Alagoas nos combates à revolta paulista de 1932

Tropas alagoanas marchando para o embarque em Jaraguá

A vitória de Getúlio Vargas em 1930 enfraqueceu o poder das tradicionais oligarquias estaduais, que usufruíam de certa autonomia relativa, garantida até então pela Constituição de 1891. Insatisfeitos por perderem autoridade na política, esses derrotados passaram então a cobrar a convocação das eleições para a formação uma Constituinte.

Vargas havia concordado com a convocação da Assembleia Constituinte, mas adiava esse momento, esperando condições mais favoráveis para isso. Temia que as máquinas partidárias das oligarquias retomassem o poder pelo voto, sabidamente controlado por elas nos estados.

A nomeação de tenentes como interventores nos estados desagradava enormemente os tradicionais donos de gado e gente, que se empenhavam em boicotar suas ações. Em São Paulo, onde a crise econômica iniciada em 1929 derrubou os preços internacionais do café, parte das oligarquias estavam arruinadas. Não contavam com as benesses do governo, antes fáceis de se conseguir.

Quem primeiro enfrentou a ira das oligarquias paulistas foi o interventor, tenente João Alberto Lins de Barros, que governou de 25 de novembro de 1930 a 25 de julho de 1931. Era tratado pejorativamente como um “forasteiro e plebeu” ou como “o pernambucano“.

Paulistas protestam contra Vargas em 23 de maio de 1932

Entre as várias manifestações públicas dos grupos opositores a Vargas, uma terminou sendo a fagulha para a eclosão da revolta armada.

Em 23 de maio de 1932, durante um protesto houve o enfrentamento dos manifestantes com as forças do governo e quatro jovens morreram. A revolta cresceu e foi então organizado um movimento clandestino, o MMDC, utilizando as iniciais das vítimas, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.

Foi esse grupo que liderou a conspiração preparatória para o levante armado iniciado na noite de 9 de julho de 1932.

Como o governo Vargas havia pressentido que a insurreição era iminente, resolveu conquistar a opinião pública do país, utilizando intensa campanha publicitária. Divulgava que as oligarquias paulistas pretendiam, separar São Paulo do Brasil, como advogava uma das suas lideranças, o empresário e escritor Monteiro Lobato.

Mesmo não sendo essa a pretensão dos principais líderes rebelados, Vargas manteve a campanha durante todo o conflito com o objetivo de também mobilizar voluntários contra os revoltosos.

Cartaz do MMDC em 1932

São Paulo esperava receber o apoio e tropas de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, transformando a marcha para depor Vargas no Rio de Janeiro num passeio. Como somente Mato Grosso aderiu, o governo rapidamente isolou a revolta em São Paulo e imediatamente começou a cercar aquele Estado, que foi forçado a improvisar barreiras defensivas nas fronteiras.

Quem liderou militarmente as ações do governo federal foi o alagoano general Pedro Aurélio de Góis Monteiro. A contraofensiva se deu em várias frentes de combate, cercando e isolando os rebeldes em São Paulo e no Mato Grosso, numa estratégia de estrangulamento, que também inviabilizava a chegada de apoio aos rebelados.

Os combates aconteceram durante três meses. Foi encerrado em 2 de outubro de 1932 com a rendição dos insurretos.

Tropas alagoanas em São Paulo

Participação de Alagoas

Com a informação da eclosão da revolta chegando a Alagoas na madrugada de 10 de julho de 1932, a reação do interventor Tasso Tinoco foi imediata, mobilizando os efetivos militares para reprimir qualquer movimento de adesão aos paulistas.

No dia 12 de julho de 1932, publicou nos jornais de Maceió uma Nota Oficial informando sobre o acontecido e acalmando a população:

“Nota Oficial.

Há 48 horas que uma parte da Guarnição Federal de Mato Grosso e alguns corpos aquartelados em São Paulo se sublevaram sob a inspiração e o comando dos políticos reacionários apeados pela Revolução Nacional de 1930.

Circunscrito a um pequeno número de unidades do Exército Nacional e da Polícia de São Paulo, o impatriótico e criminoso movimento já se acha energicamente combatido pelo Governo Provisório através das Guarnições Militares do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas e Distrito Federal, que lhe ficaram fiéis.

O movimento nitidamente reacionário dos políticos profissionais, exatamente no momento em que o Governo Provisório coloca todo seu empenho em tomar as necessárias providências para o rápido soerguimento econômico do País, bem como o imediato início do alistamento eleitoral e outras medidas preparatórias para a convocação da Constituinte, encontrou a mais viva repulsa na opinião pública nacional e contra ele se bate ardorosamente no sul do País, todos os revolucionários de 22, 24 e 30, tendo o major Eduardo Gomes, único sobrevivente da epopeia de Copacabana, lançado ao povo brasileiro a seguinte proclamação:

“A Aviação Militar coesa cumprirá lealmente seu dever, custe o que custar, sejam quais forem as consequências da luta. Concito os meus camaradas do Exército, a acompanharem o nobre e patriótico gesto das Guarnições do Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas e dos demais Estados, e ainda da gloriosa Armada Nacional, com a sua pujante Aviação Naval“.

O norte do País, do Amazonas ao Estado do Rio coeso e firme aos ideais revolucionários que o levaram a arrancada de outubro de 1930, também já se movimentou de sobreaviso para a defesa dos sacrossantos interesses da pátria, que um pequeno grupo de maus brasileiros pretendeu conspurcar com a intentona de São Paulo e Mato Grosso.

O Governo Provisório de Alagoas, com a presente nota vem transmitir os acontecimentos ao povo alagoano, recomendando-lhe calma, ponderação e confiança nas medidas a serem tomadas em benefício da nacionalidade”. (D.O. 12/7/1932).

No dia 20 de julho, o interventor baixou o Decreto nº 1.664, reorganizando provisoriamente a Força Policial do Estado de Alagoas para deixá-la em condições de atuar na repressão aos revoltosos de São Paulo.

Foi organizado um Batalhão de Caçadores composto de três Companhias de fuzileiros, uma Companhia mista de metralhadoras e um Pelotão de extranumerários. Para suprir a falta de efetivos foram aceitos voluntários, reservistas ou não, do Exército e da Marinha Nacional. Os postos de oficiais foram preenchidos pelos já existentes na corporação e por praças da Força ou mesmo civis habilitados.

Militares de Alagoas desembarcam em São Paulo

No mesmo dia da publicação do Decreto, 20 de julho, houve o alistamento de Alcebíades Ferreira dos Reis, sargento reformado do Exército. Para o posto de 2º tenentes foram aceitos Afonso Ligório Costa e José Floriano de Lima, este último tinha sido 1º tenente graduado em 1915.

Na Companhia Mista de Metralhadoras foram incorporados os seguintes oficiais: capitão Francisco Alves Mata, 1º tenente Manoel Vicente Ferreira e os 2º tenentes Antônio Araújo Pimentel e Luiz Tavares de Moraes.

Entre os civis admitidos na Força Provisória estavam, por exemplo, João Soares Palmeira, Paulo Soares Palmeira, Rui Soares Palmeira, Jorge Soares Palmeira, André Papine Góis, José Papine Góis, Mário Gomes de Barros, Carlos Gomes de Barros, Nelito Gomes de Barros, Orlando Gomes de Barros, Eraldo Gomes de Barros, Paulo de Almeida Castro, Júlio da Costa Barros e Antônio de Góis Ribeiro.

No dia 23 de julho, por ato do Interventor, foram comissionados como 1º tenentes, João Soares Palmeira, Edmilson Falcão e Alcibíades Ipiranga dos Guaranys. Para o posto de 2º tenentes, Antônio de Freitas Cavalcante, Luiz de França Assub, Luiz Tavares de Moraes e José Floriano de Lima.

Em 24 de julho, Tasso Tinoco, em nova nota pública, divulgada nos jornais e rádios, atualiza a situação:

“A surpresa dos primeiros momentos já se vai dissipando com as últimas notícias da felonia contrarrevolucionária irrompida no reduto dos políticos decaídos de São Paulo.

Quarenta anos de falsa República, de ignomínias e de desonestidades administrativas levaram a consciência cívica do país ao surto magnífico de outubro de 1930! Sobre os escombros de um passado ignóbil e desonesto, vem a Ditadura Brasileira, há 20 meses e à margem das competições pessoais e dos interesses partidários, serena e patrioticamente, reconstruindo o edifício econômico e social da Nação, com os olhos fitos na Justiça e na grandeza da Pátria!

Não o entenderam, porém, assim, os políticos profissionais de todos os matizes que, numa inexplicável aliança com alguns elementos transviados do Exército Nacional, desencadearam o mais criminoso e impatriótico movimento armado contra a própria nacionalidade!

Alagoanos! O Governo Provisório que a Revolução de 1930 vos deu, não tem feito outra coisa senão zelar pelo vosso patrimônio moral e material, tão dura e criminosamente tratado pelos governos constitucionais. No cumprimento, pois, desse elementaríssimo dever de patriotismo, sem linhas divisórias de Estados ou de Regiões, ele vos assegura que, sejam quais forem as consequências, estará na estacada, cercado do prestigio de Alagoas.

Capitão Tasso Tinoco

(Interventor Federal em Alagoas)”.

Interventor Federal em Alagoas Tasso Tinoco

Foi o interventor Tasso Tinoco quem, pessoalmente, liderou as ações militares em Alagoas, principalmente arregimentando os voluntários que engrossaram a tropa enviada para o cerco a São Paulo. Também partiu dele o aumento dos efetivos da Polícia Militar e a requisição do prédio da extinta Escola de Aprendizes Marinheiro para alojar os recrutas durante o preparo militar.

Graças a esse empenho, Alagoas contribuiu com cerca de 3.000 homens no reforço das forças legalistas. O próprio Tasso Tinoco solicitou ao presidente Vargas que o licenciasse para que fosse designado para a frente de combate. Teve o pedido elogiado, mas lhe negaram a pretensão.

Os Gomes de Barros, Mário, Carlos, Nelito, Orlando e Eraldo, voluntários em 1932

Segundo levantamento feito pelo general Mário Lima, que participou dos combates quando ainda tenente do Exército, os embarques realizados de tropas alagoanas se deram nas seguintes datas:

14 de julho – “a bordo do vapor Campeiras, o 20º B.C., com efetivo de 15 oficiais e 407 praças, sob o comando do Major Tito de Barros. Esse batalhão foi incorporado ao Destacamento Cel. Daltro Filho, tropa mais atuante do Exército do Leste, comandado pelo Gen. Góes Monteiro.

24 de julho – “a bordo do Itajuí, a 3ª Companhia da Polícia Militar, com efetivo de 226 homens, sob o comando do Cap. João Fernandes dos Anjos. Essa tropa foi também destinada ao Vale do Paraíba, permanecendo adida ao Quartel General, do General Góes Monteiro, guarnecendo o seu policiamento”.

Desse efetivo foram identificados: 1º ten. Aurélio Rodrigues Mousinho (comissionado), 2º ten. João Bezerra da Silva, 2º ten. Afonso de Ligório Costa (comissionado), 1º sgt. Alfredo Florêncio da Gama, 1º sgt. Leocádio Dias de Araújo, 2º sgt. Joaquim Estanislau de Brito, 2º sgt. Otaviano de Oliveira (comissionado), 2º sgt. Oséas Rodrigues da Rocha (comissionado), 3º sgt. Orlando Leite Quintela (comissionado), 3º sgt. Antônio Honorato de Oliveira (comissionado), 3º sgt. José Alves das Neves (comissionado), 3º sgt. José Francisco Malta (comissionado), 3º sgt. Alfredo Duarte (comissionado), 3º sgt. José Cupertino de Andrade (comissionado), 3º sgt. José Paulino de Albuquerque Sarmento, 3º sgt. José Ferreira Pedra, 3º sgt. Manoel Benedito de Moraes, 3º sgt. Manoel Pereira da Silva, 3º sgt. Euclides Duarte de Barros, 3º sgt. Eduardo Gomes de Carvalho, 3º sgt. Ausilho Vieira de Melo, cabo Júlio Zacharias da Silva, cabo Matias Soares de Moura, cabo Aureliano Bispo dos Santos, cabo Francisco Pereira de Lima, cabo Manoel Nere da Silva, cabo Antônio Tavares da Silva, cabo José de Alencar, cabo Manoel Vieira de Melo, cabo Ageríolo Tenório Cavalcante, cabo Lourenço Moura da Silva, cabo Eduardo Feliciano da Silva, cabo Sergílio Emenegídio de Barros, cabo Júlio Correia de Oliveira, cabo João Lessa Dantas, cabo Pedro de Barros Bezerra, cabo José Rijo da Silva e o cabo Eduardo Carlos de Carvalho.

Mais os seguintes cabos comissionados: Manoel Cerqueira, Nilo Lima da Silva, João Batista de Lima, Alfredo Francisco da Silva, Leocádio Nogueira Mendes, Miguel Batista dos Santos, Aristeu Lopes da Silva, José Thenard da Cunha, José Monteiro de Araújo, José de Barros Cavalcante e José Pereira de Carvalho.

Embarque de tropas alagoanas em Jaraguá no dia 4 de setembro de 1932

26 de julho – “a bordo do Santarém um contingente de voluntários, alistado pela 13º Circunscrição de Recrutamento de Maceió, com efetivo de 620 homens, comandado pelo Tenente Cícero Mendes Caminha. Esta tropa se destinava ao recompletamento de efetivos das unidades do Exército”.

18 de agosto – “o 1º Batalhão Provisório da Força Policial Militar, a bordo do Araranguá, com o efetivo de 535 homens, sob o comando do Major Comissionado Jorge de Oliveira Tinoco, irmão do interventor. Esse batalhão foi incorporado ao Destacamento Cel. Eurico Gaspar Dutra, na frente mineira”.

Deste contingente foram identificados: capitão Oséas Vasco do Nascimento (efetivo), capitão Manoel Vicente Ferreira (2º ten. efetivo), 1º ten. Milcides Ipiranga dos Guaranys (co- missionado), 1º ten. João Soares Palmeira (comissionado neste posto), Edimilson Falcão (comissionado), 1º ten. médico Daniel de Carvalho (comissionado), 2º ten. André Papine de Góis (comissionado), 2º ten. Rui Soares Palmeira (comissionado), 2º ten. José Floriano de Lima (comissionado) e 2º ten.  Luiz Tavares de Moraes (comissionado).

4 de setembro – “a bordo do Itaité escalão de reforço à tropa da Polícia Militar, com efetivo de 352 homens, sob a supervisão do Cel. Luiz da França Albuquerque”.

Seguiram também os seguintes oficiais: capitão José Rodrigues de Melo, 1º ten. Júlio da Costa Barros, 1º ten. José Tenório de Andrade, 1º ten. Paulo de Almeida Castro, 1º ten. Carlos Gomes de Barros, 2º ten. Floriano Pimentel de Melo, 2º ten. Manoel Rijo da Silva e 2º ten. Mário Gomes de Barros.

25 de setembro – “a bordo do Itaquera, novo contingente de reforço da Polícia Militar, com o efetivo de 547 homens”.

Era comandado pelo 1º tem. (comissionado) José Joaquim Grande. O subcomandante foi o 2º tenente (comissionado) Antônio de Freitas Cavalcante, futuro senador da República.

André Papine Góis e o seu irmão José, voluntários de 1932

Morre o Capitão Samuel Lins

Alagoano de Maceió, Samuel Cavalcanti Lins nasceu no dia 20 de agosto de 1908 e morreu na madrugada de 26 de agosto de 1932, durante um combate no Morro da Pedreira, Vila Queimada, em Queluz, São Paulo. Era 1º tenente do 2º Batalhão do 1º Regimento de Infantaria da Vila Militar, no Rio de Janeiro.

As tropas do Exército brasileiro foram atacadas pelos paulistas do Batalhão Voluntários de Piratininga e pelas Companhias de Assalto do Destacamento Agnelo, que tomaram o morro com a ajuda final do Batalhão Saldanha da Gama. Os combates ocorreram nos dias 24 e 25 de agosto de 1932.

O então tenente Mário Lima, também alagoano e que estava no combate, assim descreveu aquele momento: “Ao alvorecer de 26 de agosto, dolorosa notícia abalara-me profundamente. Tombara na luta, grande amigo e companheiro de turma, o conterrâneo 1º ten. Samuel Lins, com quem palestráramos com toda estima na tarde anterior. Quando seu corpo era conduzido numa padiola para a retaguarda, desci às pressas da trincheira e prestei-lhe minha última homenagem numa silenciosa e ardente prece”.

Horas após a sua morte, seu corpo foi levado para Resende, no Rio de Janeiro, onde foi embalsamado e transferido para o Hospital Central do Exército. Foi enterrado no dia 27 de agosto de 1932, às 18 horas, no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.

Com a sua morte, recebeu por ato de bravura a promoção para capitão, em ato ministerial do dia 30 de agosto de 1932.

Dos combatentes alagoanos que partiram de Maceió, morreu somente o voluntário José Bispo dos Santos na cidade de Cruzeiro, no Estado de São Paulo. Não foram encontradas mais informações sobre ele.

Fim dos combates

No dia 3 de outubro, Vargas anunciou o fim dos combates em telegrama enviado ao interventor Tasso Tinoco:

Urgentíssimo. Interventor Federal. Maceió.

Do Palácio Catete. Rio.

Acordo últimas informações, comunico-vos já não existe mais governo sedicioso em São Paulo, o qual acaba de ser deposto. Coronel Herculano Carvalho, comandante Força Pública, cumprindo ordens Governo Federal por intermédio General Góes Monteiro, ocupou capital e tomou conta governo, com fim manter ordem até que se complete desarmamento tropas rebeldes. Apraz-me congratular-me convosco pela vitória causa nacional, para cuja consecução cooperastes com tanta dedicação, nobre esforço e patriotismo. Cordiais saudações.

a) Getúlio Vargas.

Tinha fim, segundo o general Mário Lima, “sob o ponto de vista militar, a maior e mais cruenta das lutas fraticidas até hoje desencadeadas no Brasil”.

Nos 87 dias de enfrentamentos armados morreram, oficialmente, 934 combatentes. Algumas estimativas não oficiais elevam esse número para 2.200 mortos. Além disso, várias cidades do interior de São Paulo ficaram parcialmente destruídas com os bombardeios.

Os paulistas conseguiram alistar 200 mil soldados, mas estima-se que somente 60 mil entraram em combate, 40 mil deles na defesa de São Paulo. O Governo Provisório levou para o teatro dos combates mais de 100 mil soldados. Estavam melhores equipados e contavam com os bombardeios da Aviação Militar.

No dia 4 de outubro, comemorando o fim dos combates e a vitória do Governo Provisório, uma Companhia de guerra da Polícia Militar de Alagoas desfilou pelas ruas de Maceió. Era comandada pelo 2º ten. (comissionado) Antônio Araújo Pimentel e tinha como porta-bandeira o 2º ten. (comissionado) Pedro Marinho Suruagy, pai do futuro governador Divaldo Suruagy. Os 1º, 2º e 3º pelotões foram liderados pelos 2º tenentes (comissionados) Artur Pedro da Silva, Vicente Ramos da Silva e Anacleto Marinho Suruagy.

Militares alagoanos de 1932

O primeiro contingente a voltar à Maceió, desembarcou do vapor Tocantins 454 homens no Porto de Jaraguá em 17 de novembro de 1932. Antes, no porto de Salvador, deixou 88 combatentes. Vieram sob o comando do 2º ten. José Joaquim Grande.

No navio Maranguape, dias depois chegou outro agrupamento sob o comando do tenente-coronel Jorge de Oliveira Tinoco. Vieram também os capitães (comissionados) Manoel Vicente Ferreira e José Rodrigues de Melo, os primeiros tenentes (comissionados) José Tenório de Andrade e Carlos Gomes de Barros, os segundos tenentes (comissionados) Manoel Rijo da Silva, Afonso de Ligório Costa, Antônio Cruz Silva do Amaral, Alfredo Barbosa Calheiros e Rui Soares Palmeira, e o segundo tenente (efetivo) Floriano Pimentel de Melo. Com eles, 700 praças (sargentos, cabos e soldados).

No dia 25 de novembro de 1932, desembarcaram os capitães Oséas Vasco do Nascimento e João Fernandes dos Anjos, o primeiro tenente Aurélio Rodrigues Mousinho, os segundos tenentes João Bezerra da Silva e Alfredo Florêncio da Gama, e mais 280 praças.

Quatro soldados efetivos não voltaram com as tropas. Nilo Lima da Silva, Manoel João dos Santos, Horácio Moreira e Sandoval Oliveira Silva foram expulsos da Polícia Militar de Alagoas durante os combates na cidade de Cruzeiro, no Estado de São Paulo.

Desde 4 de novembro de 1932 que estavam extintos, por ato do Interventor Federal em Alagoas, o Batalhão Provisório e o Escalão de Reforço da Força Policial Militar. Também foram dispensados das comissões os oficiais, graduados e praças. Todos os voluntários alistados foram excluídos.

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