Estrada de Bebedouro, um dos primeiros caminhos para Maceió
O povoado de Maceió já era “um empório comercial de certa notoriedade” nos primeiros anos do século XIX, segundo o historiador Craveiro Costa no livro “Maceió”, de 1939.
Na futura capital, desembarcavam viajantes das mais diversas partes do mundo. Estes mascates estrangeiros vinham em busca de fortuna, sabendo existir em Maceió um ancoradouro que dinamizava o comércio. Se estabeleceram, principalmente em Jaraguá, e contribuíram para o rápido crescimento da população.
Mercadejavam com “o açúcar, o algodão, o fumo, os cereais, as madeiras e os couros […] produtos que vinham do centro em demanda do litoral, em carros de boi e comboios de bestas, guiados por escravos de confiança, escolhidos a dedo para a almocrevaria”, detalha Craveiro Costa.
Parte da produção era consumida na vila e outra embarcada em “veleiros que vinham ao porto de Jaraguá, de quando em quando, atraídos pelas vantagens dos carregamentos, e destinava-se a Salvador e Recife”, detalhou o historiador.
Os almocreves que vinham do vale do Rio Mundaú chegavam ao povoado viajando pelas margens deste rio e, já próximo ao litoral, contornavam a Lagoa do Norte (Mundaú) em direção à Jaraguá, com estadias no Rio Bebedouro e no Largo dos Martírios, também conhecido como Atalaia, onde eram negociada parte dos produtos com os compradores do comércio local.
Esta área também foi denominada, em 1820, como a Boca da Cambona.
Segundo Craveiro Costa, no início da Estrada de Bebedouro, próximo ao Largo dos Martírios, havia um sítio “localizado entre o Bom-Parto, Jacutinga e Maceió” denominado “Cambona do Machado”.
Luiz Lavenère, que morou na Cambona quando menino, registrou em “Recordando” (Revista do IHGAL nº 40) a existência desta Cambona do Machado e que nela ficava a casa do “Velho Pinto, um ricaço usurário que foi sogro do Dr. Thomás Espíndola. Diziam que guardava dinheiro numa latinha e lançava-as na cacimba, para não ser roubado”.
Havia ainda a “Cambona do Ramos”, que ficava na mesma Estrada de Bebedouro, mas no trecho próximo à Praça dos Martírios.
É provável que tenha sido esta a Cambona que deu origem ao bairro e à Rua da Cambona, atual Rua General Hermes, denominação que homenageava o irmão mais velho de Deodoro da Fonseca, Hermes Ernesto da Fonseca. A denominação foi adotada pela Câmara Municipal em 3 de fevereiro de 1883.
Na segunda metade do século XIX, após a capela do Bom Parto, ficava a Baixa do Carrinho, um baixio com brejo onde existia o sítio do Sr. Carlinhos, que plantava e vendia verduras.
Esse percurso ficou conhecido como Estrada do Bebedouro, provavelmente devido ao fornecimento de água oferecido aos tropeiros por um riacho que desembocava na Lagoa do Norte. Era o “pouso dos tropeiros” que vinham em direção a Maceió ou que saiam dela.
O riacho, também tratado como Rio Bebedouro, era formado pelas águas do Riacho Luiz da Silva e do Riacho do Cardoso. Esse trecho conhecido como Rio Bebedouro e o Riacho Luiz da Silva foram unificados sob a denominação de Riacho do Silva.
Somente recebeu uma ponte para sua travessia após a Resolução Provincial, de 10 de abril de 1835, assinada por Silva Pontes, que autorizou a construção. Foi concluída no início de 1839, já no governo de Silva Neves e também utilizada como posto fiscal, onde se cobravam os impostos.
Logo após esta ponte e acima da Ladeira de Bebedouro, na década de 1840, foi aberta uma outra estrada a partir da Estrada de Bebedouro. Seu traçado era em direção ao Tabuleiro do Pinto, como consta nos relatórios governamentais e mapas da época.
Em 1860, estava sendo concluída a pavimentação da continuação da Estrada de Bebedouro até Fernão Velho.
No Jornal do Commercio (RJ) de 8 de março de 1834, Bebedouro foi citado como um lugar que precisava de Cadeira de Ensino e onde se contavam “144 meninos de 6 a 10 anos”.
Em 1871, Thomaz Espíndola se referia a Maceió como tendo dois bairros bem distintos. Um deles era Jaraguá e o outro Maceió. Bebedouro e o Poço eram povoações com poucas habitações, predominando os sítios ao lado das suas estradas. Segundo Espíndola, Bebedouro naquele ano tinha 150 habitações, quase todas de telhas.
No Almanak da Província de Alagoas de 1874 já surgem como ruas a Cambona, Bebedouro e Estrada de Ferro. Mutange e “Frechal” são citados com “Estradas Arruadas” de Maceió. Na década de 1880 são encontrados registros da “Estrada do Mutange”, revelando que ainda não havia um povoamento.
A estrada e sua ladeira
Durante as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século seguinte, praticamente todos os governantes tiveram que resolver problemas provocados pela deterioração da estrada e da ladeira de Bebedouro nos períodos mais chuvosos, como informam os registros a seguir.
O presidente da Província Antônio Nunes de Aguiar, em sua “Fala” de 18 de março de 1849, explicava que “a ladeira de Bebedouro na estrada do mesmo nome, situada a uma légua desta Cidade”, era uma via essencial e que precisava de melhorias, pois o trânsito “no inverno tornava-se perigosíssimo”. Foi autorizado a realizar as obras pela Lei nº 99, de 1º de agosto de 1848.
Os trabalhos começaram no dia 19 de fevereiro de 1849 com as escavações de quase “47 braças cúbicas em terra forte”, que procuravam “obter o declive médio de 1/18”. O custo da obra caiu com a utilização de pólvora para explodir as áreas a serem escavadas.
Ainda em 16 de novembro de 1849, o presidente José Bento da Cunha Figueiredo autorizou pagamento de despesas no “melhoramento da estrada de Bebedouro até o Tabuleiro do Pinto”. (Diário de Pernambuco de 17 de dezembro de 1849).
Em sua “Fala” à Assembleia Legislativa de 5 de maio de 1850, Bento Figueiredo voltou a tratar da Estrada de Bebedouro, explicando que as estradas eram úteis, “são elas verdadeiros veículos de riqueza, de civilização e de ordem”.
Definia que as duas principais estradas de Alagoas eram “a que vai da Capital para Porto Calvo, e povoação de Jacuípe até a Província de Pernambuco, e a que também comunica esta cidade com o centro da Província, passando pelo Bebedouro. É principalmente por esta que entram muitos gêneros da produção da Província, e até do sertão de Pernambuco, e por isso mandei-a logo abrir, mui convencido de que esta não levará a mal”.
Sobre a obra, segundo o relatório do Engenheiro Inspetor, havia grandes dificuldades a serem vencidas, mas já se achava pronta “a rampa no começo com 514 palmos de comprimento sobre 60 a 66 de largura, e uma porção de estrada com 920 braças de comprimento sobre 3 de largura, e estão abertas todas as picadas na direção projetada até entrar no Tabuleiro do Pinto…”.
Na Fala de 25 de abril de 1851, José Bento constatava que “a estrada única, que se acha começada nesta Província, e que segue pelo Bebedouro, parou a duas ou três léguas além da povoação deste nome; até aí já se acha ela bem transitável, posto que necessite de algum reparo, sobretudo na ladeira chamada Bebedouro”.
Ainda em 1852, José Bento solicitou ao engenheiro Pedro José de Azevedo Schrambach “tirar a planta e fazer o orçamento da estrada que do Bebedouro segue até Murici, passando pela Mata do Rolo”. Após algumas correções, a obra teve início em 1853, no governo de Antônio Saraiva.
Este trecho de estrada entre Bebedouro até o Tabuleiro não mais existe. Entretanto boa parte de sua extensão no Tabuleiro foi utilizada pela antiga Estrada do Jacutinga, atual Av. Durval de Góes Monteiro.
Em 1854, o presidente Sá e Albuquerque já havia macadamizado 263 palmos “do areal dessa estrada, e o restante já levou camada de barro que tem que receber o calçamento. O pontilhão dessa mesma estrada estava a concluir-se”.
No ano seguinte, Sá e Albuquerque construiu na Cambona uma “bomba” de pedra e cal na Baixa do Carrinho. Para executar essa obra, o leito da estrada mudou de trajeto, utilizando os terrenos de Lourenço Cavalcanti de Albuquerque Maranhão, Francisco José da Silva Porto, Joaquim Gomes do Rego e Guilherme José da Graça, que renunciaram as indenizações.
O Orbe de 24 de março de 1883 revela que predominavam os sítios entre a Cambona e Bebedouro ao publicar uma nota orientando aos seus proprietários que “tenham o cuidado de ao menos a noite recolherem ou amarrarem os seus cadelos, para que estes não ataquem, não invistam às pessoas que por ali passam. Recomendamos a câmara municipal algumas pílulas para esses cães e outros que permanecem nas estradas”.
Luiz Lavenère recorda que nas proximidades do sítio de sua família, no Bom Parto, existia “a chácara de Dona Bibi, Umbelina Viana de Aguiar, esposa de Antônio Teixeira de Aguiar“.
“Possuía ela uma ‘cadeirinha‘ dos tempos antigos, ou palanquim, no qual vinha à cidade conduzida por dois escravos. Foi o último palanquim existente aqui depois de modernizados os meios de transportes”, garantiu o professor Lavenère.
Onde hoje está o cruzamento da Av. Afrânio Lages com a Rua General Hermes, existia o sítio do Januário, por onde se podia subir em direção a área da atual Praça do Centenário, então denominada como planalto do Periperipau.
A partir deste cruzamento e até a Praça dos Martírios a Estrada era conhecida como Cambona do Ramos, já com casas residencias e comerciais. Segundo Luiz Lavenére, era lá que morava também Dona Custódia, “muito conhecida por causa duns filhos terríveis, que faziam constantes distúrbios e maltratavam os cavalos dos matutos estacionados no local dos armazéns”.
Em 1891, Bebedouro tinha próximo a 380 imóveis, duas capelas e já funcionava o novo Cemitério de Santo Antônio, construído a partir de 1889 para substituir o que anteriormente ocupava a área em frente à igreja.
Foi transferido para um terreno mais acima, onde recebeu portões de ferro de um dos seus construtores, Jacintho Nunes Leite. Em 1968 foi reformado e também entrou em funcionamento a parte ampliada adquirida no ano anterior.
Em 10 de dezembro de 1896, o mesmo jornal denunciava que “a estrada entre esta capital e Bebedouro está impossível” e há muitos anos não recebia conservação. Avaliava que entre Bebedouro e Fernão Velho “já não seria possível o trânsito a pé, se não fora o leito da Alagoas Railway com todos os perigos e ameaças à vida dos incautos transeuntes”.
Sobre a Ladeira de Bebedouro, “por onde transitam centenas de carros e milhares de cavalheiros que dos engenhos do vale do Meirim demandam esta capital”, o jornal informava que estava tão destruída que “mais de um cavalo tem morrido nos socavões e arrebancados formados pela enxurrada”.
Ao noticiar um crime em 3 de março de 1897, o Orbe dá mais detalhes sobre a via: “Vinha um bond de Bebedouro muito carregado, e na Baixinha a parelha não pode galgar a subida. José Antônio, que acompanhava o bond, pediu aos passageiros que descessem, enquanto o veículo subia”.
No dia 8 de maio de 1905 foi instalado ao lado da na Praça Santo Antônio o Grupo Escolar de Bebedouro, dirigido por Guilhermina de Andrade Guerra.
Em julho de 1905, um relatório sobre as receitas municipais de 1º de março a 30 de abril daquele ano revelam a origem dos recursos arrecadados na Levada de Bebedouro: Imposto sobre canoas com mariscos 91$600; Imposto sobre canoas com capim 20$400; e Imposto sobre canoas diversas 9$300.
O Gutenberg anunciou, em 11 de abril de 1905, que a Companhia Alagoana de Trilhos Urbanos estava concluindo a cocheira erguida na “estrada do Mutange”. “Sabemos que essa nova cocheira será reservada a permanência de animais para revezarem com os que, de Jaraguá, conduzem os veículos que se destinam a Bebedouro, sendo que a substituição deverá ser feita tanto na ida como na volta”, explicou a reportagem.
Em 3 de abril de 1906, o Gutenberg divulgou uma informação que dava conta do que era Bebedouro para alguns moradores de Maceió: “Regressou definitivamente do arrabalde de Bebedouro, onde se achava veraneando com sua exma. família, o ilustrado dr. Euzébio de Andrade, digníssimo deputado federal. S. exc. acha-se desde ontem novamente instalado em sua residência à rua 15 de Novembro [atual Rua do Sol], nº 55”.
Foi a Lei nº 136 de 22 de janeiro de 1909 que denominou de Rua Calheiros da Graça (atual General Hermes) e Rua 5 de Dezembro (atual Francisco de Menezes) as ruas do Bom Parto e Estrada de Ferro. (Gutenberg de 21 de janeiro de 1911).
A Rua Francisco de Menezes foi assim denominada por decisão da Lei nº 17 de 1º de agosto de 1913. Segundo Félix Lima Júnior, foi antes a Rua dos Biombos do Paulo, 5 de Dezembro, da Luz Elétrica, Cel. Paes Pinto e Luiz Silveira.
A partir de 1932, o trecho da Estrada de Bebedouro entre a Rua General Hermes e a Rua Cônego Costa passou a ser denominada Av. Major Cícero de Gois Monteiro.
Bonde e Estrada de Ferro
Os primeiros bondes de Maceió, ainda puxados por animais, entraram em funcionamento no dia 25 de março de 1868, interligando Jaraguá à Boca de Maceió, atual Praça dos Palmares. Era o trecho inicial da linha que chegaria ao Trapiche da Barra meses depois.
A satisfação da população foi tamanha que o presidente da Província exigiu que a partir da Boca de Maceió se estendesse um ramal até a Praça dos Martírios pela Rua do Comércio, o que aconteceu em 1871.
No ano seguinte, em 19 de outubro, o serviço de bondes chegou a Bebedouro, valorizando a Estrada e consolidando a área como de veraneio, com inúmeros sítios e banhos.
Outro grande benefício recebido pelo bairro foi a instalação da ferrovia que percorria lateralmente a Estrada de Bebedouro em direção a Vila da Imperatriz, atual União dos Palmares, fazendo parada na Estação de Bebedouro logo após a ponte.
A construção desta ferrovia teve início em 15 de março de 1882, mas toda a obra somente foi inaugurada oficialmente no dia 3 de dezembro de 1884, incluindo a Estação de Bebedouro.
Além de percorrer trechos da Levada, como a futura Praça do Pirulito e a Praça Emílio de Maia, a ferrovia se aproximava da Rua da Cambona, onde começou a receber casebres no seu entorno, entre eles os Biombos do Paulo, que deu origem a atual Rua Francisco de Menezes.
Igrejas
O primeiro templo construído nas proximidades da Estrada de Bebedouro foi o do Bom Parto, que segundo pesquisa do jornalista João Lemos, era uma construção simples dedicada à Nossa Senhora do Bom Parto em 1845. (Ver mais AQUI).
A segunda edificação religiosa foi a Capela de Nossa Senhora da Conceição, na Chã de Bebedouro, que foi erguida pela família Prado, de origem portuguesa, e inaugurada em 1872. Nossa Senhora da Conceição foi assim a primeira padroeira do bairro de Bebedouro. Neste período, Manoel do Nascimento Prado era vereador em Maceió e morava em Bebedouro.
A outra capela, inaugurada em 1873, homenageava Santo Antônio de Pádua e teve sua edificação atribuída ao português Antônio Maria de Aguiar (faleceu em 29 de setembro de 1897). Era um rico proprietário que também foi vereador em Maceió nos anos da década de 1860 e provavelmente o proprietário do Sítio da Capelinha, que foi vendido a Jacintho Nunes Leite. Em 1821, exerceu o cargo de juiz dos órfãos, nomeado por Melo Póvoas e foi quem primeiro instalou um trapiche em Jaraguá, onde também construiu várias casas e a primitiva Igreja de N. S. Mãe do Povo.
Outra versão sobre o construtor da primeira capela de Santo Antônio em Bebedouro está no Gutenberg de 29 de março de 1899. Ao noticiar a morte de Antônio Maria de Aguiar, o jornal cita que foi casado, em primeira núpcias, com Maria Felícia e, após ficar viúvo, em segunda com Joaquina de Mello, irmã do capitão José Marinho de Mello, senhor do Engenho Peixe, e do capitão Antônio José de Mello, “proprietário das terras de Bebedouro, onde foi fundador da igreja de Santo Antônio, que ainda ali existe”.
O primeiro vigário foi o cônego José Moreira Pimentel. Em seguida veio o padre Antônio Anacleto Brandão de Oliveira, sobrinho de D. Antônio Brandão, primeiro bispo de Alagoas.
Muitos anos depois, na década de 1950, o padre Fernando Iório Rodrigues, que substituiu o padre José Belarmino da Costa, também fez história no bairro.
A capela foi substituída por uma igreja, erguida pelo industrial Jacintho Nunes Leite, que patrocinou várias melhorias, incluindo os azulejos importados de Portugal para revestir suas paredes internas. Foi ele também quem ofertou novos sinos, forjados em sua Fundição Alagoana. O coreto da Praça Santo Antônio, situada à frente da igreja, também foi uma doação do comendador português.
A Paróquia de Santo Antônio de Pádua, no bairro de Bebedouro, foi instalada no dia 12 de junho de 1913 por decisão do bispo diocesano dom Manoel Antônio de Oliveira Lopes.
Solar Nunes Leite
O Solar Nunes Leite é considerada uma das edificações mais antigas de Maceió. Segundo Félix Lima Júnior em “Natal de Bebedouro“, “nesse prédio, mais do que centenário, ainda hoje de pé, relativamente bem conservado, residiu com sua família, em 1833, segundo informa o dr. Olímpio Galvão, no ‘Memorial alagoano’, Manoel Lobo Miranda Henriques — cidadão paraibano que foi presidente da província [de 19 de maio de 1831 a 16 de novembro de 1832], no tempo da Regência. Era o pai de Aristides Lôbo, primeiro ministro do Interior da República”.
Essa informação é confirmada no Gutenberg de 15 de maio de 1906 com o depoimento de Joaquim Ignácio Loureiro, que revelava um raro documento histórico escrito por Manoel Lobo Miranda Henriques em 1831, diante de uma crise do seu governo.
Diz o autor do texto que ouviu do “major Tito Alexandre Ferreira Passos, muito conhecedor da história alagoana, filho do ilustrado filólogo nosso patrício sr. José Alexandre Passos, de perene memória, que ouvira do coronel Manoel da Costa Moraes, mais conhecido pela alcunha de Coronel Cahet, que Manoel Lobo, conhecido no comércio por Manoel Henriques, fora negociante nesta cidade e residira muito tempo no Bebedouro, na chácara onde reside atualmente (1906) o sr. comendador Jacintho José Nunes Leite”.
Assim, fica eliminada a possibilidade do solar ter sido construído por Jacintho Nunes Leite, que somente chegou a Maceió na segunda metade do século XIX.
O Solar ainda existe onde foi erguido, no antigo Sítio da Capelinha, ao lado do largo que abrigou o cemitério e da Igreja de Santo Antônio. O largo deu origem à praça Santo Antônio, atual Praça Coronel Lucena Maranhão. Já foi Praça da Liberdade e Bonifácio Silveira.
Vila Lilota
Este palacete, situado no Mutange, foi construído por Francisco de Amorim Leão em 1914 e, após um período sem uso, mas cuidado por um funcionário, foi adquirido em 1962 pelo dr. José Lopes de Mendonça, que lá instalou sua clínica de psiquiatria.
Vila Amália
Esta morada pertenceu a Amália Mendonça Barboza e seu esposo Antônio Silva, pais de Daniel, Nadir, Nair, Nalcir e Nicia Barboza Silva. Também está localizada no Mutange.
Passou um período abandonado e foi adquirido pelo Estado de Alagoas e doada em 1966 à Associação dos Professores Primários de Alagoas (APPA), então dirigida pela professora Nadir Barbosa (não é a Nadir filha de Amália).
Segundo esta professora e assistente social, o imóvel foi recuperado com o trabalho de presidiários e hoje é a sede do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Alagoas, o Sinteal.
Asilo das órfãs
O orfanato feminino foi fundado sob a evocação de N. S. do Bom Conselho pela Lei nº 748 de 13 de junho de 1877 e sua instalação ocorreu em 8 de dezembro de 1877, na administração do presidente da Província Antônio dos Passos Miranda, que teve uma breve passagem pelo governo alagoano — de 16 de maio de 1877 a 8 de fevereiro de 1878. Uma das ruas de Bebedouro homenageia este governante.
Os recursos para a construção do prédio vieram de doações de “associações e particulares com avultados donativos para se montar um asilo de órfãs, porque assim o desejava um poder presidencial. Contribuição pesada e dura na situação em que nos achávamos então, mas que, entretanto, foi satisfeita, só porque, cumpre dizê-lo imparcialmente, era o primeiro funcionário público da província que assim o exigia”, criticou O Orbe em sua edição de 16 de março de 1879.
As pesquisas históricas indicam que o Asilo das Órfãs Desvalidas N. S. do Bom Conselho foi criado para receber as órfãs dos soldados alagoanos que morreram na Guerra do Paraguai (1864 e 1870), e as menores que perderam seus familiares durante a longa seca que atingiu o Nordeste naqueles anos. Para sua instalação, contou com a ajuda de recursos enviados pelo imperador D. Pedro II.
O prédio do orfanato em Bebedouro foi construído em 1877 por Manoel Candido Rocha de Andrade, agrimensor formado na antiga Escola Central do Rio de Janeiro. Coube a ele também a conclusão do Asilo de Santa Leopoldina, além de ter contribuído para o término da obra do prédio dos Correios. Faleceu em 1896.
Veja mais sobre o Asilo AQUI.
Estádio do Mutange
A chegada do Centro Sportivo Alagoano, o CSA, ao Mutange se deu quando Alfred Willams Armstrong Wucherer, gerente da Fábrica Cachoeira em Rio Largo, cedeu sua chácara para tal fim.
Alfredo Wucherer nasceu a bordo de um navio inglês e foi naturalizado como inglês pelo comandante do navio, mesmo sendo seus pais alemães.
A partir de 1922, o clube abandonou seu primeiro campo de futebol, que foi inaugurado na tarde do dia 7 de setembro de 1916, na Praça Jonas Montenegro, atual Praça do Centenário, para realizar suas partidas no Mutange, na chácara que já passara a ser propriedade de Aristheu Teixeira Basto, que também foi presidente do clube.
Em 1934, Aristheu Teixeira Basto solicitou ao clube a devolução do espaço, que tinha adquirido por 53 contos de réis anos antes.
O então presidente Murilo Silva, sabendo que Paulo Pedrosa era cunhado do proprietário, convidou-o para assumir a direção do CSA e assim facilitar qualquer negociação que resolvesse a crise.
Ao assumir a presidência, Pedrosa constatou que a situação do clube não era das melhores. Tinha somente 28 sócios e as despesas eram completadas pelos próprios jogadores, ainda amadores e filhos de famílias “de alta classe”.
Procurou o industrial Gustavo Paiva, que também era cunhado de Aristheu Teixeira Basto, e recebeu deste a orientação de escrever ao proprietário narrando a situação e dizendo que estava tentando encontrar uma solução sem que tivesse que devolver o campo.
Imbuído do propósito de tirar o clube da crise, Pedrosa reuniu a diretoria e iniciou uma campanha de associação e em pouco tempo consegui 150 sócios, cada um contribuindo com 10 mil réis por mês. Confiando nos recursos, propôs ao seu cunhado a compra da área do campo de futebol.
Aristheu aceitou o pagamento parcelado de 20 contos de réis por parte de suas terras, além de ser convencido por Pedrosa a contribuir com 2 contos de réis. As parcelas eram de 500 mil réis por mês.
Para economizar nos gastos, Pedrosa conseguiu com o filho do interventor Osman Loureiro, Rubens Loureiro, que fossem dispensadas todas as taxas e impostos incidentes sobre a transação.
Na gestão seguinte o resto do terreno foi adquirido, também com pagamento parcelado.
O Estádio do Mutange, que havia sido inaugurado no dia 15 de novembro de 1922, recebeu sua atual denominação — Estádio Gustavo Paiva — no dia 29 de agosto de 1951, em homenagem a um dos seus sócios mais efetivos e que havia falecido em 27 de outubro de 1943.
Durante muitos anos foi o estádio mais moderno de Alagoas, sendo inclusive o único com condições de receber jogos noturnos pelo fato de ter refletores, tendo sediado em 1951 o primeiro jogo internacional em Alagoas, o CSA 1 x 1 Velez Sársfield.
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Fábrica Alexandria
A iniciativa da instalação da Fábrica Alexandria no Bom Parto partiu do “distinto capitalista, o sr. João Antônio Loureiro, e de um mecânico de rara habilidade, como o sr. Manoel Teixeira Guimarães, a Fábrica Alexandria se propõe a explorar o feitio de rendas sistema Madeira e de linhas de algodão”, destacou o Gutemberg de 8 de março de 1911.
A firma Loureiro & Guimarães foi constituída em abril de 1911 e seu registro informava que o “principal objetivo é o fabrico de rendas e linhas de algodão, montando para isso a Fábrica Alexandria…”, que foi inaugurada em outubro de 1911 e permaneceu até 1913 como um empreendimento desta firma.
No final de abril de 1913, a Revista Comercial de Alagoas divulgou uma nota circular “da futurosa firma Zagallo & Irmão” com o seguinte teor:
“Maceió, 26 de abril de 1913. — Ilustre Redação da ‘Revista Comercial’. Maceió. — Amigos e Snrs. — Temos a subida honra de comunicar a V.S. que nesta data constituímos uma sociedade mercantil sob a firma ZAGALLO & IRMÃO, para exploração dos produtos manufaturados pela fábrica denomina Alexandria, sita à rua Calheiros da Graça n. 28, hoje de nossa propriedade, da qual são solidários Luiz Zagallo Rodrigues Cardozo e Joaquim Cordeiro Zagallo, conforme contrato arquivado na Meritíssima Junta Comercial deste Estado”.
No final da década de 1910, Mário Lobo administrava a indústria, que passou a ser propriedade da firma M. Lobo & Cia, registro que permaneceu até a fábrica desligar definitivamente seus motores em 23 de novembro de 1966. Em algum momento dessa trajetória houve a incorporação de Alfredo Peixoto como um dos principais sócios da empresa.
A presença da fábrica e dos seus operários no Bom Parto durante décadas fez o bairro prosperar e melhorou a qualidade de vida dos seus moradores. A Alexandria oferecia aos seus trabalhadores alguns benefícios, como centenas de moradias e refeições durante o período de trabalho.
Em 1956, a Fábrica Alexandria tinha 1.015 operários, sendo mulheres 501 destes. O salário médio era de mil cruzeiros e cada operário controlava até quatro máquinas. No jornal Imprensa Popular de 5 de junho, as operárias denunciavam que a empresa não tinha oferecia vestiários feminino e nem banheiro para se lavarem ao término do serviço.
Quando fechou, em 23 de novembro de 1966, a Fábrica funcionava com apenas 150 operários. Todo seu equipamento foi vendido para o Cotonifício da Torre S.A., de Recife, Pernambuco.
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Primeiras personalidades do bairro
Cônego Costa
O cônego Antônio José da Costa teve seu nome destacado na política alagoana quando lançou o jornal Diário de Alagoas em 1º de março de 1858, pela Tipografia Moraes & Costa. Depois o Diário passou ser controlado exclusivamente pelo cônego e impresso na mesma oficina, renomeada como Tipografia Comercial.
Tendo iniciado suas atividades se proclamando neutro e imparcial politicamente, logo esse periódico se vinculou ao Partido Conservador e foi o primeiro em Alagoas a ter circulação diária. Deixou de ser impresso em 1892, quatro anos antes do falecimento do Cônego Costa (20 de setembro de 1896), quando tinha 78 anos de idade.
O Diário de Alagoas ainda pertenceu, numa segunda fase, à empresa de Gomes & Cia., dos integrantes dr. Luiz de Mascarenhas e Manoel Gomes da Fonseca, e funcionou de janeiro de 1907 a fevereiro de 1908.
Moacir Santana, em História da Imprensa em Alagoas, se refere ao Cônego Costa como “um sacerdote muito destemido’’ e dotado de grande bravura pessoal. Um episódio narrado por Craveiro Costa revela que ele, sabendo da intenção da polícia em empastelar seu jornal, ficou sozinho na redação “de charuto aceso diante de um barril de pólvora, disposto a voar com a sua tipografia”. A polícia não apareceu por lá.
Sempre envolvido em política, foi candidato a vereador em Maceió em 1882. Cônego Costa também foi administrador da Igreja de Santo Antônio por muitos anos.
Foi ele quem doou a maior parte do terreno para a instalação do novo Cemitério de Santo Antônio no Bairro em 20 de fevereiro de 1889. A comissão encarregada da transferência era composta por Jacintho José Nunes Leite, Cypriano José de Barros e Antônio José de Melo Barbosa.
Na escrituração do terreno, divulgada por Elias Romeiro, sabe-se que se limitava com outras propriedades do doador e “com terras doadas ao mesmo cemitério por D. Francisca de Ribeiro Barreto de Menezes e Dona Isabel Francisca de Meira”. O antigo cemitério ocupava a área que veio a ser a Praça Lucena Maranhão.
O Cemitério de Santo Antônio permaneceu sob o controle da igreja até 1956, quando a Lei nº 510, de 29 de agosto autorizou a Prefeitura a celebrar contrato de administração com aquela paróquia e assumir a sua gestão.
Cônego Costa dividia sua residência entre uma chácara em Bebedouro e uma casa na Rua da Alegria, centro de Maceió, onde faleceu.
Seu imóvel em Bebedouro foi posto à venda em janeiro de 1905 e era descrito como sendo um terreno próprio, com “bom quintal com muitas fruteiras”. Os pretendentes deveriam entrar em contato com d. Carlota Delfina Costa.
Em outro jornal, o Gutenberg de 24 de setembro de 1896, pelo convite para a missa de sétimo dia do cônego, assinado por “Carlota Delphina da Costa, José Maria da Costa, Guilhermina Costa de Andrade Guerra, seus filhos e Ananias Emiliano Andrade Guerra”, sabe-se que a primeira era filha do Cônego Costa. Essa conclusão deve-se a ordem das relações de parentesco do finado impressas no convite: “pai, irmão, tio e amigo”.
O trecho da Estrada de Bebedouro nas proximidades do seu sítio, via conhecida como Rua do Comércio, foi, aos poucos, sendo conhecida como Rua do Cônego Costa e após a sua morte foi oficializada como Rua Cônego Costa.
Jacintho José Nunes Leite
Português, nascido em Oliveira de Azeméis, Aveiro, em 18 de janeiro de 1840, se estabeleceu em Maceió no início da década de 1860 como negociante de Secos & Molhados.
Casou-se, ainda em Portugal, com Maria de Jesus Thereza Nunes Leite. Tiveram os seguintes filhos: João Nunes Leite, Maria Nunes Leite, Emilia Nunes Leite, João Nunes Leite, Anna Nunes Leite, Luiz Nunes Leite, Maria Nunes Leite, José Nunes Leite, Antonio Nunes Leite e Rosa Nunes Leite.
Em pouco tempo negociando em Maceió se destacou ao ponto de participar diretamente da criação da Associação Comercial, em 7 de setembro de 1866.
Em 1867, sua firma Jacintho Leite & Cia já era também proprietário de uma loja de ferragens situada na rua do Comercio, 108. Explorava ainda uma refinaria de açúcar, cujo escritório ficava na mesma rua, mas no nº 83.
A ideia de constituir uma fábrica de fiar e tecer algodão em Maceió surgiu em março de 1857. O projeto foi liderada pelo comendador José Antônio de Mendonça e por Manoel de Vasconcelos Junior e Manoel do Nascimento Prado. Meses depois foi fundada a Sociedade Anônima Companhia União Mercantil, que tinha ainda como sócios José Antônio de Mendonça e Tibúrcio Alves de Carvalho.
Há registros de que a fábrica só entrou em funcionamento no dia 1º de setembro de 1863. Entretanto, o jornal O Diário do Rio de Janeiro, de 11 de maio de 1860, divulgou que dias antes o recém empossado presidente da Província de Alagoas tinha visitado a União Mercantil em Fernão Velho, sem precisar se era ao parque fabril já em atividade ou se ainda em construção.
Entre os acionistas da União Mercantil estava Jacintho José Nunes Leite, que aos poucos aumentou sua participação e a partir de 1870 passou a ser um dos diretores da fábrica de Fernão Velho.
Em 1879, em sociedade com seu irmão Francisco Nunes Leite, criou a Jacintho José Nunes Leite & Irmão. No mesmo ano houve o distrato e Jacintho ficou “de posse do ativo e do estabelecimento de refinação de açúcar“. Respondia pelo passivo e desobrigou o irmão de qualquer responsabilidade, como está registrado no Diário de Pernambuco de 12 de março daquele ano.
Há informações de que também participou da propriedade de um engenho ou usina. Esta pesquisa não conseguiu maiores informações sobre estes investimentos.
Outro empreendimento importante para Alagoas, de iniciativa de Jacintho Nunes Leite, foi a instalação da Fundição Alagoana em nossa capital. A firma Lima, Leite & Cia, formada pelos sócios Jacintho José Nunes Leite e o engenheiro mecânico Eduardo Lima estabeleceu registro no dia 23 de novembro de 1882.
Foi inaugurada em 2 de dezembro de 1883, às 14h. Ficava na Rua Conselheiro Saraiva (Av. da Paz), no limite com a Rua da Alfândega, atual Rua Sá e Albuquerque, em Jaraguá.
Além disso, também foi acionista da Companhia Alagoana de Trilhos Urbanos, a CATU, responsável pelos transportes por bondes em Maceió.
Foi detentor, por muitos anos, do serviço de abastecimento de água potável da capital. Esse serviço teve seus primeiros projetos elaborados pelo coronel de engenheiros Conrado Jacob de Niemayer em 1859, prevendo o aproveitamento das águas do riacho Luiz Silva em Bebedouro, distribuindo-as por vários chafarizes em praças de Maceió, se estendendo até Jaraguá.
Além de suas ações beneméritas em Bebedouro, como a construção do novo Cemitério e as contribuições para melhorias da Igreja, Jacintho José Nunes Leite se notabilizou por ser abolicionista.
Faleceu em Maceió no dia 20 maio 1914.
Major Bonifácio
O pernambucano Bonifácio Magalhães da Silveira nasceu em Recife no dia 14 de maio de 1867. Chegou a Maceió com a família provavelmente em 1885. Teve vida pública destacada como militar da Guarda Nacional, comerciante e político.
Mas foi por seu envolvimento com as artes e as festas populares que ajudou a construir a história de Maceió e de Bebedouro, bairro onde estabeleceu moradia e instalou o Teatro Santo Antônio, que funcionou entre 1909 e 1930 na Rua Dr. Passos de Miranda.
As suas festas natalinas ajudaram a transformar a Praça Santo Antônio no espaço mais procurado da capital nos períodos festivos. A organização de blocos carnavalescos também deu notoriedade ao bairro.
Bonifácio Silveira morreu em Marechal Deodoro no dia 10 de agosto de 1945. Para homenageá-lo, a antiga Praça Santo Antônio, que então já era a Praça da Liberdade, recebeu seu nome por força da Lei nº 39, de 21 de outubro de 1948.
Onze anos após a sua morte, em abril de 1956, o vereador Nicanor Fidélis apresentou um projeto alterando o nome da praça para Coronel Lucena Maranhão, um ex-prefeito que iniciou o calçamento do bairro. Teobaldo Barbosa, então vereador, foi contra, por existir lei proibindo a mudança de nomes.
Nada adiantou a resistência deste vereador. No dia 13 de outubro do mesmo ano, a Câmara aprovou a Lei nº 520, denominando de Coronel Lucena Maranhão “a praça conhecida por Liberdade, em Bebedouro”.
Hoje a praça é conhecida como Lucena Maranhão e o Major Bonifácio não está mais associado ao espaço urbano que ajudou a transformar no quartel general da República da Alegria.
Saiba mais sobre o Major Bonifácio AQUI.
Gente viajei na história ! Maravilhosos relatos aqui sobre Bebedouro, bairro onde minha familia paterna viveu antes do século passado, João Machado da Cunha era meu avô casado com Maria Rita de Almeida Machado da Cunha, fiz a história da familia e o cemitério, cartório não tem dados do inicio do seculo passado, preciso pesquisar outras familias Machado dessa época.
Muito rica as informações sobre esse belo bairro de Maceió, acho de grande importância os historiadores começarem a registrar a atual situação do bairro porque dentro de pouco tempo não teremos mais nada para registrar a não ser a destruição feita pela mineradora brasquem.
Nesses dias difíceis, como é bom ler um artigo tão rico.
Sou Bebedourense, nasci e me criei no bairro, se já gostava, depois da leitura dessa viagem na história, fiquei completamente apaixonado por Bebedouro. Grande texto, adquiri conhecimentos e vou imprimir.
Pena que hoje as escolas não ensinam e divulgam o início da nossa Maceió. Fantástico.
Otimo artigo! Qual a fonte do Mapa Ferroviário Maceió em 1880 com a estrada de Bebedouro para o Tabuleiro a partir do Flechal? acima da data de 1880 tem o nome Domingos moitinho. Você teria alguma informação de quem realizou o mapa?
Lamento, Patrícia, mas essa é uma das maiores dificuldades nas pesquisas. Os arquivos com Mapas dificilmente trazem informações sobre datas e autores.
Sobre o mapa ferroviário de Maceió em 1880 é possível encontrá-lo no site da biblioteca nacional: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_cartografia/cart514932/cart514932.jpg
Sou de bebedouro, nascido e criado e expulso pela BRASKEM e GOVERNANTES da mesma laia dela q deixaram ela destruir os bairros, principalmente meu Bebedouro, más lendo isso tudo e desde cedo gostava de vê as fotos antigas de bebedouro quando ia no cartório de lá, sempre ficava olhando algumas fotos q lá existia e onde foi de lá q comecei a pesquisar fotos de Bebedouro e essas histórias,como a praça com igreja de Bebedouro junto com bonde,meu pai fala chegou a assistir os bondes passando pela praça,fico feliz também pq meu pai chegou em Bebedouro em meados de 1964 até a data de 13/01/2021 onde fomos expulso pela BRASKEM, muito triste q essa empresa fez com os bairros principalmente meu Bebedouro.