Gustavo Paiva, o comendador dos operários de Rio Largo
Gustavo Pinto Guedes de Paiva nasceu no dia 15 de setembro de 1892 na cidade de Paraíba do Norte, hoje João Pessoa, capital da Paraíba. Era o primeiro filho homem do português Antonio Pinto Guedes de Paiva (1856-1915) e da brasileira Rosalina Francisca da Silva Paiva (1859-1908), que tiveram ainda mais seis filhos: Maria Adelaide da Silva Paiva, Laura Stela da Silva Paiva, Raul Pinto Guedes de Paiva, Emília Augusta da Silva Paiva, Antonio Raimundo Guedes de Paiva e Luís Pinto Guedes de Paiva.
Antonio Pinto Guedes de Paiva desenvolveu atividade empresarial por alguns anos no Brasil, na Paraíba, atuando no ramo do cimento. O negócio não prosperou e ele voltou para Portugal levando a esposa e filhos brasileiros, onde dedicou-se à agricultura na cidade de Barqueiros. Quando faleceu, em 1915, era diretor da Companhia de Fiação e Tecidos de Alcobaça, em Portugal.
Após concluir seus estudos em Penafiel, Portugal, e com a morte prematura da mãe, Gustavo Paiva resolveu voltar ao Brasil para tentar a carreira comercial. Com 18 anos de idade, em 1911, desembarcou no Rio de Janeiro trazendo apenas recomendações de seu pai.
Seu primeiro trabalho foi como subgerente da Companhia Petropolitana, uma fábrica de tecidos de Petrópolis.
No dia 25 de novembro de 1916, casou-se com Judith Teixeira Basto, filha do comendador José Antonio Teixeira Basto, que negociava em Alagoas, mas tinha um casarão em Santa Tereza, na Rua Almirante Alexandrino, nº 630.
A primeira filha do casal foi Hylza Teixeira Basto de Paiva, que nasceu em 1º de outubro de 1917. Depois vieram mais quatro filhos: Humberto Gustavo Altamiro Pinto Guedes de Paiva (20/09/1918), Arnaldo Pinto Guedes de Paiva (16/10/1919), Gustavo Humberto Guedes de Paiva (15/11/1920) e Zuleika Teixeira Basto de Paiva (15/06/1923).
Arnaldo Paiva nasceu em Portugal, na cidade do Porto, mas foi naturalizado e registrado como brasileiro.
Convidado pelo sogro para assumir a gerência da Fábrica Progresso, um dos núcleos da Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos, Gustavo Paiva mudou-se com a esposa para Maceió, onde chegou em meados de 1917.
Um pouco mais de um ano depois faleceu seu sogro, o comendador Teixeira Basto, deixando para ele, então com 26 anos de idade, o desfio de representar os interesses da família de sua esposa na Companhia, mesmo sabendo que sua sogra e seus cunhados não queriam envolvimento mais próximo com o empreendimento.
À frente das empresas e do seu tempo, logo Gustavo Paiva revelou-se um empresário muito diferente dos tradicionais líderes de uma economia atrasada e ainda carregada das relações escravistas abolidas poucos anos antes no país.
As leis trabalhistas engatinhavam no Brasil quando Gustavo Paiva passou a adotar relações mais humanizadas entre a empresa que administrava e os trabalhadores, fazendo investimentos para proporcionar educação, saúde, lazer e cultura aos operários, sem descuidar de garantir os direitos trabalhistas, mesmo ainda não estabelecidos em lei.
Em Rio Largo, criou as Escolas Reunidas da Companhia Alagoana, uma contribuição importante para a superação do analfabetismo, que atingia 80% da população naquela época. O primeiro Grupo Escolar ou Escola Modelo foi criado em 1919 e oferecia ensino até ao 4º ano primário. O futuro Grupo Escolar Gustavo Paiva recebia a matrícula de cerca de 1.000 alunos por ano, todos filhos de operários.
Tudo era financiado pela Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos. Os alunos recebiam alimentação, vestuário, uniformes de diária e de gala e fantasias especiais. Os melhores alunos tinham o seu nome divulgado no Boletim semanal que era distribuído com a população.
Gustavo Paiva acreditava que a religião também contribuía para melhorar a qualidade de vida. Sempre demonstrando ser profundamente religioso, mandou erguer a Capela que foi posteriormente consagrada ao Sagrado Coração de Jesus, inaugurada em 19 de março de 1924.
Outra iniciativa que repercutiu positivamente para a empresa foi a criação da Banda de Música, que ficou sob a orientação do professor Agerico Lins. Tempos depois, o maestro Aquino Costa Japyassú assumiu a direção musical da banda, que era composta por 50 operários, todos homens.
Essa banda ficou famosa em Alagoas por sua participação nos desfiles cívicos, inaugurações e, principalmente, por animar os bailes de carnaval nos maiores clubes sociais de Maceió. Todos os anos, era ela que abria o carnaval de Maceió e ainda garantia a folia em Rio Largo.
Entusiasmado com o sucesso da banda de música de operários, Gustavo Paiva, em meados de 1936, cria a “Jazz-Band Japy”, formada por 12 meninas entre 12 e 16 anos de idade. O lançamento desta banda feminina só ocorreu em janeiro de 1938, após longo período de aprendizagem das instrumentistas. A apresentação inicial foi no Clube Fênix Alagoana e teve o maestro Aquino Costa Japyassú na regência.
Japyassú era pernambucano de Agustina e morava em Maceió. Pelo ineditismo da banda, que era pioneira no Brasil, nova apresentação foi marcada para o dia 20 de agosto de 1938, no palco do Teatro Deodoro. Desta feita, as meninas receberam o apoio da banda masculina da Companhia Alagoana.
Gustavo Paiva se referia a banda feminina como sendo “a menina dos meus olhos”. “É um fruto da minha orientação social, e a demonstração de que a massa humana do operário alagoano é de boa fibra e inteligente – apta, portanto a vencer na vida”. Com formação feminina, também foi criado o coral da Companhia.
Outra iniciativa importante e que trouxe benefícios para os operários foi a construção, em 1927, do prédio do Departamento de Saúde das fábricas. A estrutura abrigava consultórios médicos, gabinete dentário, sala de raios X, farmácia, laboratório de análise médicas, maternidade e creche para 150 crianças.
Os pacientes recebiam gratuitamente os medicamentos e quando o operário era afastado do serviço por doença, continuava a receber 50% do salário, o que também acontecia ao se aposentar por velhice ou invalidez.
Gustavo Paiva, pela sua visão empreendedora e por suas atitudes em relação as questões sócias e beneficentes, rapidamente estabeleceu boas relações com os diversos segmentos da sociedade alagoana.
Em 1922, por exemplo, já presidia o Jaragua Lawn Tennis Club, fundado em Maceió pelos ingleses ligados ao Bank of London & South América Limited. Da mesma forma, ainda em 1922, assumiu a presidência de honra do Centro Sportivo Alagoano, o CSA, cujo estádio, em 1951, foi batizado como Estádio Gustavo Paiva.
Em 1930, Gustavo Paiva se desfez da sua participação na Companhia Alagoana de Trilhos Urbanos – CATU e na Companhia de Força e Luz de Maceió, empresas constituídas inicialmente com a participação majoritária do comendador Teixeira Basto. As imposições contratuais determinadas pelo governo exigiam investimentos de capital acima do disponível entre os sócios. As duas empresas foram vendidas à americana Companhia de Força e Luz Elétrica, que tinha sede na França, em Thalasse.
Nesse período, assumiu a presidência do Banco do Norte do Brasil e permaneceu nesta função até a sua morte.
Mesmo enfrentando vicissitudes como estas, o prestígio de Gustavo Paiva era crescente entre os alagoanos, principalmente entre os trabalhadores. Da mesma forma, o empresariado local também percebeu que a gestão das suas empresas o tinha projetado para a política. Assim, em 1935, foi escolhido pelas representações profissionais, de forma indireta, para assumir o cargo de deputado estadual.
Sua trajetória política havia começado um pouco antes. Com a Revolução de 30, liderada pelo gaúcho Getúlio Vargas, Gustavo Paiva foi chamado em vários momentos para participar do Conselho Consultivo do Estado de Alagoas, que era nomeado pela pasta da Justiça do governo provisório. Em dezembro de 1931, o Conselho Consultivo era composto pelo Cônego Luiz Barbosa, Manoel Brandão, Ângelo Martins, Gustavo Paiva, Crisanto do Nascimento de Carvalho e Manoel Dubeaux Leão.
Mas nem sempre as suas atitudes eram bem compreendidas. Aos 37 anos de idade, após receber homenagens dos operários em Rio Largo, Gustavo Paiva agradeceu e disse que persistiria na sua cruzada para melhorar as condições de vida dos operários, e revelou que por ter esta postura, já o tinham chamado até de comunista. Os operários de Rio Largo, na verdade, se referiam a ele como Comendador do Povo, outorgando-lhe um título que nunca recebeu.
Querendo dividir com o resto do país a sua experiência administrativa, Gustavo Paiva enviou telegrama ao presidente da República propondo a criação de uma ordem honorífica para recompensar os trabalhadores brasileiros que tenham trabalhado por longos anos em uma mesma empresa. Citou o exemplo da França, onde isso ocorria com os trabalhadores que permanecem por 25 anos em um mesmo estabelecimento.
Essa proposta foi noticiada no Jornal do Brasil de 27 de agosto de 1938 e inspirava-se no fato de haver a Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos, ao comemorar seus 50 anos, ter mandado cunhar medalhas de ouro para quatro dos seus trabalhadores, cada um deles com 49 anos de serviço. O presidente Getúlio Vargas gostou da ideia e encaminhou a proposta ao ministro do Trabalho Valdemar Falcão.
Viúvo
Na madrugada do dia 25 de outubro de 1939, no Rio de Janeiro, Gustavo Paiva perdeu a sua esposa Judith Teixeira Basto de Paiva, então com 43 anos de idade. Em sua homenagem, a prefeitura de Rio Largo construiu o Ginásio Municipal Judith Paiva, que foi inaugurado no dia 18 de setembro de 1955. Foi o primeiro ginásio do interior do estado e já estava funcionando em outro local de Rio Largo desde agosto de 1948.
A perda da esposa foi um duro golpe para Gustavo Paiva e seus filhos. Como forma de superação, destinou ainda mais esforços nas atividades musicais dos operários das fábricas. Assim, em novembro de 1939 levou os três grupos musicais para participarem da Exposição de Pernambuco, em Recife. Era a primeira vez que saiam de Alagoas. No dia 17 de dezembro se apresentaram no Automóvel Clube de Recife.
Na volta, orientou o maestro para que houvesse a fusão dos dois conjuntos femininos em uma única banda. No ano seguinte embarcou com elas para o Rio de Janeiro no navio Pedro II. Na capital federal realizou 17 apresentações com grande repercussão nos jornais. Conheceram o maestro Heitor Villa Lobos e se apresentaram para o ministro da Educação, Gustavo Capanema.
Também se apresentaram no Icaraí Praia Clube, em Niterói, no Fluminense e na fábrica de tecidos da Vila Izabel, além dos desfiles de rua. Com o sucesso, ficou acertado que a banda excursionaria pelo país uma vez a cada ano.
Em 1941 a banda viaja novamente para Recife e depois, em novembro, para Salvador, na Bahia. Garanhuns, em Pernambuco, recebeu a banda em 1942, e Estância e Aracaju, em Sergipe, foram visitadas em 1943.
Na manhã do dia 15 de novembro de 1942 a população de Rio Largo participou da inauguração de uma escola, que futuramente receberia o nome de Gustavo Paiva, e do Cine Teatro Guarany. Na tarde daquele dia foi realizada uma partida de futebol entre o campeão alagoano daquele ano, o CSA, e o time da ADA, formado pelos operários.
Naquele mesmo ano, há um esforço nacional para criar um corpo aéreo nacional, fundamental para um país que tinha entrado na Segunda Grande Guerra Mundial. Gustavo Paiva participou desta mobilização e doou recursos para a aquisição de um avião de treinamento para o Aeroclube, presidido então por George Brotherood.
A última obra de Gustavo Paiva voltada para atender os operários foi a construção do Restaurante Operário, que foi inaugurado em 24 de junho de 1943 e não foi bem aceito pelos acionistas que o acusaram de gastar demais com os trabalhadores, diminuindo seus dividendos. O restaurante tinha 125 mesas, dois frigoríficos e uma padaria.
Em setembro de 1947, dias antes do seu falecimento, há registros de que Gustavo Paiva estava organizando a Sociedade Amigos da Criança para recolher fundos para a merenda escolar.
Morte
No dia 27 de outubro de 1943, Gustavo Paiva foi a um dentista em Maceió tratar de uma forte dor de dente. Após ser medicado com um analgésico, recolheu-se à sua residência no bairro de Cruz das Almas, em Maceió, na avenida que hoje recebe o seu nome.
Durante a noite sentiu um mal súbito e foi socorrido pelos médicos José Carnaúba e Manoel Machado, mobilizados que foram por suas filhas Hylza e Zuleika.
No final daquela noite um colapso cardíaco pôs fim a sua vida. Sua partida prematura foi tão sentida pelos operários e para a população de Rio Largo que logo surgiram especulações sobre a possibilidade da sua morte ter ocorrido por suicídio.
O jornal Gazeta de Alagoas de 29 de outubro de 1943 assim noticiou o enterro do comendador Gustavo Paiva. “A partir da Rua Dr. Pontes de Miranda [atrás da Assembleia], os operários e funcionários oriundos do local das fábricas, retiraram o corpo do coche fúnebre conduzindo-o à mão até o cemitério. Ali comprimia-se compacta multidão, calculada em muitos milhares de pessoas”.
O professor Paulo de Castro Silveira, ao proferir palestra na Universidade Federal de Alagoas nos anos da década de 1970, assim se referiu a Gustavo Paiva:
“Sua gigantesca obra não poderá ficar esquecida. Agindo através de um planejamento do seu modo, por intuição ou experiência, ele chamou a atenção do Brasil para aqueles dois núcleos fabris plantados em Cachoeira e Rio Largo.
Vezes muitas, até capitães da indústria de outros países vinham ver o milagre. Operário com recreação; piscina, teatro, campos esportivos, cinema; bailando nos dias de folga nos salões dos grêmios sociais.
Operários com creches, com maternidade, hospital, corpo de bombeiro; com aprendizagem industrial, sobretudo em tipografia. Operários com duas bandas de música, uma feminina e outra masculina, tudo isso quando no Brasil não existia uma Escola de Economia ou Administração. Quando um empresário ou dirigente qualquer desconhecia, por falta de traduções, os compêndios de Administração Humanizada”.
Fontes:
– Rio Largo cidade operária, de Arnaldo Paiva Filho.
– Fascículo nº 35 de Memórias Legislativas.
– Comendador Tércio Wanderley, de Aurino Vieira da Silva.
Quanto aos direitos do operário, discordo. Só após o governo Vargas.
Criança é rapaz na época. Não nego, grande alma humanitária. Um benfeitor.
Gustavo Paiva foi um grande homem, ele fazia o que nem lei exigia. Meus avós trabalharam na fabrica de Rio Largo e minha mãe sempre fala que qdo era criança estudou na escola da fabrica, tinha dentista, médicos, ganhava farda e ate presentes de natal e tecido para fazer a roupa da primeira comunhão.Meu pai estudou no ginasio judite Paiva e eu fui muito a Rio Largo nas ferias e pegava o trem para utinga tomar sorvete com meu avô. Alegres lembranças…. Gustavo Paiva foi um empresário acima do seu tempo e muito humanitário. Viveu pouco…mais deixou muito…pena que seus herdeiros nao continuaram e a fabrica faliu….
Sou filho natural de Rio Largo e gostei muito das informações sobre minha cidade Natal, fico muito agradecido, abraços
Quem foi o primeiro prefeito do município de Rio Largo?
Acho que nasci numa época estranha ao meu olhar e sentimentos. costumo ir a cemitérios históricos, analiso ruas e monumentos antigos com um sentimento muito forte de respeito por uma época que não vivi.
Acabei de ler sobre Gustavo Paiva, já conhecia sua cidade mas nada sabia a seu respeito. Sinto muito pela sua cidade ter se tornado esse emaranhado de fios e carros e lojas e placas que deixam os visitantes decepcionados com a perda da arquitetura. Minh’alma chora pelos seus patrimônios tombados, que tombaram pelo tempo e descaso. Vi as ruínas de sua Fábrica e d’algumas casas que, de pé, só lhe restam a fachada e deixam na pouca memória um lugar onde pessoas pobres foram valorizadas por um homem que deixou saudades.
Para o senhor que diz que é seu filho, saberias me dizer se algum dos seus irmãos moraram em Garanhuns em 1960?
Moro em Paris e ando a procura do meu avô, obrigada.
Só queria uma foto do meu vô para fazer minha mãe feliz um pouquinho.
Concordo plenamente com o comentário de Suzana de 9 de fevereiro de 2016. Participei dessa época de apogeu e o espirito humanitário do Comendador Gustavo Paiva. Minha irmã foi beneficiada com uma bolsa de estudo para fazer o ginásio no melhor colégio de freiras em Maceió “Santíssimo Sacramento” em internato. Todo aluno do grupo escolar Gustavo Paiva, ao terminar o básico e com notas altas, participava de um teste para concorrer à bolsa. Ao inaugurar o Ginásio Judith Paiva em Cachoeira foi suspensa essa oferta. Agradeço toda formação escolar e saúde que recebi pela humanitária obra deste grande homem “Gustavo Paiva”.
E onde compro o livro lançado por seu neto?
Caro Regis, fizemos a correção que o sr. identificou. Agradecemos pela contribuição.
Passei a minha infância e parte da juventude ouvindo minhas avó dizer o tão exemplar que era Gustavo Paiva, ela me dizia que quando chegou para morar em Rio LARGO a fabrica já existia a alguns anos, que uma boa parte da população sonhava em trabalhar lá, que Gustavo Paiva era um excelente administrador e um homem com extrema bondade em seu coração.
Hoje sim, precisaríamos de um homem assim como ele… “Agindo através de um planejamento do seu modo, por intuição ou experiência, ele chamou a atenção do Brasil para aqueles dois núcleos fabris plantados em Cachoeira e Rio Largo. Vezes muitas, até capitães da indústria de outros países vinham ver o MILAGRE”.
Orgulho-me em dizer que sou da terra do Comendador do povo …Gustavo Paiva.
TENHO MUITA RECORDAÇÕES E SAUDADES DA MINHA INFÂNCIA EM CACHOEIRA DE GUSTAVO PAIVA!!!!! ÉRAMOS TÃO FELIZES, QUE EU ACHAVA QUE SERIA ASSIM ATÉ O FIM!!! OS OPERÁRIOS NÃO PAGAVAM LUZ E ÁGUA. RECEBIAM O ORDENADO INTEGRAL NO NATAL. RECEBÍAMOS PRESENTES DE TODO TIPO MUITOS BONS. OS PAIS AINDA RECEBIAM GRATIFICAÇÕES! EU FAZIA PARTE DA BANDA DE MÚSICA FEMININA GUSTAVO PAIVA, ÚNICA E PRIMEIRA CRIADA PELO LINDO E SAUDOSO GUSTAVO PAIVA. MORREU, DEIXANDO SEUS OPERÁRIOS ÓRFÃOS E DE ETERNO LUTO!!! O POVO CHORAVA NAS RUAS. FOI UMA CALAMIDADE!!! SEUS HERDEIROS CONTINUARAM A OBRA, MAS NÃO TIVERAM AJUDA DOS GOVERNOS E A EMPRESA TÊXTIL E A CACHOEIRA HOJE SÃO RUÍNAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Que história linda. Que exemplo de empreendedorismo em nosso país e porque não dizer do mundo?. Gustavo Paiva e sua amada Judith Paiva foram pessoas a frente de seu tempo (ao lado de um grande homem, sempre existe uma grande Mulher).
Bom… nasci no interior do estado da Bahia e aos 6 anos minha mãe mudou-se para a cidade de Rio Largo. O ano era 1982. Passei minha infância até os 16 anos nessa saudosa cidade. Lembro de cada parte das construções da velha fábrica de fiação progresso. Quando criança, eu perambulava por todos os lados: na cachoeira, no centro da cidade, ia até o bairro Lourenço de Albuquerque pela linha do trem.. estudei no Ginásio Judith Paiva. Quantas saudades! Quantos momentos.. Ao conhecer a história linda da fundação de RIO LARGO, percebo que morei em um lugar rico de histórias, de sonhos . Que Deus abençoe a Alma dessa família e de todos que vivem ou já viveram em Rio Largo. Marcirio, 26 anos morando Cuiabá MT.
Essa casa na Cruz das Almas foi moradia dos meus avós (Chico Moreira e Zefinha Ezequiel), da minha mãe e seus irmãos.
Após a morte do meu avô, nasci em 1953 em Maceió, filho da sua primogênita Hilza. Na minha infância muita gente de Rio Largo vinha em visitas de agradecimentos ao seu pai. Ouvia menino as conversas na varanda e ficava muito impressionado com as histórias que ouvia de casais cegos e de ex órfãos pelo apoio que haviam recebido por obras sociais de Gustavo Paiva.