pernambuco para o cargo de ajudante do almoxarifado da Casa de Detenção. Meses depois, em 8 de abril de 1929, foi transferido para o cargo de almoxarife da Escola Técnico Profissional Masculina.

Em setembro de 1932 era o secretário do Centro de Estudos nº 1 da Universidade Popular do Recife. O presidente era Marinho Rêgo. Pelo menos até 1933 esteve nessa função.

Em 4 de janeiro de 1938, o Diário da Manhã publicou os atos do Interventor Federal em Pernambuco, Agamenon Magalhães, exonerando Bráulio Fernandes Tavares do cargo de amanuense do Ginásio Pernambucano, a bem do serviço público e sem prejuízo de outras penalidades em que venha a incorrer. Não foi possível identificar quando se deu sua vinculação a tal Ginásio e o motivo da sua exoneração.

Faleceu às 16h do dia 27 de dezembro de 1946 em sua residência, na Rua Joaquim Cavalcanti, nº 283, em Olinda, Pernambuco.

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Entre suas publicações, o História de Alagoas escolheu para reeditar o importante Relatório […] Sobre as Ruas, Travessas e Becos, Praças e Estradas de Maceió, publicado em 19 de agosto de 1911 pela Tipografia Comercial. Por este trabalho, Fernandes Tavares recebeu, em 21 de agosto de 1911, uma gratificação de 200$000, concedida pelo intendente Luiz de Mascarenhas.

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4 Comments on Bráulio Fernandes Tavares e as vias de Maceió em 1911

  1. NASCI NA RUA CLAUDIO MANOEL, 129 (mudou o nome da rua ), NA PONTA GROSSA , MACEIÓ , EM 09/03/1942 E FUI CRIADO NA MESMA RUA NO Nº 123 , VISINHA ATÉ OS 14 ANOS DE IDADE ( 1956 ) VIM PARA SANTOS / SP. EM 1957, ATÉ OS DIAS DE HOJE. POR ACASO VOCÊ TEM ALGUMA FOTO DOS LOCAIS CITADOS ? À MACEIÓ DE HOJE, EU NÃO CONHEÇO, APENAS A VEJO PELA INTERNET…

  2. Claudio de Mendonça Ribeiro // 15 de outubro de 2024 em 07:31 //

    Muito grato, Ticianeli.

  3. Muito bom, comecei a fazer uma pesquisa sobre as ruas de Maceió e as personalidades que as nomeiam… Tem sido divertido conhecer tantas histórias. Por exemplo, descobri que cinco ruas no Conjunto Santo Eduardo (uma delas onde morei e meus pais ainda moram) homenageiam os cinco alagoanos da FEB mortos durante a Segunda Guerra.

    Minha fonte de pesquisa tem sido principalmente o Google mesmo, hehehe. O site bairrosdemaceio.net e seu autor foram uma boa fonte inicial de informações, em sua maioria baseada no livro “Memórias de Minha Rua”, de Félix Lima Júnior (1981). Como o autor do site não utilizou o livro por completo, fui no arquivo público no início do ano e consegui acessá-lo e digitalizá-lo por inteiro (para uso pessoal). O livro desse post é um complemento bem interessante sobre a história da nossa terra. Obrigado por disponibilizá-lo!

  4. Gilvan, a rua Cláudio Manoel oficialmente mudou de nome uns 50 anos atrás pra Av. Prof. Loureiro, embora as placas ainda apontem-na com o nome antigo, hehehe. Você pode “visitar” a rua e ver onde ficava suas casas (123 e 129) no Google Street View : https://maps.app.goo.gl/tkxyAyRRY7CLcVus6

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