Primórdios do Teatro Infantil em Maceió

O Herdeiro de Naban no Teatro Deodoro em 1950, com Luiz Lavenère na regência

O texto publicado abaixo é um extrato (com adaptações, supressões e acréscimos) do excelente trabalho de dissertação de Mestrado em Literatura Brasileira de Fátima Maria Alves Neto, apresentado na Universidade Federal de Santa Catarina em 1982.

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O teatro infantil no Brasil

Desenvolveu-se incialmente na corte. A Princesa Isabel, orientada pela Condessa de Barral, representou em francês, língua oficial da cultura da época. O exagero no emprego da língua francesa fez com que Henrique Maximiano Coelho Neto protestasse, apregoando a necessidade de se produzir textos em português e adequados às crianças da época e do país.

O primeiro volume de teatro infantil, publicado pela Livraria Francisco Alves em 1905, veio assinado por Coelho Neto e Olavo Bilac. Escrito em versos, continha as seguintes peças: O Corvo e a Raposa, A Borboleta Negra, A Carta (monólogo), A Avó e Carapuça, de Coelho Neto; o Presunçoso, O Mundo está Torto, As sonecas, Quando eu for grande, O Nariz, O Mentiroso, de Olavo Bilac.

Escritor Coelho Neto

A falta de interesse em peças de teatro para criança sempre existiu e Coelho Neto, ao escrever o seu Teatrinho desabafou: “Torna-se cada vez mais sensível, a falta de um repertório de cenas e peças infantis, em prosa e verso, para as representações escolares. Dá pena, por vezes, ver o que por aí se exibe em tais tertúlias; crianças reproduzindo as chalaças regamboleiras, que tanto depravam os nossos teatros” (Lucia Benedetti em “Aspecto do Teatro Infantil”).

Sobre a obra de Olavo Bilac, parceiro e amigo de Coelho Neto, Lucia Benedetti afirma que sua obra é sumamente didática e possui, ainda assim, uma elevada dose de bom gosto. Reforça que: “Graças a iniciativa de Coelho Neto e ao seu espirito polêmico, ganhamos, em Olavo Bilac, um grande aliado em prol da literatura infantil. Seus monólogos não envelhecem nem perdem a graça. São de um sabor de pureza, de uma grande beleza sempre”.

Carlos Góis, mineiro, educador, conseguiu publicar seus primeiros trabalhos em 1915. Sua peça mais popular, encenada para crianças, foi A Dona da Casa, com um ato, revelando seu talento de educador e psicólogo. Sua opereta Branca de Neve, considerada como teatro realmente válido, foi o primeiro trabalho para crianças em três atos, com música de Alexandre Weissenan maestro russo, radicado no Brasil.

Entre suas peças para criança temos: Auto de Natal, (musicada), O Espelho, O Leque. A Carta. Que é que é?, Quando eu tiver minha casa, Ser Curiosa, Um Segredo, Saia Comprida, Caixa Escolar, Cow-Boy, O Gaúcho, O Pão, Ser Bonito e Uma Viagem de Aeroplano. Adaptou o prólogo de Machado de Assis A Agulha e a Linha.

Carlos Góis

A Editora José Olímpio, em 1938, apresentava ao público um livro de teatro para criança: Joracy Camargo e Henrique Pongetti estavam oferecendo suas contribuições ao público infantil.

Era um teatro feito para as crianças representarem, dando uma série de conselhos a respeito da montagem de uma peça, que tanto podia ser num teatro ou numa sala de jantar. Davam instruções para improvisar um palco, como fazer iluminação, como preparar cenário e ensinavam a utilização da maquilagem para os efeitos dramáticos.

Em 1908, chega ao Rio de Janeiro uma companhia austríaca apresentando a peça infantil: Juca e Chico, que despertou interesse por parte das pessoas que faziam teatro, motivando os autores nacionais a escreverem especialmente para criança.

Lucia Benedetti ficou encarregada de escrever um texto infantil a pedido do empresário carioca Francisco Pepe. Apesar de não ter nenhuma experiência como autora de textos infantis, tinha apenas imensa experiência como espectadora, além de ter sido, também intérprete nos velhos tempos de escola no teatro de Carlos Góis.

Sendo professora primária e tendo, através desta profissão, adquirido uma rica bagagem sobre aprendizagem infantil, não foi difícil viajar no passado para concluir o texto, conforme seu depoimento:

“Tendo assumido o compromisso de fazer uma peça, tonei a deliberação de jogar com o diálogo o mais possível, dentro das limitações da compreensão das crianças. Podia-se utilizar a técnica tradicional e narrar uma história em três atos, ainda que curtos. Pus-me a meditar numa história em termos de “visão e audição em lugar de pura narrativa, O Casaco Encantado nasceu assim. Enquanto escrevia, eu mesma me divertia tanto como se fosse uma criança”.

Lúcia Benedetti

Como o empresário desistiu da empresa, Paschoal Magno, criador do Teatro dos Estudantes, foi quem se interessou na realização do espetáculo. Arrumou empresário, diretor e companhia de maior sucesso: “Os Artistas Unidos” (Henriette Morineau, Jaci Campos, Fregolente, Dary Reis, Graça Mello, Flora May, Nilson Pena que estreava como cenarista e figurinista. Octávio Alves da Graça Mello foi o diretor).

Acabava a ser lançado no Brasil, em 1948, oficialmente, o teatro infantil para crianças fora dos moldes habituais. Não era mais o teatro escolar, nem o amadorístico, mas o teatro como espetáculo de arte, profissional. Feito por adultos para crianças.

Essa realização desencadeou a criações de textos infantis. Assim surgiram O Sitio do Pica-Pau Amarelo, O Anel Mágico, O Balão que caiu no Mar e No Reino dos Animais. Todo este entusiasmo despertou o interesse do então Serviço Nacional de Teatro e as primeiras subvenções surgiram para ajudar financeiramente os novos espetáculos.

Em 1950, foram criados prêmios, para as três melhores peças infantis de teatro infantil, por iniciativa do poeta alagoano, Jorge de Lima, vereador e grande admirador da arte para criança, através da Câmara do Distrito Federal.

Jorge de Lima justificava assim a sua iniciativa: “O dinheiro servirá ao autor que deseje montar a sua peça. O autor de teatro infantil deverá lutar, durante muito tempo, com grandes dificuldades de empresários, pois trata-se de um teatro de exceção. Mas se ele dispuser do dinheiro da montagem, dois terços de dificuldade já estarão anulados“. A Lei entrou em vigor somente em 1952.

Embora a quantia recebida para as montagens na época tenha sida satisfatória, com o passar do tempo foi ficando irrisória, e com isso começou a haver um desinteresse em produzir textos e peças infantis.

Foi nesse período que Maria Clara Machado, com o seu mundo encantado de fantoches, enveredou para o teatro infantil feito por adultos, iniciando com uma peça de Natal: O Boi e o Burro a Caminho de Belém (1953).

Outra iniciativa partiu da televisão carioca, que também fez algumas experiências com espetáculos infantis. Fábio Sabag criou o hábito do teatrinho de duas horas. Todos os domingos era apresentada uma nova peça para criança. Durou 10 anos e “muitos espetáculos tiveram boa qualidade”, segundo Lúcia Benedetti.

Quando deixou de ser novidade, o teatro infantil, representado por grandes artistas, perdeu o impacto do teatro de exceção, não apresentando mais nenhuma garantia para a sobrevivência. Profissionais como Sergio Cardoso, Sergio Brito, Laura Suarez, Nicete Bruno e Cacilda Becker tiveram que abandonar o campo. As dificuldades faziam desmoronar os mais caprichosos sonhos.

Em 1962, o Serviço Nacional de Teatro chegou a programar um curso para ajudar na formação de novos profissionais. Não durou muito. Foi suspenso, para que se pudesse, publicando livros de textos, levá-lo avante com maior rendimento prático.

No final da década de 1970, segundo avaliação de Maria Clara Machado, uma das características principais das peças infantis em cartaz no Rio era exatamente a falta de cuidado na produção. Os cenários eram quase sempre mal feitos, luzes queimadas, coisas despencadas. A pobreza se estende aos figurinos, primários, inadequados.

Maria Clara Machado

Avaliava que predominava “uma antiga e deformante máxima do teatro amador brasileiro, segundo a qual a peça infantil é apenas uma preparação para voos mais altos. Ninguém, nenhum grupo quer perder dois, três meses ensaiando uma peça infantil como fazemos aqui no Tablado”.

Naquele período, outro problema sério do teatro infantil brasileiro era o espaço. Os teatros eram quase que destinados exclusivamente para peças voltadas para os adultos.

Raríssimo era o espaço destinado especialmente ao Teatro Infantil: O Tablado no Rio, de Maria Clara Machado, pioneira no “Trabalho/Espaço” para criança; Illo krugli tinha aberto “A Casa do Vento Forte“, em São Paulo, e o Teatro Nídia Lícia, onde eram montadas peças quase que exclusivamente para o público infantil.

História do teatro infantil de Maceió

Linda Mascarenhas e Luís Lavenère

A primeira experiência sobre um teatro infantil escrito, elaborado, pensado e apresentado em Maceió com o objetivo de ser veículo para um melhor desenvolvimento ideativo e imaginativo da criança foi encontrado no ano 1947.

É um trabalho conjunto de Linda Mascarenhas e Luís Lavenère. Ela, já então professora secundária aposentada apreciadora e amante da arte cênica, ele, cultor dos estudos musicais. Escreveram textos e musicaram representações teatrais para criança.

Em depoimento prestado para esta pesquisa em janeiro de 1981, Linda Mascarenhas, após ter dedicado os anos de sua maturidade do desenvolvimento da arte cênica em Alagoas, com criação de grupos teatrais, divulgação dos textos de autores nacionais e estrangeiros através de representações, informou-nos ter escrito com seu companheiro Luís Lavenère três peças teatrais em conjunto, com a mesma temática infantil, em 1947, 1948 e 1949, encenadas, respectivamente, em 1947, 1948 e 1950.

O texto escrito e encenado em 1947 foi perdido pelos autores e a entrevistada não soube especificar dados concretos a respeito deste trabalho. Disse que “a falta de um conhecimento teórico do universo mental da criança, os deixou inseguros sobre o conteúdo do texto no que concerne ao fato de estarem ou não produzindo um trabalho para a criança e o seu mundo”.

Além dessa dificuldade, Linda Mascarenhas se reporta à falta de experiência sobre montagens infantis e, por esse motivo, a utilização de muitas crianças em cena provocou um tumulto na encenação. A experiência foi desastrosa, o que levou à exclusão das crianças nas montagens futuras.

Em fins de 1948, no Teatro Deodoro em Maceió, foi levada ao público a opereta infantil de Linda Mascarenhas, O Mistério do Príncipe, com música de Luíz Lavenère.

A peça em três atos teve os seguintes personagens: TAIS – NORA – OSMAR – FERNANDO – HELENA – IVAN CARLOS – LISA – JORGE – MATILDE NADJA – VANDA – HUMBERTO – SONIA – ALÁVIO MENSAGEIRO – OFICIAIS – BOBO. Direção Musical de Luís Lavenère e Direção Geral de Linda Mascarenhas.

Este parece ter sido um trabalho em que os autores contaram com maiores elementos de segurança: tiraram as crianças da representação cênica e usaram os contos de fadas como tema básico.

Linda Mascarenhas e Luiz Lavenère

Como referência histórica, convém correlacionar que precisamente em 1948 iniciaram-se as atividades do Teatro Infantil Brasileiro no Rio de Janeiro, um marco documentado do início do Teatro Infantil do Brasil.

Em 1949, Linda Mascarenhas e Luíz Lavenère, adaptaram para o teatro o conto do jornalista alagoano Medeiros Cavalcante intitulado O Herdeiro de Naban, transformando-o em opereta infantil, montado no Teatro Deodoro em 1950.

No Jornal de Alagoas da época, encontramos a seguinte referência: “O Herdeiro de Naban foi considerado de beleza invulgar onde se assoberbavam luzes, cores, suntuosos cenários. Os personagens nobres ostentavam luxuosíssimas indumentárias, pajens, oficiais, damas de honra e graciosas ciganas. O figurino baseado no reino monárquico foi bem cuidado, muito colorido. A opereta foi escrita em três atos. Uma orquestra ao vivo abrilhantou o espetáculo e a expectativa do público engrandeceu-se com grandioso espetáculo da terra”.

O músico Luís Lavenère fez na época um depoimento quando os ensaios estavam em andamento sobre a montagem: “Acha-se novamente em ensaios outra opereta de Linda Mascarenhas, O Herdeiro de Naban, destinado ao Teatro Infantil. O meu trabalho vai ser grande, pois a música foi composta para meninas que não tem voz extensa nem muito grave, e agora as partes masculinas vão ser cantadas por vozes de barítono; a que foi feita para uma menina que tinha voz de contralto, agora vai ser cantada por soprano“.

O Herdeiro de Naban no Teatro Deodoro em 1950, com Luiz Lavenère na regência

Vejamos agora como foram distribuídos os personagens nas operetas e sua ficha técnica:

Personagens de O Herdeiro de Naban: FEBRONIO – ALBANO – CONDE – ZAMIM – NAJÁ- RAINHA- TALIA – RONAITA – NARA – MARQUES – EVANDRO – ROSMARIM – 1º JUIZ – 2º JUIZ – 3º JUIZ – CIGANAS – OFICIAIS – PAJENS – NOBRES. Direção Musical de Luís Lavenère e Direção Geral de Linda Mascarenhas.

Estes trabalhos representaram o marco inicial do Teatro Infantil Alagoano, com suas peças escritas baseadas em ideias dos elementos da Terra.

Maria Clara Machado e o desenvolvimento do Teatro Infantil de Maceió

A década de 1950 vai ser de fundamental importância para a história do Teatro Infantil maceioense. As tentativas de grupos na procura de uma montagem mais organizada, voltada para a compreensão da criança vai ser o objetivo principal daqueles que estavam dispostos a criar um teatro com melhor nível técnico.

Os espetáculos que anteriormente eram apresentados sem condições necessárias, passaram a ter como objetivo principal o público infantil, admitindo um horário específico para a necessidade da criança.

Nesta década, as montagens surgidas voltaram-se para a criança, com uma preocupação mais cuidadosa, textos com temática essencialmente infantil, apresentando autores que se firmavam no campo profissional do Teatro Infantil brasileiro, como Maria Clara Machado.

Teatro Deodoro na década de 1950

O entusiasmo em mostrar ao público um trabalho importante fez com que se levasse à montagem em Maceió do seu Pluft, o Fantasminha, escrito em 1955.

Foi então apresentado à sociedade maceioense um teatro em que valorizava o mundo fantástico, desenvolvendo assim a capacidade imaginativa e proporcionando um completo entendimento do mundo da criança.

Os grupos amadores começaram a se formar entre aqueles que desejam desenvolver trabalhos de teatro para a criança. Os interessados se reuniram e atores sem muita experiência decidiram penetrar no mundo novo que nascia para o Teatro Infantil.

Em 1956, Pluft, o Fantasminha foi a primeira montagem importante do teatro infantil de Maceió, fortalecida pela presença da autora e contando com a direção de Willy Keller (trabalhava no Rio de Janeiro e chegou em Maceió em agosto). Essa mesma montagem do Teatro de Amadores de Maceió (criado dois anos antes) participou, no dia 10 de outubro, do II Festival Nortista de Teatro Amador (de 8 a 17 de outubro), realizado em Recife, no Teatro Santa Isabel.

Uma crítica assinada por Ariano Suassuna no Diário de Pernambuco de 12 de outubro de 1956 elogia a direção de Willy Keller e revela que o escritor pernambucano atuou para garantir a presença do grupo no Festival, enfrentando temores dos organizadores em relação a uma possível falta de qualidade do grupo de Maceió ao apresentar uma peça infantil.

Willy Keller também havia levado para o TAM a opção de produzir “O Colar de Coral“, de Antônio Callado. Eis a razão da polêmica.

O futuro autor de O Auto da Compadecida cita entre os atores Romildo Halliday (também era diretor do TAM), no papel do “Perna de Pau”, e Waldir Martins, Miguel Nobre (João) e Fernando Camelo (Julião), que foram os três marinheiros. Destacou a atuação de Waldir Martins, o “Sebastião“.

No dia 3 de novembro, no mesmo jornal, Adeth Leite também avaliou a peça apresentada pelo TAM no Festival e informou que “Pluft, o Fantasminha” foi quem mais agradou o público pernambucano, tendo que se apresentar quatro vezes.

Dos interpretes, Adeth destacou Romildo Halliday e Florêncio Teixeira, o “Tio Gerúndio“. Mas a direção de Willy Keller mereceu elogios rasgados. A única crítica foi para a estreante Wilma Azevedo (a Fantasminha), “que não deu a o papel o rendimento”.

Pedro Bloch, de terno, e Willy Keller em 1952 no Rio de Janeiro

No dia 2 de junho de 1957, “Pluft, o Fantasminha” estreou uma montagem do Teatro de Brinquedo de Recife no Teatro Princesa Isabel, com a direção de Alfredo de Oliveira. Entre os atores estava Romildo Halliday no mesmo papel do “Perna de Pau”. Romildo teve participação no Teatro de Amadores de Pernambuco.

A partir de então o entusiasmo tomou conta do mundo teatral alagoano e como faltavam profissionais qualificados para o teatro infantil, revelaram-se diretores como: Florêncio Teixeira, Wolney Leite, Evilásio Lima, Ruy Lessa, José Márcio Passos. Consequentemente, a importação de diretores profissionais do Sul do país foi quase que completamente abolida.

Bráulio Leite: Os Dionísios e o Grupo Alfredo de Oliveira

Com a desarticulação do grupo que encenou Pluft, o Fantasminha, surgiu o espaço para a criação de ”Os Dionísios”, que, apesar de não trabalharem nesta primeira montagem, procuram seguir a linha de trabalho proposta anteriormente.

Foi um grupo que muito contribuiu para a formação e contato da criança com a arte, até então pouco divulgada. A importância desse grupo está ligada principalmente ao desenvolvimento de novos conjuntos amadores.

A escolha de um repertório, com a preocupação de se trabalhar para criança, contou com o pulso forte do criador de “Os Dionísios“, Bráulio Leite Júnior, que assumiu a direção do Teatro Deodoro em 1957. A sua atuação fez desse grupo um dos que mais apresentaram trabalhos infantis ao longo da história do teatro alagoano.

É de fundamental importância ressaltar que a direção dos espetáculos do grupo, contou com o espirito criativo de grandes diretores pernambucanos: Alfredo de Oliveira e Walter de Oliveira, integrantes do Teatro de Amadores de Pernambuco que constantemente fazia temporada na capital alagoana.

Bráulio Leite Junior

A primeira montagem de “Os Dionísios” foi um texto de Graça Mello, O Rei Mentiroso. Foi apresentada em março de 1960 no Teatro Deodoro.

Ficha técnica: Princesa – Edna Leite; Ministro – Wolney Leite; Príncipe – Lauro Farias; Rei – Ruy Lessa ; Sábio Gargalhada – Paula Leite; Bruxo – Terezinha Lessa; Figurantes – Tereza Leite, Elizabete Lemos, Marlene Leite e Alvani Leite; Cenário – Mário Nunes; Figurino – Hercy Lapa de Oliveira; Maquilagem – Alfredo de Oliveira; Contra Regra – Bráulio Leite Junior; Luz – Juvenal Santa Cruz; Maquinaria – José Cabral. Direção – Alfredo de Oliveira.

Ainda em março de 1960, esta peça foi levada no Rio Grande do Norte e apresentada no I Festival Nortista de Amadores do Autor Teatral Brasileiro.

Em 1966, houve uma remontagem promovida pela Secretaria de Educação e Cultura, que ofereceu esse espetáculo para toda a rede escolar da época.

Ficha técnica da Remontagem: Princesa – Alcione Cavalcante; Ministro – Wolney Leite; Príncipe – Everaldo Moreira; Rei – Alfredo de Oliveira; Sábio Gargalhada – Geraldo Lopes; Bruxa – Edna Leite; Figurantes – Janice de Arêa Leão, Marluce Cavalcante, Neusa Arêa Leão e Marlene Leite. Cenários – Equipe da TV-Jornal do Comércio PE. Figurino – Graziela Leite. Maquiagem – Alfredo de Oliveira. Contrarregra – João Martins e Coelho Neto. Luz – Paulo Veras. Maquinaria – José Cabral e José Leite. Direção – Alfredo de Oliveira.

A Revolta dos Brinquedos montado pelos Dionísios em 1960. Arthur Leite, um pouco mais atrás, fez a sonoplastia; Edna Leite fez a Bruxa de Pano; José Souza Santos era o Fantoche; Rui Lessa no Boneco de Mola, Benedito Pontes como Soldadinho de Chumbo e Paulo Loureiro no papel do Ursinho. Foto acervo Duse Leite

Em julho de 1960, Os Dionísios apresentaram A Revolta dos Brinquedos no Teatro Deodoro. O texto escolhido é de Pernambuco de Oliveira e Pedro Veiga.

Participaram deste trabalho: Menina Má – Maria Tereza Lima; Fantoche – José de Souza; Boneco de Louça – Mary Grace Oiticica; Soldado de Chumbo – Benedito Pontes; Ursinho – Paulo Lima; Boneco de Corda – Ruy Lessa; Boneca de Louça – Diana Maria Oiticica; Tigre – José Carlos Oiticica; Palhaço – André Pontes; Bruxa de Pano – Marly Porangaba; Fada do Bem – Samuramat; Folia – Yêda Leite. Cenário – Walter de Oliveira. Figurino – Alda Hora e Graziela Leite; Maquilagem – Bráulio Leite Junior; Contraregra – Arthur Leite; Luz – Juvenal Santa Cruz; Maquinaria – Jose Cabral e José Leite. Direção – Walter de Oliveira.

Alfredo de Oliveira, o rei, e Edna Pontes Leite, a bruxa, em O Rei Mentiroso. Foto do acervo de Duse Leite

O Príncipe Medroso foi o texto de “Os Dionísios” montado em 1962. De Graça Mello com diálogo de Miroel Silveira, a peça teve seguinte ficha técnica:

Vovô – Edmilson Pontes; Netinho – André Luiz; Rei – Bráulio Leite Jr.; 1º Ministro – Cavalcante Barros; 2º Ministro – Cid Oscar; 3º Ministro – Paulo Leite; Princesa – Edna Leite; Príncipe – Ruy Lessa; Fada – Thália Menezes. Cenário – Alfredo de Oliveira. Maquinaria – José Cabral e José Leite. Figurino – Graziela Leite e Violeta Leite. Contra-Regra – Arthur Leite. Direção – Alfredo de Oliveira.

Soldadinho do Rei de Lúcio Fiúza foi montado aproximadamente em 1963, com os seguintes participantes:

Rei – Edimilson Pontes; Ministro – Cavalcante Barros; Guarda-Mor – Eriberto; Mágico – Paulo Leite; Filha do Mágico – Edna Leite; Soldadinho – Milton Leite; Monga (feiticeira) – Naná Magalhães; Princesa – Tereza Lima; Pajens – Ângela Maria Pontes e Silvia Maria Pontes. Figurino – Alzira Leite, Graziela Leite e Violeta Leite. Contrarregra – Arthur Leite. Maquilagem – Alfredo de Oliveira. Maquinaria – José Cabral e José Leite. Direção – Alfredo de Oliveira.

O Soldadinho do Rei com Milton Leite Tavares no papel do soldadinho, Paulo Leite interpretando o mágico e Edna Pontes Leite como a filha do Mágico. Foto acervo Duse Leite

O Casaco Encantado, de Lucia Benedetti, foi montado no Teatro Deodoro. Infelizmente não nos foi possível coletar o elenco mais completo. Não localizamos também a data com precisão, segundo informação, foi em 1964.

Rei – Bráulio Leite Júnior; Princesa – Edna Leite; Alfaiate – 1º Ruy Lessa; Alfaiate – 2º José Sampaio de Melo; Direção – Alfredo de Oliveira.

O Perereca

Em 1964, Walter de Oliveira escreveu o texto, O Perereca, fantasia musical infantil, representada no Teatro Deodoro, tendo o elenco e sua ficha técnica assim constituídos:

Música – Nelson Ferreira, Dorival Caymmi, João de Barro, Edú Lobo e Vinicius de Morais. Coral Villa-Lobos do Conservatório de Música de Alagoas. A direção do coral foi da prof. Venuzia de Barros Melo.

Segundo pesquisa de Billy Magno, na montagem do ano seguinte a orquestra foi regida por Manoel Passinha. (Diário de Pernambuco). O prospecto de divulgação confirma essa informação. Passinha é citado como responsável pela Direção Musical.

Coreografia – Prof. Isis Jambo; Cenário – José de Melo e amaro Vicente; Figurinos – Graziella Leite e Violeta Leite de Oliveira.

Perereca – Ruy Lessa; Tutuca – Alcione Cavalcante; Professor – Mozart Cintra; Fada – Edna Leite; Bruxa – Naná Magalhães; Alunos – várias crianças; Cinderela – Maria das Graças Rossiter; Príncipe – Carlos Jorge Leite; Sinais: Amarelo – Vera Márcia de S. Cavalcante Reis: Vermelho – Maria Cristina de Oliveira, Verde – Zodja da Rocha Jambo; Aladim – Hélio Jambo Jr; Gênio da Lâmpada – Hélio Jambo; Branca de Neve – Maria Dulce Leão Costa.

Anões: Mestre – José Carlos Lessa, Zangado – Fernando Jorge Costa Melo, Soneca – Selina Ferreira Silva, Dengoso – Aldair Dumas Alexandre, Atchim – Maria Isabel Costa Melo, Feliz – Sandra Helena Costa Melo ; Chapeuzinho Vermelho – Vera Márcia de S. Cavalcante Reis; Lobo Mau – Júlio Martins.

Caçadores – Maria Cristina de Oliveira, Vera Márcia de S. Cavalcante Reis e Zodja da Rocha Jambo; Cowboys – Ricardo Lessa, Newton Fernandes Costa Melo, Flavius Flaubert Santos Barros, Carlos Roberto Santos Barros, João Renato Jucá Nogueira e Alberto Jorge Costa Melo; Bailado das Algas – Janice de Arêa Leão, Hilda de Fátima Soares, Sônia Maria Figueira Lima, Fabiana da Rocha Jambo; Pescadores – Vera Márcia Cavalcante Reis e Maria Cristina de Oliveira; Dança do Arrastão – Rainha das Algas – Moacira Beltrão.

Direção – Walter de Oliveira.

Em O Perereca, Rui Lessa fez a Perereca e Edna Pontes Leite foi a Fada. Foto acervo Duse Leite

O Boi e o Burro a Caminho de Belém, de Maria Clara Machado foi montada no Teatro Deodoro nos anos de 63, 64, 65 e 66. Os integrantes deste trabalho foram:

Boi – Paulo Leite; Burro – Rui Lessa; Pastores – Janice de Arêa Leão, Vânia Maria Laranjeiras Leão, Elia Lopes Ribeiro, Maria Tereza Pontes de Mendonça, Scarlett Mércia Nunes Leite e Lígia Maria Cavalcante Albuquerque; Rei Negro – Roberval José Bezerra; Rei Branco – Bráulio Leite Júnior; Rei Amarelo – Hélio Jambo; Pastor – Marcos Cintra; Anjinhos – Katia Maria de Melo, Cacilda Maria de Melo, Raquel Arêa Leão, Sylvia Maria Pontes de Mendonça, Ângela Maria Pontes de Mendonça, Elizabete Teixeira de Melo ; José – José Sampaio de Melo; Maria – Yeda Lúcia Maciel Leite; Mulheres e Homens de Belém – Nana Magalhães, Maria José Carrascosa, Mozart Cintra, Henry Leite Pinho e Carlos Jorge Leite; Pajens – André Luiz Pontes de Mendonça e Marcelo Fábio Pontes de Mendonça.

Ligeiras alterações no elenco na montagem de 65 e 66:

Pastora – Idenise Cavalcante; Anjinhos – Eleonora Duse de Pontes Leite; Mulheres – Sheila Lopes e Maria do Socorro Pontes; Maria – Edna Pontes Leite; Homens de Belém – Bráulio Leite Neto; Guarda-roupa – Alzira Leite Tavares e Graziella Leite; Aderecista – Violeta Leite de Oliveira. Cenário – Eurico Maciel e Walfrides Santos. Maquinaria – José Cabral e José Leite. Caracterização – Alfredo de Oliveira. Eletricista – Paulo Veras. Sonoplastia – Arthur Leite. Contrarregra – Naná Magalhães. Colaborador – Mozart Cintra. Assistente de Direção – Bráulio Leite Júnior. Direção – Alfredo de Oliveira.

Grupo de Teatro de Brinquedo

Em 1975, filhos dos componentes de “Os Dionísios“, resolvem montar um grupo chamado Grupo de Teatro de Brinquedo e remontar A Revolta dos Brinquedos de Pernambuco de Oliveira e Pedro Veiga, conforme a ficha técnica abaixo:

Menina Má – Eleonora Duse Leite; Fantoche – Ricardo Maia; Boneco – Jacy Leite; Soldado – Eugênio Mendes; Ursinho – Anna Karina Leite (5 anos); Boneco de Corda – Gustavo Guilherme; Bruxa de Pano – Edna Leite; Fada – Fátima Medeiros; Cenário – Walter de Oliveira; Figurino – Alda Hora e Graziella Leite; Maquinaria – José Cabral e José Leite; Direção – Walter de Oliveira.

Grupo de Teatro Alfredo de Oliveira

Em 1978, “Os Dionísios” começam a representar com outro nome e elementos novos, permanecendo apenas o pulso do diretor do grupo Bráulio Leite Júnior, orientador do novo “Grupo de Teatro Alfredo de Oliveira“, em homenagem ao grande diretor pernambucano que sempre dirigiu espetáculos infantis em Maceió.

No mesmo ano. aconteceu a primeira montagem deste grupo com a peça representada diversas vezes pelo grupo anterior O Boi e o Burro a Caminho de Belém, de Maria Clara Machado. Algumas modificações no elenco, que enumeramos abaixo:

Boi – Carlos Lagoeiro; Burro – Gustavo Guilherme; Pastor – Marco Cintra; Maria – Edite Britzhy; José – André Tavares Sarmento; Reis Magos – Hélio Jambo; Anjinhos – Anna Karina, Maria Augusta C. Breda, Daniela Labo e Raquel Monteiro; Assistente de Direção – Eleonora Duse Leite; Direção – Walter de Oliveira.

Em 1979 encenou-se A Viagem do Barquinho, de Silvia Orthoff, no Teatro Deodoro. Infelizmente não conseguimos a ficha técnica completa do trabalho desse grupo.

Lavadeira – Maria Isaltina; Cavaleiro Azul – Eide Severo, Cavaleiro Verde – Petrúcio Trindade; Menino – Josilda Santos; Sol; Fada; Pirilampo; Barquinho; Sapo. Direção – Walter de Oliveira.

Em dezembro de 1979, a fantasia-musical infantil O Perereca de Walter de Oliveira foi remontada no Teatro Deodoro, com o desempenho das seguintes pessoas:

Perereca – Ruy Lessa; Tutura – Jo Santos; Professor – Alberto Seixas; Fada – Edna Leite; Bruxa – Naná Magalhães; Alunos – Niedja Correia, Vera L. Moura, Suely Correia, Patrícia Lacerda, Carla B. Peixoto, Aldiano Soares, Bárbara dos Santos, Márcia Melo, Maura Lyra e Marilda Leonardo; Cinderela – Edite Britzky; Príncipe – Gustavo Guilherme Leite; Sinal Vermelho – Fátima Vasconcelos; Sinal Amarelo – Anna Karina Leite; Sinal Verde – Ana Cristina Nascimento; Aladim – Disney Silva; Gênio da Lâmpada – Hélio Jambo; Branca de Neve – Maria Bernadete dos Santos; Anões – Adriana Carvalho, Carla Luiza Pedrosa, Ana Paula Carvalho, Aldilene dos Santos, Isis Mila Peixoto, Erivaldo dos Santos e Rosangela Oliveira; Chapeuzinho Vermelho – Anna Karina Leite; Lobo Mau – João Martins; Caçadores – Fátima Vasconcelos e Ana Cristina Cavalcante; Cawboys – Cícero Vitalino, Edilson Santos e Eraldo da Silva; Algas – Ana Cristina, Mônica Costa, Ruth Alves, Rilda de Katia Santos, Mirian e Gildete; Pescadores – Edileuza Rocha, Veronica Costa; Iemanjá – Rita de Cassia R. Lemos; Sereia – Eleonora Duse Leite. Coral da ETFAL – Regência da professora Maria Augusta Monteiro. Orquestra Filarmônica de Alagoas – Regência – Maestro Antônio Guimarães. Figurino – Edna Leite. Adereços – Violeta Leite de Oliveira. Cenografia – José de Melo e Amaro Vicente. Contrarregra – Arthur Leite e João Martins. Maquinaria – José Cabral. Coreografia – José Alves. Direção – Walter de Oliveira.

Novo texto foi montado em dezembro de 1979, desta vez um Auto de Natal baseado na peça de Henri Ghéon O Natal na Praça. A adaptação foi feita por Walter de Oliveira e Gustavo Guilherme Leite. Participaram deste espetáculo:

Belchior – Walter de Oliveira; Mercedes, Maria – Márcia Menezes; Josafat Homem – Gustavo Guilherme Leite; Sara, Mulher – Joseane Araújo; Bruno, Anjo, Pastorzinho – Sidney Silva; Matrona – Ana; José – Ronaldo de Andrade; Cigana (bailarina) – Railda Leonardo; Reis Magos – Carlos Bezerra, Cícero Caiano e Carlos Jorge; Anjos – Erika Lavínia, Renilda Leonardo e Aparecida Ferrari; Povo – Ricardo Maia, Marilda Leonardo, Ana C. Cavalcante, Ana Márcia Cavalcante, Maura Lyra, Sueli Corrêa, Rosilene Calheiros, Jaidete Pereira, Verônica Lima e Anna Karina. Orquestra Filarmônica de Alagoas – Regência – Maestro Nicolas Gose Valle; Coral Expressionista de Maceió – Regência – Maestro Benedito Fonseca; Ballet Eliana Cavalcanti – “IN TERRA PAX”; Música – José Joaquim de Mesquita; Coreografia e Figurino – Eliana Cavalcante. Som – Wellington Luiz. Maquinaria – Ronaldo. Assistente de Direção – Gustavo Guilherme. Direção Geral – Walter de Oliveira.

Em julho de 1980. Os Saltimbancos de Sergio Bardotti, com texto adaptado por Chico Buarque de Holanda e música de Luiz Enrique, foi representado com a seguinte equipe:

Jumento – Gustavo Guilherme; Galinha – Eleonora Duse; Gata – Anna Karina; Cachorro – Ricardo Maia; Barões – Roberto Maia, Márcia Menezes, Delberto Santana, Maria das Graças Monteiro e João Batista de Souza; Crianças – Fátima Teixeira, Railda Leonardo, Marilda Leonardo, Renilda Leonardo, Ana Cristina Cavalcante, Ana Marcia Cavalcante, Maura Lyra, Verônica Lima. Martha Barbosa, Adriana Moreira, Erika Lavínia. Maria Aparecida Ferrari, Jaidete Pereira e Rosilene Calheiros. Figurinos – Hercy Lapa de Oliveira. Contrarregra – Naná, Marinete, Arthur, Edna e Ruy. Efeitos sonoros Especiais – Rádio Difusora de Alagoas. Montagem – Equipe Técnica de FUNTED. Som – Wellington. Luz – Rubens e Severo. Maquinaria – José Cabral e Ronaldo. Execução dos figurinos- Alderita, Terezinha e Carmem. Direção – Adhelmar de Oliveira.

Estes foram os trabalhos infantis que Os Dionísios, anos depois Grupo Alfredo de Oliveira, apresentou para a criançada alagoana.

Associação Teatral das Alagoas

A Associação Teatral das Alagoas, ATA, fundada por Linda Mascarenhas em outubro de 1953, direcionada para trabalhos de adultos, também esteve presente no Teatro Infantil.

Este grupo, entre as poucas peças encenadas para a criança, apresentou dois autores alagoanos, além de um pernambucano, e textos conhecidos nacionalmente.

A ATA contribuiu para o Teatro Infantil na educação, quando montou um espetáculo infantil musical O Sapateiro do Rei, que bateu recorde entre todos os seus trabalhos e teve maior número de representações, apoiado pela Sociedade de Cultura Artística de Maceió, apresentando-se em todos os colégios da rede oficial de ensino, incluindo as zonas de bairros pobres.

Em 1959, no Teatro Deodoro, aconteceu a primeira montagem infantil deste grupo. O texto escolhido foi do pernambucano Isaac Gondim Filho, Meus Santos Diabinhos. Infelizmente não conseguimos a ficha técnica. Seguem os personagens do texto. A direção foi de Linda Mascarenhas: Jaime – Tadeu – Augusto – Murilo – Valdir – Seu Wilson – Padre Rivando – Rui – Bola Sete – Tijipió.

Segundo Ronaldo de Andrade, Linda Mascarenhas criou o Núcleo de Teatro Infantil da ATA logo após a montagem de Meus Santos Diabinhos.

Atores da ATA em 1976, na peça O Bravo Soldado Schweik. Foto do acervo de Lídia Torres

Em outubro de 1971, após 12 anos sem montar nenhum espetáculo infantil, O Jacaré Azul, do alagoano Medeiros Cavalcante, foi encenado no Teatro de Arena pela ATA, com a seguinte ficha técnica:

Масaсо – Eclivan Marcel; Papagaio – Rogério Dantas; Jacaré – Ronaldo de Andrade; Leão – Clywton Azevedo; Lebrão – Carlos Augusto; Coruja – Sonia Melo; Onça – Marilda Goulart; Silkana – Tereza Novais; Narrador – Petrúcio. Cenário – Maria Jose Lima Silva. Figurinos – Nita Campos Lima e Maria Anete Plech. Luz – José Maria da Silva. Sonoplastia – Otávio Gomes. Maquinaria – José Cabral. Pintura – José Rodrigues. Direção – Maria José Campos Lima Selva.

No mês de outubro de 1976, no Teatro de Arena e Teatro Deodoro e, posteriormente, na cidade baiana de Paulo Afonso. 0 texto de Maria Helena Künher, As Aventuras de um Diabo Malandro, foi representado com os seguintes participantes:

Capitolino – Homero Cavalcante; Comandante – Mauro Roberto; Diabo – Everardo Sena; Moça Suveniana – Roseana Farias / Helena Rêgo. Cenário – Everardo Sena e Homero Cavalcante. Figurinos – Helena Rêgo, Natália e Regina. Música – Hugo Martins. Luz – Heleno. Sonoplastia – Roberto Nobre. Direção – Everardo Sena.

Em outubro de 1977, nos Teatros Arena e Deodoro, permanecendo até agosto de 1978, apresentado também nos colégios da rede oficial de ensino foi encenado pela ATA o musical infantil de Lauro Gomes, O Sapateiro do Rei, com a seguinte ficha técnica:

Sapateiro – Homero Cavalcante; Príncipe – Ronaldo de Andrade; Palhaço – Jader Sobrinho (Pajé); Polichinelo – Daniel Bernardes; Soldado – Dário Bernardes; Colombina – Fátima Neto; Trapinho – Claudia Maria; Vaidosa – Eline de Oliveira; Mensageiro – José Correia. Cenário – O Grupo. Figurino – Marcos Flores, Natalia e Regina. Música – Edson Frederico. Sonoplastia – Nelson Braga. Luz – Roberto Nobre. Maquinaria – José Cabral e o Grupo. Contrarregra – Márcia Normande. Maquilagem – O Grupo. Direção – José Márcio Passos.

Em julho de 1980, nos Teatros de Arena e Deodoro, surgiu uma revelação de autor infantil. Um ator do grupo, Homero Cavalcante, escreveu: Quando se deu o Eclipse, assim apresentado em sua ficha técnica:

Macumaíma – Homero Cavalcante; Lua Jacy – Madalena Aquino; Arco-Iris – José Correia; Sol Coaracy – Dalmo Lazarini. Cenário – O Grupo. Figurino – Antônio Lopes. Luz – Rubens. Sonoplastia – Everaldo Vasconcelos. Desenho do Programa – Roberto Normande. Direção – José Márcio Passos.

A ATA produziu ainda O Patinho Feio, de Lauro Gomes e Mácleim, com direção de cena de David Farias, e A Princesinha Mimada e o Dragão Malvado, de Lauro Gomes e Mácleim, sob a direção de Rivaldo Lisboa e Juliana Teles.

Estes foram os trabalhos que a ATA apresentou ao público infantil alagoano.

Grupo de Teatro Educação e Cultura

O Grupo de Teatro Educação e Cultura, GTEC, criado especialmente para Teatro Infantil, teve o apoio da Secretaria de Educação e Cultura de Alagoas. O então secretário Benedito Cerqueira, preocupado com a arte na educação infantil, concedeu-lhe um incentivo, através de verbas, para seu desenvolvimento.

Foi a única equipe que desenvolveu espetáculos somente para crianças. Acumulou nas suas montagens os textos clássicos de Maria Clara Machado: Pluft, Fantasminha; O Rapto das Cebolinhas; O Cavalinho Azul e a peça Bety era Princesa, escrita pelos alagoanos integrantes do grupo — Hélio Jambo e Ruy Lessa.

O objetivo deste grupo de trabalho foi atingido por um ano, tempo de sua duração numa primeira fase (1967). Os espetáculos tinham o apoio da Secretaria de Educação e Cultura que colocava ônibus à disposição das escolas, trazendo todas as crianças para o teatro. As portas ficavam abertas ao público em geral.

Os espetáculos sempre foram gratuitos. O grupo não teve a duração que esperava. Com a troca de secretário, a ajuda financeira acabou e a extinção do grupo aconteceu.

O primeiro espetáculo levado pelo GTEC foi Pluft, O Fantasminha, de Maria Clara Machado. Ficou o mês de abril e maio de 1967 no Teatro Deodoro. Participaram deste trabalho:

Marinheiros – Augusto de Maia, Ruy Lessa e Fernando Camelo; Pluft – Alcione Cavalcante; Mãe Fantasma – Luz Yara; Maribel – Sheyla Lopes; Perna de Pau – Oswaldo Leite; Gerúndio – Hélio Jambo. Cenário – Napoleão Muniz Freire. Figurino – Kalna Murtinho. Direção – Wolney Leite.

No mesmo ano, nos meses de junho, julho e agosto, no Teatro Deodoro, montaram mais um texto de Maria Clara Machado: O Rapto das Cebolinhas. O elenco foi assim constituído, seguido da ficha técnica:

Coronel Felício – Florêncio Teixeira; Lúcia – Alcione Cavalcante; Maneco – Ruy Lessa; Camaleão Alface – Wolney Leite; Médico – Gercino Souza; Gata Florípedes – Sheila Lopes; Cachorro Gaspar – Augusto de Maia; Burro Simeão – Hélio Jambo; Cenário – Florêncio Teixeira; Figurino – Elza Barreto; Luz – Hélio Jambo Junior. Sonoplastia – Carlos Jorge. Administração – Hélio Jambo. Direção – Florêncio Teixeira.

Em novembro e dezembro do mesmo ano, dois atores do grupo revelaram-se como autores. A peça escrita foi, Bety era Princesa, uma fantasia infantil de Hélio Jambo e Ruy Lessa, apresentada no Teatro Deodoro. Infelizmente não conseguimos coletar informações sobre a ficha técnica.

Em 1976, reapareceu no Teatro Deodoro mais um espetáculo deste grupo. Não compreendemos os longos nove anos de ausência dos palcos. O texto escolhido foi mais uma vez de Maria Clara Machado. O Cavalinho Azul. A ficha técnica foi constituída da seguinte maneira:

João de Deus – José Ronaldo; Vecente – Nereu Tenório; Cavalinho Azul – Jadilson Paranhos e Ronaldo Domingos; Mãe – Iafikera Cantareli; Palhaço – Marcial Lima. Músicas (baixinho) – Bispo da Silva; (alto) Otávio Cabral; (gordo) Gersino Souza; Menina – Gorete Viana; 1º homem – Lívio Sampaio; 2º homem – João Clímaco; 3º homem – Elias Miranda; Lavadeira – Maécio Menezes; Vendedor – Luiz Sampaio; 1º soldado – Roberto Nogueira; 2º soldado – Jambo Júnior; 3º soldado – José Alves; 1º elefante – Hélio Jambo; 2º elefante – Jazon Pinheiro; 3º elefante – Ricardo Cavalcante; Cowboy – Marcial Lima; Cenário – Florêncio Teixeira; Execução do Cenário – José Rodrigues e José Cabral; Contrarregra – João Martins. Assistente – Naná Magalhães. Luz – José Miranda. Sonoplastia – Carlos Jorge Leite. Figurino – Elza Barreto e Joana Monteiro. Maquilagen – Rogério Gomes e Oswaldo Leite. Administração – Hélio Jambo. Prólogo (letra da música) – Florêncio Teixeira. Música – Tyrone Lobo. DireçãoWolney Leite.

O Grupo de Teatro Educação e Cultura, que apresentou uma proposta objetiva de trabalho voltado para a criança, lamentavelmente se esfacelou antes do que se desejava. Porém não deixaremos de citá-lo como mais uma equipe que contribuiu para o Teatro Infantil de Maceió.

Grupo Amador do Colégio Sagrada Família

Criado por Helder Medeiros, por um certo tempo desenvolveu Teatro infantil com os alunos de 1º e 2º graus, no período de 1975 até 1979.

Helder Medeiros, a partir de histórias de fadas, fez adaptações para o teatro e assim montava suas peças. Infelizmente não conseguimos arquivos ou referências precisas quanto ao elenco pois o Colégio não documentou. O adaptador, criador, não residia na cidade de Maceió, durante a pesquisa de campo.

0 Anuário do Teatro Brasileiro de 1977 publicou algumas informações das peças encenadas pelo grupo.

Em março de 1977, no Teatro de Arena, foi representado Pluft, O Fantasminha, com os seguintes participantes: Maria Quitéria Lopes, Amsterdan Barros Neto, Arthemia Sarmento, Gilcyr Patriota Santos, Eugene Mendes Ferreira e Romildo Calheiros. Direção – Helder Medeiros.

Em agosto do mesmo ano, no Teatro de Arena, o texto foi do próprio Helder Medeiros. As Aventuras de um Ratinho. Contou com: Maria Quitéria – Carlos Sérgio – Maria Ilka Silva – Helder Medeiros – Marta Veronica e Ricardo José. Direção – Helder Medeiros.

Outros trabalhos foram montados: O Sonho de uma Boneca, Chapeuzinho Vermelho, Festival da Bicholândia, A Bela Adormecida, O Gato de Botas. Todos os trabalhos eram adaptações dos contos de fadas de Helder Medeiros para o teatro.

Eram espetáculos também gratuitos, facilitando com isto a participação dos alunos do colégio e o público em geral.

Outros Grupos

Outras equipes contribuíram para a história do Teatro Infantil de Maceió. Vejamos alguns trabalhos apresentados:

Nos últimos dias de agosto de 1976, o Grupo Teatro Infantil Alagoano – TIA, encenou, de Maria Clara Machado, A Volta de Camaleão Alface no Teatro Deodoro.

Vovô – Jairo Bezerra; Maneco – Ricardo Maia; Lúcia – Taís Braga; Semeão (o burro) – Marcos Viana; Gaspar (o cão) – Enauro Rocha; Florípedes (a gata) – Célia Cristina; Camaleão – Carlos Costa; Índio Peri – Anízio Amorim (Anizão); Padre Joãozinho – Delberto Santana; Cacique – Manuel Lins Pinheiro; Produção – Gerusa Maia. Direção – Evilázio Lima.

A Volta do Camaleão Alface, do Teatro Infantil Alagoano, no Teatro Deodoro

Um grupo de estudantes do 2º grau do Colégio Marista, com a ajuda de alguns atores da ATA, montou no Teatro de Arena, em novembro e dezembro de 1976, um texto de Pernambuco de Oliveira, A Bomba Atômica. Temos apenas o nome dos integrantes deste trabalho:

Aline Marta – Eduardo Simon – Nilson Acioly – Fátima Moreira – Daniel Bernardes e Dário Bernardes (ATA), Evilásio Lima e Ana Romariz. Direção – José Márcio Passos.

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