História da Imprensa Oficial em Alagoas
Até o dia 24 de dezembro de 1911, os atos oficiais dos poderes públicos de Alagoas eram publicados em jornais de particulares ou de partidos políticos. O jornal A Tribuna, quando deixou de funcionar, foi a responsável pela última publicação deste período.
Com o fim d’A Tribuna, o governador Euclides Vieira Malta adquiriu o prelo e todo o material tipográfico do jornal fechado, e criou por meio do Decreto nº 537, de 15 de janeiro de 1912, o Diário Oficial. O primeiro número circulou dois dias depois, 17 de janeiro. O jornal era produzido na Rua do Comércio, nº 174, na antiga numeração. Em março do mesmo ano, as instalações vão para a Rua Boa Vista.
Somente no ano seguinte é que foi criada a repartição pública responsável pela imprensa oficial de Alagoas. A iniciativa foi do coronel Clodoaldo da Fonseca, então governador do Estado, que publicou o Decreto nº 636, de 30 de janeiro de 1913. O ato governamental estabelecia que todos os servidores públicos da ativa eram obrigados a terem a assinatura do Diário Oficial.
Os primeiros operários a trabalharem no órgão foram os seguintes: Valêncio Carneiro de França, Jorge Freitas, Pedro Veloso, Manuel Carlos, Virgínio de Campos, Eduardo Lucena, Oscar Barros, Manuel Soares, Benedito Ângelo, Genésio Santana, José Juvenal de Farias Bitencourt e José Vicente Barcelos.
Entre os primeiros revisores encontram-se nomes como o de Silvestre Péricles, Paulino Rodrigues Santiago, Rômulo Jucá e José Loyola.
O primeiro diretor nomeado do Diário Oficial foi Aloísio de Menezes, no dia 3 de fevereiro de 1912. Em seguida vieram Alípio Goulart, nomeado em 2 de maio; Orlando Araújo, nomeado a 7 de maio; e Álvaro Corrêa Paes, nomeado em 17 de junho de 1912. De 31 de maio de 1930 a 26 de dezembro de 1931, foi dirigido por Graciliano Ramos.
O formato inicial do Diário Oficial era de 71×52 cm, com quatro páginas e diagramado em oito colunas. Em fevereiro, quando publicou o nº 16, o formato já era 66×46 cm. Logo depois foi para 69,5×46 cm.
Moacir Santana registra que no começo o jornal publicava matérias estranhas à sua finalidade, “desde notas sociais, através do seu Registo Festivo, à crônica policial, aos anúncios da Emulsão Scott; do ‘Dentista João Ribeiro de Mello, diplomado em S. Paulo’…”
A partir do nº 123, de 4 de julho de 1912, passa para o formato tabloide e assume feições mais pertinentes a um Diário Oficial. A partir de 16 de maio de 1961, copiando a tendência de outros órgãos oficiais, passou também a ter caráter noticioso.
No governo de Muniz Falcão e sob a direção do jornalista Floriano Ivo, a Imprensa Oficial é transformada em autarquia estadual. Em 1971, quando era dirigida por Carlos Moliterno e o governador era Afrânio Lages, foi transformada em sociedade de economia mista, passando a ser denominada Serviços Gráficos de Alagoas S/A, Sergal. Em 1975, a sigla passou a ser Sergasa.
Ainda durante o governo de Afrânio Lages, a Sergasa passou a funcionar no Km 7 da Avenida Durval de Góes Monteiro, quando foi restruturada, ampliação dos serviços e adquiriu novos equipamentos, adotando a impressão offset.
Depois de 1975, já no governo de Divaldo Suruagy e sob a administração do jornalista Zacarias Santana, são instalados novos equipamentos para acabamento e principalmente é adotado o sistema de fotocomposição por computadores.
Em 1978, a Sergasa já era considerada uma gráfica e editora de grande porte, passando a oferecer serviços de edição de livros, jornais, revistas e boletins para a iniciativa privada. O crescimento da empresa aparecia na ampliação das suas estruturas e na contratação de pessoal, saindo de 90 funcionários em 1973, para 217 em 1980.
Para impedir que os órgãos públicos comprassem serviços gráficos exclusivamente de outras empresas, o governador Divaldo Suruagy, em 1986, obrigou por decreto que todas as repartições comprassem pelo menos 50% dos seus serviços à Sergasa. Neste mesmo ano, a empresa passa a ser vinculada à Secretaria de Comunicação Social do Estado.
A partir dos anos 90, o Estado de Alagoas passa a viver períodos de sucessivas crises, com reflexos na imprensa oficial, que enfrenta momentos difíceis. Com problemas administrativos e financeiros, perde competitividade para o mercado gráfico privado. O seu maior devedor era o próprio estado.
Em 1998, com Ronaldo Lessa no governo e Virgílio Palmeira na direção da Sergasa, a empresa foi reequipada e passou a utilizar a tecnologia digital. Entretanto, financeiramente a situação continuava insustentável. Dívidas trabalhistas já somavam R$ 11 milhões. A empresa não suportou e foi extinta, sendo incorporada à Carph definitivamente no dia 23 de novembro de 2000.
Para que impedir o fechamento, foi criada a Companhia de Empreendimentos, Intermediação e Parcerias de Alagoas, Cepal, que continuou a sofrer problemas financeiros decorrentes da perda de competitividade no mercado.
Mesmo diante dos graves problemas, a empresa conseguiu investir na modernização e o Diário Oficial passou a ter a versão digital. Foi contratada uma empresa para digitalizar todas as edições anteriores, além de adotar novas formas de catalogação e armazenamento das edições. Somente em 1999 é que o Diário Oficial chega à internet.
Em 2007, no governo de Teotonio Vilela Filho, a Cepal passou a ser vinculada à Secretaria de Estado do Planejamento e do Orçamento, Seplan. É nesta nova fase que surge a editora da Imprensa Oficial Graciliano Ramos.
Fonte: “História da Imprensa em Alagoas”, de Moacir Medeiros de Santana, Arquivo Público de Alagoas, Maceió, 1987; e “1912-2012: Centenário da Imprensa Oficial de Alagoas”, de Fernando Coelho, Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Maceió, 2012.
No final dos anos sessenta e início dos anos setenta, prestei serviço ali ocupando o cargo de tesoureiro e depois Diretor de Orçamento e Programa. A diretoria era composta por Carlos Moliterno, Valdir Cavalcante Veloso, Carlos Duarte de Barros, Domicio Alves, Neusa Gomes e contador Adamastor Souza Santo, figuras como Pecinha, Jacaré, Zacarias Santana dentre outros compunham o quadro. Nessa época funcionava no sobrado da rua Boa Vista, havia nas proximidades o Bar da D Nete onde éramos frequentadores assíduos. Tempo bom.
De se registrar, conforme foi exposto a Ronaldo Lessa, então Governador do Estado de Alagoas, na última reunião que antecedeu à incorporação da SERGASA – SERVIÇOS GRÁFICOS DE ALAGOAS S/A (ONDE ERA EDITADO E IMPRESSO O DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DE ALAGOAS) pela CARHP – COMPANHIA ALAGOANA DE RECURSOS HUMANOS E PATRIMONIAIS, o verdadeiro devedor da SERGASA era o próprio Governo do Estado de Alagoas, que usava os serviços gráficos do parque industrial e não pagava pelos mesmos. Além de repassar os valores para pagamento da folha de pessoal, descontando os INSS e não os recolhendo. A SERGASA, por várias vezes, foi considerada a empresa de maior lucratividade do Nordeste; superando, inclusive, a poderosíssima SARGEMA. Porém, não resistiu aos débitos financeiros constituídos por seu majoritário acionista, que era o exatamente o próprio Governo do Estado de Alagoas.
De se registrar, conforme foi exposto a Ronaldo Lessa, então Governador do Estado de Alagoas, na última reunião que antecedeu à incorporação da SERGASA – SERVIÇOS GRÁFICOS DE ALAGOAS S/A (ONDE ERA EDITADO E IMPRESSO O DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DE ALAGOAS) pela CARHP – COMPANHIA ALAGOANA DE RECURSOS HUMANOS E PATRIMONIAIS, o verdadeiro devedor da SERGASA era o próprio Governo do Estado de Alagoas, que usava os serviços gráficos do parque industrial e não pagava pelos mesmos. Além de repassar os valores para pagamento da folha de pessoal, descontando os INSS e não os recolhendo. A SERGASA, por várias vezes, foi considerada a empresa de maior lucratividade do Nordeste; superando, inclusive, a poderosíssima SALGEMA. Porém, não resistiu aos débitos financeiros constituídos por seu sócio majoritário acionista, que era o exatamente o próprio Governo do Estado de Alagoas. Ricardo Santana, filho de Zacarias Santana
Hoje, 28/12/2021, fazem 14 anos que meu pai, Zacarias Santana, faleceu (+28/12/2007). A saudade é grande e nunca terá fim. Esse homem que, como pai e profissional, foi irretocável. Deus esteja derramando sobre o espírito do senhor, meu pai, todas as bênção que tenho pedido diariamente durante todos esses anos. Que assim seja…
Lenbro-me dos tempos em que ingressei na Sergasa, onde cheguei 1978 trabalhei como desenhista. Dos fatos narrados sobre o tempo em que estive na empresa, guardo boas recordações dos fatos narrados por Ricardo Santana. Bom tempo. Tenho saudade.