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Professor Santos Ferraz, o bacharel que optou pelo magistério

Publicado em 07/07/2025 por Edberto Ticianeli

Professor Santos Ferraz, o bacharel que optou pelo magistério

Quem conhece o bairro do Poço, em Maceió, sabe onde fica a Praça da Maravilha. Surgiu como um largo onde se iniciava a Rua da Maravilha, que na década de 1940 passou a ser a Av. Paraná e assim permaneceu até que a Lei nº 332, de 3 de dezembro de 1953, a rebatizasse como Avenida Professor Santos Ferraz. É aquela via que se estende até a Rua Domingos Lordsleen.

Praça da Maravilha no bairro do Poço

Francisco José dos Santos Ferraz nasceu em Penedo no dia 16 de abril de 1888. Era filho do comerciante e investidor Francisco José dos Santos Ferraz Menezes (*1842 †5/12/1892) e de Heliodora Vieira Malta Ferraz (*22/12/1844), natural de Mata Grande.

Seu pai, também bacharel e professor, dava aulas em Mata Grande em 1870, onde foi eleito vereador. Como professor, peregrinou por Palmeira dos Índios, Passo de Camaragibe e Barra Grande (Maragogi), antes de se estabelecer em Penedo como comerciante. Em 1891 era diretor do Hospital de Caridade daquela cidade.

Heliodora era filha de Manoel Francisco Malta (*1797 †1889) e de Maria Vieira Malta.

Além de Francisco José dos Santos Ferraz, tiveram os seguintes filhos:

1 – Maria Ferraz de Campos, que faleceu em 30 de maio de 1965 aos 95 anos de idade;

2 – Flora Malta Ferraz – Faleceu em 18 de setembro de 1904, aos 32 anos de idade. Foi casada com o engenheiro inglês Eduardo Whitehurst, passando a assinar Flora Whitehurst. Era considerada como uma das melhores pianistas de Alagoas. Iniciou os estudos musicais em Penedo com o maestro Cyro Ciarlini. Também teve aulas com os melhores professores da Bahia.

Eduardo Whitehurst, seu marido, era filho de Joseph Cross Whitehurst e de Luiza Clementina Whitehurst. Foi um dos diretores da Companhia das Águas de Maceió, substituindo em 1908 o engenheiro baiano Henrique C. Cox, que faleceu no dia 28 de julho daquele ano.

3- Leonor Malta Ferraz (*1860). Casou-se com Harry Bouverie Cox passando a utilizar-se do nome Leonor Ferraz Menezes Cox.

O casal Leonor e Harry tiveram os seguintes filhos: Charles Thirkell Cox (nasceu em Penedo em 23/05/1893), Kenneth de Menezes Cox, Andrew Brian Thirkell Cox, Ethelberta Thirkell Cox, Kathleen Thirkell Cox e Harry Thirkell Cox.

Professor Santos Ferraz em fotografia publicada no Almanaque do Ensino de 1938

O professor Santos Ferraz

Francisco José dos Santos Ferraz concluiu o curso de humanidades no Liceu Alagoano em fevereiro de 1905, habilitando-se aos cursos superiores. Iniciou o curso de Direito em Pernambuco nesse mesmo ano. Recebeu o grau de bacharel na Faculdade de Direito do Recife em 7 de dezembro de 1909.

Três anos antes de concluir o curso já era funcionário público, exercendo o cargo de amanuense do Senado Alagoano, onde tinha o seu tio José Malta de Sá como senador. Francisco também era sobrinho de Euclides Vieira Malta e de Joaquim Paulo Vieira Malta, que foram governadores de Alagoas.

Antes da formatura, em janeiro de 1909, foi nomeado professor catedrático de História Universal do curso ginasial do Liceu Alagoano.

Em 29 de janeiro de 1910 casou-se com a prima Zedê Malta Ferraz (*27/03/1891 †17/05/1932), natural do Rio de Janeiro e filha de Joaquim Paulo Vieira Malta e de Zelina do Couto Malta. Moraram na Rua Ângelo Neto, nº 21, no Alto do Jacutinga. Entre os diversos filhos do casal, conseguimos identificar os seguintes:

1 – Denis Malta Ferraz (*30/08/1911). Foi médico psiquiatra.

2 – Elza Malta Ferraz (*15/11/1913). Casou-se em 27 de novembro de 1937 com Cyro Mugiatti, residente em Curitiba, no Paraná.

3 – Flora Malta Ferraz.

4 – Paulo Malta Ferraz (Maceió, AL 13/01/1916 – Rio de Janeiro, RJ 30/4/1989).

5 – Carmem Malta Ferraz – (*28/01/1917 †08/08/1917).

6 – Aníbal Malta Ferraz – (*17/04/1918 †30/06/1919);

Em 2 de março de 1927, o professor Santos Ferraz foi o paraninfo da turma de formandas da Escola Normal. Nessa época era diretor dos grupos escolares Fernandes Lima e Pedro II, vice-diretor da Escola Normal e diretor do Liceu Alagoano. Em 23 de outubro de 1928 pediu exoneração dos cargos de diretor dos grupos escolares Fernandes Lima e Pedro II. Permaneceu dirigindo o Liceu.

Foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de Alagoas, tendo participado da histórica assembleia de 24 de maio de 1931. Era lente em Direito Constitucional dessa instituição

Faleceu repentinamente em Maceió às 17h do dia 23 de agosto de 1933. Foi sepultado no dia seguinte diante de uma multidão, a maioria de alunos e ex-alunos.

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