João Barafunda, o destemido panfletário alagoano

Dr. Coelho Cavalcanti, ou João Barafunda, em caricatura de Paulo Vaz para a Revista das Revistas. Montagem Editoria História de Alagoas

Por Etevaldo Amorim

A uma situação em que não existe ordem ou controle, resultando em bagunça, tumulto, confusão, chamamos barafunda. E o que dizer de um indivíduo que tem por alcunha “Barafunda”? Seria a confusão personificada; a desarrumação e o conflito incorporados numa pessoa e por ela se expressando.

Talvez não se encontrasse outro apelido mais apropriado ao modo de ser e de agir de João Francisco Coelho Cavalcanti.

Esse alagoano se notabilizou pelo grande conhecimento da língua portuguesa (dizia-se que ele sabia mais Português do que Ruy Barbosa) e pela alta capacidade de oratória, o que o distinguia dos operadores do Direito da época. Mas ficou conhecido mesmo foi pela sua extraordinária capacidade de agredir, de polemizar.

Nos órgãos de imprensa onde trabalhou, e tendo ele próprio sido proprietário de um deles, atacava seus adversários com fúria devastadora, levando-os muitas vezes ao desespero.

Dr. Coelho Cavalcanti em foto da Revista ABC

O conceituado escritor alagoano Félix Lima Junior[i], que se ocupou em biografar o polêmico personagem, confessa ter tido enorme dificuldade em obter informações a seu respeito. Até mesmo a data e o local do seu nascimento eram ignorados. Sabia-se apenas que nascera em 1874.

Mas hoje, com as facilidades tecnológicas, conseguimos descobri-la.[ii] Uma simples notinha publicada no jornal maceioense O Orbe, de 16 de junho de 1897, em seção denominada Album de Indiscrições, a revela:

“16 DE JUNHO.
Desprende hoje uma canção,
Peralta Musa jucunda:
Faz anos João Barafunda…
……………….
Por que nasceste, João?….

LEAR”

Quanto ao local do seu nascimento, ainda segundo Lima Júnior, é provável que tenha se dado no Engenho Flexeiras (na ribeira do Getituba, atual município de Flexeiras, então pertencente a São Luiz do Quitunde, Estado de Alagoas). Este soneto publicado no Cruzeiro do Norte, Maceió, 20 de janeiro de 1892, parece comprovar:

SONETO

Do Remédio no meio embora esteja,
É hoje para mim pesares tudo.
Não falo, ás vezes me conservo mudo
Dos olhos meus a lágrima goteja.

Este vento veloz que rumoreja
No pé do jenipapo ramalhudo,
Difere do de lá; falo sisudo,
Esta boca mentir não há quem veja.

Meus amigos, adeus! Adeus, Flexeiras!
Longe de ti, ó terra, eu sinto a morte.
A saudade cruel me rouba a calma!

Adeus flores, capins e trepadeiras,
Adeus a ti também, ó velho forte
No tamanho pequeno; grande n’alma!

(Janeiro 1892)

O Remédio, citado no soneto, é por certo o Engenho Remédio, situado no município de Murici, limítrofe de Flexeiras, de propriedade de seu avô materno.

O pai e a mãe

Seu pai, o poeta satírico Joaquim Machado da Cunha Cavalcanti, patrono de uma das Cadeiras da Academia Alagoana de Letras, nasceu a 3 de março de 1845, no engenho onde se acha situada a cidade de São Luiz do Quitunde.

Aliás, foi ele próprio o fundador da cidade, em 1869, aproveitando da maneira mais inteligente possível os terrenos do antigo Engenho Quitunde, que lhe houvera sido dado por seu pai, o major Manoel Cavalcanti de Albuquerque.

O projeto da cidade foi encomendado ao engenheiro alemão Carlos Boltenstern. Executado o projeto, trasladou para a nova cidade um núcleo populacional existente no lugar chamado Castanha Grande.

Quincas, como era conhecido, cursou Medicina em Bruxelas (reino da Bélgica), não chegando a concluí-lo, abandonando-o no 6º ano.

Em 6 de janeiro de 1885, faleceu assassinado por Joaquim Lacerda Ferro, por questiúnculas de aldeia.[iii]

Aliás, o nome verdadeiro de Joaquim era Joaquim Cavalcanti de Albuquerque. O “Machado da Cunha” foi introduzido a partir de 1873, quando faz publicar no jornal Diário de Pernambuco uma nota com a sua resolução:

Joaquim Cavalcanti de Albuquerque, senhor do Engenho Quitunde, da Comarca de Camaragibe, Província das Alagoas, entendendo haver, tanto nesta quanto naquela província, muitas pessoas de igual nome, faz ciente ao público e às pessoas com quem tem relações, que d’ora em diante assina-se Joaquim Machado da Cunha Cavalcanti. Recife, 12 de julho de 1873.”

Sua mãe, Belmira Coelho Alcântara Menezes Cavalcanti, era filha do Tenente-Coronel José Marinho d’ Alcântara Lima, dono do Engenho Flexeiras, e de Francisca d’Alcântara Coelho de Menezes. Eram seus irmãos: José Machado da Cunha Cavalcanti e Rosa Cavalcanti Pontes de Miranda, de cujo casamento com Manoel Pontes de Miranda nasceu o famoso jurista alagoano Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda. Era também parente de Dona Constança de Goes Monteiro.

O jovem Barafunda

Ao que nos consta, não constituiu família. Félix Lima Junior refere à existência de um filho seu, que se tornou funcionário do Ministério das Relações Exteriores, fruto de uma de suas muitas conquistas. Barafunda, então com 20 anos de idade, “conquistou e deflorou moça bonita e pobre residente no distrito de Barra de Santo Antônio”, então pertencente a São Luiz do Quitunde. Denunciado pelo Promotor Público, foi pronunciado pelo juiz Cândido Gonçalves de Albuquerque.

Segundo Lima Junior, o “Joca”, como era tratado em família, estudou as primeiras letras em São Luiz do Quitunde, vindo depois para Maceió, onde fez o Curso Secundário no Colégio Adriano, do renomado professor Adriano Augusto de Araújo Jorge, que funcionava na Rua 1º de Março, atual Moreira Lima.

Acrescente-se o fato de que, no Edital publicado no Diário das Alagoas, de 3 de novembro de 1888, assinado pelo Secretário da Delegacia Especial de Instrução Pública, Sidrônio Herculano de Santa Maria, que anunciava os inscritos para os Exames Gerais Preparatórios no Lyceu Provincial, consta o nome de João Francisco Coelho Cavalcanti.

Na preciosa obra de Félix Lima Junior, chega-se a duvidar da sua formação jurídica. Mas ele, efetivamente, formou-se em Ciências Sociais pela Faculdade do Recife.

O Jornal do Recife, edição de 7 de dezembro de 1897, noticia a Colação de Grau para as 12:00 horas daquele mesmo dia, sob a presidência do vice-Reitor Dr. Augusto Vaz, e relaciona os bacharéis nos cursos de Ciências Jurídicas e Sociais; Ciências Jurídicas e Ciências Sociais.[iv] Cavalcanti estava entre eles.

Já o jornal Orbe, de Maceió, em sua edição do dia 5 de dezembro de 1897, página 2, dá conta da sua chegada a Maceió, ficando claro que não participou da cerimônia de Colação de Grau:

“Ontem chegou a esta capital o nosso ilustrado coestaduano, poeta e amigo, Dr. João Francisco Coelho Cavalcanti, que acaba de ser laureado com o título de Bacharel em Ciências Sociais.
O Dr. João Cavalcanti, quando acadêmico, ilustrou as nossas páginas com suas belíssimas produções literárias debaixo do pseudônimo de João Barafunda, sendo sempre acatado em todos os Estados aquelas lindas produções como fina joia literária.
Penhorados agradecemos a visita que se dignou de fazer-nos, e dando-lhe os sinceros parabéns desejamos mil prosperidades.”

Ainda no Recife, ocupou o cargo de amanuense dos Correios, para o qual fora nomeado em 14 de Setembro de 1894, em substituição a Antônio Arecippo de Barros Teixeira (que se tornaria também magistrado e, futuramente, Juiz de Direito em Pão de Açúcar).

Barafunda foi exonerado, por abandono, em 6 de fevereiro de 1895.[v]

Em abril de 1896, esteve no Rio de Janeiro. O jornal Gazeta da Tarde, de 8 de abril daquele ano, noticia a sua chegada:

“Está entre nós, vindo de Alagoas, o Sr. João Barafunda, que naquele Estado redigiu diferentes jornais, pretendendo estabelecer a sua residência aqui nesta Capital. Agradecemos a sua visita”.

Sua permanência na Capital Federal não se confirma, pois continua a desenvolver suas atividades no Recife. Em outubro de 1897, a revista literária Congresso Acadêmico, da Faculdade do Recife, traz um artigo seu intitulado A QUE SE FOI.[vi]

Retornando a Alagoas depois de formado, em maio de 1898 atuava como redator da Seção Literária do jornal Orbe.

Nos pampas

Por intermédio de um telegrama de Martins Junior, seu grande amigo, a Júlio de Castilhos, Coelho Cavalcanti ingressa na magistratura rio-grandense[vii], nomeado pelo governador Borges de Medeiros. Em setembro daquele ano, foi nomeado Promotor Público para a Comarca de Jaguarão, no Rio Grande do Sul,[viii] próximo à fronteira com o Uruguai. Em março de 1900, foi removido para a Comarca de Pelotas.[ix]

Jaraguão, Pelotas, Passo Fundo e Camaquã, as Comarcas do Dr. Cavalcanti

Submetendo-se a provas que terminaram a 28 de novembro de 1901, como concorrente único ao Concurso para Juiz de Direito na Magistratura gaúcha, foi aprovado e nomeado para a Comarca de Passo Fundo[x]. Em 17 de junho de 1904, por Ato nº 33, foi removido para a Comarca de São João Batista do Camaquã, em permuta com o Dr. José Moreira Soares de Oliveira.[xi]

A sua saída de Passo Fundo talvez se tenha dado por divergências com o intendente Cel. Pedro Lopes. Alegando estar ameaçado, o Coronel aquartelou cerca de duzentos homens. O Juiz, então, requisitou ao delegado de Cruz Alta um destacamento da Brigada Militar a fim de manter a ordem na Comarca. O delegado, porém, recusou-se a fazê-lo, alegando que precisaria de ordem do Chefe de Polícia.[xii]

A questão com Carlos Barbosa

A morte de Júlio de Castilhos, o grande Chefe do Partido Republicano, em 24 de outubro de 1903, marcaria o início de uma série de percalços na já atribulada vida de Coelho Cavalcanti.

Ele ainda comparece a um ato em homenagem àquele que o introduziu na magistratura do Rio Grande, em Villa Rica (atual Júlio de Castilhos), no dia 24 de novembro, ocasião em que produziu “arrebatadora e belíssima peça oratória… que foi alvo de calorosos aplausos, tal o entusiasmo com que soube eletrizar completamente o auditório”, conforme diz A Federação, de 3 de dezembro de 1903.

Agora Juiz de Direito em Camaquã, parece cada vez menos interessado nos misteres do seu cargo. Requerendo sucessivas licenças, faz-se cada vez mais ausente da sua Comarca. Seu interesse mesmo estava na política.

Por causa dela e do seu gênio de polemista audacioso, indispôs-se com os poderosos locais. Em 1905, por exemplo, arranjou inimizade com o General Firmino de Paula[xiii], por causa de artigos seus publicados no Correio do Povo. O General, enfurecido, o desafiou para um duelo.

Charge com Cavalcanti e J J. Cezar na revista O Malho de 2 de fevereiro de 1907

Exercitando sua veia panfletária, Barafunda divulga um panfleto intitulado “A Ferro Candente”, que teria sido distribuído por mais de quinze pessoas em março do ano de 1904, sob o pseudônimo “Gomes Lourenço”. Carlos Barbosa, então vice-presidente do Estado do Rio Grande do Sul, e candidato à sucessão de Borges de Medeiros, moveu-lhe um processo por calúnia.

No dia 23 de janeiro de 1905, o Superior Tribunal confirma a pronúncia do Juiz de Jaguarão contra o Dr. Cavalcanti, por calúnias impressas ao Dr. Carlos Barbosa, chefe republicano em Jaguarão.[xiv]

Em 10 de junho de 1905, o Juiz de Jaguarão, Dr. Quintiliano de Mello e Silva, faz Despacho em que o considera culpado e emite ordem de prisão contra o colega.[xv] Aplicou-lhe a pena de um ano e meio de detenção, mais multa de 800$000 réis.

Em novembro de 1905, o Tribunal negou, contra o voto do Desembargador Alcibíades Cavalcante e Albuquerque (pernambucano), a mudança de fórum solicitada pelo Dr. Cavalcanti.[xvi]

Em 1906, em Sessão do Júri, em Jaguarão, que começou às 11 horas do dia 3 de março e terminou às 4 horas da madrugada do dia seguinte, foi condenado a um ano de prisão[xvii]. Atuaram, como acusador particular, o Dr. Germano Hasslocher[xviii] e como advogado de defesa o Dr. Andrade Neves Neto.[xix]

A imprensa rio-grandense, em especial o A Federação, move intensa campanha contra Coelho Cavalcanti.

Em 1º de janeiro de 1907, lança em Porto Alegre o jornal O Sul, em parceria com o jornalista João José Cézar. Faziam parte do seu corpo redatorial: Souza Lobo, Victor Brito e o Capitão Tito Villa Lobos.[xx]

11 de janeiro de 1907. O Chefe de Polícia Dr. Pedro Mibieli[xxi] expede ofício ao Superior Tribunal de Justiça. Informava que Cavalcanti fugira de Porto Alegre, no vapor Monarca, às 8 horas da noite, em direção à Estação da Margem do Taquari (atual General Câmara). Na verdade, diz o Chefe de Polícia, ele teria entrado no navio às 4 da tarde, ocultando-se no porão de proa.

No dia 8 de fevereiro de 1907, o Superior Tribunal confirmou a sentença do Júri de Jaguarão: um ano de prisão celular e 800$ réis de multa. Em Decreto de 3 de abril de 1907, o Governador do Estado declara avulso o Dr. João Coelho Cavalcanti.[xxii] Refugia-se em Rivera.

Em sua terra, o Gutenberg, de 12 de abril de 1907, transcreve notícia de O Popular, de Santana do Livramento-RS:

“João Barafunda, o adorável João Barafunda, autor da tão meiga e popular “Genura”, está no Rio Grande do Sul pagando a arrojo de ser altivo. Eis o que lemos a seu respeito no O Popular, de Santana do Livramento:

“Acha-se emigrado em Rivera, por questões políticas com o governo do Estado, o formidável polemista Dr. J. Coelho Cavalcanti, o homem que em terras do Rio Grande do Sul melhor escreve a língua portuguesa. Coelho Cavalcanti é como a sarça bíblica – abrasa-se, mas não se consome.” S. S. tem inúmeras visitas de pessoas grades desta localidade e de seus muitos admiradores e amigos. Saudamo-lo.”

Como se sabe, Coelho Cavalcanti era Juiz de Direito em Passo Fundo. Por questões políticas foi processado e, de então para cá, têm tentado, baldamente, abater-lhe os brios.

É o caso de recitar-nos ao poeta alagoano dois dos seus mais formosos versos:

“João, volta à terra em onde nasceste,
Onde o primeiro e puro amor viveste…
Vamos, bardo da dor, põe-te a caminho…”

Fuga espetacular

Cavalcanti sabia que havia contra ele uma ordem de prisão. Mesmo assim, vez por outra cruzava, à noite, a rua que vai da Rivera (Uruguai) a Santana do Livramento (Brasil). Numa dessas ocasiões, em 2 de junho de 1907, tendo ido assistir a um espetáculo no teatro local, foi descoberto e preso[xxiii]. Foi conduzido para o Quartel do Caty, de onde seria transferido para a Casa de Correção.

“Coelho Cavalcanti acaba de ser preso Livramento. Tememos levem-no Caty[xxvi]. Pedimos providências”.

Fronteira Rivera/Santana do Livramento

Preparava-se a sua transferência para Porto Alegre. Os seus partidários se movimentam. De imediato, Rafael Cabeda[xxiv] passou um telegrama para Fernando Abbott[xxv]:

Ao mesmo tempo, um amigo do Coronel João Francisco[xxvii], Comandante do Caty, sabendo que uma escolta daquele Grupamento conduziria o preso para Porto Alegre, telegrafou de Santa Maria para lhe pedir que o tratasse, não como um criminoso vulgar, mas como pessoa digna de alguma regalia.

O Coronel respondeu logo ao telegrama informando que o preso viajaria em carro de 1ª Classe da Estrada de Ferro, com recomendações especiais. Com efeito, o prisioneiro e o Oficial tomaram o antepenúltimo carro de 1ª Classe, e as praças um de 3ª. O preso e o Oficial sentaram-se no 1º banco da entrada, vis-à-vis um do outro.

Estação de Santana do Livramento-RS em 1913 (acervo Museu David Canabarro)

Chega o comboio à Estação de Cacequi. Hora do almoço. Um menino se aproxima do Dr. Cavalcanti e lhe oferece um bilhete de loteria, insistindo para que o compre. Notando que no verso do bilhete havia algo escrito, pegou-o. Fazendo com que o alferes Barão, chefe da escolta que o conduzia, não percebesse, leu o recado:

“Ao terminar a forte rampa, próximo a um matinho, estarão dois gaúchos bem montados com um cavalo encilhado para você. Atire-se do trem e os gaúchos se incumbirão do resto.”

Seriam 13h35, chegam à Estação de Azevedo Sodré. Cavalcanti abriu um livro e começou a lê-lo com atenção. Logo o trem se põe em movimento com a velocidade costumeira. Teria transposto ele seis km e seriam então 13:30 h quando, notando que o trem diminuíra a marcha, e intuindo estar no local anunciado, Cavalcanti, fechando o livro, fala com o Oficial que o acompanhava e dirige-se para a reservada, que ficava na outra extremidade do carro. Simulando tentar abri-la e não conseguindo, deu volta ao trinco da porta do vagão, saiu rapidamente para a plataforma e daí atirou-se de cócoras ao solo. Logo após a queda, levantou-se e correu em direção ao capão.

Um passageiro que se achava sentado no último banco, gritou:

– O preso fugiu!!!

Levantando-se, esse passageiro deu sinal na sineta para que o trem parasse.

Isso se deu na altura do km 139, que fica em campos do Tenente-Coronel José Narciso Antunes, intendente de São Gabriel.

Estação de Cacequi. Revista Nação Brasileira de 1935

Nesse ponto, havia uma bandeira vermelha à margem da via férrea e, ao lado, outra da mesma cor e mais afastada, indicava ao preso o caminho a seguir. Ali estavam cinco homens armados e montados. Um deles, o famoso guerrilheiro Clementino Bento, colocou-o na garupa e partiram todos em direção a um capão próximo, desaparecendo no pampa, sob a fuzilaria cerrada da escolta.[xxviii]

A essa altura, o alferes Aníbal Barão[xxix], pego de surpresa, atira-se também do trem. Precipitou-se sem medir consequências, levando uma grande queda e rolando por um pequeno barranco. O fato aconteceu tão rapidamente, que muitos passageiros nada viram do que ali se passara. O trem parou, descendo a escolta que enveredou para dentro do mato, atravessando intensa fumaça provocada pela queima do capinzal, feita de propósito.[xxx]

Circulou também, no A Federação, em edição de 27 de junho de 1907, uma versão segundo a qual o fato não se deu em terras de Narciso Antunes (Zeca Antunes) e nem os homens eram seus capangas: o plano teria sido concebido e executado por gente de Rafael Cabeda.

Quando em fuga pela estrada real, tinha que pousar em hospedarias e mesmo em casa de Chefes situacionistas. Numa delas, em que se achava grande reunião e, em que pese os conselhos dos seus condutores, Coelho Cavalcanti insistiu em pedir pousada que foi, afinal, concedida de muito bom grado. O dono da casa, entretanto, por alguma desconfiança inquiriu o visitante sobre sua procedência e intenções. O juiz foragido não se intimidou:

– Aqui para nós, muito em segredo, e que ninguém nos ouça. Sou o Desembargador Chefe de Polícia, que ando a cata do Cavalcanti. Não passou por aqui esse tratante?

Diante de tal autoridade e de tão nobre incumbência, não lhe faltaram a melhor cama, a mais gorda galinha, e a maior das atenções.

Faltando-lhe habilidade, Barafunda cavalgava devagar, o que em muito dificultou a sua chegada a local seguro. Adentrando território uruguaio, passou, no dia 19 de junho, em Asseguá, Departamento de Cerro Largo, prosseguindo até Rivera, tendo cumprido nove dias de jornada.[xxxi]

Já em território estrangeiro, teve ainda a petulância de telegrafar a Evaristo do Amaral, redator do jornal A Federação, que o atacava ferozmente: “Cheguei são e salvo”. Órgão oficial do Partido Republicano no Rio Grande do Sul, A Federação foi fundado por Júlio de Castilhos e Venâncio Ayres, iniciando sua circulação no dia 1º de janeiro de 1884.

Em outubro, divulga o folheto Pesadelo, com duras críticas a Borges de Medeiros, dizendo que ele estragara a grande obra de Júlio de Castilhos. Sobrou também para os coronéis Marcos de Andrade e Evaristo do Amaral.[xxxii]

Em apoio à campanha de Fernando Abbott à presidência do Estado, Cavalcanti fundou os jornais A Propaganda e Jornal da Fronteira, cuja circulação foi suspensa em 11 de dezembro de 1907.[xxxiii]

O crime pelo qual fora condenado prescreveu. Barafunda pode, enfim, sair do seu esconderijo em Rivera. Sua permanência no Rio Grande, entretanto, passou a ser insustentável. Concluiu que novos ares lhe fariam bem.

A caminho do Amazonas

No dia 6 de janeiro de 1909, Coelho Cavalcanti já estava no Rio e visita a redação de O Paiz, anunciando que está de passagem para Manaus.[xxxiv]

No dia 10 de abril de 1909, no Hotel Paris, oferece lauto banquete a seus patrícios José Maria Correia de Araújo e José Maria Goulart de Andrade, o poeta. Acharam-se também presentes: Luiz Franco, Dr. Cesare Bevilacqua, William Shaw, 1º Tenente da Armada. Era a sua despedida do Rio de Janeiro, rumo à capital amazonense.[xxxv]

Em Maceió, a Redação do Gutenberg recebe o seguinte telegrama:

“Seguiu Coelho Cavalcanti vapor Brasil – Cordeiro de Farias”[xxxvi]

Seus amigos se regozijam com essa notícia. Com efeito, ele chega a Maceió no dia 2 de maio, para alegria dos seus velhos amigos, que o recebem de braços abertos. E ele segue para novos desafios.

Sua primeira aparição na imprensa manauara foi em 20 de junho daquele mesmo ano, onde publica o poema À Minha Mãe, no jornal Correio do Norte, Órgão do Partido Revisionista do Estado do Amazonas. Aliás, a esse Partido era filiado o Dr. Adriano Jorge, alagoano que ali se estabelecera como médico.[xxxvii]

Em 29 de junho, figura entre os oradores do meeting de apoio às candidaturas do Mal. Hermes Rodrigues da Fonseca e Wenceslau Braz, para Presidente e Vice-Presidente da República, respectivamente, realizado na Av. Eduardo Ribeiro.[xxxviii]

Em 14 de novembro de 1909, durante uma “Conferência Popular”, na Praça São Sebastião, Coelho Cavalcanti esteve presente. Dada por concluída aquela atividade política, os populares presentes se recusaram a dispersar sem antes ouvi-lo, tal era a sua popularidade como notável tribuno e exímio orador.[xxxix]

Sua atividade transcorre muito bem. Estabelece-se com conceituado advogado e sua fama se alastra por toda a Região como ganhador das causas impossíveis.

Frente a frente com a morte

O jornal A Esquerda, de 1º de março de 1928, relata com minúcia os acontecimentos de Manaus naquele ano de 1910.

Conspirava-se abertamente e o Sr. Geraldo Rocha[xl], ao lado dos Srs. Porfírio Nogueira, Sá Peixoto, João de Sá e outros, era um dos elementos mais entusiastas da revolução que se forjava contra o governo do Coronel Antônio Bittencout. O partido de oposição, chefiado por Silvério Nery[xli], e prestigiado pelo senador Pinheiro Machado, preparava a deposição do velho “Pirarucu de Cavaignac”, como era mais conhecido o coronel.

Um belo dia, por questão mínima de politicagem, foi deflagrado o movimento. Prenderam os deputados estaduais com a ajuda com o auxílio da força federal revoltada pelo coronel Pantaleão Telles e os obrigaram a assinar a Ata de uma Sessão fantástica pela qual era decretada a deposição do velho Bittencourt, devendo assumir o governo o Dr. Sá Peixoto, Vice-Governador do Estado e alma da conspiração.

Graças a um telegrama ambíguo do ministro Alexandrino, o comandante da flotilha, Costa Mendes, ajudou o coronel Pantaleão Telles a bombardear a linda cidade de Manaus. O coronel Bittencout resistiu durante um dia inteiro e só deixou quando, na tarde de 10 de outubro de 1910, os cônsules estrangeiros, sobretudo o cônsul alemão, fizeram-lhe ver que a resistência iria trazer para a cidade prejuízos incalculáveis.

Apesar de todo o poderio de Pinheiro Machado, os acontecimentos de Manaus tiveram tal repercussão na Capital Federal que o governo determinou imediatamente a reposição do governador deposto.

Durante os combates que se travaram na madrugada do dia 9 para 10 de outubro, e durante todo este dia, o Sr. Geraldo Rocha, que era um dos chefes do movimento e um dos maiores assopradores da fogueira, não apareceu em lugar algum; meteu-se escondido e covarde na casinha em que morava, entregue aos seus idílios baratos, lá para as bandas da praça Benjamin Constant.

Manaus, Av. Eduardo Ribeiro, onde Barafunda foi baleado

Acabada a luta, reapareceu o nosso herói, mas já cabisbaixo ante a nova de que o governo federal mandara prender os chefes militares do movimento e ia repor o Coronel Bittencoutr. O Sr. Geraldo então já condenava o movimento, exprobava o que ela chamava “a violência dos calças vermelhas”.

Foi nessa situação que, na tarde de 11 de outubro de 1910, na farmácia Barreira[xlii], à Avenida Eduardo Ribeiro, nº 13, o infeliz Coelho Cavalcanti o acusou de covardia e de ser um “vira-casacas”.

O Sr. Geraldo, fulo de raiva, sem poder esconder a indignidade de sua ação, puxou do revólver e disparou cinco tiros contra um homem desarmado, fracodoente e embriagado, que apenas tinha mostrado coragem de lhe dizer duras verdades. Três tiros o atingiram.

Anúncio da Missa de falecimento publicado em O Norte de 21 de outubro de 1910

João Barafunda não morreu, mas sua morte é anunciada aos quatro cantos. Em Maceió, chega-se a rezar uma missa na Igreja de São Benedito, às 7 horas da manhã do dia 22 de outubro. Na noite daquele mesmo dia, chega a notícia de que não morrera.[xliii]

Em 17 março de 1911, estando como Juiz Seccional no Estado do Amazonas, é nomeado Procurador da República.[xliv]

No Rio de Janeiro

Barafunda foi ficando enquanto pode. Mas, em 1915, a situação no Amazonas já não era boa. A crise da borracha prejudicara os negócios e muita gente deixou Manaus. Barafunda seguiu o exemplo e decidiu partir para o Capital Federal.

Lima Junior informa que ele desembarca em Maceió no dia 12 de maio, a bordo do vapor Bahia. Passados poucos dias, a 19, embarca para o Rio de Janeiro, aonde chegou a 23 de maio de 1915. Seu nome consta da lista de passageiros do Vapor Itatinga, procedente de Cabedelo.[xlv]

No dia 24 de julho de 1915, esteve presente à comemorações de Bodas de Prata do casal poeta Coelho Neto/Maria Gabriela Brandão.[xlvi] Em dezembro desse mesmo ano, escreve na primeira edição da revista A Carioca.[xlvii]

Em 1917, morava na Pensão Aura, situada na Rua da Lapa, 81. Neste ano, estando Fernandes Lima em campanha para o Governo do Estado, manda-lhe o seguinte telegrama:

“Meu caro Fernandes Lima. Vão nestas linhas os meus protestos de solidariedade à Convenção de 12 de julho último, que o indicou à futura governança de nossa terra. O seu nome representa um valor honrado na história política das Alagoas, e o seu governo será, de certo, o órgão fiel da vontade briosa desse povo, – que quanto mais lhe paga, mais lhe deve. Receba, num abraço, os parabéns do velho amigo – J. Coelho Cavalcanti.

Rio, Agosto, 1917. Lapa, 81.”

Em 11 de junho de 1918, esteve presente e usou da palavra na aposição do retrato de Goulart de Andrade no Centro Alagoano.[xlviii] Em julho, lançou o jornal A Pua, quinzenal, literário e político, em parceria com Francisco Schetino e Agripino Grieco.

Nesse mesmo ano de 1918, lança-se candidato a Deputado Federal por Alagoas. A essa altura já tinha publicado Gigantes e Pigmeus (25 de novembro de 1917). Eis a sua mensagem ao povo alagoano:

“Ao eleitorado das Alagoas – Apresento-me, disputando o terço, candidato a Deputado Federal por minha terra, nas eleições a procederem-se em março próximo.
Não trago chancela de partidos. Só ao povo patrício me dirijo; só a ele peço; só dele espero.
Também não quero o sufrágio senão por consciência. Eleito, farei quanto couber ao meu espírito para não desmerecer a significação do majestoso voto alagoano. – João Coelho Cavalcanti.”[xlix]

Em 1919, publica Ouro de Lei, um livro em que colige o melhor da obra de Camilo Castelo Branco. Além dele, Carola Maluca.

O fim

Inicia-se a década de 1920. No dia 5 de janeiro, realizou-se a sessão semanal da Academia Brasileira de Letras para preencher a vaga deixada por Paulo Barreto, o jornalista “João do Rio”. Coelho Cavalcanti estava entre os candidatos.

Concorreram com ele: Afonso Costa, Gustavo Barroso, Constâncio Alves, Eduardo Ramos, Lima Campos, Mário Barreto, Octávio Augusto, Orestes Barbosa, Saturnino Barbosa, Virgílio Várzea e Viriato Corrêa. Foi eleito Constâncio Alves.

Barafunda e Lima Barreto em caricatura de Hugo Pires, 1919

No dia 7 de março de 1920, Barafunda esteve em visita à família do poeta Castro Menezes, que havia falecido. Lá estava também o Prof. Freitas Machado, alagoano de Pão de Açúcar e Diretor da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária.

No dia 13 de maio de 1920, comparece ao aniversário de 39 anos de Lima Barreto, seu grande amigo e parceiro de boemia.[l] Nesse mesmo mês, faz conferência no Centro Alagoano sob o tema Calabar e outros Estadistas. ”[li]

Em 1922, ainda atuava como advogado, estabelecido na Rua da Conceição, nº 20, em Niterói, onde também funcionava a Camisaria Chic. O jornal O Fluminense, de 30 de setembro daquele ano, exibe um anúncio:

“Causas Crimes. O Dr. Coelho Cavalcanti, Juiz de Direito em disponibilidade, defende no sumário e no plenário, em causas crimes nesta cidade de Niterói. Grátis aos réus pobres. Rua da Conceição, nº 20.”

Nesse ano ainda publica Pontas de Fogo, pela Editora Schetino.

A partir daí, Barafunda desaparece do noticiário ativo do Rio de Janeiro. O motivo teria sido a publicação, por Barafunda, do folheto “Ladrões em Relevo”, em que atacava políticos e outros figurões influentes. Segundo Lima Junior, por ação direta desses mesmos figurões, teria ele sido preso e internado no Hospital Nacional de Alienados em 1923.[lii]

Conta ainda o renomado historiador alagoano:

“Deixa Barafunda o velho casarão. Sai sem destino certo. Dá umas voltas pelas ruas próximas. Vai à praia e descansa, vendo as ondas se sucederem sem parar. Depois alcança um bonde. Salta na Rua do Passeio. Vai à Cinelândia, toma um trago na Lapa, cujo grande movimento aprecia e, ás 18 horas, enfastiado de tudo e de todos, retorna ao Hospício, como o filho pródigo regressa à casa paterna… Não se acostumara mais às ruas da Cidade Maravilhosa.”

Ali ficou até morrer no dia 18 de novembro de 1938, aos 65 anos. Assinou o atestado de óbito o Dr. Jefferson de Lemos, Diretor do Hospital Nacional de Alienados, com diagnóstico de Estreitamento Uretral – Infiltração urinária – Septicemia. A declaração foi feita por pessoa alheia à família: Manoel Rodrigues Alves, comerciário.

Em sua homenagem, há uma rua com seu nome em São Luiz do Quitunde – “rua Dr. Coelho Cavalcanti” e, no bairro Cidade Nova, em Manaus, a “Rua João Barafunda”.

O que dizem de João Barafunda

Segundo Luiz Câmara Cascudo[liii], Barafunda possuía “barbicha de mosqueteiro e olhos de esgrimista”. E acrescentava: “Ninguém lhe pisou o pé para não receber resposta. Manejava o idioma como um clássico, com a segurança, a elegância, a precisão estilística de um mestre. Tinha coragem misturada com atrevimento. Vezes injusto, nunca alvejou alguém aparando o sangue para beber, transformado em dinheiro.”

Astério de Campos o descreve assim:[liv]

Dr. Coelho Cavalcanti em caricatura de Paulo Vaz na Revista das Revistas

“Cara sempre alegre e irônica; as maçãs do rosto proeminentes; olhos astutos dos mais carnívoros dos mamíferos, os quais refletiam o sarcasmo, o gosto da pilhéria, e o sutil engenho; bigode curto e ralo, em simetria com a porção da barba que deixou crescer na extremidade inferior do queixo, sob a forma de pera; cabelos pretos, finíssimos, penteados para trás, discretamente, sem a fartura espetaculosa das cabeleiras de inúmeros românticos. Usava fraque preto, calças listradas, colarinho branco e duplo; gravata borboleta branca, com duas pontinhas, mais distendidas para a direita; camisa matizada e clara, colete de fustão cinzento, com ramagens multicores, espocado sobre o meio da nívea barriga, ficando-lhe à mostra o pardacento umbigo.”

Diz ainda Lima Junior:

“Espírito nômade, homem destemeroso como poucos, orador vibrante, político de sólidas convicções, escritor culto e talentoso, epigramatista feroz, vaidoso como ele só, temido como crítico agressivo e ferino, respeitado por gregos e troianos, lançando, como lançava, a torto e a direito, seus agressivos e venenosos sarcasmos, jornalista aplaudido, Barafundo era boêmio, profundamente boêmio. Servia-se da chacota com extrema facilidade, para tirar esplêndidas blagues, utilizava chistes quando achava necessário, filosofava e, até, em determinada época, foi juiz…

E Joaquim Goulart de Andrade diz, por fim:

“Barafunda foi, efetivamente, um Juiz correto e altivo a revelar conhecimentos jurídicos em suas luminosas sentenças.”

Afora o seu gênio irrequieto e os seus excessos, João Francisco Coelho Cavalcanti foi tudo isso e, mais, um defensor da liberdade de expressão e do direito; ele que, fundado em suas próprias convicções, dizia:

“Quem cavalga a razão, não precisa de esporas”.

***   ***   ***

GENURA

(Lyra antiga)

Genura – talvez suponhas,
Na ausência que nos separa,
Que o lábio que te beijara
Talvez não te beije mais…
Que coisas terríveis sonhas!
Por esse que te deu a vida
Tu não serás esquecida,
Genura, Jamais! Jamais!

Vivemos nós separados,
Tão separados, é certo;
Mas eu te vejo tão perto!
Tão perto de ti me vejo!
Parece que, descuidados,
Nós vivemos como outrora:
Tão perto da mesma aurora,
Tão perto do mesmo beijo!

A sorte quer de vencida
Levar-nos, minha Genura,
A nós, que fizemos jura
De só vencer-nos a morte;
Mas, nós que de uma só vida
As nossas vidas fizemos,
Genura, querida, havemos
Levar de vencida a morte!

(João Cavalcanti)

O PENSAMENTO, Pelotas-RS, 1º de julho de 1901.

João Barafunda em foto publicada no livro Terra das Alagoas de Adalberto Marroquim

*Publicado originalmente no Blog do Etevaldo (http://blogdoetevaldo.blogspot.com).

[i] Félix Lima Junior, filho de Félix Alves Bezerra Lima e de Francisca Wanderley Lima. Era primo de Manoelito Bezerra Lima, o nosso “Nezinho Cego”.

[ii] CORREIO DO NORTE, Manaus, 17 de junho de 1912.

[iii] REVISTA DA SEMANA, RJ, Ano XLII, nº 36, 6 de setembro de 1941, p. 13.

[iv] Luiz Gonzaga da Silva, Antônio Ferreira Anunciação, Elviro Dantas Cavalcanti, Faustino Cavalcanti de Albuquerque, Henrique José Couto, Manoel Joaquim de Abreu, Irineu Leitão Pessoa de Albuquerque, Elyseu Elias Cesar, Bertholdo da Nóbrega Dantas, Bento Bandeira de Melo e João Francisco Coelho Cavalcanti.

[v] JORNAL DO BRASIL, RJ, 7 de fevereiro de 1895.

[vi] DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 16 de outubro de 1897, p.2.

[vii] GUTENBERG, 22 de junho de 1907.

[viii] ORBE, 28 de setembro de 1898

[ix] A FEDERAÇÃO, Porto Alegre, 30 de março de 1900.

[x] JORNAL DO BRASIL, 11 de dezembro de 1901, p. 2.

[xi] A Federação, 21 de junho de 1904.

[xii] Jornal do Brasil, RJ, 8 de junho de 1904.

[xiii] Firmino de Paula e Silva, General honorário. (Cruz Alta, 17 de fevereiro de 1844 — Cruz Alta, 7 de julho de 1930)

[xiv] A NOTÍCIA, RJ, 23 de janeiro de 1905.

[xv] A FEDERAÇÃO, 2 de setembro de 1905.

[xvi] A NOTÍCIA, RJ, 4 de novembro de 1905.

[xvii] A NOTÍCIA, RJ, 6 de março de 1906.

[xviii] Germano Hasslocher Filho. Professor, advogado, jurista, político e jornalista, nasceu em Santa Cruz (RS) no dia 10 de julho de 1862, filho de Germano Hasslocher e de Marie Duran Hasslocher. Faleceu em Milão, na Itália, no dia 7 de fevereiro de 1911.

[xix] José Joaquim de Andrade Neves Neto (Rio Pardo-RS, 11 de fevereiro de 1873 — Santa Maria-RS, 22 de janeiro de 1923) foi um promotor público, advogado, escritor e jornalista brasileiro. Era filho do General José Joaquim de Andrade Neves Filho e de Francisca Rocha Ramos.

[xx] JORNAL DO BRASIL, RJ, 31 de dezembro de 1906.

[xxi] Pedro Afonso Mibieli (Encruzilhada do Sul, 1866 — Rio de Janeiro, 8 de setembro de 1945).
Advogado, magistrado e político. Filho de Afonso Mibieli de Fontoura e Leopoldina Prates da Fontoura

[xxii] JORNAL DO COMÉRCIO, RJ, 24 de abril de 1907.

[xxiii] JORNAL DO COMÉRCIO, RJ, 20 de outubro de 1910.

[xxiv] Rafael Cabeda. Santana do Livramento-RS, 16 de maio de 1857, Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1922.

[xxv] Fernando Fernandes Abbott (São Gabriel, 12 de agosto de 1857 — São Gabriel, 13 de agosto de 1924) foi um médico e político, governador do Estado do Rio Grande do Sul em duas ocasiões.

[xxvi] 32ª Brigada de Cavalaria da Guarda Nacional, sediada na comarca de Livramento. Devido à  proximidade do arroio Caty, essa guarnição se tornaria conhecida com o nome de “Força do Caty”.

[xxvii] João Francisco Pereira de Souza. (Santana do Livramento, 12 de abril de 1866-São Paulo, 4 de maio de 1953)

[xxviii] Carlos Rubens, CARIOCA, RJ, 13 de outubro de 1945, p. 15.

[xxix] Aníbal Garcia Barão. Nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, a 9 de Junho 1878 e ali faleceu a 3 de abril de 1955.

[xxx] A FEDERAÇÃO, 11 de junho de 1907.

[xxxi] Correio da Manhã, RJ, 13 de junho de 1907.

[xxxii] CORREIO DA MANHÃ, RJ, 21 de outubro de 1907.

[xxxiii] COMÉRCIO DE SÃO PAULO, 12 de dezembro de 1907. A Imprensa, 8 de janeiro de 1909, p. 2.

[xxxiv] O PAIZ, RJ, 7 de janeiro de 1909.

[xxxv] O Século, RJ, 10 de abril de 1909.

[xxxvi] Joaquim Barbosa Cordeiro de Farias nasceu em Pernambuco a 29 de janeiro de 1859. Filho do Capitão Manoel Gustavo de Farias e Carlota Maria Barbosa Cordeiro de Farias. Major do Exército, esteve em exercício em Jaguarão-RS, tornando-se amigo de Coelho Cavalcanti. Faleceu no dia 25 de julho de 1927. A essa época, estava exilado na Bolívia o seu filho Ten. Oswaldo Cordeiro de Farias, participante da Coluna Prestes e que seria ministro nos Governos pós Golpe de 1964. Foi casado com Corina Padilha Cordeiro de Farias. CORREIO DA MANHÃ, 26 de junho de 1927.

[xxxvii] Desde 1920, existe um bairro em Manaus chamado Adrianópolis, em homenagem ao Dr. Adriano.

[xxxviii] JORNAL DO COMÉRCIO, AM 29 de junho de 1909.

[xxxix] CORREIO DO NORTE, Manaus, 17 de novembro de 1909.

[xl] Geraldo Rocha, que se tornara proprietário do jornal “A Noite”.

[xli] Silvério José Nery (Coari, 27 de outubro de 1858 — 25 de junho de 1934. Engenheiro, militar, jornalista e político. Foi senador pelo Amazonas, em 1900 e de 1904 a 1930, além de deputado provincial, estadual e federal. Governou o Amazonas de 1900 a 1904.

[xlii] Conhecida e acreditada Farmácia Barreira, do farmacêutico (formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro) Zorobabel Alves Barreira Cravo, natural de Fortaleza-CE, filho de Francisco Alves Barreira Cravo e Maria de Jesus Alves Barreira. Casado com Laura de Meira Lima (natural de Garanhuns-PE), faleceu no Rio de Janeiro a 2 de agosto de 1953.

[xliii] Gusmão, Carlos de. BOCA DA GROTA. Maceió, SERGASA, 1970.

[xliv] CORREIO DO NORTE, Manaus, 18 de março de 1911.

[xlv] ÉPOCA, RJ, 24 de maio de 1915.

[xlvi] CORREIO DA MANHÃ, RJ, 26 de julho de 1915.

[xlvii] CORREIO DA MANHÃ, RJ, 31 de dezembro de 1915.

[xlviii] CORREIO DA MANHÃ, RJ, 12 de junho de 1918.

[xlix] A ÉPOCA, RJ, 4 de fevereiro de 1918.

[l] JORNAL DO COMÉRCIO, RJ, 15 de maio de 1920.

[li] A RUA, RJ, 31 de maio de 1920.

[lii] Barros, Francisco Reynaldo de Amorim. ABC DAS ALAGOAS.

[liii] MACEDO, Nertan. O VELHO POLEMISTA. Correio Brasiliense, 27 de janeiro de 1980.

[liv] GAZETA DE NOTÍCIAS, RJ, 10 de junho de 1945, p. 19.

Foto Joaquim Machado Coelho Cavalcanti_Site História de Alagoas.

2 Comments on João Barafunda, o destemido panfletário alagoano

  1. Alexandre Rosa // 11 de março de 2021 em 21:15 //

    Olá!
    Gostaria de parabenizar pela matéria! Muito bem escrita e muito bem documentada.

  2. Heider Lisboa // 9 de abril de 2021 em 21:10 //

    João Francisco Coelho Cavalcanti era neto materno de José Marinho de Alcântara Lima e de Rita Francisca Coelho de Alcântara.
    Francisca de Alcântara Coelho de Menezes, esposa dr. Francisco Ildefonso Ribeiro de Menezes, era irmã de sua mãe.

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