Feira Grande, o antigo distrito do Mocambo
![Vista panorâmica de Feira Grande](https://i0.wp.com/www.historiadealagoas.com.br/wp-content/uploads/2018/10/Vista-panor%C3%A2mica-de-Feira-Grande-e1539908725442.jpg?resize=820%2C410&ssl=1)
As informações existentes sobre a origem do município identificam que seu primeiro morador foi Francisco José Gonçalves e que a povoação se formou com a chegada de outras famílias atraídas pela terra fértil.
A denominação inicial do local foi Mocambo. O primeiro registro com esse nome encontrado por esta pesquisa é de 1875. Um cidadão que se assinou “O Observador”, publicou no Jornal do Penedo de 13 de fevereiro uma correspondência relacionando motivos para o povoado de Porto Real do Colégio ser promovido à Vila.
Entre os argumentos, “O Observador” informava que “dentre os povoados que existem nesta freguesia, e que estão nas condições de ter escolas primárias, apontaremos os seguintes: — Tibury, que tem mais de 100 fogos e uma capela, Olho D’água da Abobora, Mocambo e Lagoa da Canoa que estão em relação ao primeiro”.
Em 31 de julho de 1880, o mesmo jornal volta a citar o povoado. “Professora Pública — Por ato da presidência, de 21 do corrente, foi nomeada professora pública interina da cadeira-mista da Povoação do Mocambo, município de Colégio, a exma. sra. D. Amélia Balbina de Solidade”.
Ainda no Jornal do Penedo, de 3 de dezembro de 1881, surge o anúncio que estavam abertas as inscrições de concurso para ocupar as cadeiras de “primeiras letras do sexo feminino das povoações de Piranhas, Poço das Trincheiras, Município de Sant’Ana do Ipanema, Lagoinha, deste município do Penedo, e Mocambo, município do Colégio”.
Nesse mesmo período alguns jornais fazem confusão com a localização e citam Mocambo como sendo um distrito de Penedo, como ocorreu em 1880 com o Almanak da Província das Alagoas e com o jornal Cruzeiro do Norte de 3 de agosto de 1892, que informam que havia sido exonerado “de subdelegado de polícia do Mocambo, município de Penedo, Vicente Mendes de Oliveira”.
No Almanak do Estado de Alagoas de 1891 chama a atenção uma alteração realizada na página 625 corrigindo informações da página 511, que traz o nome do subdelegado e de seus suplentes no distrito de Mocambo em Porto Real do Colégio. A modificação é a seguinte: “Pág. 511 — O distrito do Mocambo pertence ao município de S. Braz”.
É provável que naquela data, Mocambo já não mais pertencesse a Porto Real do Colégio, passando a fazer parte de São Brás, onde permaneceu até o Decreto nº 2.442, de 25 de outubro de 1938, desmembrar o distrito de São Brás do município de Arapiraca.
Nessa separação, o povoado Mocambo não foi incluído e ainda foi promovido a distrito pelo Decreto Estadual nº 2435, de 30 de novembro de 1938, passando a ser subordinado ao município de Traipu.
O distrito do Mocambo passou a denominar-se Feira Grande por definição do Decreto-Lei Estadual nº 2909, de 30 de dezembro de 1943.
Por ato das disposições transitórias do governo do Estado de Alagoas, promulgado à 9 de julho de 1947, os distritos de Feira Grande e São Brás deixaram de pertencer ao município de Traipu para formarem o novo município de São Brás.
Na década de 1940, quando a Rede Ferroviária do Nordeste retomou a construção do ramal Palmeira dos Índios-Porto Real do Colégio, a feira semanal do distrito se expandiu ao receber os operários que trabalhavam no preparo do leito da ferrovia.
A rede ferroviária chegou a Arapiraca em maio de 1949 e em outubro já estava à margem do São Francisco, em Porto Real do Colégio.
Os benefícios do transporte ferroviário para a região logo se fizeram notar com a ampliação do comércio e da exportação da produção agropecuária para as grandes cidades. O distrito de Feira Grande cresceu e passou a pleitear sua independência política.
Foi durante o governo de Arnon de Melo que o distrito foi desmembrado de São Brás e elevado à categoria de município com a denominação de Feira Grande, cumprindo definição da Lei nº 1785, de 5 de abril de 1954.
O distrito sede foi instalado em 25 de maio de 1954.
Atualmente, além de ser considerado o maior produtor de batata-doce do Estado de Alagoas, Feira Grande também guarda uma situação singular: na Ladeira João Jerônimo existe um cemitério particular.
Contam os habitantes mais antigos que um cidadão morador daquela ladeira perdeu sua esposa e reservou um terreno no mesmo logradouro para manter seus restos mortais próximo dele. Além disso, ainda em vida construiu um mausoléu para ele próprio ao lado do construído para sua amada.
Augusto Rocha, natural de Feira Grande, refuta essa versão esclarecendo que o cemitério foi construído por este mesmo morador, mas 30 anos antes antes da morte de qualquer parente próximo dele.
Ficava aproximadamente a 100 metros da casa onde ele morava.
A primeira pessoa a ser enterrada nesse cemitério foi o dono. Sua esposa faleceu posteriormente. O mausoléu só foi construído algum tempo depois do sepultamento.
Eliton Pereira esclarece que a motivação para a sua edificação surgiu “após o proprietário ter presenciado um sepultamento no cemitério municipal de Feira Grande, em que na cova onde iria sepultar o morto já havia um caixão carcomido e com restos mortais. Ele viu um dos presentes vilipendiando os restos mortais. Uma vez que o proprietário do cemitério era mesclado de apreço e respeito pelas pessoas vivas e mortas, tomado por uma desconforto, resolveu construir em sua propriedade um cemitério para si e seus familiares. Hoje, nesse cemitério estão sepultados o idealizador, sua amada esposa, duas bisnetas e um neto”.
O importante, em qualquer das versões, é que o casal está junto até hoje e o cemitério, com suas histórias e lendas, ajuda a divulgar a bela cidade de Feira Grande.
Oi, a história do cemitério está equivocada.
O cemitério foi construído pelo morador uns 30 anos antes antes da morte de qualquer parente próximo dele. Ficava aproximadamente 100 metros da casa onde ele morava. A primeira pessoa a ser enterrada nesse cemitério foi o dono. Sua esposa faleceu posteriormente. O mausoléu só foi construído algum tempo depois do sepultamento.
Obrigado pelo reparo, Augusto Rocha. Incorporamos suas observações ao texto. Se tiver mais informações, pode nos passar que publicaremos, com os devidos créditos.
Quanto a construção do cemitério particular e a motivação para a sua edificação, informo que a intenção de construir surgiu após o Proprietário ter presenciado um sepultamento no cemitério municipal de Feira Grande em que na cova onde iria sepultar o morto já havia um caixão carcomido e uns restos mortais e um dos presentes vilipendiou os restos mortais. Uma vez que o Proprietário do cemitério era mesclado de apreço e respeito pelas pessoas vivas e mortas, diante disso, tomado por uma desconforto, resolveu construir em sua propriedade um cemitério para si e seus familiares.
Hoje, nesse cemitério estão sepultados o idealizador, sua amada esposa, duas bisnetas e um neto.
João Geronimo foi quem construiu o cemitério? Por isso a alameda tem esse nome? Meus antepassados foram de Feira grande, meu avô Arcelino José dos Santos, filho de João Geronimo dos Santos deixou irmãos e uma filha aí em Feira Grande e veio para Presidente Prudente SP, gostaria de encontrar algum parente.
venho prestigiar aqui com enorme alegria historias da terra onde nasceu minha mãe e conheceu meu pai. Parabéns.
Eu Morei no Mocambo, Campo Alegre município do estado de Alagoas, foi lá que o meu pai faleceu, num pobre rancho de palha, nas terras do Senhor Antônio Silva, Como não podíamos comprar o caixão, foi levado ao cemitério numa rede, e, jogado, numa cova. Na época, eu estava com quatro anos… .
Agradeço por ter publicado o meu comentário, este programa é muito rico, pois, proporciona ao leitor a oportunidade de escreve o que este sente. Grato…